Parla, Comendatore

SÃO PAULO (preparem-se) – Signore Ceregatti, não se sinta constrangido. Faça deste blog sua tribuna. Vá em frente, conte em vários takes que diabos V.Sa. perpetrou no solo sagrado de Interlagos no meio daquele monte de braços-duros com carros de rua, a bordo de um Celta que suponho ter visto umas quatro ou cinco vezes, com longos, longuíssimo intervalos entre cada passagem.

Mas não exagere, senão serei obrigado a descrever o perfil de seus adversários.

Solte o verbo.

Ah, e tem fotos do evento feitas pelo Rodrigo Ruiz nesta galeria.

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tatau
tatau
17 anos atrás

Eu também estava lá, Fusca #16, lendo os textos revivi cada metro daquela fantástica pista. Parabéns pelos textos Ceregatti

lucpeq
lucpeq
17 anos atrás

Bravo Cerega tive o prazer de estar presente e viver todas as suas emoções no final de semana que foi expetacular. Ps. Me abandonou mesmo, a sorte é que eu estava muito bem acompanhado do meu filho e da ex-futura-esposa. Abs

Petrus Portilho
Petrus Portilho
17 anos atrás

Ê Claudião, belas palavras, e o melhor de tudo foi ter feito parte dessa historia que vai ficar registrada aqui no Bligg, espero que o Flavio tenha backup de tudo!
Bravo amigo, bravo !!!

pauloaidar
pauloaidar
17 anos atrás

Brilhante…maravilhoso…compreensível em cada palavra…..Parabéns !!!!

Rick Lucas
Rick Lucas
17 anos atrás

Bravíssimo, Comendatore!!!

E seu caneco quase virou caneca de cerveja… Salvo pelo gongo…

André Buriti
André Buriti
17 anos atrás

Parabéns pelo relato Cláudio, um belo texto, emoção pura.
Obrigado por dividir esse pedaço da sua vida com a gente.

Askjao
Askjao
17 anos atrás

éeee Sr. Cláudio… emoção pura… nada além de emoção pura… grande abraço!

Bonilha
Bonilha
17 anos atrás

Emocionante. De encher os olhos.
Parabéns Cláudio Comendattore!

Henri Toivonen
Henri Toivonen
17 anos atrás

Uma verdadeira epopéia, como aquelas que nós – que temos gasolinas nas veias – vivemos a cada momento que demos a partida, quem tem esse vírus da velocidade conhece, reconhece no outro o motivo de tanto júbilo e satisfação. Ontem, ao testar – irresponsavelmente um pouco – um carro em meu “circuito particular”, conseguindo fazer tomadas impossíveis até pouco tempo, controlando os movimentos pendulares da traseira, me senti o próprio Jim Clark, só que viveu, quem estudou, se informou…conhece esse sentimento que nos coloca em torpor de satisfação por dias….Parabêns pelo relato, grande presente a todos nós!

Claudio Ceregatti
Claudio Ceregatti
17 anos atrás

Rápida 39: Meu Podium Solitário.

Quase tres da tarde. Desço, atrás do meu carro e do troféu.
Encontro o Caio Borges, que abandonei enquanto aprontava as minhas travessuras.
Me aponta o carro – lá longe, estacionado logo acima das arquibancadas.
E o troféu, cadê?
Quando vai contar mais uma mentira, aparece o LucPeq “Sinistro” com o caneco embaixo do braço.
Outro Mat Boy que abandonei, metido nessa aventura em busca de mim mesmo.
Tá frio, muito frio no pé da escada da Tribuna.
Não fumei meu charuto, ainda.
Chegou a hora. A hora solitária do cara que pensa há 50 anos que é piloto. Do cara que se encontrou de novo. Do cara apaixonado. Um obcecado, mais um sem-noção.
Obcessão não se explica. Se tem, e pronto.
Ambos riem. Mal ouço. Acaba de cair a minha ficha.
Dizem que terei de ir buscar o carro lá longe, debaixo do frio e da chuva fina…
Continuam rindo. Meus olhos se enchem de lágrimas, começo a perder o controle…
Digo que me fizeram um grande favor… Estacionaram o carro logo acima de onde assisti minha primeira corrida de Formula 1, em 1972. Bem na frente de onde o Emerson Fittipaldi rodou, com a suspensão traseira quebrada quando liderava…
Começo a chorar. Pego o troféu. Peço que não me liguem no celular, preciso ficar sozinho por um tempo, por favor compreendam…

No meio da tarde fria em Interlagos, me afasto deles sem olhar para trás, troféu embaixo do braço. Vou em direção ao meu carro, parado lá longe…
As imagens do filme Grand Prix de John Frankenheimer vem à minha cabeça, de novo.
A cena final, agora.
Pete Aron – James Garner, campeão em Monza, está no meio da reta de chegada, no dia seguinte à morte trágica do piloto da Ferrari, Jean Pierre Sarti – Yves Montand.
Venta muito em Monza.
Pete Aron ouve os motores na pista deserta. Os papéis voam nas arquibancadas. Ele acende um cigarro. A camera se afasta, plano geral alto e toca aquela música inesquecível que embalou meus sonhos, por muitas e muitas noites.
Sou eu, ali.
Não é Monza, é Interlagos.
Não é o filme de quarenta anos atrás.
Sou eu, ali.
Reproduzindo sem querer o que sonhei por toda uma vida.
Acendo o charuto, cobrindo o vento com as mãos.
Pete Aron acende o cigarro.
Caminho em direção ao meu carro, ao vento.
Pete Aron caminha em direção à linha de chegada, ao vento.
A música toca. Na minha cabeça tambem.
Eu choro, ele não.
Vou exatamente no ponto onde assisti a Formula 1, 1972.
Não é a Lotus Negra que vejo. Não é a BRM que passa. Não é March alugada do Luis Pereira Bueno, sexto lugar na estréia.
São Porsches, a Ferrari, outros carros, urrando alto. Ali, naquele lugar que chamo de Templo Sagrado. No asfalto que acabei de re-estrear.
As arquibancadas estão vazias. Os papéis não voam, molhados pela chuva fina.
Sento e olho para a pista, o mesmo angule de 34 anos atrás.
Não vejo nada.
Meus olhos estão marejados, as lágrimas caem, misturadas com a chuva.
Não pode ser verdade. Não posso ser eu.
Vejo o piloto da Maserati errar novamente no Laranjinha… Se fosse o velho circuito…
Lembro de Emerson, Villeneuve, Stewart, Regazzoni, Peterson, Ayrton, Cevert, Brabham, Piquet, Jarrier, Pace, Bird, Lameirão, Sharp, Di Loreto, Guaraná, Barrichello, Tide, Ciro…
Lembro de Ciro Cayres, meu mestre.
Lembro de mim.
Estou no lugar que sempre sonhei.
Estou no Podium.

Claudio Ceregatti
Claudio Ceregatti
17 anos atrás

Rápida 38: De volta pro povo.

Chego na Tribuna e entro.
Imaginem a festa…
Fico rouco nos primeiros minutos, tentando superar o volume altíssimo da Ferrari, que passa a cada minuto e meio, minuto e quarenta…
Fotos, festa, Brandão, Alan, Cezar e seus amigos, Euler, Ronco de Motor, Vinho e Wisky do Veloz, Marcelo da Fiat 147, sua irmã – linda, sua mãe – talvez, Caio Borges, Nardão, Ziza, Mais ronco, mais foto, Petrus, Bianchini, bagunça, café, LucPeq Sinistro, latas e latas de cerveja, Spagnolo, Foresti, seu filho, mais fotos, muito mais ronco, Thomas Moraes, Nelson “Pai Desnaturado” Portilho, Doug, Veloz HP, crianças, montes delas, mais fotos, voluntários, bicões, Marcelo Pavan, seu menino, pessoal da Metale, turma da GM, amigos novos, amigos velhos, mais crianças, Bonilha, Marcello Borg, uma montanha de gente que esqueço o nome aqui e vão me matar, a turma da segurança, as meninas da faxina, os bombeiros que convidamos… Só o Joaquim, o Flavio Gomes e o Salomão não estão conosco, que pena…
Lá em cima, na cobertura, somem com o troféu.
Já estão aprontando comigo…
O Caio pede a chave do Celta #41.
O carro some tambem.
Fico a pé e sem troféu, que maldade com o velhinho…

Claudio Ceregatti
Claudio Ceregatti
17 anos atrás

Rápida 37: De caneco debaixo do braço, na chuva e no box.

