SÃO PAULO (aí não entendem por que…) – Querem saber como foi a decisão da GT3 hoje em Interlagos? Pois preparem-se. A dupla Cacá Bueno/Cáudio Dahruj, de BMW, venceu a segunda prova da rodada dupla do fim de semana e ficaria com o título se… se a dupla que estava em segundo não tirasse escandalosamente o pé para que o carro que vinha em terceiro assumisse o posto para levar a taça. Detalhe: não eram carros da mesma equipe.
A dupla Claudio Ricci/Rafael Derani, de Ferrari, estava mais de 35s à frente de Cléber Faria/Duda Rosa, de Mercedes, a quatro voltas do fim. Praticamente parou o carro para entregar a posição. Assim, Faria e Rosa levaram o título por um ponto. Os times são “coirmãos”, têm parceria técnica e tal. A Ferrari 458 “perdeu” o segundo lugar a poucos metros da bandeirada.
“Parabéns ao Cléber e ao Duda, mas eu não gostaria de ganhar um título assim. Tenho nove títulos brasileiros e graças a Deus nenhum deles desta forma. Foi triste estar dentro do carro e ver isso acontecendo nas três voltas finais”, falou Cacá. Dahruj também demonstrou todo seu desânimo: “A única coisa que a gente sente é que se fosse um companheiro de equipe, a gente entenderia, mas sendo outra marca concorrente, é lamentável”. O chefe do BMW Team Brasil, Antonio Hermann, completou: “Ficamos muito tristes pelo o que aconteceu. Uma atitude que nunca vi no automobilismo, entre duas equipes diferentes, tanto na GT3 quanto na GT4. Isso é ruim para o espetáculo, é ruim para o campeonato”. Na GT4, houve algo semelhante com um Aston Martin que, de repente, de acordo com as informações da BMW, apareceu na posição que precisava para ser campeão.
Realmente, uma pouca vergonha.
ATUALIZANDO…
Não acompanhei o campeonato de perto e independentemente de qualquer coisa, continuo achando o que aconteceu uma vergonha, tanto na GT3 quanto na GT4. Mas há explicações para os fatos, e tudo converge para a equalização dos carros feita no meio da temporada, que teria favorecido os BMW. E o organizador da categoria, Hermann, é também dono da equipe que usa os carros bávaros. O Nei Tessari, em seu blog, explica tudo direitinho. E conclui que, desse jeito, é difícil a categoria ter sequência, com o quê concordo inteiramente.
De qualquer forma, se os pilotos e equipes rivais não concordavam com os critérios de equalização, deveriam ter se manifestado antes, e de outra forma. Não fazendo um acerto pré-corrida para derrotar o “inimigo comum”. Isso não é esporte, lamento. Nota zero para todos os envolvidos.
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