Estas imagens de Mônaco em 1962 são simplesmente INACREDITÁVEIS! Ricardo Divila mandou. Vejam, vocês nunca viram nada parecido!
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DICA DO DIA
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SENNA, MÔNACO & EDGARD
SÃO PAULO (vamos brincar) – Duas grandes vitórias de Ayrton Senna em Mônaco fazem aniversário hoje. Efemérides redondas. São 30 anos da primeira de todas, de Lotus amarela em 1987, e 25 da espetacular “virada” sobre Mansell em 1992, já de McLaren.
A de 1987 foi muito comentada nos últimos dias, pelo ineditismo e, também, pelo fato de outro brasileiro ter ido ao pódio, Nelson Piquet em segundo. Foi a famosa corrida em que Senna quebrou todos os protocolos (ô, clichê!) e espirrou champanhe na família real monegasca, para desespero do segurança no não-pódio de Monte Carlo. Príncipes e princesas não se incomodaram tanto assim, porém.
Na segunda, a de 1992, tenho uma historinha para contar. Na época eu trabalhava na “Folha” e comentava as provas, como convidado, para a Rádio Excelsior — que depois viraria CBN. O Luiz Roberto narrava. As cabines de rádio ficavam em contêineres montados na reta dos boxes, empilhados de uma forma um tanto precária.Mas eram muito bem localizadas, porque naquele ano mudaram a sala de imprensa de lugar. Ela saiu da subida para o Cassino, depois da Sainte Dévote, e foi para a entrada da reta, logo depois da curva Anthony Noghes — que ninguém nunca diz o nome, aquela que vem depois da Rascasse.
Era um pequeno prédio que funcionava também como escola infantil e, no sub-solo, tinha estacionamento e tudo. Sensacional. A gente parava o carro lá dentro, pegava um elevador e pronto, tinha até uma pequena tribuna do lado de fora para sentar e ver a corrida, os carros passando muito perto com seu barulho encantadoramente infernal. Para chegar às cabines, era só sair por uma portinha de vidro e caminhar alguns metros.
Antes, na que ficava no caminho do Cassino, era um horror. A gente saía por umas catacumbas dos tempos das Cruzadas, atravessava a pista por um túnel estreito e escuro que eu jamais conseguiria encontrar de novo, passava por baixo das arquibancadas tubulares com o povo jogando copinho de água nas nossas cabeças, percorria um longo trecho à beira do porto e às vezes era preciso até pegar um barco para chegar ao paddock. Um perrengue danado.
Pois em 1992 a prova chegava ao fim e estávamos todos à bancada dentro do contêiner, as posições de cada rádio separadas por uma pequena divisória de madeira, todo mundo apertado e de frente para os boxes, que eram montados ali mesmo — bem diferente de hoje, com a estrutura definitiva voltada para o porto. O trabalho das equipes era delicioso de ver, porque o que a gente chamava de boxes eram, na verdade, pequenas oficinas com tudo pendurado na parede, ferramentas jogadas, compressores, pneus espalhados por todos os lados, debaixo do sol e da chuva.
Aí o Mansell está um ano na frente e de repente para para trocar pneu. Senna vinha em segundo e passou, assumindo uma improvável liderança numa temporada em que a Williams estava engolindo todo mundo de canudinho. E acontece aquilo que todos se lembram: o cara sai babando, vai chegando, chegando, até embutir na caixa de câmbio de Ayrton.
Mas é Mônaco, e lá, para passar, nem por decreto. Só que Nigel tentava, bufava, arfava, rugia, e Senna na dele, impassível, com o carro no meio da pista e não dando a menor brecha para o inglês. Na posição ao lado da nossa, estava Edgard Mello Filho, então na Rádio Bandeirantes. O narrador era Éder Luiz, e ele estava transmitindo do estúdio, em São Paulo. Edgard comentava da cabine.Mello começou a berrar feito um doido na hora em que Senna assumiu a ponta, e quando abriram a última volta, ele gritou: “Se não passar na saída do Túnel não passa mais!”. Assim foi, Mansell esboçou um ataque na freada para a antiga chicane, e Senna não deu a menor pelota — ali, o cara guiava com alguma destreza. Foi então que, à tentativa frustrada, Edgard arrancou os sapatos, ficou de pé, começou a bater com o solado dos pisantes na bancada, encheu os pulmões e soltou a voz: “Não passa mais! Não passa mais! Não passa mais!”.
