Blog do Flavio Gomes
Indy, IRL, ChampCar...

BUEMBA, BUEMBA!!!

SÃO PAULO (tá doido?) – O mundo do automobilismo acordou com um susto hoje: Alonso na Indy! Como não é 1º de abril, foram todos checar e era verdade. O espanhol abriu mão de disputar o GP de Mônaco e vai correr as 500 Milhas de Indianápolis. Indianápolis!!!!! Faltam exclamações para expressar a surpresa. A […]

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SÃO PAULO (tá doido?) – O mundo do automobilismo acordou com um susto hoje: Alonso na Indy! Como não é 1º de abril, foram todos checar e era verdade. O espanhol abriu mão de disputar o GP de Mônaco e vai correr as 500 Milhas de Indianápolis. Indianápolis!!!!!

Faltam exclamações para expressar a surpresa. A McLaren fez uma parceria com a Andretti — que corre de Honda na Indy — e vai enfiar um carro laranja no grid do oval mais famoso do mundo. Ainda não se sabe quem será o coitado que vai pegar o carro da equipe na F-1. Button é o primeiro, e mais óbvio, nome que surge. Mas a notícia é, realmente, espetacular.

[bannergoogle]A McLaren já correu em Indianápolis, e ganhou três vezes — em 1972 com Mark Donohue, e em 1974 e 1976 com Johnny Rutherford. Michael Andretti, por sua vez, defendeu a equipe na F-1 em 1993. Conseguiu um pódio em Monza e desistiu da categoria antes do fim da temporada. Ele acha que a falta de experiência de Alonso nos ovais não será um problema. “É o melhor lugar para alguém estrear”, exagerou.

Não sei direito ainda o que pensar. Que o ano da McLaren na F-1 está perdido, é fato. E Alonso já percebeu. Então, faz sentido abrir mão de uma corrida em nome de algo que terá um apelo de mídia excepcional. As 500 Milhas deste ano serão vistas com outros olhos. Outros milhões de olhos. A presença de Alonso confere à corrida uma importância global que ela perdeu nos últimos anos.

No fim das contas, é chocante, mas é sensacional.

Sou cada vez mais fã de Fernandinho. Ele faz muito bem. Vai se divertir na vida. Dizem que seu negócio agora é fazer a Tríplice Coroa — vencer as três corridas mais importantes do mundo, a saber: Indianápolis, Mônaco e Le Mans. Faltam duas. Já que voltar a conquistar um título na F-1 parece meta cada vez mais distante, por que não?

[bannergoogle]Ganhar a Indy 500 não é fácil. Le Mans, menos ainda. A lista dos campeões mundiais que já venceram no Meio-Oeste americano tem um brasileiro, Emerson Fittipaldi. Os outros foram Mario Andretti, Jacques Villeneuve, Jim Clark e Graham Hill — este último, o único a faturar também uma vitória em Sarthe, conseguindo aquilo que Alonso parece almejar.

Só sei que graças a essa adorável maluquice, estaremos todos pendurados na TV no último domingo de maio. Vai ser demais. Alonso correrá com o número 29. Ele pode ganhar? Não é provável. Mas considerando que no ano passado o vencedor foi Alex Rossi, um zero à esquerda, a chance é de uma em 33 — a quantidade de carros no grid. Em Indianápolis acontecem coisas estranhas.

E uma coisa me chamou a atenção. Pelo que se sabe, a história toda começou no GP da Austrália, quando Zak Brown, o novo chefão da McLaren, que ocupa o lugar de Ron Dennis, especulou com Alonso sobre a possibilidade. Americano, ele sabe da importância e do peso da prova. Para sua surpresa, Fernando se interessou pelo assunto. Ficou de pensar. E, na China, sexta-feira, a coisa cresceu. Até que o asturiano deu o OK no dia seguinte. Aí foi um corre danado para organizar as coisas — e a Andretti e a Honda foram ágeis e muito eficientes no processo. Com tudo isso — gente da McLaren, do entorno de Alonso, da Indy, da Andretti e da Honda envolvidos –, algumas dezenas de pessoas, claramente, sabiam do que estaca acontecendo havia pelo menos três semanas. E não vazou uma palavra sequer.

Quem sabe o pavãozinho de Curitiba aprende como se faz.