Nas bancas
SÃO PAULO (coisinha linda) – Recebo triste e-mail do jornalista André Luiz Cruz informando que a edição da “Old Cars” que chegou às bancas, número 19, é a última, já que a editora Escala decidiu descontinuar a publicação.
Meu ’58 está na capa. Pena, uma revista a menos no mercado. Mas é o mercado…
É pena, mas infelizmente a revista era fraca mesmo. É a lei do mercado, saem os mais fracos…
flávio, faltou eles incluírem uma foto, mesmo que fosse pequena, do carro de pista.
de resto, o mercado editorial voltado para carros está meio fraco mesmo… quando não é se vendendo para carros de montadoras, é essa babaquice de tunning.
Digamos, que é a seleção natural ‘das coisas’.
Eu tive alguns trabalhos publicados na Old Cars, mas, verdade seja dita, praticamente não existia redação.
Quem tocava tudo sozinho era o Fernando Garcia, um jovem jornalista recém formado, cheio de boa vontade, mas que ainda carecia de um pouco mais de informação, tanto da parte histórica quanto da parte técnica.
Creio eu que o Fernando é mais um futuro talento, tem força de vontade e é interessado, só falta um pouco de conhecimento a respeito do assunto.
Desejo boa sorte ao Fernando, não apenas por ser um colega, mas também amigo.
Não custa nada lembrar o grande número de aventureiros que estão se infiltrando nesse meio antigomobilista. A primeira edição da Old Cars por exemplo, não era comandada pelo Fernando, mas por uma turma que não entende absolutamente nada sobre automóvel. Tiveram a pachorra de escrever na capa “Maverik” (sem a letra “C”), chamar Alfa Romeo de “Alfa Romeu” e outros absurdos.
Essa mesma turma está comandando outra revista da editora Escala, tão ruim quanto a primeira edição da Old Cars.
Com certeza vai ter gente dizendo que falta “coleguismo” nas minhas críticas. Pois eu digo: pro inferno com o “coleguismo”, a grande verdade é que o nível do jornalismo especializado em automóveis está mesmo muito baixo. A única coisa que merece crédito são os artigos assinados pela “Velha Guarda” do jornalismo especializado (todo mundo sabe quem é, o pessoal que escrevia pra “Motor 3”, “Oficina Mecânica” e a “Quatro Rodas” de uns 20 a 30 anos atrás. Essa velha guarda está viva e operante e merece muito respeito.
Agora a grande maioria dos novos jornalistas não passam de para-quedistas no ramo. Ontem escreviam sobre culinária e hoje escrevem (mal) sobre automóveis. Amanhã ou depois vão escrever sobre política, economia ou jardinagem…
Sinal dos tempos: nem tudo muda para melhor. Medíocre é aquele que está na média, pois bem, o que nós vemos é que tudo hoje está nivelado por baixo, os melhores se cansaram e não movem mais uma palha para continuar o bom trabalho e os lanterninhas do jornalismo não movem uma palha para apresentar um trabalho decente.
Quem sofre é o leitor, que vai até uma banca de jornal e se depara com revistas mal feitas, mal escritas, com informações erradas, fruto não de erros, mas depura ignorânciaou até mesmo burrice e falta de capacidade.
A única solução para quem gosta de carro e realmente entende do assunto é ir até a livraria Laselva ou a banca Altas Rotações e comprar o que há de melhor na imprensa estrangeira. Está difícil achar trabalho bom na imprensa especializada nacional.
Gomes, a Editora Escala é muito grande e bem profissional. O grande problema dela é que a parte grande e profissional está quase toda voltada para inpressão de encartes de propaganda que vemos nos jornais e nos entragam nos sinais.
Então nas revistas eles ficam assim, criando e acabando com elas.
Aqui na empresa já tivemos um contrato com eles para Gibi, ficava legal, mas o texto e a correção era feita por nós.
Era muito ruim mesmo. Não sabiam nem escolher os carros, veja só nesta capa aquele DKW … Tinha mesmo que fechar.
Em lugar da Old Cars aposto que vem por aí mais publicação voltada para esse tal de tuning. Vai bombar…
Infelizmente é mais uma revista sobre classicos que deixa de ser publicada.
Ultimamente com o crescimento do antigomobilismo, muita gente achou que podia se dar bem, colocando novas revistas sobre o assunto no mercado.
Mas na maioria das vezes foram publicações feitas mesmo as pressas, e por gente que não era do meio.
Má informaçao, desconhecimento, legendas trocadas, e erros de revisão, levaram muitas publicações a fecharem suas portas, com a consequente falta de vendas.
Temos algum consolo: quem ficar vai ter que cuidar mais da qualidade das revistas.
Vamos ficar de olho.
O Bianchini está certíssimo, faço minhas as palavras dele.
A impressão que tive desde o primeiro número, é a de que ela era feita por poucas pessoas, meio na correria, indicando falta de estrutura.
Como você disse é realmente uma pena, é uma revista de clássicos a menos, porém, nesse caso a culpa foi deles mesmo.
Espero que voltem um dia mais equipados técnica e humanamente, pois mercado para isso tem.
Flávio, primeiro lugar parabéns pelo DKW! Segundo lugar, provavelmente a revista fechou pois era impressionante a quantidade de erros – tanto de português como de informação – que saía na revista. Até cheguei a oferecer meus préstimos de revisor para a redação, mas não obtive resposta do e-mail. Foi uma idéia boa, mas foi mal conduzida. Uma pena.