Alguém explique para o Alexandre Neves o que fazem Emerson e Senna na mesma foto em Jacarepaguá, de F-1, sendo que nunca correram um contra o outro? Grato.
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DESAFIO DO DIA
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SOBRE O RIO
SÃO PAULO (aff) - Na boa, não vou esticar muito o assunto, nem iludir ninguém. O prefeito do Rio, Marcelo Crivella, falou que vai construir um autódromo na cidade. Lançou um projeto para fazer uma pista em Deodoro. Já teve neguinho me perguntando no Twitter se “com a reconstrução de Jacarepaguá, Interlagos corre o risco de perder a F-1?”.
Puta que pariu. As pessoas não leem. Não leem nada, nem matéria pequena de dois parágrafos. Quando muito, um título. Mal escrito. Primeiro, não tem nada com Jacarepaguá. Jacarepaguá acabou. E Deodoro não vai sair. Não caiam nessa.
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ERA ASSIM
SÃO PAULO (não é mais) – Todo mundo deve ter cansado de ver imagens aéreas do Parque Olímpico da Rio 2016, que termina no domingo. Selecionei algumas fotos antigas da região. É legal ver como aquele pedaço do Rio cresceu loucamente. Há imagens do traçado original ainda nos anos 60, que depois foi ampliado na década de 70, ganhou um oval nos 90, na sequência foi mutilado para os Jogos Pan-americanos, ate morrer de vez com os Jogos.
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A OBRA DE LOLÔ
SÃO PAULO (tá difícil) – Linda a matéria da Evelyn Guimarães com Ayrton “Lolô” Cornelsen, projetista do autódromo de Jacarepaguá que, desde o dia 5, se tornou o centro do mundo do esporte. Sem pista, sem carros. Mas, sim, como Parque Olímpico da Rio 2016.
O circuito, que teve um oval incorporado nos anos 90 e sediou provas de F-1, Indy e MotoGP — são pouquíssimos os que tiveram essa honra, e gostaria que vocês fizessem a lista, para ver se estão afiados –, foi mutilado para os Jogos Pan-americanos de 2007 e definitivamente assassinado para a Olimpíada.
Falaram, quando decidiu-se pelo uso da área para a construção de arenas, piscinas e quadras, que uma nova pista seria feita em Deodoro. Não será. O automobilismo acabou no Rio. Ninguém vai construir um autódromo numa cidade que cresceu desesperadamente para o oeste e cujos terrenos, todos enormes, passaram a valer muito. Deodoro não é um lugar legal. O Rio é meio apertado. Não tem demanda por automobilismo. Esqueçam. Ali, acabou.
E, então, o que fazemos? Choramos, nos descabelamos?
Desde o início, fui contra a destruição de Jacarepaguá. Achava que havia espaço suficiente na Barra para que instalações olímpicas fossem erguidas sem ter de acabar com a pista. De fato havia, mas convenhamos: Jacarepaguá era bem mais apropriado: uma área já urbanizada, e aquele monstrengo subutilizado. É fato. O autódromo já não tinha mais a vitalidade que teve nos anos 80 e 90. Como o automobilismo, aliás. Alguém é capaz de negar que é um esporte em crise?
Acho que não. Por isso, hoje, alguns anos depois de consumada a morte do autódromo, e depois de conhecer o Parque Olímpico nas últimas semanas cobrindo os Jogos, tendo a acreditar que o fim do circuito era inevitável. Se não fosse a Olimpíada, seria outra coisa. Não sei, sinceramente, se manter um autódromo num país que tem um automobilismo tão frágil é um bom negócio. Não tem quem pague a conta.O que escrevo agora depõe contra opiniões que já sustentei e, pior, contra meu ganha-pão. Mas é preciso reconhecer que os tempos mudaram. Ninguém fez nada, nos anos finais de Jacarepaguá, para que aquela pista se sustentasse. O carioca não tem um interesse especial por corridas, e aquele momento dourado de Senna e Piquet na Fórmula 1 já passou faz muito tempo. O mesmo pode ser dito da Indy, que viveu um “boom” na década de 90, mas murchou até desaparecer – o Brasil hoje é indiferente à categoria.