Desço. O povo olha, o troféu é grande. Não maior do que a minha alegria, ainda contida.
Logo depois de descer, o Nika (ou Mika, nunca sei) o chefe da Segurança da Federação me vê e grita.
Longo abraço, ele está tão feliz como eu…
Incrível… Fui barrado tantas vezes… Agora sou convidado, auxilio o Marcello Borg e o Cupertino, conheço todo o pessoal, que agora convidamos sempre para as nossas muvucas e não podem ir, pois estão sempre trabalhando…
Na sequencia, a figuraça do Spagnolo – aquele da Karmann-Ghia Roxo Berinjela cara-crachá, cara-crachá, cara-crachá me vê e sorri. Assim como eu, tambem não acredita no acontecido…
DE caneco embaixo do braço, vou finalmente tomar aquele expresso no bar do box.
No caixa, a Ana Emília, a dona.
Ponho o troféu em cima da geladeira dos sorvetes, à direita.
Pergunto: Vale dois expressos?
Vale. Ela diz que vale. Mas o Spagnolo pagou…
Agora fumo o meu charuto…

Claudio Ceregatti
Claudio Ceregatti
17 anos atrás

Rápida 36: O caneco

Chega o Marcelo, sua irmã e parentes com meu carro, o Celta 41 – agora um carro campeão, quem diria…
Ainda chove, está quase na hora da largada dos 500 Km.
Desço com o carro até os Boxes. Peço ao Gomes da Segurança para estacionar perto da porta, é rápido, volto logo…
Caminho até a Torre de Controle debaixo de uma chuva fina, até o segundo andar, não é lá, errei o caminho de novo.
Os troféus ficam guardados numa sala ao lado do Podium, não chego em boa hora.
Todos lá em cima estão agitados, arrumando lugares para ver a largada daqueles carros maravilhosos. Olho para a nossa Tribuna de Honra, todas as janelas abertas, todos lá aguardando aquels milhares de cavalos urrarem em uníssono pela linha de largada.
Ferrari, Porsche, Mitsubishi, Protótipos, Omegas, um Fusca heróico, Maserati, BMW, um grid variado e maravilhoso.
Procuro o responsável. Me identifico. Digo que sou o cara que faltou no podium, explico que estava ocupado na Tribuna, etc, etc…
Ele pergunta se é o meu filho que correu.
Digo que não, que fui eu mesmo. Os cabelos brancos são originais de fábrica…
Há outras pessoas na sala. O chão está cheio de troféus e o meu, perdido por ali, em algum lugar.
Ele acha, o acessor do Automóvel Clube Paulista vem falar comigo, sobre um cadastro de pilotos, algo assim.
Explico que não sou piloto, que não tenho carteirinha, que só vim experimentar e me divertir.
Ele diz que não acredita, simpático. Insisto.
O grid começa a dar sinal de vida, motores são ligados, mecanicos se afastam para a volta de apresentação.
Alguem comenta que pilotei o Celta, aquele de número 41.
Pensei comigo: Xiiiii, acho que vão me desclassificar, será que abusei da paciencia dos fiscais? Será que o diretor de prova vai querer me enquadrar? Será que…
Nada disso. Me cumprimentam, efusivamente. Dois camaradas mais jovens com blusões da CBA dizem que viram aquela atravessada que dei na entrada do S… Mal imaginam a besteira que fiz, quase jogo a corrida fora lá…Me cumprimentar por uma grande asneira…
Fico quieto e aceito os cumprimentos, feliz e meio constrangido. Mas só meio…Estava com o ego acima das nuvens, quase na estratosfera…
Tiram fotos para o Clube organizador.
Quando vou saindo, pedem que assine o termo de retirada do troféu.
Só aí percebo: Terceiro Lugar?
Tinham dito Quarto Lugar pelos falantes…
Foi engano.
Por uns poucos décimos de segundo fiquei em terceiro.
O carro menos potente do podium.
Dos seis primeiros, um dos dois que tinha escolhido virar em 2min45seg…
Os demais optaram por 3min00seg e 3min15seg…
Não decolei dali mesmo, levitando ao vento frio porque largaram…
Dio Mio, o que é que eu tinha aprontado?

Bianchini
Bianchini
17 anos atrás

Ceregatti, sua narrativa, além de muito bem escrita, está ficando de emocionar… meus mais sinceros parabéns!!!!! Leio o texto e lembro-me de seu sorriso de criança no Natal na Tribuna de Honra!

Claudio Ceregatti
Claudio Ceregatti
17 anos atrás

Rápida 35: Os troféus pertencem às mães.

Continuamos a conversa, eu e a Ziza.
Ela está feliz, eu não caibo em mim.
Comento com ela que depois vou buscar o caneco, meu primeiro depois de 25 anos.
Digo tambem que minha mão jamais veio a Interlagos, e que só não veio desta vez porque meu pai não estava bem.
Convidei-os no dia anterior. Minha esposa Vera e minhas filhas não poderiam vir tambem, todo mundo tinha compromisso.
A Carolina e a Camila vieram na etapa do Campeonato Paulista anterior, com seus amigos.
Minha mãe e meu pai, nunca.
É complicado o nosso dia de trabalho, é impossível dar atenção devida a todos.
Chegamos sempre muito cedo e saímos muito tarde. Naquele frio, e como sabiam que trabalharia até muito tarde, não vieram. Apenas o Alan veio comigo, meu ex-genro.
Digo então à Ziza, nossa parceira nessa empreitada da Superclassic com Portal da Ajuda e o Autódromo de Interlagos, que já sei quem vai receber meu primeiro caneco de presente: Minha mãe, Antonia.
Na hora, ela se emociona.
E me emociona ainda muito mais, contando um pequeno caso que demonstra o significado daquele meu gesto…
Me diz, emocionada, que quando o Gil foi Campeão na Indy e ganhou as 500 milhas de Indianápolis, no final daquele ano houve uma cerimonia de gala para 1.500 pessoas, entre patrocinadores, pilotos, equipes, todo o pessoal do automobilismo profissional norte-americano.
O Gil seria o último a discursar, a estrela da noite de gala.
No final da cerimonia, subiu ao podium para o discurso final e devidas homenagens.
Suas primeiras palavras foram de agradecimento a aquela mulher que estava agora ao meu lado, naquele frio de Interlagos.
Disse que ela havia cuidado dele sempre, que tinha negociado com patrocinadores, e que ela era a melhor amaciadora de karts que ele conhecia…
Afirmou que sem ela jamais estaria ali.
Finalmente, ao final do seu discurso, ofereceu a Ziza o troféu de Campeão Mundial de Formula Indy e todos os premios que recebeu…
Ela chorou, eu desabei.
Para ela era seu filho, o menino que com todos os percalços e dificuldades tornou-se um vencedor. O pai dos seus netos, que visitará em breve.
Para mim, era o Gil de Ferran.
A fera, o campeão, o cara que vi detonar os recordes de kart, que acompanhei a carreira com admiração, que fez o nome da Honda América e seus motores brilharem como fez Ayrton Senna da Silva na Formula 1.
E que coroando sua carreira excepcional, é hoje Diretor Técnico da Honda F1, e trouxe para sua equipe Rubens Barrichello – seu velho amigo de infancia e adolescencia.
A comparação aqui não é sobre esse velho sonhador e o profissional bem sucedido. O cara que eu sempre quis ser. Longe disso.
Falo das mães.
Da Ziza e da Antonia.
Ambas estão guardadas em meu coração.

Claudio Ceregatti
Claudio Ceregatti
17 anos atrás

Rápida 34: Meu primeiro Podium, que não fui.

