Carros que eu gosto: Peugeot 504
SÃO PAULO (manda vir!) – Nos próximos dias, graças a um belo bife de ancho que comi perto de casa, vou homenagear carros que se encontram facilmente na Argentina. Começando com o inigualável Peugeot 504, que tem as lanternas traseiras mais belas da história da indústria automobilística mundial.
A foto mais abaixo é de um carro feito para o mercado inglês, mas mostra bem a beleza do painel, um primor.
Eu tenho um 504 Sedan Diesel francês ano 1973 documentado e rodando todos os dias. Acredito ser peça única aqui no Brasil “rodando” com documentos 2013 em dia e todo original. Motor com 50.000km original. Já fiz viagem para Águas de Lindóia, Argentina, Santa Catarina, Rio de Janeiro.
Se alguém se interessar pode me enviar um email que retorno com fotos do carro.
Obrigado.
Eu tenho um Diesel do mesmo ano pra restaurar.
Tenho tanto trauma desses argentinos dirigindo no nosso belo litoral catarinense, que não consigo ver beleza neste auto!
Meu pai teve um 504, verde modelo 71 durante quase 20 anos. Quando o vendimos a um “gitano” que jurava que era para levar a mulher grávida (mas provavelmente ia desmontar todinho) a gente chorou que nem tivesse morrido o cachorro. Um dos mais belos carros que já me transportaram
Eu gostava mais do 505, com uma traseira mais harmoniosa que esse clone mal feito da traseira do Renault 12. Cheguei a ver um dos pouquíssimos 505 que foram importados para o Brasil há alguns anos perto do Shopping Eldorado. Muito elegante.
A Argentina produziu alguns carros bem interessantes, como os Renault Fuego e 21 Nevada e a linha Citroën pequena, mas não passou muito disso. E, realmente, as lanternas traseiras grandes do VW1500 (o Dodginho deles) eram medonhas, para ser bondoso.
E S T A T U T O
Da definição:
§ 1º. A Associação das Vítimas de Carros Antigos, doravante chamada AVICA, é uma associação sem fins lucrativos (por motivos óbvios) que tem o propósito de congregar indivíduos com diagnóstico de Síndrome de Antigomobilite Aguda, doença que se caracteriza pela sistemática aquisição intempestiva e mal concretizada de carros antigos, invariavelmente provocando traumas econômicos e/ou psicológicos nas vítimas.
Da associação:
§ 2º. Poderão ser sócios da AVICA quaisquer indivíduos que tenham transformado a aquisição de um carro antigo em um drama familiar, particularmente aqueles que, em função de uma malfadada aquisição, ou de uma tentativa de restauração ainda pior, passaram a ter dificuldade de relacionamento com a sociedade e apresentam intensos sintomas de depressão pós-compra.
§3º. Serão considerados sócios honorários da AVICA todos os indivíduos, brasileiros ou estrangeiros, que comprovarem perda patrimonial igual ou superior a 30 salários mínimos na aquisição de carros antigos, despesa considerada a partir do momento em que a vítima demonstrou interesse pelo que deveria ser um “hobby” e transformou-se em uma tragédia.
§4º. Os associados que estiverem com síndrome de abstinência, isto é, que apesar de terem sido afligidos por intensos sofrimentos ainda insistam em adquirir outro carro antigo, terão acompanhamento psicológico dos sócios curados, assim considerados aqueles que não possuem carro antigo há mais de cinco anos. O tratamento inicial será realizado em uma carcaça de Simca Chambord 1966, gentilmente cedida por um antigomobilista anônimo.
Da organização:
§5º. A diretoria da AVICA será composta de uma presidência, um conselho consultivo e três departamentos de vítimas: a de carros nacionais, a de carros americanos e a de carros europeus. Nesta última concentram-se os casos mais graves.
Da sede:
§6º. A AVICA não possui sede própria, pois, se tivesse, certamente já teria sido penhorada para pagar dívidas dos associados. As reuniões são realizadas em locais aprazíveis, normalmente em áreas inóspitas, onde não possam ser encontrados carros antigos para evitar má influência sobre os sócios traumatizados.
Das atividades:
§7º. A AVICA promoverá palestras ocasionais alertando seus associados, vítimas em potencial, sobre o perigo da aquisição de um carro antigo. Nessas ocasiões, os sócios recuperados darão o testemunho de seu sofrimento, narrando as dificuldades financeiras que enfrentaram, seus dramas pessoais e a forma como recuperaram o amor próprio ao se desfazerem de seus veículos antigos, sempre com perdas irreparáveis.
§8º. Mensalmente a AVICA realizará uma “Sessão do Desmonte”, na qual os associados queimarão fotos e destruirão peças de seus carros antigos. Nessa ocasião eles receberão a “Arruela da Felicidade” que os ajudará a livrar-se definitivamente das lembranças obscuras.
Das obrigações:
§9º. Ao ingressar na AVICA, os membros se comprometem solenemente a cumprir o juramento da instituição: “Prometo não me envolver com qualquer forma de atividade ligada a carros antigos; a não comparecer a qualquer reunião, salão, exposição ou qualquer evento envolvendo carros antigos; a não visitar ferros-velhos; a não fazer assinaturas nem adquirir em banca revistas que tratem do tema carros antigos e, acima de tudo, para o meu bem estar e de toda a minha família, a jamais sucumbir à tentação de adquirir outro carro antigo. Hei de vencer!”.
Do auxílio mútuo:
§10. Os associados, baseados no conhecimento de uma Lei de Murphy que diz “não é justo que os idiotas fiquem com o próprio dinheiro”, prometem dedicar-se inteiramente à defesa dos interesses dos associados, evitando que façam compras inopinadas, principalmente as que ocorram à revelia da família e da orientação de seus verdadeiros amigos.
