GIRA MONDO, GIRA (TERÇA)
SÃO PAULO (pontos de vista) – Fidel Castro renunciou hoje à Presidência de Cuba e ao comando das Forças Armadas do país. A data, 19 de fevereiro de 2008, entrará para os livros de História como o dia da queda do Muro de Berlim e da dissolução da URSS. É a História sendo escrita diante de nossos olhos.
Mas esta noite, no Brasil, o assunto será o paredão do BBB.
Essa é uma das diferenças básicas entre as sociedades cubana e brasileira. Nós vemos Cuba sob o olhar de décadas de propaganda americana sobre a ilha. Analisamos o regime sob a ótica da frivolidade, fazendo gracejos sobre os carros velhos, a quantidade de canais de TV, a falta de celulares. E depois, num segundo momento, tentamos politizar a questão cubana com o argumento único de que “se fosse bom não proibiriam ninguém de sair” e coisas do tipo.
Tese superficial como um espinho.
Com nossa visão americanizada de mundo, não conseguimos compreender e nem aceitar uma sociedade em que a prioridade não é comprar carro bonito, ou o último Motorola, ou o apartamento na Riviera. Viver é ter. Qualquer coisa que não seja parecida com isso é não-viver.
Esse é o maior engano que se comete quando se fala de Cuba: não entender que existe gente no mundo que não liga para essas coisas. Cuba vive sob o mesmo regime há meio século. 90% de sua população de 11,2 milhões de habitantes (dado de 2002) menor que a da cidade de São Paulo tem até 64 anos. Ou seja: praticamente todos nasceram depois que Fidel derrubou a putaria de Fulgêncio Batista.
Viver, para essa gente, é uma experiência muito diferente da nossa. Batalha-se pelo supérfluo, com a certeza de que o básico está garantido: educação, saúde, emprego (antes de seguir, leia este belo resumo sobre Cuba, com dados muito relevantes; preste especial atenção no quadro que fala sobre a política dos EUA em relação ao país).
Em tudo que realmente importa, Cuba é melhor que a maior parte do planeta. Mortalidade infantil, analfabetismo, miséria, falta de moradia e desemprego não fazem parte da rotina do cubano. Que pode não ter uma vida de luxos e regalias, pode não ter TV de LCD ou um Corolla na garagem, mas olhe para o seu próprio umbigo: quem aqui tem?
Dispa-se de seus pequenos desejos de consumo e responda, com sinceridade: se você fosse sua empregada, morando nos confins da periferia, ganhando 500 reais por mês, com filhos na escola pública, assassinatos no boteco ao lado, camelando quatro horas por dia dentro de um ônibus, tendo de pegar fila no centro de saúde, não acharia um país como Cuba uma maravilha?
A imensa maioria dos brasileiros, imensa mesmo, vive muito pior que o pior dos cubanos. Você pode até viver melhor. Eu vivo. Mas a imensa maioria, imensa mesmo, vive muito pior.
Aqui temos democracia, TV a cabo, loja da Maserati, calças Diesel, celular 3G. Podemos ir a Miami sem correr o risco de morrer afogado numa balsa feita em casa. Mas quantos de nós, brasileiros, vivemos integralmente essa liberdade? Quantos de nós podemos passar diante de uma vitrine, desejar algo e comprar? Quantos de nós podem sonhar com algo muito diferente da balsa que embala os sonhos dos dissidentes?
Nossa liberdade é bem relativa. É condicionada ao que se tem. E, para quem não tem nada, muito mais cruel do que as restrições ao ir e vir a que os cubanos são submetidos. Eles, pelo menos, sabem as regras do jogo, e as regras lá são feitas para a maioria. Sua realidade é a da ilha, e é nela que vivem. Com ambições e pretensões bem diferentes daquelas que nos alimentam, nós aqui do lado bonito e feérico do mundo.