Nem tinha a programação do dia impressa. A gente fica tão ocupado, é tão acionado, vem tanta gente, as perguntas e demandas são tantas que não conseguimos nem comer, às vezes nem assistir as corridas do dia.
Mesmo com todo o trabalho dos Mat Boys, ainda assim toda hora alguém nos procura.
Num breve momento de paz, a Ziza vem me perguntar alguma coisa, nem lembro o que era.
Estava um frio danado lá fora, chovia fraco e ventava muito. Ela estava gelada.
Resolvi descer e ficar com ela no pé da escada de entrada da Tribuna.
Era um dos raros períodos de silencio, sem carros acelerando pela pista.
Conversávamos calmamente já há meia hora, quando ouvimos pelo sistema de alto-falantes a chamada do pessoal para o Podium da Prova de Regularidade.
Chamam nomes que nem ouvimos direito, entretidos que estávamos na conversa.
De repente, ouço bem alto chamarem por Antonio Ceregatti.
A Ziza olha pra mim, surpresa. O pessoal começa a aparecer na escada, me chama e avisam que sou eu. Alucinados, começam a gritar.
Chamam novamente o tal Antonio. Na hora, tive certeza que era a mimque chamavam, e que para variar erraram meu nome…
Não há nenhum Antonio Ceregatti na parada, tenho certeza. Chamam pelo tal Antonio.
A turma toda pede que eu vá até lá, correndo.
Impossível, é longe, tenho de dar a volta por baixo do túnel, entrar nos boxes, subir na torre e ir pro Podium. Não vai dar tempo, não tem jeito.
Os outros que foram chamados já estão em seus postos, dá para ver bem de onde estamos.
Começa a gritaria da nossa turma, acenando e gritando das janelas para o pessoal no pé do Podium.
Avisam para a turma do lado de lá, apontam, gesticulam, se agitam.
O Rodrigo Ruiz, soubemos depois, me espera para as fotos ali, feliz da vida e não apareço. Pelo menos ele conseguiu avisar alguém que era Cláudio, e não Antonio.
Corrigem o erro, chamam o nome certo, mas não apareço.
Se tivesse prestado atenção na programação e não estivesse tão ocupado, teria ficado por lá, pelo menos para ver os tempos, saber a classificação, essas coisas. Mas não tava nem aí… Fiquei tão feliz em mandar o pé e passar quem apareceu pela minha frente, me diverti tanto que estava satisfeito.
Melhor, impossível.
A decisão de escolher um tempo baixo, baseado na média de poucas voltas revelou-se acertada.
Deu certo, mas todos esquecemos do Podium, inclusive eu…
Estava a pé, pois pouco antes de me chamarem, havia emprestado o carro para o Marcelo da Fiat Superclassic 147 ir buscar sua irmã, pois estava chovendo.
A pé, longe do Box, na chuva e no frio não fui…
Faltei na premiação, não saí nas fotos…
Só cinco pessoas no Podium, e eu não estou lá… Que pena.
Mas não tem problema.
Para mim, está tudo bem, não poderia estar melhor.
E se tivesse alguém esperando aquele cara do Celta Prata, que andava forte pela pista?
Talvez tenha sido melhor assim…

1GT
1GT
17 anos atrás

Bravo!! Bravíssimo!!

Caríssimo Comendatore…o bração em questão estava em um corsa sedã? Meu sogro também teve uma desventura com esse carrinho…que era da empresa onde ele trabalhava e o bendito carrinho se apaixonou por um poste…tanto que ficou enroscado nele…
Quanto ao texto…perfeito…ficou parecendo que eu estive aí…ali ó!
Abraços.

Claudio Ceregatti
Claudio Ceregatti
17 anos atrás

Rápida 33: Os meninos perdidos

Finalmente encosto no estacionamento. De lá dá pra ver bem a movimentação no local do pancão.
Percebemos que só liberaram a pista e a saída auxiliar dos boxes após removerem todo o entulho da panca. Não foi fraco, não.
Já se dizia nas rodas nervosas de conversa que tinha machucado bastante, outros que ele saiu sozinho do carro (definitivamente, não), que se desentendeu com um fiscal, que estava desacordado, que não estava desacordado, um festival de boatos e informações conflitantes.
De minha parte, quase que flutuava no ar de satisfação.
Tinha dito antes uma frase, que repito agora:
Só não estava levitando de felicidade a um palmo do chão porque estou gordo como um porco…
Alguns disseram que não, não levitava devido à minha consciência pesada…
Pode até ser, mas não conheço analista mais eficiente do que uma pista de corridas.
Nada me faz tão bem como participar de uma prova de kart, imaginem então acelerar no Templo Sagrado…
Fui cercado pelos amigos que assistiam a prova lá do S do Senna, aqueles mesmos que não vi durante a brincadeira…
Pois agora estavam todos lá, excitados, sorridentes e curiosos. Felizes da vida.
Apesar do frio cortante, uma festa de todos, ansiosos para saber como é andar no circuito, fazendo perguntas, piadas e observações ao mesmo tempo. Loucura total.
Há uma foto histórica do Pace e do Emerson no podium em 1975, uma bandeira brasileira improvisada e o Pace com um boné torto na cabeça, cercado por uma multidão. Guardadas as devidas e óbvias proporções, sentia-me meio assim, meio passado, meio confuso, meio tonto com tudo aquilo, cercado de perguntas e amigos.
Uma bela bagunça, nisso somos especialistas.
Continuava doido para tomar um café.
Convidei todos para subirmos pela escada azul central, que dá acesso à administração onde agora tenho uma sala.
Tinha certeza que o Severino (segurança) teria um café quentinho pra todo o pessoal. O Severino é uma figura, voces precisam conhecer…
Uns disseram que sim, outros que não, outros foram ver os carros estacionados, mais confusão e ainda mais bagunça.
Decidimos tomar um expresso nos Boxes, lá na lanchonete da Ana Emília. è o melhor café de Interlagos, mas tambem é o único…
Em Interlagos tudo é tão longe… Anda que te anda, as perguntas e respostas de todos se sucedendo e só quando chegamos no portão verde dos boxes, já bem longe, lá em cima percebemos que estávamos sem credenciais…
Pois é, na Tribuna tínhamos 500, e ali bem na hora que precisávamos não tínhamos nenhuma… Falei com o pessoal da portaria, todos nossos conhecidos. Não teve jeito, era muita gente, mais de dez pessoas, corrida importante, 500 Km, dessa vez não deu…
Volta todo mundo para o estacionamento, mais tumulto, cada um quer ir para um lado diferente. Eu, só querendo um café para fumar meu charuto…
Quando desco novamente, meu carro está aberto, capacete no banco dianteiro, é muito sossego meu… Tambem, estou nas nuvens…
Perguntam novamente o que rolou na prova, o que aconteceu…
Como estavam no S do Senna, só viam o que acontecia lá.
Perderam quase tudo, quem estava na Tribuna viu de camarote e no quentinho tudo que rolou, todas as barbaridades… Em compensação estes não viram as braçadas que aconteceram lá no S do Senna… Pelo jeito, foi muito divertido, pois não paravam de falar nas arruaças da minha concorrência. Elegantemente, não citaram as minhas…
Nos espalhamos, dei uma carona pra tribuna, encostei e… Começa tudo de novo, agora dos que viram tudo lá de cima. Tremenda festa, tremenda bagunça…
Nardão, Pavan, Alan, Ziza, Brandão, Vitão, Petrus, Cezar, Euler, uma montanha de gente que tinha acabado de chegar e não viu, outros que viram parte, uma zona.
Ainda louco para tomar um café, procurei a garrafa térmica do Petrus, vai chocolate quente mesmo… Mas tinha acabado.
Lembrei do posto avançado, da lanchonete da Ana que tinha sido montada no segundo andar da Tribuna.
Finalmente, um café quente…
Pois é, tomei. Fraco e morno…
Da próxima vez, vou pedir pra Ana que traga uma máquina de expresso.
Se tivesse tomado um bem forte, talvez acordasse daquele sonho que vivia…
Para quem por toda vida desenhou o traçado, pulou muros, ficou do lado de fora, sonhou centenas de vezes em pilotar, era um sonho completo… Inimaginável a pouco tempo atrás.
Sonho impossível, como na música da Maria Bethania.
Ser convidado, ajudar a quem precisa, promover uma festa, encontrar aficcionados, fazer novos amigos, encontrar com quem dialogar, usar a Tribuna de Honra, auxiliar a administração de Interlagos, pilotar nesse templo Sagrado que povoa meus sonhos é um exagero de felicidade.
Só faltou o café.
Tomei depois, sozinho.
Só então caiu a ficha…