§11. Caso um associado em um surto alucinógeno adquira um carro antigo, seus companheiros de infortúnio lhe darão todo o apoio para que se livre do veículo antes que os prejuízos se estendam além do suportável.
Em complemento a este estatuto, transcrevemos abaixo algumas cartas de agradecimento de membros que ingressaram na AVICA quando estavam desesperados. Os nomes verdadeiros foram omitidos em sinal de respeito.
“Sr. Presidente.
Eu julgava haver chegado ao fundo do poço. Em apenas um ano comprei um Citroén DS 1958 e um DKW Sedan 1958, cujas restaurações quase me levaram à falência. Para fazer essas aquisições hipotequei minha casa e, em poucos meses, suspendi o tratamento dentário de meu filho porque precisava de um párabrisas. Graças à AVICA hoje sou um novo homem. Agora possuo apenas um Corsa 1998 e sou considerado pelos vizinhos e pela família uma pessoa quase normal.
Muito obrigado!”
Assinado: Chassi empenado (pseudônimo)
“Sr. Presidente.
Somente após conhecer o trabalho da AVICA percebi que os carros antigos haviam me levado à ruína. Cheguei a vender a dentadura da sogra para comprar um espelho retrovisor e anunciei um de meus rins na Internet porque desejava adquirir um Karman-Ghia. A AVICA me acolheu a tempo. Minha mulher já voltou para casa e estou quase terminando de pagar minhas dívidas com as oficinas mecânicas.
Sou-lhes eternamente grato.”
Assinado: Príncipe dos cromados (pseudônimo).
“Sr. Presidente.
Depois de largar a família para viver em um ferro-velho me dei conta de que não poderia mais continuar nesse rumo. Após algumas aquisições mal sucedidas, dentre elas um SKODA 1957, irrecuperável, meu guarda roupa ficou reduzido a um macacão. Passei a sobreviver com uma cesta básica doada por amigos, que invariavelmente eu vendia para comprar peças para os carros. Quando a AVICA surgiu em minha vida eu já usava como marmita uma tampa de válvulas de um Fusca 64. Com o apoio da AVICA, recebi umas roupas usadas, aposentei meu macacão e já resido em uma quitinete alugada por amigos.
Por favor, continuem o bom trabalho. Precisamos de vocês.
Atenciosamente.”
Assinado: Pára-brisas trincado (pseudônimo).
Muito, mas muito feio. E em Buenos Aires quase todos os taxis são 504. Agora imagine milhares deles pintados da “cintura pra baixo” de preto e o resto amarelo ovo… até arrepia
Ancho…388 ou Pobre Juan ?
Meu amigo kamarada voador, por falar na ótima carne bovina argentina, qual é o prato típico ou principal da sua amada CCCP ?
As más linguas dizem ser criancinhas, pero no lo creo, es mala leche de la oposición de mierda, no ?
Asta la vista, patrón.
Esse clássico pininfarina foi um dos, se não o primeiro carro de grande produção a usar faróis retangulares na horizontal o que mudou o padrão do design mundial daí para a frente. Foi um dos carros mais vendidos no mundo na sua época áurea, forte e resistente e elegante.
Só de ver a foto lembro da barulheira do motor diesel e da fumaceira que sai do espacamento desse carro.
Carros Made in Argentina que eu gosto: 306 Rallye, Renault 19 sedan e Fiat 600.
Mas o que a Argentina tem de melhor é a Picanha e os Alfajores Havana.
Gosta mesmo? É sério? Hummm…
Corrigindo, fã!!
hehe
Sei que aqui ninguem é muito fan de carros tuning, mas na revista Fullpower deste mes, saiu uma picape 504 modificada…
Ate que ficou bonita… mas o carro em si nao gostei nao…
Medonho. O dono do blog só pode estar de brincadeira.
Realmente, é um marco na indústria automobilistica. Mais feito que isso é difícil.
Ah, já ia me esquecendo do Dodge 1500 que acabou sendo produzido pela Volks com umas lanternas traseiras enormes, feíssimas. Um colega do trabalho tem um, vive deixando ele na mao… Ele me perguntou se nao conhecia um Zé Mané que quisesse comprá-lo, eu disse que conhecia, mas tinha que ir a Sao Paulo, hehehe…
É injusto dizer que na Argentina só tem esse carro… tem muito 3CV, Fiat 600, 147, 127, Renault 12, Taunus (alguns modelos sao lindos), Ford Falcon (uma verdadeira banheira). Muitos desses carros foram fabricados até mediados dos anos 80, alguns até 95 (como o 147).
esse ae eh o fusca argentino
carro ridiculo
Na Argentina, só tem esse carro.
Desse jeito vou juntar o que restou do meu Super Trunfo. Via as fotos dos carros e me imaginava dirigindo-os, como o Pontiac Firebird Formula, com seus cc 7207 e 12 cilindros em V.
Tem um professor da Universidade de Brasília que possui um modelo desse, inclusive andei muito de carona. Na época este modelo era top.
Não sei se vc precisa de analista ou oculista, FG!
Ahhhhhhhh, Gomezzzz… Hehe… Tô até com medo de ver a foto daquela Miss de quem v. tanto fala… Acho que foi Missa em 1958… hehe…
Ainda acho as lanternas mais belas as dos Audi 80/100(A6 1ª geração)/A8 1ª geração (também usadas em esportivos como Lister). Apesar de terem blocos semelhantes ao das Mercedes SL 3ª ger. e BMW série 3 da década de 80, as cores adotadas e a forma lisa e curva deram nova vida… Como são lindas!
Desenho do Pininfarina, que trabalhou muito anos para a Pegeout. FG, não esquece do Torino , que era um dos meus sonhos.