Ladaland (segunda)

SÃO PAULO (acertando os ponteiros) – Recebo e-mail de famoso blogueiro, que não escreveu durante o fim de semana porque esteve a passear pelo Turcomenistão, onde vive atualmente depois de anos de uma existência vazia num condomínio burguês perto de Osasco. Reproduzo, respeitando os pedidos de anonimato, porque julgo bela a história pessoal do casal.

Kamarada, tem sido bela e harmônica a vida no Leste. Estamos morando em Balkanabat, que é uma cidade muito “balcana” (não resisti ao trocadilho, mas minha noiva canadiana não compreendeu o sentido; aos norte-americanos é difícil compreender o sentido de certas coisas). Estamos aprendendo a falar turcomeno e temos feito obras sociais junto à minoria uzbeque que vive em nossa vila. No sábado fomos pegar uma prainha no mar Cáspio, afinal também somos filhos de Alá, não é mesmo? Na volta paramos numa lojinha de artigos típicos e veja só o que encontramos! Um relógio que colocamos na nossa cozinha, onde também fica a sala. Assim não nos atrasamos para ir à fábrica todas as manhãs! Pagamos apenas 42 mil manats. É mais de dois meses de nossos salários, mas o presidente Gurbanguly Berdymujammedov diz que precisamos aquecer a economia, e estamos colaborando com nosso novo povo. Abraços, Leandrov Alfonsov.

O que é mais interessante é que a peça funciona direitinho. E nem precisa dar corda.