MONTE REAL (2)
SÃO PAULO (bom demais!) – George Russell desbancou todos os favoritos e larga na pole para o GP do Canadá, em Montreal. Em situação rara, ele e Max Verstappen fizeram exatamente o mesmo tempo na sessão que definiu o grid: 1min12s000. Como conseguiu sua volta antes, o piloto da Mercedes ficou com a posição de honra. É a segunda pole de sua carreira. A outra foi na Hungria em 2022. A última pole da Mercedes tinha sido a de Lewis Hamilton, também na Hungria, no ano passado.
Empate na pole aconteceu pela última vez — e única, desde a adoção das três casas decimais na cronometragem — no GP da Europa de 1997, entre Jacques Villeneuve, da Williams, e Michael Schumacher, da Ferrari. Eles lutavam pelo título naquela prova, a última da temporada, em Jerez: 1min21s072. E o terceiro no grid, Heinz-Harald Frentzen, companheiro de Villeneuve, fez o mesmo tempo!
Foi um sábado parecido, pois, o de hoje no circuito que leva o nome do pai de Jacques, Gilles Villeneuve. Com uma variável adicional: o tempo. Quando os boxes foram abertos para a classificação, a direção de prova informou que havia 80% de chances de chuva durante a sessão. Tinha chovido entre o terceiro treino livre e a definição do grid, mas o asfalto secou e foi possível sair com slicks – Hamilton fora o mais rápido na última sessão livre (veja nas caixinhas abaixo).
As primeiras voltas foram meio atabalhoadas, porque havia pressa para fazer tempo de qualquer jeito. Se chovesse e nenhuma voltinha fosse completada, a vaca iria para o brejo. Mas como não veio água, o pessoal foi se aprumando para acertar voltas mais decentes na medida em que o tempo ia passando. A meta era entrar na casa de 1min13s para passar ao Q2. Mais do que isso era degola certa.
O final do Q1 foi interessante, com Gasly e Ocon, da claudicante Alpine, subindo muito na tabela de repente — a pista tinha melhorado muito nos minutos derradeiros e os tempos caíam dramaticamente. Piastri, Pérez e Sainz, a 2min da quadriculada, estavam provisoriamente eliminados. Hamilton foi o primeiro a baixar de 1min13s: 1min12s851. Mas, aí, Verstappen enfiou quase 0s5 no inglês da Mercedes: 1min12s360. E Tsunoda foi para segundo. Hamilton fechou em terceiro, com Albon em quarto e Piastri em quinto. A Ferrari, discreta, terminou em oitavo e 11º com Sainz e Leclerc. Pérez, Bottas, Ocon, Hülkenberg e Zhou ficaram na degola. Mais uma vez, ridículo o desempenho de Pérez, que acabou de ter o contrato renovado com a Red Bull por mais dois anos. Patético. Absurdo. Desprezível. Grotesco. Estrambólico. Foi a segunda eliminação seguida no Q1 para Checo. Tenha dó.
A luz verde estava longe de ser acesa para o Q2 quando os pilotos começaram a formar uma fila na saída do pitlane para aproveitar a pista seca, diante da iminência de chuva. Daria tempo para algumas voltinhas antes que o asfalto ficasse molhado, se a chuva viesse como apontavam os radares.
Na primeira leva de voltas rápidas, Piastri virou 1min12s462 e passou a ser a referência para os demais. Os motores Mercedes mostravam força. Logo depois, Russell fechou uma volta em 1min12s323 e foi para a primeira posição. Faltando 5min para o fim, Verstappen corria risco, em décimo. Como no Q1, os momentos finais do Q2 foram emocionantes. Norris e Tsunoda superaram Russell. Max fez uma voltinha razoável e conseguiu sair da zona de degola. Hamilton baixou de 1min12s: 1min11s979. E Russell, na sequência, fez 1min11s742. Mercedes em primeiro e segundo! Em que ano estamos?
Então, a surpresa: os dois carros da Ferrari dançaram. Leclerc e Sainz ficaram em 11º e 12º e foram para o vestiário mais cedo junto com Sargeant, Magnussen e Gasly. Um vexame vermelho. Mais ainda depois da esplendorosa vitória de Charlinho em Mônaco, duas semanas atrás. Pelo rádio, o monegasco soltou o verbo. Mas não explicou muita coisa. “Não vou falar aqui!”, disse, sabendo que os rádios das equipes são todos monitorados. A roupa suja seria lavada em outra freguesia, a portas fechadas. O que aconteceu: os dois saíram com pneus novos nas primeiras voltas do Q2 e, sem tempos bons para avançar, tiveram de fazer uma segunda tentativa. Nesta, a Ferrari colocou nos carros de Sainz e Leclerc pneus usados no Q1 para economizar um jogo novo. Eles até melhoraram os tempos. Mas não o bastante. Leclerc não gostou nada da estratégia.