Há uma tendência mundial pela redução da importância do esporte a motor, essa é a verdade. Quando se olha para fora, dá para contar nos dedos os autódromos permanentes construídos nos últimos anos. Sochi? Faz parte de um complexo olímpico de inverno e só foi erguido porque Putin manda e desmanda na Rússia sem perguntar muito quando resolve fazer alguma coisa. Abu Dhabi? É uma ilha da fantasia. Austin? Os caras estão suando sangue para fazer aquilo virar. Bahrein e China? São coisas de governos tão autoritários quanto o russo.
O que tem pingado aqui e ali é circuito de rua, como os de Cingapura e Baku. Iniciativas recentes como as pistas da Turquia, Índia e Coreia do Sul, nasceram mortas. O que foi feito desses autódromos? Nada. Elefantes brancos que receberam, juntos, apenas 14 GPs — sete na Turquia, quatro na Coreia, três na Índia. Quem ficou com o prejuízo? Bernie, certamente, não.
Assim, a morte de Jacarepaguá, deixando a paixão de lado, era apenas uma questão de tempo. Falando de Brasil, Curitiba sobreviveu porque o momento não é de investir em empreendimentos imobiliários nababescos. O ímpeto refreou. Brasília está abandonada. Tem pista no Sul correndo risco, como Santa Cruz. O mesmo vale para o Velopark.
Não sei direito onde vamos parar. Curvelo é uma exceção das exceções, e louvo a coragem de quem está investindo ali. Goiânia foi reformulada e ficou muito bacana. Velo Città é uma pista particular, não tem sequer autorização para receber público. Interlagos passa por uma reforma muito ampla, mas a obra é totalmente vinculada à F-1. A existência do autódromo, suspeito, depende do GP do Brasil. Não fossem as exigências da FIA e da FOM, receio que a pista ficaria do jeito que estava, sem grandes atenções do poder público. Até morrer de inanição.O Parque Olímpico da Barra — já não se usa o nome original, Jacarepaguá — é bonito. Aparentemente, há planos para cada uma das arenas ali construídas e as coisas não serão abandonadas. Certamente terá um uso mais intenso do que teria o autódromo, se não tivesse sido destruído. Como apaixonado por corridas, olho para o fim de Jacarepaguá com tristeza e melancolia. Já tive raiva do que fizeram ali. Hoje, acho que só restou mesmo saudade. Caminhando pelas alamedas do complexo esportivo, vendo de perto o que brotou ali, ginásios, piscinas, estádios, observando a alegria das pessoas e um quase total desconhecimento da maioria de que naquele lugar, um dia, correram carros e motos, a sensação que tenho é que ninguém deu muita bola para o fim do autódromo.
Pena que não sobrou nada, rigorosamente nada, para lembrar da pista. Podiam tem mantido um pedacinho dos boxes. A torre cilíndrica. Alguma coisinha, um memorial, sei lá. Jacarepaguá foi muito importante. Com o passar do tempo, foi deixando de ser. É duro. Mas é a verdade.
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MISTÉRIO DO DIA
SÃO PAULO (alguém deve conhecer) – Olha que e-mail legal, e intrigante, como não?, que o blogueiro Fernando Pinto mandou — junto com três fotos, das quais separei a melhor:
Boa noite Flavio, tudo bem? Sempre que possível tento colaborar com sua página, seja com uma foto ou curiosidade. Já estava para te mandar essa informação há bastante tempo (uns cino anos no mínimo), mas sempre procrastinei. Moro no Rio, no bairro da Freguesia (Jacarepaguá). Da varanda de casa tenho vista privilegiada para uma casa que é usada (segundo reza a lenda) para guardar uma coleção de Mercedes-Benz. Todo sábado é possível ver um pouco dos veículos sendo ligados e movimentados dentro do quintal. Os modelos mais comuns de se ver daqui são da década de 60/70. Acho (acho mesmo…. quase certo de estar enganado) que já vi um “gullwing” também. Hoje à noite, ao parar no sinal pra entrar na rua em que moro, vi uma plataforma saindo da casa com um modelo que me chamou bastante a atenção. Tirei algumas fotos mais pra compartilhar com você. Tenho certeza que deve saber o modelo ou mesmo quem é o dono.