Claudio Ceregatti
Claudio Ceregatti
17 anos atrás

Rápida 32: Nos Boxes

Fomos chegando, um carro atrás do outro em direção ao Box.
Quando iniciou a subida da entrada e a turma começava a parar, pensei seriamente em puxar o freio de mão, parar o carro em frente a Tribuna e fazer umas reverencias, ou umas gracinhas…Estava por demais feliz, não cabia em mim, precisava partilhar, por para fora… Depois desisti.
Ar quente ligado, garoa no vidro, só de camiseta, não parei… E se me desclassificam, pensei…
De novo, assim como ontem no treino, passo babando pelos boxes, olhando o pessoal e os carros.
Então bem em frente ao Box 18 a fila pára.
Colocaram a bandeira vermelha no cone da saída dos boxes, não temos como descer para o estacionamento. A pista está fechada para todos, exceto o resgate e bombeiros que trabalham no acidente. Como de onde estamos não dá para ver a cena, esperamos sentados nos carros.
Não sei se posso sair da fila indiana, se posso tirar o capacete, começa a esquentar. Parado o ar não circula, começa a ficar incomodo.
Decido sair da fila e parar em frente ao Box 21… Quando liberarem a pista, tiro o carro de lá.
Estaciono bem em frente, tiro o capacete e de dentro do carro pergunto ao Spagnolo de posso sair, se não seria desclassificado…
Aquela figura responde que não, que não posso sair, tem que fazer vistoria lá embaixo, é como no parque fechado…
Muito bem, pego o blusão que estava caído atrás do meu banco e um pouco de contorcionismo depois estou agasalhado e pensando em acender um charuto. Mas falta o café, antes.
Chega então o Alberto “Betão” Reis e me pergunta porque não saio do carro… Mais uma peça do Berinjela no tonto aqui, ele me paga.
A fila não anda, tudo parado.
Vamos então todos juntos procurar na fila a irmã do Marcelo, que corre com aquele Fiat 147 amarelo lindo na Superclassic.
Sempre brinco com ele, dizendo que ele é “a cara do Massa com o nariz do Prost”.
Ele não é mesmo bonito, mas a sua irmã… É lindíssima e muito simpática. Alem disso, andou direitinho numa bela Alfa Romeo. Tudo isso junto dá uma receita explosiva, e os mecas dos 500 Km de Interlagos não tiram os olhos dela, enquanto nos aproximamos.
Eu, Sergio Spagnolo, Alberto Reis e Marcelo ouvimos dela a descrição do acidente, da tremenda panca que o Corsa deu…
Segundo ela, o camarada vinha barbarizando com um outro carro, lado a lado na curva do sol e quase se tocando quando perdeu a traseira bem na sua frente, veio para o lado de dentro, bateu forte no guard-rail e capotou violentamente. Por muito pouco ela não passa por baixo do Corsa, enquanto o cara decolava…
Estava assustada, claro. Mas não mais do que o Marcelo. Como bom irmão, ele sim estava agitado, preocupado em passar as informações, o comportamento que precisava ter na pista, essas coisas. Imediatamente intercedi.
Ele só falava de cuidados, de procedimentos para não se dar mal. Interrompi a conversa e me pus à disposição para falarmos de treinamento, de curso de pilotagem de fato… Brinquei que como bom irmão mais velho ele vai dizer só o que interessa para preservar, e nada para acelerar…
Brincadeira minha. O clima da conversa estava ótimo, nos divertimos muito naquela fila de carros que não andava…
Finalmente liberaram a saída do Box, retiraram tudo o que sobrou do acidente, inclusive o piloto.
Preciso tirar o meu carro lá da frente do Box 21.
Putz, no meio dos Boxes dos 500 Km, em companhia dos amigos e naquele frio esqueci do café, caramba…

Claudio Ceregatti
Claudio Ceregatti
17 anos atrás

Rápida 31: Que panca !!!

Vinha rápido, meio seco, meio molhado
Todas as vezes que passava na Tribuna, dava sinal de farol e buzinava.
Dava pra ver bem a Ziza, o Alan, o Petrus e outros que me acenavam de dentro da tribuna, tava frio demais, a turma se escondia no conforto.
No S do Senna mais um monte de blogueiros, também. Só soube depois.
Disseram que todas as vezes que passava, gritavam e acenavam. Juro que não vi.
De capacete, vidro fechado, ar quente no último ligado mais o S do Senna que não perdoa, não vi mesmo… Desculpem.
Melhor assim… Se os vejo e tento alguma gracinha, um tchauzinho só e babau…
Quanto ao pessoal da Tribuna, não tinha problema. Reta, quinta, espaço, tranquilo.
Na volta anterior tinha passado mais focado, só vi o pessoal com rabo de olho.
Nessa volta, aquela que seria a última e ainda não sabia, todos lá em cima pareciam ter enlouquecido.
Logo que o Celta apontou no topo da subida do café, de longe via a turma muito mais agitada, gesticulando.
Vários desceram correndo até o primeiro lance da arquibancada enquanto me aproximava.
Outros abriram as janelas da Tribuna de Honra, dezenas de braços apareceram nas janelas de vidro escuro.
Os que estavam lá no topo da arquibancada, também.
O mesmo gesto, braços subindo e descendo juntos, sinal claro para ir mais devagar, para levantar o pé…
Eu estava gostando tanto, tão confortável que ri, olhando a tribuna cada vez mais perto.
Por um instante pensei que alguém estava cronometrando minhas voltas, sei lá… E que sinalizavam para diminuir o ritmo para que eu me desse bem na classificação…
Ou então que estava rápido demais, e já que muita gente rodava, pediam que eu diminuísse…
Talvez estivesse chovendo forte em algum ponto do circuito, sei lá…
Quando passei bem na frente dos nossos amigos, estiquei o braço esquerdo para a janela do passageiro e fiz sinal de “não, nada disso” e mandei uma banana pra todo mundo…
Permaneci acelerando e rindo até a freada do S do Senna.
Na freada, vi as bandeiras vermelhas agitadas no posto bem em frente.
No contorno da primeira perna, vi a Puma GTB amarela rodada lá embaixo, com a traseira apoiada no guard-rail e os faróis acesos apontando pra mim, lá em cima…
Levantei o pé, fiz a segunda perna devagar e só aí entendi toda a gesticulação desesperada do nosso pessoal…
No início da reta, bem na saída da Curva do Sol um Corsa capotado, as rodas para cima e ainda girando… A frente apontada para a esquerda.
Estragou bastante, acho que demoliu.
Comecei andar ainda mais lento e liguei o pisca-alerta, nem sei porque…
Resgate na contra-mão, correria dos bombeiros, alguns carros parando na pista, aquele monte de pedaços de carro e sujeira pela pista e o cara pendurado pelo cinto, meio torto com os braços pendurados, imagem nada agradável…
Fui para o lado de fora, na área de escape do muro do Berger, bem larga.
Passei devagar exatamente quando um dos homens do resgate especializado deitava-se e começava a falar com o piloto.
Acelerei e fui embora dali. Se algum outro pára de repente pra ver, não é muito difícil tomar uma na traseira, de graça…
As bandeiras continuavam agitadas, prova interrompida…
Fiquei chateado, enquanto voltava ao Box devagar… Como lacraram o relógio que tinha no painel, não sabia quanto tempo tinha andado…
Um bração irresponsável acabava de estragar a brincadeira de todo mundo, saco.
Andei o mais devagar que pude, no que restava da volta.
Quando teria outra oportunidade?