Na posição um pouco mais à esquerda estavam os caras da BBC. Eles pararam de narrar e começaram a olhar para o Edgard assustados, porque aquela surra de calçados na bancada começou a balançar o contêiner. E o Mello ali, enlouquecido, não deixava nem o Éder narrar. “Não passa mais!”, gritava, e não passou mesmo, como se sabe.
Foi o maior barato. Como era um barato a F-1 dos anos 80, quando Senna venceu pela primeira vez em Monte Carlo. Contada a história de 1992, então, volto cinco anos no tempo para a prova de 1987 mostrando, aí embaixo, alguns carros que participaram daquela prova. Tem uma foto do Senna, óbvio, porque o carro era lindo demais e sua atuação foi muito boa — aproveitando a quebra do turbo de Mansell, que provavelmente venceria aquele GP. Mas quero saber se vocês conseguem identificar os outros! Sem Google, please.
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“STOP CRYING AND RACE”
BLUMENAU (after years) – Sergio Sette Câmara é o único brasileiro hoje na F-2, a antiga GP2 que mudou de nome. É ele que corre com a pintura igual à do Meianov, acho que vocês se lembram. Pois hoje, em Mônaco, na primeira prova da categoria no fim de semana, ele sentiu a dura realidade da cobrança da chefia quando as coisas não vão bem. Ao reclamar pelo rádio que seu carro estava saindo de traseira, ouviu do “coach” Tom Dillmann: “Pare de chorar e corra, o que podemos fazer?”.
Isso aí, dito a alguém na F-1, viraria camiseta…
Oliver Rowland venceu a corrida. Sette Câmara não faz um bom campeonato, longe disso. Depois de cinco corridas disputadas, ainda não pontuou. Hoje, abandonou no final. Charles Leclerc, o líder da classificação, tem 77.
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FOTO DO DIA
Pilotos bons se respeitam, mesmo quando não se bicam.
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QUEM É REI…
SÃO PAULO (coisinha linda) – Há 50 anos, Rauno Aaltonen venceu o Rali de Monte Carlo com um Mini. A Mini fez um igual para ele disputar a prova de carros históricos deste ano. O Alexandre Neves mandou. Muito bacana ver o velhinho acelerando com gosto.
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MORTE EM MONTE CARLO
SÃO PAULO – Não começou bem o Mundial de Rali em Mônaco. Um homem foi atingido pelo Hyundai de Hayden Paddon, que perdeu o controle de seu carro no gelo. Acabou morrendo. A equipe retirou o piloto da competição.
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O JEJUM
SÃO PAULO (vergonha…) – Faz 15 anos que a Ferrari não ganha um GP em Mônaco. Vocês já tinham se dado conta disso? Acho meio que um vexame… A última foi de Schumacher, em 2001 — aquela corrida em que Bernoldi ficou horas à frente de Coulthard, o pole, que teve problemas antes da largada. Barrichello terminou em segundo e Irvine, de Jaguar!, em terceiro.
O mau retrospecto to time italiano em Monte Carlo é tema de texto do Renan do Couto no GRANDE PREMIUM.
O que vocês acham que acontece com a Ferrari no Principado?
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ONE COMMENT
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ANOTHER COMMENT
Cada vez que um F-1 clássico desses se acidenta, morre um panda na Mongólia. E a quantidade de cagadas da organização neste ano em Mônaco… O Perna Quebrada mandou o vídeo. Cuidado, cenas fortes.
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DICA DO DIA
SÃO PAULO (era bom) – Num dia em que a coisa mais feia já produzida pela F-1 foi à pista, o indigitado Halo, vale uma viagem no tempo até 1989. Pré-classificação em Mônaco. O Carlos Bragatto mandou:
Cara, achei esse vídeo aqui e achei que seria bacana pra você compartilhar no seu blog, pois mostra um monte de caras que a gente só ouvia o Reginaldo Leme ou o Léo Batista falar: “Não se qualificaram Pierre-Henri Raphanel, Bernd Schneider…” etc. Achei interessante também que mostraram os caras bocejando de sono, provavelmente por terem de acordar às 6, 7 da matina, e correr para o circuito pra tentar qualificar as cadeiras elétricas… Vale também pela visão detalhada de bólidos como Osella, Rial, Onyx (com o sinistro Jean-Pierre Van Rossem), Coloni, Zakspeed…
Muito legal mesmo. Vivi isso de perto naquela época. Eram os momentos mais divertidos e dramáticos dos GPs.
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ONE COMMENT
Mônaco, há 20 anos, era muito mais legal. A F-1 também. Alexandre Neves mandou o vídeo.