PS: desculpe a qualidade das fotos, mas dirigir e fotografar, com a luz ruim ainda por cima, é complicado.
Bom, Fernando, não tenho nem ideia de quem sejam esses carros! E quanto ao modelo da foto, melhor deixar para a blogaiada versada nas coisas de Stuttgart. Mas fiquei muito curioso sobre essa casa!
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RIO 1988
SÃO PAULO (dá dó) – Adoro Olimpíadas, os Jogos no Rio serão um sucesso — sempre são, onde quer que aconteçam, é como a Copa, deixem de mau-humor –, mas não me conformo com o fim de Jacarepaguá. O Carlos Tavares mandou este vídeo promocional da Camel com imagens do Rio em 1988. Foi a primeira corrida que cobri. Um take ou outro não foi feito na pista. Mas a maior parte, sim. Na Lotus amarela, Piquet e Nakajima.
Como eram lindos esses carros.
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RIO, 1989
SÃO PAULO (isso era legal demais) – Copa Shell de Marcas e Pilotos, 1989, Jacarepaguá. Passat, Uno, Escort e Voyage na pista. Foram os que identifiquei. O grid só tinha monstro — Ingo, Chico Serra, Jorge Freitas, Toninho da Matta, Mattheis… Aliás, vejam o garotinha linda no colo de Andreas, no final. Salvo engano, não é a moça que namora o Pato, aquele centroavante esquisito?
Vídeo enviado pelos irmãos Neri, absolutamente sensacional. Vamos ver se o pessoal do Rio esteve naquela prova. Alguém?
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CARS & GIRLS
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CARS & GIRLS
A F-1 era assim no Rio em 1982. Mais uma do Dú Cardim.
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FOTO DO DIA
A página do “MIAU – Museu da Imprensa Automotiva” no Facebook nos brinda todos os dias com imagens como essa aqui…
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DICA DO DIA
SÃO PAULO (herói anônimo) – Ótima entrevista no site brasileiro da Red Bull com “Lolô” Cornelsen, que projetou os autódromos de Curitiba e Jacarepaguá — tristemente mortos, o carioca em 2012, o paranaense com enterro previsto para julho. Marina Sarkis mandou o link.
Lolô fez também as pistas do Estoril e de Luanda, em Angola. A pista portuguesa está lá, firme e forte. A angolana, sinceramente não sei. Se vocês tiverem alguma notícia, pinguem aqui.
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DICA DO DIA
Quase certeza que é repeteco, mas esses Voyaginhos de lado no Brasileiro de Marcas e Pilotos de 1992 em Jacarepaguá… Tenho muito que aprender.
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DICA DO DIA
Campeonato de Turismo no Rio em 1997, quando carros de verdade corriam num autódromo de verdade. O Rafael Walter mandou. Por onde anda essa moçada? Por onde andam esses carros?
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DICA DO DIA
SÃO PAULO (eu estava lá) – O delicioso “pré-corrida” da Globo no GP do Brasil de 1981, incluindo o salto de motocicleta de um doido sobre 11 carros de F-1, um deles com Bernie Ecclestone dentro (a gente já mostrou foto aqui, mas acho que o vídeo, não). Carlos Bragatto mandou. Tem coisas incríveis, como o repórter (vocês hão de reconhecer, digam aqui) mostrando como era feito o abastecimento dos carros. Em bombas de gasolina da Petrobras!
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CARS & GIRLS
OK, falta o carro, mas o piloto está aí para nos lembrar que era uma corrida, e que era no Rio, e que o mundo era foda demais. Aliás, o carro deve estar atrás da turma. Agora digam vocês: ano e piloto.