Caio, o de Santos
Caio, o de Santos
17 anos atrás

Comendador, nem meus e-mails responde mais, só postando…
Patrão, ó o que você foi aprontar!!!

Jonny’O deu sinal de vida, manda saudações e continua embrenhado!
Já está contado aos Bois da redondeza o que andou vendo ao vivo, a turma já está deixando o ‘Múúúúúúúúúú’ e começando o ‘Vrummmmmmm’…

851,831. Rompida as barreiras dos 150 mil faltantes…

Claudio Ceregatti
Claudio Ceregatti
17 anos atrás

Rápida 30: Antes do pancão

Aquele alucinado já tinha aprontado no caminho, soubemos depois.
Foi visto a 130 por hora na Avenida Interlagos, perto do autódromo costurando como uma besta.
Era um dos caras daquele grupinho pequeno e falastrão do estacionamento.
Já tinha visto um ou dois animais quase se tocando, lado a lado na reta, nada a ver.
Movimentos estranhos, carros inclinando em golpes secos de volante, só imbecis.
Exatamente esses mesmos animais do transito, que todo mundo cansa de ver todos os dias.
Vi muito cara que era um monstro na rua e quando a placa de 1 minuto levantava, era dos mais lentos.
Pensei que qualquer babaca que acelerasse como um louco na rua levantava o pé no autodromo.
Ainda acho que estou certo.
Esses eram diferentes, totalmente fora de qualquer lógica ou previsão.
Eram irresponsáveis totais.

VIRGO
VIRGO
17 anos atrás

Uma das consequencias não percebidas imediatamente dessa brincadeira do Comendador, é que agora o pesoal do Blog – by the way patrão, a expressão blogaiada é feia demais – tem um t~ermo de comparação: o Celtregatti é mais potente, talvez com um torque um pouco maior, mas é um 1.0 como a Deka, que em compensação é mais preparada que o Celta.
Se o Celtregatti conseguiu dar canseira em carros muito mais potentes caprichando nas curvas, com certeza a Deka faz a mesma coisa (segundo o patrão, ela é muito boa de curva). Talvez com um preparo um pouco melhor, um pouco mais de alívio no peso, a Dekinha possa ser muito mais fun.
Pelo meno ia parar de tomar pau dos fuscas Okrasa!

Henri Toivonen
Henri Toivonen
17 anos atrás

Mas que aula, vou imprimir os takes e em conjunto com um desenho de Interlagos, vou estudar cada trajeto da pista para fazer um mapa mental da corrida….quem sabe isso me ajuda um dia em que tiver que andar na pista.

Claudio Ceregatti
Claudio Ceregatti
17 anos atrás

Rápida 29: Escorregando no meladinho

Aí ficou bom: Festival de levantadas de pé e eu me divertindo, calibrando o acelerador como dava, bem suavemente.
Tava bem gostoso de andar, e com todo aquele espaço…
O volante levinho, levinho…
Tenho certeza que se todos tivessem experimentado e analisado onde poderiam escapar, ninguem ficaria assim tão preocupado em manter o carro na pista.
A faixa de asfalto não acaba na faixa branca, já bem escurecida de marcas de pneus: É muito maior, em quase todos os lugares.
É que a maioria fica ligado com a CPU no modo motorista e rua, e não no modo piloto e pista.
É por isso que erram, tentando dirigir no lugar de pilotar.
Quem anda de kart sabe… Acho que eles não sabiam, e ninguem avisou, portanto…
Foi nessa fase, já pro final da prova que mais me diverti pilotando, e que mais gente se deu mal.
Calibrando o acelerador com cuidado, dava para por o carro onde eu queria, sem muito esforço.
Só uma vez fui pouco além do que devia, na entrada do S.
Quando apertei o freio um pouco mais para apontar a frente, travou e a frente foi embora pro lado de fora…
Puxei no volante, calibrando com carinho mas a traseira queria passar na frente.
O carro veio todo meio atravessado, talvez parecesse sob controle, mas por um instante não estava…
Deu para contornar na boa, mas bem por fora, na parte suja e apontei, agora bem mais lento para o Pinheirinho, meio torto mas na direção certa.
Quem viu lá de cima da Tribuna achou que vinha pendurado, que o carro entortou todo, que levantou roda, que foi lindo.
Lindo, nada.
Errei mesmo o ponto certo e tive que consertar. Ainda bem que deu, senão… Seria um belo passeio na grama fresquinha, pronta para ser aparada…
O pior: O coração bateu mais rápido e apertei o volante com força.
Tudo errado, tudo errado.
Se fosse de novo o Opala e a curva 4 na mesma condição, tinha detonado tudo exatamente igual a 25 anos atrás.
Preciso recolher um pouquinho, molhou mais do que parecia e estava indo mais fundo do que podia.
Achei o ponto, sem querer.
Desse ponto não passo.

Claudio Ceregatti
Claudio Ceregatti
17 anos atrás

Rápida 28: Mezzo seco, mezzo molhado

Começa a garoar forte, molha mais.
Tem que usar o limpador, os pneus brilham.
Tá gostoso de andar, nada assustador. Como tudo na vida, novamente o problema são os outros.
A turma toda levantou o pé legal, até demais. Isso atrapalha bastante, todos ocupados em olhar para o chão e não lá para a frente.
Se alguem pensava em fazer voltas como um relógio, detonou a estratégia de vez.
No S do Senna escapa um na entrada.
Freei lá nos 100 metros, com cuidado. Quando contorno, um carro escuro perde a frente e passa da zebra da segunda perna. Belo rally, mais um.
A frente escapa gostoso no Sol, bem de leve. Dá para socar o pé, vai saindo mas não de uma vez, parece que avisa.
Na descida do lago, sequinho.
Experimento a freada bem antes, mas na tangencia já vi que liberou geral.
Mando o pé e me aproximo de uma Puma GTB.
Na junção, uma faixa bem marcada do molhado. Contornando forte, a frente prega, depois escorrega na faixa úmida e prega de novo na saída. Delícia
A GTB vai na mesma velocidade que o Celta na reta dos boxes. Sua média tambem deve ser de 3 minutos, acho.
Freio logo atrás, não importa.
Quando descemos juntos para o S do Senna, bem na frente a Karmann-Ghia Porsche ainda mais lenta, contornando com o maior cuidado…
Embuto nos dois, ambos estão mais lentos.
Ponho por fora no sol e mando o pé.
Novamente a frente vai saindo bem devagar, assim como vou passando os dois, tambem bem devagar, parece camera lenta…
Saio na frente na reta. Me acompanham de perto.
A curva do lago não estava seca?
Pois é, frearam como se estivesse molhado. Eles pararam e eu continuei.
Fui lá no fundo e por segurança antes do 50 metros freei.
Continuava sequinho, beleza…
Abri uma imensidão da dupla, quando olhei pelo retrovisor antes do laranjinha.
Adio, um abraço.

