nas asas

SÃO PAULO (lindos e maravilhosos) – O blogueiro-vemagueiro Alfredo Gehre me mandou semanas atrás uma coletânea de fotos de aviões de companhias aéreas brasileiras. Achei que seria justo dividi-las com vocês. Vocês sabem que adoro aviões e, mais ainda, a história e as histórias das bravas aéreas brasileiras, muitas das quais já se foram, no limbo do capitalismo selvagem.

Começamos a série com este Viscount da Vasp. Ano? Não sei. Local? Santos Dumont. E o grande barato será ler aqui as histórias e as lembranças da blogaiada que, um dia, num passado distante e querido, voou nessas máquinas esplêndidas, piscou para a aeromoça, cumprimentou o comandante, tomou um drinque vendo o mundo do alto.

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Marcelim
Marcelim
15 anos atrás

Crânio, para cair, o avião tem que voar, não se arrastar.

Quanto a Araçariguama, o prefeito desta cidade fez escola com o Cesar Maia: é o rei dos factoides.

O tal avião foi transformado em um cinema (?) para o povo da cidade pelo mesmo prefeito.

Virgo
Virgo
15 anos atrás

Mestre Joa,
Voei muito nos Electra, numa fase em que vivia indo ao Rio por motivos profissionais. Quando dava, marcava a volta para as 16-17 horas no verão, no lado direito da aeronave, porque a visão durante a decolagem era maravilhosa: O avião subia devagar, por isso guinava para a esquerda logo depois da decolagem no Santos Dumont (interessante é que ra sempre no sentido do Pão de Açúcar), contornava o Pão de Açúcar, virava para o sul sobre o mar e aí a visão maravilhosa da cidade idem: Marina da Glória, Leme, Copacabana, Leblon, Av. Niemeyer… a última coisa que se via era a Barra da Tijuca e o Recreio dos Bandeirantes antes dele varar as nuvens.
Hoje com os Boeing, não tem a menor graça.
Os que tiveram essa oportunidade sabem porque temos saudade. Muita saudade…
Abraço

Thiago
Thiago
15 anos atrás

Peraí…

Só pra colocar as coisas no lugar: O nome Electra II foi dado pela Lockheed, porque, o primeiro Electra ( o electrinha), era uma aeronave completamente diferente do Electra II. Era muito parecido com o Beech-bi (D-18S), e foi utilizado aqui no Brasil , entre outras, pela Panair. Era um aviao muito veloz, mas não foi páreo para o clássico da Beechcraft.

A segunda geração do Electra, o II, foi produzido pela Lockheed, e no Brasil, foi vendido para a REAL. Logo que a REAL o comprou, a aeronave começou a ter muitos problemas estruturais até com queda de outras aeronaves de outros operadores. Quando da absorção da Real pela VARIG, as encomendas de 12 aeronaves já tinham sido feitas, e a Lockheed não aceitava de maneira alguma a devolução dos mesmos. Restou à VARIG, através de sua engenharia e manutenção, redefinir um envelope (envelope é um diagrama do cruzamento de várias configurações e parâmetros de um avião) operacional adequado, e que se revelou perfeito. Os nossos Electras nunca tiveram sequer algum problema estrutural, e apenas um, pousou sem o trem dianteiro. Not bad! Apenas isso.

Mas o objeto do nosso post é o Viscount, Lorde inglês que voou aqui no Brasil até 1988,( é, até 20 anos atrás tínhamos 2 Viscount – FAB 2100 e FAB 2101) pelo GTE de Brasília. Um deles se encontra preservado no egrégio ( e esquecido ) MUSAL do RJ. Impulsionado por 4 turbinas Rolls-Royce Dart ( as mesmas dos Dart-Herald, dos Avros, e dos F-12/FH227), era uma aeronave muito avançada para a época, e aqui no Brasil tinha o não-tão-simpático apelido de ” cafona”

Senão me engano, acho que os aviões da FAB foram adquiridos em 1958 para o presidente JK, em substituição aos Lockheed Lodestar utilizados pelo presidente Getulio Vargas, que já se tornaram obsoletos à época.