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DICA DO DIA
Comercial da Martini com Pace e Reutemann. Dica do Jean Paul Jones.
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FOTO DO DIA
SÃO PAULO (o mar não tá pra peixe) – Sigo um perfil no Twitter que de vez em quando posta fotos muito legais de corridas antigas. Selecionei esta de Mônaco/1984 (Senna à frente de De Angelis) pelo inusitado da paisagem. Pergunto a vocês, observadores astutos: em qual ponto exatamente do circuito monegasco os caras passam (ou passavam…) nessa ponte sobre as ondas?
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FOTO DO DIA
Só digo que é Mônaco, e os personagens são obviamente conhecidos. Quero saber o ano.
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MOTOLAND
É do ano passado, mas devemos muito respeito a quem anda de Vespa — ainda que essas novas não sejam dois tempos, coitadas. O João A. mandou pelos comentários.
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E-TRETA
SÃO PAULO (vixe, saiu faísca) – O grande barato do ePrix de Mônaco da Fórmula E, hoje pela manhã, foi a treta explícita entre Nelsinho Piquet e Lucas di Grassi. Primeiro, na classificação. Nelsinho acusou Lucas de ter atrapalhado sua volta de propósito. Quando a repórter perguntou ao piloto se ele achava, na hora, que tinha feito o bastante para largar na frente, Piquet pimpolho retrucou: “Quem fez o bastante foi ele”, disse, referindo-se ao rival. Depois, não teve dó. “Estou acostumado, mas não tem problema. Andei na frente dele a vida toda, no kart, na GP2, na F-1…”.
Lucas não alimentou a polêmica. Disse que em Mônaco tudo é questão de encontrar uma volta limpa e que todo mundo se atrapalha com outros carros. Não olhou na cara de Nelsinho, embora ambos estivessem lado a lado nas cadeirinhas que os três primeiros ocupam o tempo todo enquanto outros grupos fazem a classificação.
Na corrida, os dois disputaram ferrenhamente o segundo lugar — a vitória foi de Buemi, sua segunda no ano; primeiro piloto, aliás, a ganhar mais de uma vez na temporada. Por duas oportunidades Nelsinho tenhou passar Di Grassi na curva mais lenta do traçado escolhido pela E — a freada no fim de uma retinha que não é usada na F-1, paralela à reta que leva à Tabacaria, onde os organizadores fizeram um cotovelo “quadrado” exatamente onde fica a chicane da saída do Túnel.
Na primeira, por fora, não dava mesmo. Na segunda, por dentro, Lucas deu uma trancada, mas dentro dos limites da civilidade. No fim, o piloto da Abt chegou na frente e o jovem Piquet, da China in Box, em terceiro. Os dois lideram a classificação do campeonato, que tem ainda mais uma corrida em Berlim, uma em Moscou e duas em Londres. São os grandes protagonistas da primeira temporada elétrica da história.
Bruno Senna foi mal na classificação, largou atrás e se envolveu num acidente bem vistoso na primeira volta, logo depois da largada. Ele acha que a chicane da St. Dévote, que leva a essa retinha paralela à da Tabacaria (em vez de subir à esquerda para o Cassino, os pilotos entram à direita), terá de ser modificada no ano que vem, porque a entrada da rua é muito estreita.
A prova teve ótimo público e a categoria deu uma demonstração de prestígio, com gente importante passeando pelo grid e a família real, na pessoa do príncipe Albert, fazendo questão de marcar presença. O negócio pegou. E, o que é melhor, mais pela qualidade de suas corridas do que por qualquer malabarismo de marqueteiros.
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MÔNACO NA E
SÃO PAULO (curtinho, curtinho) – Já viram como ficou o traçado de Mônaco para a Fórmula E? Aí está, no simulador da Mahindra. Quando chega na Saint Dévote, cai para a direita numa paralela à Subida do Cassino, entra à direita e cai na reta que leva à Tabacaria. As voltas terão menos de um minuto.
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ANTIGAMENTE (5)
SÃO PAULO (parou de chover) – Fechando a série, porque selecionei apenas cinco, a última daquele manjado pacote de fotos que circulou um tempo atrás sobre a F-1 dos anos 60 e 70. Essa moça aí é Christina, noiva de François Cevert, bronzeando as pernocas na janela do Hotel de Paris em Mônaco. O macacão está secando no sol. Tem um filme antigo que mostra Cevert se trocando no quarto do hotel, seguindo para a pista já vestido, com o capacete na mão. Era legal, o mundo.