ATUALIZANDO…
Estou ficando desmemoriado. Esta foto foi publicada no dia 19 de novembro aqui! O que fazer? Apagar o post? Ou deixa aí e tudo bem?
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FOTO DO DIA
De uma série de três que o Alessandro Neri mandou e publicarei nos próximos dias. Quero que digam o ano, o piloto e o que mais quiserem — sem baixarias e sexismo barato, por favor.
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ESCORT & SENNA
SÃO PAULO (andava) – Carlos Tavares mandou a foto abaixo. Não tem data. Foi tirada em Jacarepaguá, e dá um aperto no coração ver a torre, os boxes… Ayrton Senna tinha uns negócios com a Ford, andava de Escort, no fim acabou comprando uma concessionária, a Frei Caneca, onde lá por 1997 comprei uma perua Escort verde, daquelas argentinas, excepcional.
Se alguém souber o contexto (argh) dessa foto, conte. Pelos modelos, é coisa de 1985, 1986.
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TEMPOS INCRÍVEIS
SÃO PAULO (lembro bem…) – O Cacá Vita postou a foto da “GazetaPress” no Facebook. Lembram disso? “Nelsão ao lado de Eulázia da Silva, oficial de Justiça, ao receber a intimação para comparecer ao magistrado e explicar se falou ou não que o piloto Ayrton Senna não gostava de mulher. Jacarepaguá, 1988.”
Jacarepaguá, 1988. Minha primeira cobertura de GP “in loco”. Eram dias bem divertidos.
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FOTO DO DIA
Mestre Joca mandou, das 500 Milhas da Guanabara de 1968. “Vida de bandeirinha”, diz. E quem passa voando por ele?
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SÓ DERROTA
SÃO PAULO (não me conformo) – Falamos de Jacarepaguá nesta semana, foi o estalo para o Paulo Cesar Lavinscky mandar estas fotos melancólicas e deprimentes. Já dos dias em que o autódromo agonizava, antes da destruição total. Formulinhas no meio do mato, ônibus de equipe abandonado, destroços de carros de Marcas…
Dá vontade de chorar.
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AH, NÃO DIGA…
SÃO PAULO (jura?) – Notícia de terça-feira, mas só agora deu tempo de pingar aqui. O brother Rodrigo Mattar informa que os planos de construção de um autódromo em Deodoro, para substituir Jacarepaguá, estão suspensos por tempo indeterminado.
Puxa vida, que surpresa…
Há anos — anos — que digo aqui que o que fizeram com Jacarepaguá foi assassinato a sangue-frio, algo imperdoável. As autoridades da cidade do Rio de Janeiro não respeitaram o esporte, a história, a memória de milhares de pilotos que escreveram capítulos lindos do automobilismo brasileiro naquele asfalto sagrado.
Canalhas, sacripantas, pulhas, bastardos!, diria o Capitão Haddock.
O Rio nunca mais vai ter um autódromo, esqueçam. É preciso uma área muito grande, e só tem espaço na zona oeste, para lá da Barra, onde prédios e mais prédios são erguidos todos os dias, onde a especulação imobiliária é que manda. Falo disso no “Bom Dia, GP!”.
É triste demais. Não porque Deodoro não vai sair. Mas porque não dá para se conformar com o que fizeram com Jacarepaguá.
Cretinos.
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RIO, 1984
SÃO PAULO (no pictures) – Se eu disser que lembro de muitos detalhes, estarei mentindo descaradamente. Mas fui ao GP do Brasil de 1984, a corrida de estreia de Ayrton Senna na F-1, que completa hoje 30 anos.
Curiosamente, minha lembrança mais clara é a do ingresso. Isso mesmo, o ingresso. Foi a primeira vez na vida que entrei em algum lugar de porte de um cartão magnético. A entrada para a corrida tinha estampada a face de Nelson Piquet, campeão do ano anterior, e fora comprada no Unibanco, que era o banco oficial do GP.