Entre os dez primeiros, sete carros usavam motores Mercedes: os dois da própria, com Russell e Hamilton, as duplas de McLaren e Aston Martin e um da Williams. Os outros três classificados eram empurrados por motores Honda made in Japan: Verstappen, da Red Bull, e o par da É Senha ou Aproxima?, Tsunoda e Ricciardo. Este comemorando os dez anos de sua primeira vitória, lá mesmo em Montreal, pela Red Bull.
Começa o Q3, e nada de chuva. As primeiras voltas completadas não foram lá muito brilhantes, acima de 1min12s. Os olhos estavam nos carros prateados, que ressurgiram das cinzas. Russell virou 1min12s000 na sua primeira volta e assumiu a ponta. Hamilton passou 0s280 atrás e ficou em segundo. Ambos usaram pneus macios já gastos e deixaram um jogo de novos para a segunda tentativa. Verstappen era o terceiro.
A segunda leva de voltas rápida viu a McLaren subir para segundo e terceiro, mas sem superar Russell. Hamilton fez uma volta ruim. Nenhum dos mercêdicos, apesar dos pneus novos, melhorou. Verstappen, então, abriu sua última tentativa. E empatou com George batendo o cronômetro em 1min12s000. Com tempos idênticos, pois, Russell e Verstappen dividem a primeira fila em Montreal. Norris, Piastri, Ricciardo, Alonso, Tsunoda, Stroll e Albon fecharam a turma do top-10.
Foi bacana, o sábado de Montreal. E nem precisou chover.
DE NOVO – No terceiro treino livre, Zhou causou nova bandeira vermelha, como ontem. Desta vez, rodou e bateu de leve entre as curvas 1 e 2. Zhou não deve estar na F-1 no ano que vem.
ELE SIM – Hamilton liderou uma sessão oficial pela primeira vez neste ano no terceiro treino livre, com uma bela volta em 1min12s549. Colocou 0s374 em Verstappen, o segundo colocado. Quem andou bem foi a Williams, que chegou a liderar a folha de tempos, vejam só, com Sargeant. No ano passado, em Montreal, Albon largou em nono e terminou em sétimo. Sua melhor corrida no ano, igualada depois em Monza. A Aston Martin também foi bem nos treinos livres tanto com Alonso quanto cpom Stroll, indicando um padrão: os motores Mercedes, nessa pista, ajudam.
ELE NÃO – A Mercedes mandou avisar: não quer Carlos Sainz. O investimento, ou aposta, será mesmo em Andrea “Kimi” Antonelli para o ano que vem. O espanhol vai acabar na Audi, como tenho dito há meses.
ELE OUTRA VEZ – Antes da classificação, a Vai Querer Sua Via? anunciou a manutenção de Yuki Tsunoda por mais uma temporada. O time exerceu a opção sobre o contrato do japonês. Tsunoda tem 24 anos e estreou em 2021. Faz parte das academias da Red Bull e da Honda. Tem vida longa na categoria. Em 2026, podem escrever, estará na Aston Martin. A segunda vaga da Parcela Em Até Seis ficará entre Daniel Ricciardo e Liam Lawson. A aposta deste blogueiro é o neozelandês, com a aposentadoria do sorridente australiano. Que foi muito criticado por Jacques Villeneuve em entrevistas neste fim de semana. “Ele tem de ir para casa”, falou o canadense, campeão mundial de 1997, com sua proverbial educação.
Villeneuve reclamando que Riccardo nada faz mais… Ora, o que ele fez depois de 1997 na F1, além de figuração?!?
O que ele fez? Levantou um título no segundo ano de carreira.
Pérez tem ao seu lado Claro e a Inter.MX. Isso ajuda muito!
Quantos campeões da F2 venceram corridas recentemente na F1?
O aparelho mais usado para decidir quem vai correr ou não é um tal de cronometro. E se a conta bancária for boa melhora muito as chances do candidato. E há sempre situações especiais , onde um carrega o piano (isto é, desenvolve o carro,o motor, rala no simulador) e outro dá o concerto (vence as corridas). E uns são tão bons de lábia que até descolam um cantinho para chamar de seu depois de afastados…(como um sorridente aussie).
Comparações entre voltas de Russell e Verstappen:
Não aposto um tostão furado na Mercedes. Os caras não tem ritmo de corrida. Mesmo largando na pole, acho que Russell precisará suar muito para terminar do podium.
O Pérez é o inverso de tudo que a empresa RedBull representa no esporte. Empresa para jovem, inovadora, empolgante, adrenalina, enérgica.