joaquim
joaquim
15 anos atrás

Ferreirovitch,

Foram três acidentes fatais com a primeira versão do Electra. Um com o da American Airlines, outro com o da Braniff e o terceiro com o da Northwest. O motivo era a oscilação provocada pelos dois motores externos sobre a ponta das asas, o que concorreu para a quebra das mesmas em vôo, notadamente no procedimento de aproximação. Como o assunto é muito técnico e meio chato, deixemos por aqui…

Abs.

romão
romão
15 anos atrás

Flávio. Dê uma passadinha no museu da aviação da TAM em São Carlos-SP e mate um pouco a saudade destas belezinhas que cruzavam os céus do país há muito tempo. Vale a pena.

ferreirovitch
ferreirovitch
15 anos atrás

Crânio, um lembrete para você. O avião é o Lockheed Electra II. Porque Electra II? Simples, o Electra quando lançado tinha erros de projeto o que ocasionou vários e vários acidentes fatais.

Decio
Decio
15 anos atrás

Esse Viscount está hoje em exposição estatica em Aracariguama. Ele pode ser visto da estrada na Castelo Branco, pista sentido interior capital.

Cranio
Cranio
15 anos atrás

Aliás, o Electra foi um dos aviões que mesmo com a barulheira e tremedeira toda, nunca teve um acidente de vôo, nunca caiu…

Hoje esses super aviões vivem caindo por aí… tsc tsc tsc

Garden
Garden
15 anos atrás

Década de 50/60. Feito pela Vickers,
foi o avião do governo JK. Meu tio, Capitão Mello, da FAB, que só fazia doideiras nos NA T¨6 (esquadrilha da fumaça), fez alguns vôos para o então presidente no Viscount. Lindo estabilizador em V. Defeito: muito barulhento.

Marcelim
Marcelim
15 anos atrás

Nunca voei nem faço a menor questão de voar num troço desses.

Aos saudosistas, restam por aí os ATR e Fokker F-27 barulhentos e lentos fazendo vôos regionais.

reginaldo nat rock
reginaldo nat rock
15 anos atrás

Eita Joa.,
Jacareacanga onde os mucuins te empurravam de volta pra dentro do avião… rsss,
Fazer rapel de helicóptero da Fab .
Podemos dizer pra qualquer um que nos divertimos a larga.
Abração .

Mario H Sanctos
Mario H Sanctos
15 anos atrás

Belo Viscount….Os aviões,carros e
motos antigos tinham personalidade
Hoje são todos cara de um,focinho de outro. Quanto ao Hirondelle,
FH-227 Versão Americana do
Fokker F-27, só operou na Paraense
e depois na Ponte Aérea nas cores
da Varig. O avião parecido com êle
que operou na Sadia(Transbrasil)
foi o Dart Herald…..

Fernando Carmona
Fernando Carmona
15 anos atrás

Flávio, adoro ver aviões! Mas tenho pavor de voar, toda vez que voô fico passando mal!
Bundão!
Abraços!

Romeu
Romeu
15 anos atrás

Os Viscounts e Electras acredito que foram os aviões que mais voaram na Ponte Aerea.
E eram muito seguros (se não me engano, nunca houve um acidente sequer com Electra na Ponte Aerea) e confortaveis (a época tambem era outra).
Os aviões da Sadia (depois Transbrasil) que tinham as asas sobrepostas eram os Dart Herald.
O Samurai era o YS-11.
A primeira vez que subi em um “passaro voador” foi um Constelation (o super H) da Real Aerovias.
Era um quadrimotor de respeito.

marcello baviera
marcello baviera
15 anos atrás

Minha única experiência com aviões foi inusitada:Há muitos anos vendi uma toyota bandeirantes para um coronel da aeronautica e ele me pediu para levá-la até a base aérea,estacionei ao lado de um hercules C130 e assisti a entrada da mesma no gigantesco cargueiro rumo á canoas-RS!