Guardei por anos aquele cartão bege, que ainda deve estar em alguma caixa de sapato. Normalmente eu encontro essas coisas, mas não achei. Por isso recorri à santa internet para pingar aqui uma reprodução.
E do quê me lembro?
Bem, da viagem, claro, porque éramos quatro ou cinco moleques recém-habilitados que começavam a descobrir as delícias de ter um carro e poder ir a qualquer lugar. Na época eu trabalhava no “Popular da Tarde”, mas não ganhava nada e tinha de me virar com o salário que meu pai me pagava para cuidar da firminha de entrega de água mineral em São Caetano. Meu maior prazer era pegar a Kombi de sexta-feira e visitar a fonte, voltando carregado de garrafões. De noite, fazia faculdade.
Acho que fomos para o Rio na sexta à noite, e chegamos pela manhã a Jacarepaguá para os treinos. Tinha um cara lá, Ayrton Senna, que faria sua primeira corrida. Claro que todos sabiam que o rapaz tinha futuro. Acompanhávamos a carreira dos brasileiros no exterior e naquele começo da década de 80 ele era o garoto que ganhava corridas na Europa. Mas Piquet já era bicampeão e todos os olhos se voltavam para sua Brabham-BMW linda de morrer.
Para quem queria ver Brasil-sil-sil naquele fim de semana, a prova de Jacarepaguá não foi das melhores. Ambos abandonaram, e Senna ficou já na nona volta com o turbo de seu Toleman quebrado. Ganhou Prost, a segunda de suas seis vitórias no país. Tocaram até o tema da Vitória para ele, já que a música era executada pela Globo apenas em GPs do Brasil. Não deixa de ser curioso lembrar deste momento…
Pouquíssimos carros chegaram ao final, eram tempos em que todo mundo quebrava, uma desgraça. Foram 16 abandonos, mais três desclassificações. Andando, sete ou oito carros apenas receberam a quadriculada debaixo de um sol de rachar mamão. É assim que se fala, sol de rachar mamão? Não, acho que é mamona. Não precisa de muito sol para rachar mamão. Enfim, um sol inclemente, um calor dos infernos.
Senna faria uma temporada interessante pela Toleman, tendo como ponto alto a já mais do que destrinchada corrida de Mônaco, o segundo lugar debaixo de chuva numa prova que ele tinha todas as condições de vencer, mas que foi interrompida por conta do temporal, com Prost somando metade dos pontos pela vitória. Quem também andou barbaridade naquele domingo monegasco foi Stefan Bellof, que para muita gente também poderia vencer se não fosse a interrupção. Mas foi Ayrton quem entrou para a história com aquela atuação, seu cartão de visitas para o mundo.
Rio, 1984. Já se vão 30 anos. Eu tinha 19, tenho 49. Senna morreu há quase 20, teria 54. 1984 foi o ano que George Orwell imaginou como aquele em que viveríamos vigiados por teletelas (o livro foi escrito em 1948, o autor apenas inverteu os últimos dois algarismos na intenção de mostrar que estávamos perto daquilo), conduzidos por governos totalitários num mundo dividido em três grandes continentes, Oceania, Lestásia e Eurásia, os três em guerra permanente, trocando de inimigos e aliados de tempos em tempos sob o comando do Partido e do Grande Irmão. Falaríamos a novilíngua, exerceríamos o duplipensar, seríamos punidos por nossas crimideias e correríamos o risco de nos tornarmos impessoas a qualquer escorregão que contrariasse as normas do IngSoc.
Orwell errou por uns 30 anos.
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FOTO DO DIA
O Alessandro Neri mandou. Jacarepaguá, Bernie dentro do Brabham de Piquet, e da rampa lá atrás vai surgir um motoqueiro maluco para pular todos os carros alinhados na pista. Sábado, fim de tarde. Dá para imaginar algo parecido hoje? Quem estava lá nesse dia? Meu amigo Tamas Rohonyi certamente sim.
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NO COMMENTS
Faltam 1.000 dias para as Olimpíadas do Rio. Parte dos Jogos, no lugar dessa foto aí.