Claudio Ceregatti
Claudio Ceregatti
17 anos atrás

Rápida 27: Celta x Alfa x Megane

Cheguei no Megane, esse deu bem mais trabalho.
Depois que o passei, deixou um espaço grande mas vinha tirando, no fim…
Encosto na Junção.
Alfa x Megane.
O que tenho a ver com os dois se enroscando?
Tudo, quero mandar o pé.
O Megane me passa na subida, estou me acostumando, é normal…
Chega na Alfa, os dois juntos. Tá bonito.
Um passa o outro que passa o um que passou o outro.
Acompanhei de perto, vi os erros.
Estavam se atrapalhando, matavam todas as curvas, não acertavam uma, tava difícil.
Concordo que atrapalha, mas quando se aproxima, tem que enfiar, e não ficar regulando, esperando uma reta, coisas assim…
Passei o Megane em algum lugar. Ele me passou de novo na subida.
Afundei a freada do S do Senna, fui embora.
Na reta ele chegou, passou.
Na freada pus do lado. Ele segurou do lado de fora, gostei. Era páreo, tinha carro e mandava melhor que o outro…Não consegui passar, ele foi pra cima da Alfa.
No laranjinha ambos erraram, curva quadrada, Alfa e Megane
Meti por dentro, um atrás do outro na zebra, freei por dentro, pendurou a traseira e apontei para o Pinheirinho.
Não deu. Na retinha embuti na Alfa branca, acho que o cara não gostou…
Deixei espaço no Bico de Pato, tracionei melhor.
Um atrás do outro no Mergulho.
Soquei o pé, pus por fora, freei lá dentro, entrei na frente dos dois e contornei.
O Megane ficou, a Alfa cresceu de novo na subida, haja motor.
Sinalizei para passar pela minha esquerda.
Quando pôs do meu lado, fiz sinal de positivo.
O cara me gesticulou, nervosinho, coisa feia…
Ele deve ter pensado que eu era algum moleque alucinado. Do lado de dentro do meu carro, não parecia…
Não gostei, me mexi no banco….
Lá na frente, levantou o pé na reta, deu pra sentir. Freou uma semana antes do ponto certo.
Contimuei acelerando, mergulhei firme por dentro dele, meti a botina, atrasei um pelinho a freada e mergulhei por dentro.
A Alfa tava no papo.
Nem pôs do lado no Sol, ficou atrás e perdeu a tal volta regular.
Deve ter pensado que eu ia me matar, ou matar alguem, ou estragar seu carro.
Deu vontade de estragar mesmo.
No transito, não tenho paciencia com gente estressada e mal educada.
Tô aqui me divertindo e um pé de breque desse estraga minha média?
Entre a média dele e a minha, fico com a minha.
Para acertar a minha, tenho de mandar o pé no fundo, sempre.
A dele, não sei. Devia ser 3 minutos, sei lá.
Dane-se.
A Alfa sumiu no retrovisor. Mais pro fim, o Megane veio crescendo no meu retrovisor, mas não deu mais pra ele.

Claudio Ceregatti
Claudio Ceregatti
17 anos atrás

Rápida 26: Secou

Poucas voltas e tá seco. Mando o pé, começo a me divertir muito.
Passo por um sem noção num Gol Gordo ou Golf, nem vi direito.
De longe vim chegando e o cara brigava com o volante, dando golpes e golpes para contornar as curvas.
Não desenhava um raio perfeito, fazia todas assim meio quadradinhas. Quando cheguei mais perto, perdeu a traseira na tangencia da descida do lago.
Tentou contornar a curva que tinha passado, mas não alcaçou, tarde demais.
Veio para dentro e subiu pela grama do lado interno.
Quando passei, só ouvi o barulho.
Nem olhei.
Parece que foi forte, a panca.

Claudio Ceregatti
Claudio Ceregatti
17 anos atrás

Rápida 25: De novo…

Experimento a pista, está mesmo um pouquinho mais escorregadia, mas em pontos isolados.
Seco mesmo apenas na curva do lago, laranjinha e sequencia de baixa.
O resto, molhado de leve aqui e ali.
Dou uma volta só pra ver se tá tudo no lugar.
Tudo está, botina portanto.
De cara, aquele buggy vermelho sem capota está tambem sem noção.
Um frio danado, uma ventania e nosso amigo subindo o laranjinha, tranquilo.
Não sei porque, vai na zebra externa.
Estou logo atrás, meio que esperando para ver onde ele vai…
Dou o espaço certo, lição aprendida com a Mercedes preta ontem…
Não deu outra: Devagar, vai na zebra externa. O carro balança. Ele puxa rápido para dentro, rápido demais…
Lá está seco, mas a zebra não perdoou: Roda na minha frente, fica parado de olho arregalado, na contra-mão…
Escolho o lado com calma, vou por dentro e desço para o Pinheirinho.
Quando contorno o S, ele ainda está lá.
Fazendo o que?

Claudio Ceregatti
Claudio Ceregatti
17 anos atrás

Rápida 24: Porteira aberta da pista, porta aberta da Karmanga.

Sou o último a sair. Na minha frente apenas aquele mito, a Karmann-Ghia Porsche original do José Carlos Pace… De porta aberta.
O piloto não fechou a porta direito, está bem aberta. Será que ele não reparou?
Entramos pela saída dos boxes, do lado externo da Curva do Sol, bem devagar.
Como todos estamos de farol aceso, pisco o alto. Nada, nenhum sinal de que viu.
A Karmanga avança pela saída dos boxes, estamos quase na reta oposta, e nada ainda.
Ele acelera, difícil acompanhar. Começo a buzinar, com força.
Aquela máquina linda indo embora.
Pisco farol, meto a mão na buzina, nada.
Levanta o pé para sair pela reta oposta, aí olha pra trás.
Gesticulo, aponto… Ele alivia e ponho do lado dele, apontando a porta.
Ahh…. Aí sim, nosso amigo viu.
Ou tava concentrado, ou o barulho atrapalha, ou sei lá…
Quando desci para a retinha do laranjinha, sorri.
Em Interlagos fazer o que a gente faz normalmente no transito é estranho, saindo dos boxes de cara pro vento.
Com aquele carro histórico, então…
Tudo normal, apenas um engano que todos cometemos.
Mas o cenário e o carro não tem nada a ver…

Rodrigo Aguiar Ruiz
Rodrigo Aguiar Ruiz
17 anos atrás

Caio, nem fala de perder o troféu…

Estava eu de frente para o pódio, chamam o 5° colocado, o 4° e chamam… ANTÔNIO CEREGATTI…

Antônio?????? Berrei.. Tá errado seus burros!!!!! É CLÁUDIO!!!!!!

Ninguém ouviu. Cadê o Antônio, o Cláudio, o Ceragatti, o Celta, o #41… nada. ninguém… e o pódio ficou imcompleto. Justo ele não apareceu…
não mereço isso…. hehehe

Caio, o de Santos
Caio, o de Santos
17 anos atrás

Cerega, você esqueceu de dizer que além de me deixar babando no sábado, tb me deixou na mão na organização, no parque fechado, no podium e tribuna…

Falta muito take pra explicar como foi que você perdeu o troféu?
E depois achou o Bonilha…
Infame, que infame que eu fui!!!

Caio, o de Santos
Caio, o de Santos
17 anos atrás

Comendador, vamos colocar um engate no seu carro?
Eu arrumo um MUG para fincar (?)nele (no engate, claro!)…

848.337… Como tem gente sem nada pra fazer…

Bianchini
Bianchini
17 anos atrás

Commendatore, maravilhosa a aula de como pilotar em Interlagos! Continue assim com a narrativa!

1GT
1GT
17 anos atrás

Celtinha é um carro bom de brincar…um amigo meu tem um 1.4 e o bichinho anda bem…
Agora os tunning sem noção é dose…uma vez escutei a pérola que o cara colocou 12 quilos no turbo…de quê? feijão, arroz ou farinha?
Passa marcha comendatore!E pé na tábua!

Rodrigo Aguiar Ruiz
Rodrigo Aguiar Ruiz
17 anos atrás

Ceregatti, fico aqui pensando….

Cada centímero de pista deve ter uma história diferente, e como sempre, fantástica.

Parabéns pelos relatos e pelas histórias, uma melhor do que a outra.

Quanto às fotos, a gente bobeou… devia ter combinado. Vc me ligava e eu ia fazer as fotos…
Acabei não indo a tribuna durante o dia por causa da distância.. mas se a gente tivesse combinado…

Vamos fazer uma montagem no próximo encontro…
vc coloca a camiseta, junta a galera de novo e pronto.. a foto tá feita (não com o mesmo encanto, mas estará guardada pra sempre).. hehehehe

Claudio Ceregatti
Claudio Ceregatti
17 anos atrás

Rápida 23: A Estratégia da Brincadeira.