Roberto Fróes
Roberto Fróes
15 anos atrás

Minha iniciação foi no Avro C-91 da FAB, Rio-Recife, ida e volta, escalas em Vitória e Salvador; Primeiro jato, um Boeing 727 também Rio-Recife; Primeiro manche, um Douglas DC-3 passeando pelo interior do Nordeste, perdi a conte de tantos pousos e decolagens; Melhor vôo, asa delta, Pedra Bonita-São Conrado, Rio de Janeiro, RJ. E terminando: não ter voado de graça no Concorde, nos vôos de demonstração realizados no Rio de Janeiro em 1974. Minha então noiva, hoje ex-mulher, era a secretária de Monsieur Henri Cheron, Presidente da Empresa que trouxe o pássaro para nossos ares. Foi quem organizou as listas de convicados para os vôos. Sobrou lugar. Ela não teve coragem de pedir. No dia de nosso casamento – após os vôos – comentei com o francês, que disse não ter oferecido por achar que ela tinha medo de avião, o que era verdade. Talvez isso tenha sido o início do fim de algo que não havia ainda nem começado…
Ainda falta voar de balão, planador, foguete…

LeCunha
LeCunha
15 anos atrás

Essa foto aí é de outubro de 1973. O Vickers 827 Viscount da Vasp foi depois para a Pluna.

Ricardo
Ricardo
15 anos atrás

Caro Marcos,

Não entendi tanto riso com relação ao saudosismo das pessoas. Como se o amigo não fosse envelhecer e diante da loucura de um mundo moderno não vá sentir saudade de coisas do passado, que trazem boas lembranças. Se o caro amigo não as tem por considerá-las velhas, barulhentas, poluidoras e outros quetais nao entendeu a palavra saudade. Transcrevendo as plavras de Eduardo Lourenço ” A saudade prova ser parte natural do apetite da união de todas as coisas amáveis e semelhantes; ou ser aquilo falta, que da divisão dessas tais coisas procede. Compete por esta aos racionais, pela mais nobre porção que há em nós; e é legitimo ARGUMENTO DA IMORTALIDADE DO NOSSO ESPÍRITO , por aquela muda ilação, que sempre nos está fazendo interiormente, de que fora de nós há outra coisa melhor que nós mesmos, com o que nos desejamos unir; um desejo vivo uma reminiscencia forçosa, com que apetecemos espiritualmente o que nao havemos visto jamais, nem ainda ouvido, e temporalmente, o que está de nós remoto e incerto”. Meu caro Marcos estamos em um tempo em que homens, movidos por ideologias mediocres e ferozes se habituaram a ter vergonha de tudo. Vergonha de si mesmos, vergonha de ser felizes, de amar e de criar . E preciso, pois, se sentir culpado. Ei-nos arrastados ao confessionário laico, o pior de todos.

Abraços

Ricardo

Claudio Ceregatti
Claudio Ceregatti
15 anos atrás

De Viscount, nunca.
Mas de Electra… Gastei a ponte aérea, acho que voei em todos os aviões. PP-VLA, VLB, VLC e companhia. Os vôos mais deliciosos da minha vida.

joaquim
joaquim
15 anos atrás

Reginaldo e César Costa, meus caros.

Pois é, só mesmo o FG e suas revisitas históricas pra fazer eu sair de meu retiro voluntário cotiano.

Mas nessa vocês foram fundo: TABA é de matar, uma das primeiras empresas regionais (as outras eram Nordeste, Rio-Sul e Votec, creio eu…), operando primeiramente os Bandeirantes EMB110.
Lembro-me de uma viagem cheia de incidentes com um velhíssimo Beechcraft D18S (creio que anterior à 2a. Guerra…), quando instalamos todo o sistema de apoio rádio na região amazônica para a companhia. Foram 28 dias de pura aventura e adrenalina com o velho e bom avião, voando por cima do “Inferno Verde” e debaixo de chuvas torrenciais…
Também boas lembranças do primeiro vôo do raro BAE 146 por aqui…
E segue a “movida madrileña”

Abs. fraternos

marcos
marcos
15 anos atrás

Gomes e seu saudosismo, rrsrssrsrssr, esse deve sonhar em viver num museu……
Essas “esplêndidas” máquinas eram beberronas, barulhentas, poluidoras, lentas, mas como são velhas (ha, desculpe, “antigas” é o nome certo) caem nas graças dos saudosistas, é aquilo, quem morre sempre vira santo, rsrsssrs
Mas falando sério, ainda bem que existem pessoas assim, são voces que nos mostram o passado e quem não tem memória vive repetindo os mesmos erros.
abcs