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FOTO DO DIA
Postada pelo Djalma Fogaça no Facebook. Vejam o público inacreditável em Jacarepaguá. E não é de convidado, não. É público de verdade. Ano?
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RIO 40 GRAUS, 1983
SÃO PAULO (suando só de ver) – Delicioso o novo vídeo do arquivo de Alessandro Neri com os preparativos para o GP do Brasil de 1983 no escaldante autódromo de Jacarepaguá. Algumas observações…
1. Luiz Fernando Lima, que anos depois viria a ser o todo-poderoso dos esportes na Globo, provavelmente não contrataria um repórter que tivesse a atuação que ele teve com o microfone na mão.
2. Piquet estava insuportavelmente antipático.
3. Os boxes eram de uma precariedade assustadora.
4. A quantidade de bicões no paddock era igualmente assustadora.
5. Mecânicos sem camisa e de shorts, alguém imagina isso hoje em dia?
6. Morro de saudades de Jacarepaguá e dessa época…Claro que deve ter blogueiro aqui que não só foi àquela corrida, como também devia estar borboleteando pelos boxes debaixo daquele sol senegalesco. Se alguém se encontrar no vídeo, avise!
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A MENTIRA DE DEODORO
SÃO PAULO (cascateiros) – Está aqui, no blog do Américo Teixeira Jr.: não há um centavo sequer no Orçamento Geral da União para 2013 reservado para a construção de um autódromo em Deodoro, como prometeram a CBA, a Prefeitura do Rio, o COI e o bispo Sardinha em troca do assassinato de Jacarepaguá para encher os bolsos de quem vai se locupletar com essa Olimpíada ridícula.
Era apenas mais uma mentirinha para que pudessem destruir tudo logo sem que os chatos ficassem enchendo o saco.
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3 DE ABRIL DE 1988
SÃO PAULO (e eu lá) – Minha pauta: Piquet e Gugelmin. Ótimo. Senna daria muito trabalho. Era sua estreia na McLaren, tinha feito a pole e provavelmente ganharia a corrida. Fazia um calor infernal e no corpo-a-corpo com os colegas e anexos que cercavam o piloto, eu perdia sempre. Era baixinho e frágil. Ainda sou baixinho e frágil.
3 de abril de 1988, 25 anos atrás. Meu primeiro GP. Trabalhando, claro. Porque antes disso eu tinha ido a vários, em Interlagos e Jacarepaguá, como torcedor de arquibancada. Eram mais divertidos, devo dizer.
Eu tinha voltado para a “Folha” algumas semanas antes, depois de um mês na (em) “Placar”. Uma das ferramentas de sedução do meu editor, Nilson Camargo, para me tirar da Abril foi essa: te mando para cobrir a F-1 no Rio.
Pô, cobrir F-1 no Rio era legal. Sol, mulherada, festas, vamos nessa.
Há 25 anos, não era fácil fazer cobertura fora de São Paulo, em lugar algum. Transmitir textos, só por telex. Havia poucas máquinas na sala de imprensa montada sob uma tenda no autódromo. Às vezes o jeito era bater na máquina de escrever e entregar as laudas a um motoqueiro do lado de fora do portão, que levava o material para a sucursal, no centro da cidade, onde cada texto era digitado e entrava no precário sistema de computadores do jornal — que na época era moderníssimo, com suas telas de letrinhas verdes.
Foto, então… Tínhamos dois fotógrafos, se não me engano, em Jacarepaguá: Juan Esteves e Jorge Araújo. Monstros, dois dos maiores do Brasil. De noite, no apartamentinho alugado na Barra onde nos hospedávamos, porque era mais barato que hotel e mais perto do autódromo, eu ficava com as poderosas lentes deles espiando as meninas se trocando pelas janelas dos enormes prédios do condomínio.
Para mandar fotos para São Paulo, o esquema era o seguinte: fazer uns dez ou 15 minutos do treino da manhã, sair correndo do autódromo e se instalar no motel Monza, que ficava na avenida do autódromo — existe ainda? O dono do motel havia sido fotógrafo e tinha um pequeno laboratório no prédio da administração, não muito longe dos quartos onde a moçada trepava à vontade.
