Gira mondo, gira (quarta)

SÃO PAULO (22 anos, hoje) – Por ser uma data especial para este que vos fala e sua consorte, o Gira Mondo de hoje será absolutamente econômico, sob pena de ouvir muito, e com razão, no jantar, diante de eventual atraso.

E o que eu soube hoje, afinal, para contar? Que o mais novo está gripado e não quer ir na escola amanhã. Que minha tática de encostar bochecha com bochecha nele e dizer “passa pra mim” não vai funcionar, porque ele vai dormir na casa da avó.

Mas soube também que ontem, no futebol da escola, ele fez um gol de falta. Mesmo estando, como diz, “muito doente”. Ele acha, de qualquer forma, que não vai melhorar e que não vai na escola amanhã.

Soube também que os democratas ganharam nos EUA e que a besta do Donald Rumsfeld renunciou, mas isso, diante da gripe que ameaça a presença do mais novo na escola amanhã não tem muita importância, embora eu ache que ele está fingindo. Meu filho, não o Rumsfeld.

Soube do mais velho, por sua vez, que ele quer que eu abra uma conta para ele na cantina da escola, uma vez que, promessa dele, nenhuma grande quantia será gasta, é apenas para os dias de inglês e de esporte. Nada demais, uma garrafinha de H2O de vez em quando, que eu supunha ser água, mas parece ser algum tipo de refrigerante.

Reluto em abrir esta conta, mas vamos pensar no assunto.

Soube de ambos, em uníssono, que a idéia que eu tive, nada brilhante ou original, de imprimir uma carta-padrão para o Papai Noel, dada a proximidade do Natal, fez sucesso nas respectivas classes, e fui incumbido de imprimir 32 cópias da missiva para todos os colegas. Para que todos possam elaborar suas listas, o que me parece bastante razoável.

É o que estou fazendo neste exato instante, imprimindo 32 cartas para Papai Noel, o que me impede de saber o que mais anda acontecendo pelo mundo.