Pérez é um tiozão vivendo da ajuda que deu no último gp (fraudulento, por sinal) do ano do primeiro título do Max.
Ridículo a RedBull não colocar nem o terceiro piloto pra testar na 6a feira.
Já que é pra ficar no Q3, coloca um novato.
Marketing realmente é uma coisa poderosa mesmo, dependendo da estratégia. Fico me perguntando, em que uma bebida estimulante, uma espécie de Coca-Cola sem gosto e com mais de trinta anos de mercado, é inovadora, empolgante ou qualquer outra papagaiada dessas? E, vão me desculpar, mas o braço esportivo dessa empresa pra mim é uma grande lavanderia.
Red Bull é tão inovadora e empolgante quanto o Luciano Huck é preocupado com o povo que lhe dá audiência.
Pérez tomou 1 segundo para o colega de equipe numa volta de 72 seg.
Diferença de apenas 0,28 seg entre 1. e 7. na qualificação. Equipes diferentes nas 3. Posições dianteiras. Torcendo pra ritmos de corrida continuarem próximos!
E Perez, segunda vez consecutiva não passando do Q1. Helmut Marko não apita mais nada? Red Bull perdendo a fama de queimar piloto que não entrega.
Foram demitidos: Sargeant, Ricciardo, Stroll, Magnussen, Bottas e Zhou.Mas nesse momento, os dois cachorros do vizinho começaram a latir (de madrugada) e eu acordei! Foi apenas um sonho!
Ricciardo fazendo seu canto do cisne. Já deu. Pergunto : o que tem ele a ganhar ( fora o salário) na Racing Bulls? Herdar uma vaga do Max caso ele abandone o barco?
Esse ano começou parecendo que seria um repeteco de 2023, com mais um passeio de Max e da Red Bull, mas pelo visto o campeonato vai ser muito mais equilibrado do que imaginávamos. Pode até ser que o resultado final seja o mesmo, mas pelo visto o Max vai ter mais trabalho esse ano.
Vamos ver se o Russell amanhã não vai pipocar na hora de dividir a primeira curva com o holandês.
A corrida deve ser bôa, do primeiro ao decimo, o,8 seg.
de diferença .
Como há de se imaginar, a confusão nos bastidores da RBR começa a refletir no desempenho. A vantagem já era. As outras chegaram e estão até melhores. Vespa mais uma vez arrancando leite de pedra. Mercedes chegou. Mclaren chegou. Ferrari chegou. O titulo de construtores com um piloto só sera impossivel. Já o de pilotos vai ser apertado.
O projetista e desenvolvedor de tecnologia da RBR agora é garoto propaganda (e ocasional vendedor) de hyper cars (rs!)……
E o comentário de sempre: não só o Pérez, mas vários outros já “deram o que tinham que dar” na Formula 1, já passaram do seu auge e o declínio é nítido. Stroll, Magnussem, Bottas, Zhou, Ricciardo, Sargeant (que nem auge teve), e, apesar de algumas corridas boas, até Hülkenberg. Os dois últimos campeões de Formula 2 estão na fila, e vários outros que estão por vir também pedem passagem.
Incrível este medo de apostar nos caras novos. Muitos fazendo hora extra. Enquanto isso Pourchaire vai deixando uma boa impressão na Indy (já caiu nas graças de Zak Brown) e Drugo acho que vai ter mesmo que se contentar com os lentos Formula E.
Para coadjuvante qualquer um serve!
Se é para fazer diferença chama um Alonso ou um Hamilton. Para andar na segunda linha e chegar no pódio só com ajuda de um santo forte….
Haja o que houver nas corridas, sabemos que o Hulkenberg não chegará ao pódio.
Há muito já acho que Checo está fazendo hora extra na F1. Mesmo sentado em um carro de ponta, suas atuações mostram que é apenas um piloto de meio de pelotão. Tudo bem que não acompanha o Max, mas sua obrigação seria brigar pela primeira fila e podiums em todas as corridas e estar constantemente marcando pontos importantes para a Red Bull. Acho bem plausível pensar que o campeonato de construtores ainda esteja em aberto, apesar do papelão da Ferrari hoje. A Scuderia teria totais condições de estar na ponta do campeonato ao final da corrida amanhã, caso seus dois pilotos marcassem sólidos pontos. Mas a McLaren está lá, e tem chance dupla de marcar pontos importantes para pensar em beliscar a Ferrari.
Yuki na Aston em 2026, quem sai?
Stroll finalmente vai se dar conta que não é para o esporte? E vão fazer uma saída honrosa do tipo.: “É o cara ideal para capitanear nossos esforços no Wec” – quem sabe…
Excelente treino. O Hamilton bobeou no final, era pra largar, pelo menos, em terceiro. O Zhou, uma lástima. E o Perez…pffffffffff