E, afinal, quem somos nós para hierarquizar ambições? Quem é você para achar que seu desejo de ter uma Hilux é mais defensável do que o desejo de um cubano de ter uma geladeira melhor? Quem é você para afirmar que o american way of life adotado e defendido pelo mundo ocidental esse estilo de vida que permite e aceita a degradação do ser humano miserável, que estimula a competição e que fecha os olhos para a violência diária contra os que não deram a sorte de ter o que você tem é mais humano que a simple life de um povo como o cubano?
Na verdade, quem somos nós para falar de Cuba? Quem somos nós para troçar de Fidel? Quem somos nós para caçoar dos prédios decrépitos de Havana? Que país nossos pais nos deixaram, e que país estamos deixando para nossos filhos? Podemos nos orgulhar de alguma coisa? Podemos nos orgulhar de ter construído, com nossos meios e nossas mãos, uma nação onde as pessoas têm as mesmas chances, onde todos têm direito a uma escola, a um médico, a um trabalho?
Cuba pode. Nós fracassamos, eles venceram.
Muito bom texto FG… Conseguiu chegar na minha caixa de mensagens, sou aluno de direito da UERJ…
Dos comentários q eu li, infelizmente não consegui ler todos, alguns me chamaram bastante atenção. A maioria se pautou em dizer os assassinatos de opositores e a falta de liberdade que acontece em Cuba.
Mas pensem: Se o povo cubano estivesse realmente insatisfeito, eles não teriam derrubado Fidel?Nós fizemos isso com a Ditadura Militar… Aí vc´s perguntariam: Pra que, pra ser fuzilado??? Ué, mas isso aconteceu com vários brasileiros, foram fuzilados em prol de nossa democracia… E olha q eles são mais sangue quente que a gente…rsrsrs
Tiveram outros que falaram: “Aqui pelo menos se o cara trabalhar pra caramba e tiver sorte fica rico.” Ta, pode até ser, mas será que a imensa maioria de miseráveis que vivem neste Brasil terão pelo menos o emprego, pois a sorte pelo visto lhes faltam…rs
O Ultimo comentário que quero destacar era esse: “Os brasileiros que chegaram lá podem ajudar a mudar a situação.” Ué, vários já não “chegaram lá” e não fizeram nada em prolde seus irmãos… Aqui no Rio foi um dificuldade tremenda para se colocar um simples sistema de cotas numa Universidade, dando o acesso à todos, aquilo que é de todos… Imagina vocês esses que “chegaram lá” ajudando numa reforma agrária, por exemplo… Praticamente impossível.
Dos comentários que foram positivos ao seu texto, quero destacar um que mostra um cronograma dos embargos americanos sobre Cuba, chegando ao absurdo de proibir o povo americano de visitar a ilha, que liberdade maravilhosa essa vivida nos EUA. E uma outra que fala sobre olharmos nosso próprio umbigo, pois muito disseram que prefeririam viver como mendigo livres do que na ditadura de Fidel, será que se esse pessoa estivesse mesmo como mendigo, morrendo de fome, tomando porrada da polícia e sendo tratado como marginal, iria preferia mesmo a nossa liberdade????
CASO A SE PENSAR!!!!!!
Abcs!!!
Flavio,
Acabei de receber por email o seu texto e achei perfeito . Hoje fiquei em casa e ao mesmo tempo que passava o “BBB” passava na TV Cultura no “Obeservatório da Imprensa” um debate sobre a liberação ou não das celulas tronco.
Parabéns.
Ao mesmo tempo que recebi encaminhei a outras pessoas.
Caro Flávio,
se você perdeu alguns leitores por essa análise sobre a saída do Fidel, saiba que ganhou outros tantos. Muitos comentários aqui deixados desnudam o pensamento de muitos brasileiros de que nós nos bastamos. Pra que se importar com o que acontece em Cuba, no Haiti, na Bolívia, no Kosovo? Olhamos somente para o nosso umbigo.
É isso aí. Estou com você. O que importa é o Ser e não o Ter.
Mande fotos de tudo para mim, você deve ser muito íntimo de ambos. E agora me deixe em paz, tenho mais o que fazer.