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MÔNACO, 1984
RIO (choveu) – Hoje, 3 de junho, 30 anos do GP de Mônaco de 1984, que mostrou Ayrton Senna ao mundo — ou àqueles que ainda não o conheciam direito. A história daquela corrida está aqui. Aproveitando: para você, foi a melhor prova da carreira de Ayrton? Vamos brincar de listas, então: quais as cinco melhores corridas de Senna na F-1? Minha relação eu coloco depois.
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FOTO DO DIA
Comentários (18)Felipe Nasr largou em 18° e chegou em terceiro na primeira corrida da GP2 em Mônaco. Palmer venceu. Belíssimo resultado, numa prova maluca, como sempre.
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DICA DO DIA
Comentários (11)SÃO PAULO (bem legal) – Dica do Fábio Mandrake. Estas fotos do sueco Sture Lindvall ficaram perdidas por mais de 40 anos. A série se chama “Dois dias em Monte Carlo” e traz imagens da corrida de 1967. Lindo trabalho. As fotos estão à venda com moldura e tudo.
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DICA DO DIA
Por hoje é só, o dia foi longo e pouco produtivo. Segue material da revista “Life”, um ensaio fotográfico de 1956 intitulado “De Silverstone a Mônaco”. A dica é do Ricardo Divila e as fotos são simplesmente maravilhosas. Como essa do Fangio aí embaixo.
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FOTO DO DIA
Segundo meu amigo Ricardo Divila, Mônaco em 1960. O detalhe, claro, é o trem.
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BETÃO
SÃO PAULO (belos tempos) – A missiva de hoje vai para o príncipe Albert, que assumiu o trono monegasco em 2005, depois da morte de seu pai Rainier. Para lembrar algumas historinhas daquele pedaço especialíssimo do planeta. Um trechinho:
Lá ia eu percorrendo a reta dos boxes quando passei em frente ao prédio onde vocês montam aquele camarote para assistir à corrida. Eu tinha chegado vários dias antes do GP e já estava tudo pronto. Sempre tive curiosidade sobre aquele prédio e seus moradores. Nem é um negócio muito luxuoso. Um bom edifício, com um agradável recuo no jardim da entrada. O único lugar onde dava para colocar aquele negócio, no fim das contas. Então parei e toquei o interfone. Tinha lá um sujeito na portaria que veio falar comigo e contou uns casos interessantes. Falou, por exemplo, que seu pai nunca ficava lá depois que começava a corrida. Saía de fininho, pegava o elevador e subia no apartamento de um amigo onde via tudo da janela comendo amendoim e tomando umas cervejas compradas naquele pequeno mercadinho Casino que fica no fim da reta, perto da Sainte-Dévote. Eu mesmo deixava uns francos lá, de vez em quando. Pasta de dente, sabonete, essas coisas.
Para ler tudo, é só clicar aqui.
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PRA COMEÇAR O DIA
SÃO PAULO (que vai longe) – Com algum atraso, é verdade, o acidente na largada da GP2 hoje envolvendo 14 carros. Johnny Cecotto bateu e o resto veio atrás. O venezuelano foi punido e suspenso da etapa de amanhã. Acho exagerada a punição. O cara apenas barbeirou. Acontece.
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MÔNACO, 1993
SÃO PAULO (feliz Dia da Tartaruga) – Hoje, 23 de maio, faz 20 anos da última vitória de Ayrton Senna em Mônaco. Foi a sexta, quinta seguida. Ele venceu em 1987 com a Lotus e de 1989 a 1993 direto e reto com a McLaren. Poderiam ser sete não fosse a célebre batida no guard-rail em 1988, quando estava um ano na frente de Prost, desconcentrou-se e deu a panca besta na entrada do túnel. Ficou tão puto que nem para os boxes voltou. Atravessou a rua e foi para casa, já que tinha um apartamento ali perto. Diz a lenda que irrompeu pela porta, surpreendeu a empregada e pediu para ela fazer o almoço.
Nessa corrida de 1993, Senna quebrou um recorde que já durava 24 anos, a incrível marca de cinco vitórias de Graham Hill no Principado. É, até hoje, quem mais ganhou nas ruas de Monte Carlos. Schumacher chegou perto, com cinco. Curiosamente, um dos adversários do brasileiro naquela corrida era justamente o filho de Hill, Damon, então piloto da Williams. Terminou em segundo, quase um minuto atrás de Ayrton. Alesi, o terceiro, cruzou a linha mais de um minuto depois do carro vermelho e branco. Prost, o quarto, uma volta atrás.