reginaldo nat rock
reginaldo nat rock
15 anos atrás

Joaquim, querido amigo, quem sou eu para contestar.
Eu confirmo suas palavras e afirmo que, quem operava o Hirondelle (F-227) na ponte aérea era a TransBrasil, à época Sadia Transportaes Aereos.
A Cruzeiro do Sul operava o Samurai (YS-11).
A Taba tb usou bastante no Amazonas e certa feita, descemos em Manaus ali ó ! com os 2 motores embandeirados; eita piloto bão que só!. (tenho o ticket guardado até hoje)
Cesar: eu prefiro os pequenos, porque voam mais baixo e vc pode olhar pra fora e enxergar alguma coisa.., além de ‘sentir’ toda a buraqueira da estrada… Divertido pacas.
Nos grandões, só dá mesmo para comer aquele lanche ?? e fazer mais nada.
Nesse caso, sigo a risca o conselho da Marta já que não há o que fazer.
Adoro voar em qualquer coisa.

jose carlos
jose carlos
15 anos atrás

1974 eu tinha 17 anos e fui em um aviao dc3 da forca aerea do rio campos dos afonsos com escala em jfora,bh,mclaros,brasilia,cuiaba,alta floresta,portovelho,e finalmente em rio branco
a viagem comecou no rio em campos dos afonsos as 7 am e terminou as 4 am do outro dia
o pior trecho foi de jfora a bh por cima de barbacena pois as turbulencias da serra da mantiqueira fez o dc3 sacudir mais que azeitona na boca de banguela,dai pra frente foi voo de brigadeiro
agora o mais aventureiro foi a volta de hercules c 130 misto de cargueiro saindo de rio branco a cuiaba em 4 hrs de voo e dai a brasilia e finalmente rio
isto foi meu batismo aereo,ja voei em quase tudo mas o mais interessante foi um aviao de 4 turbina chamado de jumbolino de zurich a genova sobre as tempestades abaixo nos alpes
prefiro aqui em baixo mas se achar um paulistinha eu nao tiro a mao de tentar possui lo
jc sete lagoas

Cesar Costa
Cesar Costa
15 anos atrás

Joaquim:
Também gostava dos Electras e por mais que expliquem que os Boings atuais são mais econômicos não consigo me acostumar com aquela subida de Apolo 11 deles. Os Electras subiam suaves aqui no Santos Dumont e davam uma cambada pra esquerda. Contornavam o Pão de Açúcar e iam embora pra São Paulo. Estes de agora sobem feitos uns foquetes e saem por cima do Pão de Açúcar. Dizem que os Electras aqui da Ponte Aérea ainda operam em linhas regionais americanas. É verdade?

Rogério Magalhães
Rogério Magalhães
15 anos atrás

Avião não é comigo não… corro disso!

frank bittencourt
frank bittencourt
15 anos atrás

ola a todos ,a historia deste belo aviao já terminou, ele foi desmontado em 1992 pelo ultimo operador em TUCSON ARIZONA, este aviao foi comprado novo pela VASP em 1958 e voou na VASP até 1975, passando entao para a PLUNA e depois para um particular, voltou a ativa ate ser desmontado voando nos USA,
Hoje existem 3 modelos ainda trabalhando na AFRICA.

joaquim
joaquim
15 anos atrás

Hum….
O velho e bom Vickers-Viscount inglês, o primeiro avião turbo-hélice do mundo e também o primeiro a voar por aqui com este tipo de propulsor. Foi o rei das nossas linhas domésticas de 1957 até 62, quando pintaram no pedaço os inesquecíveis Lockheed Martin Electra. Estiveram em ação até 1975 na Ponte Aérea na versão 800, os Vaicões.

Reginaldo,
Hirondelle era a denominação dos Fairchild Hiller F-227 (asa alta) que voaram na Paraense Transportes Aéreos de 66 a 1970. Receberam este nome operando pela companhia Paraense (antigamente algumas companhias tinham o hábito de batizar seus aviões…) e foi criado pela Mendes Publicidade de Belém do Pará. Acredite se quiser…
Depois o nome Hirondelle popularizou-se no Brasil para designar os FH227. Honestamente, não me recordo da Vasp operando Hirondelles mas é bem possível.