Caro Gomes,
O texto sobre a Coréia do Norte será muito bem-vindo, faço questão de recebê-lo em primeira mão. Só não esqueça de dissertar sobre algumas peculiaridades do decadente estilo de vida do Camarada Grande Líder Kim Jong-Il, como seus palácios de mármore Carrara e sua reluzente frota de Mercedes-Benz. Aliás, você esqueceu dos Mercedes de Fidel no texto sobre Cuba. O velho ditador não é como você, que anda de Lada!
E lamentavelmente, você também não mencionou as estupendas “viviendas” do clã Castro e dos altos burocratas cubanos, onde nada falta nas despensas, as geladeiras são do último modelo (e americaníssimas, da GE, apesar do tal embargo) e os muros são bem altos, para evitar olhares curiosos…
Caro Flávio,
Conheço você de muito tempo, já que trabalhamos juntos no setor automobilístico. Mas me surpreendi – positivamente – com o seu texto sobre Fidel. Claro, objetivo e revelador. Parabéns
Joel Leite
Está nos planos, um texto sobre a Coréia do Norte. Quer que mande direto para seu e-mail?
Flávio, você é uma contradição ambulante. Baba ovo para Fidel e seu regime despótico, mas ganha a vida comentando Fórmula 1, o “esporte” mais burguês, elitista e dispendioso da face da Terra. Se os comunistas tivessem vencido a Guerra Fria, você estaria desempregado. Aguardo ansiosamente a sua resenha sobre as maravilhas da Coréia do Norte.
Saudações de um ex-admirador.
OK, mas seja homem, cumpra a promessa.
Adoraria ter um LCD de 32 polegadas como um camarada daqui postou, e um Corolla, de preferência o modelo 2009 que está por vir.
Realmente, o que temos a ver com Cuba? Sorte nossa, azar o deles, exceto dos cubanos que estão em Miami.
Chega Flávio. Não entro mais no seu Blog. já tirei-o da aba dos “Favoritos”. Sendo repórter do esporte mais “uber-capitalista” que existe, é hipocrisia dos piores.
É como ser crítico de cinema, que na verdade, adora mesmo é um filminho pornô baixado na net.
Ou um repórter de Fórmula 1 que adora carros poluentes, apertados, que andam de 0 a 100 a 27 segundos…
É Flávio, tá na cara que lá devem existir muitos Ladas. Justifica sua opinião e se precisar de peças!!!
Como dizia o Prof. Franco Montoro: O país não tem que ser rico, o povo tem que viver bem. E não sou ligado a partido político. O Brasil está credor, que o povo também esteja em breve. E porque não quita a dívida já?
O contra ponto do contra ponto. Em primeiro lugar, Fidel Castro é meu ídolo exatamente por tudo o que o seu texto disse, por ter conseguido dar aos mais pobres um basico solido. Pena que tenha saido muito tarde do poder, seu papel ja estava cumprido ha bem uns quinze anos. Mas, vivendo aqui nos Estados Unidos, posso, perfeitamente concluir que desejar ter mais e melhor tambem e possivel, contudo, sem uma estrutura fundamentada na educação não. E é exatamente por isso que sempre acreditei que Cuba caminharia, inevitavelmente, para uma forma mais fechada de capitalismo e por causa de toda a educacao de sua gente, com certeza, conseguiria ter o melhor dos dois mundos. Cuba está pronta para se tornar uma das maiores potencias cientificas do planeta, por exemplo. E com toda certeza, trata-se de uma excessão dentro das americas. Ao contrario do que vc disse, a competitividade está sim entranhada no peito do povo cubano e a entrada de capital e aumento de possibilidades demonstrará isto ao mundo. A vantagem de Cuba com relação ao Brasil, por exemplo, é que aqueles que nao se tornarem ricos ou quase, continuarao a ter o que tem hoje ou até mais, muito diferente do que acontece no Brasil, onde uns poucos desfilam suas pseudo riquezas enquanto outros vivem em plena miseria. O Brasileiro precisa reaprender o significado de algumas palavras e poderia muito bem comecar por vergonha, valor e vida. Abracos.
Matou a pau Gomes, humilhou.