Mandar o pé, e acabou.
Na cronometragem em poucas voltas dava para perceber que ia dar mais ou menos certo.
Ninguem quer caneco, premio, podium.
Quero mais é mandar o pé e curtir mais 45 minutos de emoção e prazer.
O frio aumenta, o vento castiga todos, tá muito úmido.
Passei no posto cedo, e recalibrei com 40 libras, igualzinho a ontem.
Quando estou colocando o capacte, me arrependo…
Começa a garoar, bem de leve.
Bem que eu podia ter um calibrador aqui, não?
E se subir aos boxes, será que calibro…
Não vai dar, é tarde demais.
Deu a hora, abre o portão do estacionamento da Curva do Sol…
Melou, pessoal.
A pista e a brincadeira.
Vai ser divertido… Penso de repente que não.
No molhado os sem noção se manifestam, acho agora que vai ser triste.
Foi mesmo.

Claudio Ceregatti
Claudio Ceregatti
17 anos atrás

Rápida 22: Os sem-noção

Ontem treinaram 68 carros juntos.
Hoje, duas baterias. Legal, vai ter muito menos carro…
Não vejo a Ferrari Dino Bianca, nem a Fuca Okrasa do Salomão.
Até já imagino a noite que teve, depois da quebra da Deka #96.
Consigo dar um passeio rápido, e parte das baratas de ontem estão lá.
Famíla gravando imagens, fotos, alegria.
Ao lado, a Karmann-Ghia Porsche Chassis 07 original do José Carlos Pace, que batiza Interlagos…
Quando o Veloz HP viu, travou.
O Rodrigo chega com a máquina. Despeja fotos e fotos dela.
Fazia 40 anos que não respirava, agora ia encontrar seu destino.
É… Não sou o único tirando o atraso. Há outros, e são mitos.
Só o que destoa é o grupo que de longe já batizamos: Os sem noção.
Falam alto, riem como numa festa, contam vantagens.
Alguns de boné, daqueles que todo menino cheirando a leite põe na cabeça, atrás dos vidros escuros de seu carro tunado, ou então naquelas tranqueiras que são os primeiros carros de cada um de nós…
Há muitos, começo a ficar preocupado. Chego perto e ouço algumas barbaridades, mais um monte de absurdos…
Combinam se achar na pista, dizem que estão acostumados com o circuito, que pegaram a mão, que vão barbarizar, que se dane os lentos, etc, etc, etc…
Tá frio demais, céu cinza. Não deu pra saber de quem eram os carros, estavam numa roda e não consegui identificar.
Nem precisou. A bandeira vermelha mostrou quem era.

Claudio Ceregatti
Claudio Ceregatti
17 anos atrás

Rápida 21: Domingo, camiseta preta GM Power Train

Claro que queria homenagear o Ciro de alguma forma. Tentei o 44, mas já tinham dado esse número mágico para alguem que não sei. O 41 foi o último dos números, o que sobrou.
Na noite anterior, achei uma velha camiseta preta da GM Power Train, do tempo que era um pouco mais magro… Está agora uns números menor…
Ganhei do Robson Brandão Alves, Engenheiraço “de tudo que aspira”… Eletronic Throtle Control, Coletor, Flauta e outros instrumentos de sopro…
Senta pertinho do Dino Forgiarini, que trabalhou nos Opalas do Ciro, à mais de 30 anos atrás.
Na mesma baia (ô nome feio) o Gasparotto (Mestre, PHD, etc, etc, etc) e o Marcelo Dian, o homem da garrafa térmica (custos era com ele, já comi grama…). O Bevilacqua está em Michigan, coitadinho…
Parte dessas feras do ofício estariam lá, ia querer pelo menos uma foto de camiseta, Celta e Engenharia com agregados…
Caramba… O Rodrigo Ruiz tirou uma pilha delas do Celtinha na pista, mas estava ocupado nos boxes e não deu para subir na Tribuna de Honra na hora certa, que pena…
Pelo menos valeu a intenção. A foto não existe, mas está em meu coração.
Sei que é o carro mais fraquinho da GM, o Celta com quase 100 mil rodados… O extremo oposto de um Vectra atual, e a um milhão de Kilometros do Opala 44 de 32 anos atrás.
Aquela máquina, que o Ciro ajudou a desenvolver era uma maravilha.
Motorzão gordo na frente, tração atrás. Como bom velhinho acho que todo carro tem que ser.
No Celtinha, um magrinho e valente VHC de 1 litrinho só…(dá-lhe, Gutierrez… Premio Boss Kattering de Engenharia na mesa…)
Sem querer, a tal homenagem ficou legal, muito legal…
A luta de Davi e Golias que ainda não havia acontecido no Domingo já sinalizava a homenagem.
Se tiver a glória de sentar na réplica do Opala 44, vou lembrar da minha re-estréia 25 anos depois com um carinho imenso.
GM, Celta, Ciro, Interlagos, 500 Km, Opala, amigos, Ziza, Superclassic.
Essa mistura de emoções, lugares e pessoas fez a camiseta preta grudar no meio peito.
Essa, vai pro quadro.

lucpeq
lucpeq
17 anos atrás

Tá chamando meu chocolate de coisa de fresco, esquenta não Cerega na proxima eu levo um café e vc vai passar a corrida toda descendo a bota, NO TRONO……

Henri Toivonen
Henri Toivonen
17 anos atrás

Os pneus do celta não acabam logo rodando a uma média apenas 5 segundos melhor que a volta voadora??? pouca, nenhuma margem para erro assim!

Thomas Moraes
Thomas Moraes
17 anos atrás

O hotel tribuna foi o melhor..c naum fosse ele acho q teriamos morrido de frio…o dificil foi dormir com toda a alegria, ansiedade para o dia seguinte, planos para o ano que vem, c deus quiser vai ter d novo e o melhor, o barulho dos motores acelerando nos boxes..isso jah eram umas 11H..muitooo bom!!

Claudio Ceregatti
Claudio Ceregatti
17 anos atrás

Rápida 20: Dia de Corrida, manhã nublada e fria de 30 de Julho, Domingo

Pego a Alan às 5 e meia da manhã…
Frio e escuro.
“Pega mais uma blusa, Alan… Na Tribuna de Honra dá pra fechar os vidros, mas Interlagos é dose…”
“Ahnn… Num precisa, tô bem…”
Pois é, quase virou picolé.
Quando chegamos, a turma do Hotel Tribuna, exclusivo para sócios não-pagantes e alucinados estava acordando, enrolando seus colchões infláveis (que na noite anterior não inflavam) e fazendo um farto desjejum que trouxeram de casa, já incluído no preço: Bed and Breakfast.
Os dois sonolentos – o pobre Petrus do pai desnaturado, e seu amigo Thomas Moraes ainda desfrutando do banheiro do Gabinete do Prefeito.
Lá embaixo, já acordadaço, encontro o pai do Petrus, aquele desnaturado que regulou o motor às 6 da manhã, experimentou a Fusca 42 quando todos dormiam. Acordou os quer-quero que dormem na 1 e na 2, pelo lado de fora. Conhece Interlagos… De bicicleta. Já imagina a pedreira da subida do café de fusca. Dou umas dicas muito chulé, só o basicão. Digo que não tem jeito, tem que andar. Combinamos nos encontrar para mostrar o traçado.
Enquanto isso o Petrus baba por dentro…
O motivo: O carro do Petrus é da empresa.
Estranho… O Celta tambem…
Que paizão mais irresponsável, este…
Devem ter liberado todos nós juntos do hospício, e não lembramos.
Logo chega a Ziza, feliz com os voluntários.
Aparece o LucPeq, o Caio, vários outros e de repente, do nada… VELOZ HP !!!
Ele veio !!!
Ele existe !!!
Não é um ectoplasma, não é tímido, não é reservado !!!
Tomamos o café do Luciano (café, não: Hooot Tcccchocolate… Coisa de fresco)
Vou ao banheiro da cobertura, o cinza-escuro do céu pra mim é azul da cor do mar…
Frio cortante, à direita os boxes acordam.
A Ferrari se movimenta. Ao lado, Porsche Stuttgart.
Lá na frente, o Box 21…
Onde estará o Flavio? Será que dormiu? Tomara que sim.
E a Deka #96, viva ou morta?
Começa o dia mais estranho para todos ali.
Delicioso, divertido, alucinante, hilário, feliz, surpreendente.
Mas tambem triste, frio, tenso, difícil, duro, estranho…
Vamos trabalhar, todos. Os Mat Boys se movimentam. Os voluntários se alegram, alguns não conheciam Interlagos. Primeira vez é inesquecível.
Vamos tentar tirar as dificuldades da cabeça, o povo tá chegando, gente…
Tenho uma prova daqui a pouco, sô…

Claudio Ceregatti
Claudio Ceregatti
17 anos atrás

Rápida 19: Relatório da Cronometragem Oficial.