Grande abraço,

Cesar Costa
Cesar Costa
15 anos atrás

Reginaldo:
Sei lá! Me disseram que era um Samurai. Viajo por obrigação. Não dou vexame, mas viajo preocupado. O que mais me incomoda é minha ignorância. O piloto tá lá na cabine com a aeromoça, o morro chegando e eu aqui atrás sem saber de nada. Por isso também gosto dos pequenos. Pelo menos você vê o que o piloto está fazendo…

Ricardo
Ricardo
15 anos atrás

Gomes,

Voei várias vezes no seguro, confiável e confortavel Electra. Era uma delicia de voo com tempo para observar a linda paisagem do Rio e da costa brasileira.

Felipe Passos
Felipe Passos
15 anos atrás

Flávio, já que você gosta de aviões este site é muito bom: http://www.airlines.net

Tem este link para busca por empresas aéreas: http://www.airliners.net/search/indexsearch.main?distinct=airline&submit=Search

Dá para fazer buscas por aviões, localidades, ano, etc.

Abraços e divirta-se

reginaldo nat rock
reginaldo nat rock
15 anos atrás

Cesar: vc voou de Hirondelle.
Não doeu né?
A primeira nunca se esquece.
A minha foi num DC-2 , ô bicho brabo, sacolejava mais que touro saindo do breit.
Ao invés de ficar com medo, A D O R E I … e de lá pra cá, só não voei no Concorde.
Mas os pequininhos, são os melhores. a gente não entra dentro. Veste o bichinho. Um te.são.
O bichão aí da foto, junto com o Electra era o dono da ponte aérea.

Cesar Costa
Cesar Costa
15 anos atrás

Minha primeira viagem foi num Samurai ou Hirondele da Vasp (um que tinha as asas em cima), na Ponte Aérea em direção ao Rio. Autorização do pai, da mãe, firma reconhecida e precisei ainda que um delegado me autorizasse a embarcar (a sorte é que um primo maior de idade foi me levar a Congonhas, senão teria que voltar de Morubixaba). Domingo de sol, dia claro, ideal para um iniciante. O negócio começou meio mal quando fui entregar o cartão de embarque na porta da aeronave. Portinha pequena e dei uma testada na dita cuja. Abaixei, peguei o cartão e tum! Dei uma cucurucada na mesma porta. Avião quase vazio, aeromoça simpática, mas uma baranga, Sentei e recebi pilhas de jornais (JB, Globo, Estadão e Folha) dominicais pra ler, além de lanchinho suco etc. Levanta vôo e eu, que pra variar voltava de Interlagos, já me senti trocando marchas na decolagem. Viagem tranquila e na janelinha do outro lado um cidadão de terno e gravata lendo jornais, com toda cara de quem já era experiente em vôos. De repente o bicho parece desligar os motores e me lembra um ônibus sem freios descendo ladeira abaixo. Olho para o cidadão de terno buscando um olhar de tranquilidade, mas o cara está com os olhos mais arregalados que os meus. Olho na janela e nada conhecido. Achei que seria minha primeira e última viagem, logo agora aos 14 anos. Perdi a virgindade há tão pouco tempo… Do nada aparece a Ponte Rio-Niterói. Olho pro cara de terno e dividimos o mesmo olhar de alívio. O bicho vai baixando, vai baixando, as pás do hélice já estão mexendo nas águas da baia de Guanabara e nada de pista. Pensei comigo: “mas logo agora no finalzinho… ” Apareceu a dita cuja. Tumpa! As rodas batem com força (haviam me dito que essa seria a melhor de pousar), freia, taxia e finalmente para. Levanto, com ar de quem estava acostumadíssimo com viagens aéreas e o cidadão de terno me confidencia com um inconfundível sotaque mineiro: “foi minha primeira viagem de avião”! E eu com ar de experiente “é o mais seguro, né?”. Peguei um taxi Zé do Caixão e fui pra casa pensando que a melhor hora de um vôo é quando aquele monte de ferro está taxiando, após o pouso.

MAHILL
MAHILL
15 anos atrás

Puxa como são bacanas. Obrigado Gomes por repartir conosco. Valeu

Eric
Eric
15 anos atrás

Esse aí não me lembro não.
O primeiro avião que voei foi um Electra,eu acho.
Ponte aérea Rio-SP.