Damon foi um lorde ao falar sobre a marca atingida pelo rival. “É um tributo para meu pai que alguém do calibre de Senna tenha batido seu recorde. Tenho certeza que se ele estivesse aqui seria o primeiro a cumprimentá-lo”, falou. Graham Hill morrera em 1975, num acidente aéreo.
Como se vê, esse GP de Mônaco, exceto pelo recorde histórico, esteve longe de ser um dos mais emocionantes de todos os tempos. Muito pelo contrário. Prost, o favorito absoluto, estava na pole e queimou a largada. Quando pagou o stop & go, teve a manha de deixar o carro morrer duas vezes. Perdeu 21 posições e mesmo assim terminou em quarto, tamanha a superioridade da Williams sobre os demais naquele ano — ele conquistaria o tetra com o pé nas costas em Portugal, no fim de semana em que anunciaria sua aposentadoria. Schumacher, na Benetton, assumiu a liderança quando Alain foi para os boxes, mas quebrou. Assim, a vitória caiu no colo de Senna, que não precisou passar ninguém.
Eu estava nessa corrida e fui dar uma olhada no que escrevi no jornal naquele dia. A cobertura foi modesta, até, para os padrões da época. Apenas duas páginas com oito textos, quatro fotos e uma arte. Está aqui, para quem quiser ler. Senna tinha batido forte nos treinos de quinta-feira e machucou a mão esquerda. Correu o risco de não participar da prova, mas no fim das contas não sentiu dores especialmente impeditivas. Na entrevista depois da corrida, tirou uma onda de Prost e disse que o francês vivia queimando largadas na época da McLaren. “Isso me incomodava muito e ele sempre conseguia escapar da penalização. E hoje, na terra dele, teve que pagar.”
Bom lembrar que Senna não era muito fã dos dirigentes da FIA e da FISA. Não perdia uma chance de espetar as entidades, com as quais vivia às turras desde a desclassificação no GP do Japão de 1989.
Depois, quando perguntamos a ele sobre os infortúnios de Prost e Schumacher, Ayrton nos interrompeu bruscamente e disse: “Acredito em Deus, não em sorte”. Por fim, recusou-se a falar da polêmica de então, o uso de motores Ford de última geração pela Benetton, em detrimento da McLaren, que tinha unidades menos potentes: “Não sei, não me interessa, esse é um assunto que já me encheu o saco”.
Sim, meninos e meninas, Senna dizia “encheu o saco”. Parece incrível, não? Afinal, santos não deveriam ser assim tão… humanos. Pois é, Ayrton era humano. Se alegrava, se irritava e pilotava carros de corrida. Ainda bem. Mas não vou ficar aqui teorizando sobre sua personalidade tão distorcida pelos anos. Prefiro dar um link para vocês. Este texto foi escrito por um professor de História da UEG chamado Ademir Luiz e publicado no site “Jornal Opção”, de Goiás. Não conhecia. Foi escrito em 2011, quando do lançamento do documentário sobre a vida de Senna.
O texto é enorme, mas é o melhor que já li sobre o assunto. Por “assunto”, entenda-se Ayrton Senna e tudo que se criou em torno de seu nome. Leiam, que vale muito a pena. O autor conhece Fórmula 1 — comete um ou outro errinho factual, como o ano do acidente de Niki Lauda. Entende de cinema (uma crítica ao filme é o pontapé inicial do artigo) e exercita o rigor que historiadores costumam ter quando rabiscam qualquer coisa.
Pelo escasso número de comentários, acho que pouca gente leu. Ainda é tempo. O bom da internet é isso. As coisas estão aí para ser lidas, a qualquer tempo.
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FOTO DO DIA
Postada pelo Felipe Massa em sua conta no Instagram. O mais legal é que seguidores do brasileiro de vários países também chamam Kobayashi de “mito”.
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FOTO DO DIA
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VAMOS A MÔNACO?
SÃO PAULO (aos cavalheiros) – Informa a espevitada Carolina Mendes que o príncipe Albert vai leiloar 40 carros da coleção de papis Rainier III, que morreu em 2005. O leilão será realizado no dia 26 de julho em Mônaco. Quatro dias antes será aberta uma exposição pública para que os interessados deem uma olhada.
Tem coisa boa, tem coisa rara e tem coisa comum. Tem até Fusca. Não há preços de reserva e pode ser que alguns desses veículos nem sejam vendidos por valores exorbitantes. Mas o fato de terem pertencido à família real monegasca é, certamente, um charme.
Vamos lá mandar uns lances? Curti a Fuca.
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