Aí Juan e Jorge revelavam os filmes em meio aos gemidos dos quartos vizinhos, ampliavam as fotos, escolhiam três ou quatro e conectavam à linha telefônica um aparelho que consistia numa caixa metálica com um cilindro anexo, alguns botões e fios que seram ligados ao bocal do telefone.
Isso feito, conectada a máquina de telefoto ao telefone, discava-se para a redação em São Paulo. Quando a ligação era completada, o cilindro onde a foto escolhida tinha sido fixada com durex começava a girar, e um sensor ótico “lia” a imagem transformando os tons de cinza em pulsos elétricos, que “viajavam” pela linha telefônica e eram convertidos novamente em tons de cinza pela máquina que recebia a ligação, imprimindo a imagem original em papel fotográfico. Se vocês não estão entendendo nada, era isso aqui.
Cada foto levava 20 minutos para ser transmitida, isso se não houvesse nenhum ruído na linha. Mas sempre havia. Então, era preciso começar tudo de novo.
Enquanto os fotógrafos se viravam para mandar as imagens para São Paulo, a gente se virava para levantar informações na pista. Nossa equipe tinha Marcos Augusto Gonçalves, eu, Mario Andrada e Silva e Marcelo Fagá — o saudoso Fagá, brilhante repórter que morreu em 2003 aos 49 anos.
Lembro o básico daquela corrida. Assisti à largada de dentro da pista, atrás do guard-rail da curva 1. Senna empacou. Largaram de novo e ele pegou o carro-reserva, o que não podia. Acabou desclassificado depois de partir dos boxes e chegar à segunda colocação. Demoraram para decidir pela bandeira preta, o que para o público foi ótimo — pôde ver algumas voltas alucinantes do rapaz. Segundo o DataFolha (a gente encomendou uma pesquisa com a turma na arquibancada), 70% dos que estavam em Jacarepaguá torceram por Ayrton, contra 23% que queriam uma vitória de Piquet, estreando na Lotus, e 3% dos que esperavam um triunfo de Prost. Prost venceu.
A pesquisa levantou mais dados interessantes: 58% acharam que Senna merecia ganhar, apenas 29% consideraram justa a vitória do francês e 59% apostavam que, mesmo tendo sido desclassificado da corrida no Rio, Ayrton seria o campeão naquele ano. Ayrton foi o campeão naquele ano. O público nas arquibancadas, de acordo com o instituto, era formado por 82% de homens e 18% de mulheres; 31% das pessoas eram de São Paulo; 29%, do Rio.
Não tenho fotos da gente trabalhando. Lembro de um cromo (para quem não tem ideia do que estou falando, é isso aqui) em que aparecemos eu e o Mario andando na frente dos boxes, debaixo de um sol catastrófico. Ficou um tempão jogado numa gaveta, mas nunca mais vi. Pode ser que encontre.
Mas guardei minha credencial, como todas as outras. É alguma coisa.
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RIO, 1978
SÃO PAULO (façanha) – Emerson Fittipaldi conseguiu seu melhor resultado na Copersucar em 1978 no Rio. Fez 35 anos no dia 29 de janeiro e receio que tenha passado em branco aqui. Mas o José Everson de Abreu mandou a corrida inteirinha, narrada pelo Luciano do Valle — que abre a transmissão esculhambando uma emissora de rádio; não sei o que aconteceu, eu tinha 13 anos e morava em Campinas, nessa época. A prova está dividida em dois vídeos e o segundo está aqui.
E a zona que era a largada e o povo no meio da pista? Quem era o cabra que trepou no carro do Reutemann na volta da vitória? Rapaz, não sei como não morriam uns dez por corrida naqueles tempos… Nessa aí eu não fui. Mas certamente tem gente aqui que foi. Contem suas histórias, uai. Porque a festa pelo segundo lugar do carrinho amarelo foi espetacular.
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