Petrus traz os tempos num papelzinho. Os meus e de seu pai.
O Nelson conversa, conta suas experiencias e impressões.
Conversamos. Na hora digo ser impossível manter a média… Não tem jeito, melhor relaxar e nem tentar.
Temos 3 opções para escolher: 3min15seg, 3min00seg e 2min45seg.
Penso rápido:
Vim pra acelerar. Não quero ganhar nada, quero me divertir.
Escolho os 2min45seg, claro.
Quase iniciamos um movimento pelos 2min30seg.
Mas o Salomão tá de farol baixo, não deu muito Ibope.
Ia ficar bem legal, todo mundo tenta e ninguem consegue…
Numa conta rápida, se mandar o pé como no final, mesmo encontrando uns Gordinis pela frente a melhor média é a mais baixa.
Estatísticamente, com essa pequena amostragem já dá pra sentir o dia de amanhã…
Juntou a fome com a vontade de comer.
Cravo os 2mim45seg.
Um fiscal observa “não devia tentar andar nesse ritmo, pouca gente optou por esse tempo baixo, só os importados mais fortes, e o Celta…”
Nem ouço direito, depois é que me contaram a frase exata.
Amanhã veremos.
Os caras vão estar mais espertinhos, pegaram a mão, acho eu.
Errei de novo.
Não pegaram.

1GT
1GT
17 anos atrás

O comendatore caprichou! Mais nada a comentar.
Parabéns!

Claudio Ceregatti
Claudio Ceregatti
17 anos atrás

Rápida 18: Tá acabando primeira parte da festa…

Bandeira quadriculada, fim de treino.
Que pena… Desfrutei cada segundo como se fosse o último.
Queria dar mais uma volta gostosa, mas tinha muita gente levantando o pé de vez. Se descessem do carro e fossem a pé, iam mais rápido.
Olhei para os lados na volta lenta. Tinha carro pra caramba largado pela pista. Um na brita, outro meio escondido atrás do guard-rail, mais outro sendo rebocado, todo tortinho, coitado…
Entramos para os boxes. No número 1, a Ferrari de frente, vi tudo vermelho… Ô inveja…
Passa Mitsubishi, passa Porsche, passa Protótipo, olha lá um Fusca !!!
Não acredito que acabou.
Acordei do sonho e caí no pit lane de Interlagos… Nos Boxes dos 500 Km, demais da conta… Só fazer parte da programação dessa corrida histórica já é uma glória. Coisa linda.
A turma freia, os mecas olham nossos carros. Devem rir por dentro, coisa mais fraquinha, uma fila de carro de tudo quanto é tipo, alguns já sem capacete…
Uns apontam, agora reparo na Porsche prata sem capota dois carros na minha frente, meio fora da fila.
É linda, não lembro dela andando… Só parada no estacionamento lá embaixo, mas nem vi direito, naquela correria antes do treino.
Encosto, os fiscais acenam e cumprimentam todo mundo, ainda dentro dos carros.
Vejo de longe o Joaquim, todo encapotado de frio. Abro o vidro. O maior gelo, tinha ligado o ar quente, depois desligado, depois ligado de novo.
Estou só de camiseta verde, o blusão está atrás do meu banco.
Abro a porta, visto o tal e desço.
Vejo o Salomão e o Flavio Gomes de cara amarrada.
Vi que havia algo de errado logo quando estacionei. Estava vibrando de alegria, mas estanquei.
Bad news.
Quando ia gritar e por pra fora tudo que tinha, o Flavio veio e se despediu.
Nunca o tinha visto assim. Foi logo depois do acontecido, da quebra definitiva que enterrou todos os sonhos.
Só agora penso na cruel ironia daquele momento.
Minha maior alegria misturada com a maior tristeza do Flavio Gomes.
O Joaquim está rouco, gelado como um pinguim. Trocamos algumas palavras.
Que pena, que pena…
Queria dividir com alguem tudo o que sentia, ligar a metralhadora verbal, mas não deu.
O Salomão cabisbaixo.
O Joaquim, indo pro hospital. Gelado e solitário.
O Flavio Gomes caminhando pra fora dali.
Só reacendeu a brasa quando apareceu o Caio com os blogueiros de plantão.
Queria um café, hora das novidades e do charuto.
Tentamos o expresso dos Boxes, mas estávamos sem as credenciais, esquecidas na Tribuna de Honra.
Andamos, andamos e andamos.
Tudo é longe em Interlagos.
No frio, tudo é quase triste. Tenho vergonha da minha alegria.
Ficou para depois, talvez amanhã.

Thomas Moraes
Thomas Moraes
17 anos atrás

ô blig sem o ceregatti naum seria o mesmo,…to deixando de prestar atencao na aula para fikar lendo suas rapidinhas..hehehe!!tu escreve bem pakas hein!!
manda bala ae!!
abraços!!

DIN
DIN
17 anos atrás

Tanti Auguri Signor Ceregatti !!!,
“IL VECCHIO CORRITORE !!”
mas não fica muito nojento não, que senão eu investigarei os detalhes desta corrida maluca.. *rs… Parabéns meu camarada comparsa !
DIN.

Henri Toivonen
Henri Toivonen
17 anos atrás

Os relatos são uma verdadeira aula de pilotagem; para eu, que não tive o prazer de conhecer Interlagos, posso quase me considerar um habituê da pista depois de absorver os conhecimentos postados. Relamente, Celta 1.0, Opalão anabolizado….não interessa, o que conta é sempre o empenho de quem está ao volante, quem disse que um “popular” não rende emoções? é apenas questão de saber tocar – na minha relativa experiência com carros – de propulsores 1.0 à 5.0, nunca fiz maiores distinções, sendo um automóvel, este sempre terá capacidade de surpreender seu condutor de mãos calejadas do ofício…o que conta sempre é a essência, a alma da peça atrás ao volante, empurrando um mil aos limites imaginando-se ao volante de um 917, de uma Mercedez Flecha de Prata, de um Cooper, com um V12 compacto Honda rugindo atrás dos ombros….automobilismo é isso!!

Claudio Ceregatti
Claudio Ceregatti
17 anos atrás

Rápida 17: Calibra, não sei qual

Essa foi no Sol. Errou a segunda perna do S do Senna.
Pus por dentro, só pra constar. Ficamos lado a lado.
Não mandou o pé, deve ter estranhado os cacos de pneus do traçado externo, batendo nos para-lamas. O barulho com o pé no fundo não é legal…
Ficamos juntos. Eu, socado.
Ele estranhamente me acompanhando.
O cara não acelerava, meu Celta não sente nem o cheiro do escape, se ele apertar firme o acelerador.
Estranho… Brincou comigo, fez o que quis.
Acho que tentava uma volta no tempo certo e atrapalhei o cara.
Lado a lado por toda a reta.
Freou um pouco antes que eu.
Com aqueles discões, poderia ter ido lá no fundo e socado o pé, sem erro…
Fui embora dele, ficando por dentro sem esforço.
Abri na descida, na retinha o camarada meteu o pé, quase enche minha traseira. Cresceu rápido demais, lembrei daquele primeiro filme do Spielberg, do caminhão sinistro…
Empurrou mesmo, me acompanhou até o meio do laranjinha, quando abri.
Quando abri, não…
Quando ele quis.
Belo recado. Esse não era um sem noção, pelo menos não tava perdido.
Será que ouviu minha conversa com o pessoal antes e me acompanhou?
Nada disso, é muita pretensão, para variar…
O trecho foi curto. Foi o mais espertinho que encontrei.
Depois, não vi mais.
Nem na prova do dia seguinte…
Ou vi, e confundi o Calibra com outro?
Sei lá.