Até eu que, não sou totalmente a favor do modo Cubano de viver e governar, reconheço que está certíssimo em suas colocações.
Nem li os comentários dos colegas blogueiros, mas acredito que muito devem ter ficado de cabelo em pé com o que escreveu.
Vou mostrar seu texto para meus amigos, ok?
o brasil é tão bom que há várias comunidades no exterior, europa, eua, etc de brasileiros que só voltam pra cá deportados. nosso país é tão livre que os atletas podem escolher ficar ou partir, mas não esperam nem uma proposta mais ou menos pra picar a mula daqui, no nosso país a liberdade de expressão é tanta que nossos noticiarios são sempre cheios de discussoes profundas considerando todos os lados de uma questão, sem meias verdades repetidas a esmo (alguem viu o documentario ‘aecio, liberdade essa palavra no youtube sobre a censura e demissao de jornalista em minas pra proteger o futuro presidente). Nosso país o governo não mata, mas a sociedade em que ele se insere e despreza mata por ele (todo mundo viu tropa de elite, carnificia que revigora, mas ninguem viu ‘onibus 174’ do mesmo diretor mas que ridiculariza o bope e mostra o forma sistematica de produção de meninos de rua no brasil). Parabens, PG, produzir conhecimento que nos faça refletir e considerar outros pontos de vista é mérito raro no nosso jornalismo.
Qual é a fonte dos indicadores sociais de Cuba? Se for o governo local, é EVIDENTE que é cheio de expurgos, assim como a inflação do governo Kirchner e uma suposta diminuição dos índices de violência durante o (des)governo de Rosinha Garotinho. Como acreditar em alto IDH num país onde o povo tem a comida RACIONADA?
Muito bom o texto, FG! Ainda que eu não seja simpatizante do socialismo, o modo como você comparou nossas sociedades pode abrir os olhos de muita gente sobre o modo de enxergar a vida. Nas grandes cidades brasileiras, essa ânsia pelo “ter” tem elevado a criminalidade a níveis absurdos. Obviamente que o povo brasileiro precisa ter multi-canais e TV LCD. O que faríamos à noite, quando às 19:00 a maioria do povo se tranca em suas casas cheias de grade e alarmes, morrendo de medo de pôr o lixo na rua e ser surpreendido por algum assaltante? Essa é a liberdade em que vivemos…
Essa Cuba que vc falou tão cheio de esperanças, não existe! Aqui no interior, vivemos com uma comunidade cubana, que mais e mais tem se esforçada para buscar seus entes queridos para viver no Brasil. Perguntamos a eles: Porque? Se ouvimos falar através de alguns jornalistas propagandas tão boas de Cuba. As respostas são várias, as justificativas para fugir de Fidel, não de Cuba, são uma só: mêdo. Mêdo de não poder vêr um filho crescer em liberdade, sem privaões, sem fome. Mente quem diz que lá, como cá, não se passa fome; mas a diferença é que aqui, os que se esforçam se sobressaem e conquistão a vida plena em liberdade. LIBERDADE. Só dá realmente o valor à ela aqueles que já não tem.
Em plena época da Internet, onde se tem Lan Houses até em favelas (coisa que um cubano não-membro do partido nunca vai ver), defender Fidel Castro e o seu comuno-caudilhismo chega a ser uma heresia tal o anacronismo. Elogiar Cuba é desmerecer o Brasil, onde mal ou bem, as pessoas trabalham e um favelado, por exemplo, não é obrigado pelo Estado a dividir sua casa com estranhos. Ao contrário do que os esquerdistas de mesa de bar pregam, um favelado no Brasil tem muito mais que qualquer cubano (a não ser, claro, I Fratelli Castro e outros membros do Partido), especialmente quando o lugar onde vive não tem traficantes. Enquanto isso, os hipócritas da esquerda festiva estão dando um churrasco num quintal de no mínimo 50 m², com muita cerveja e outros tipos de bebida, elogiando um ditador que impõe regras a seu povo que eles, que aqui têm o conforto do inferno capitalista, jamais, em tempo algum iriam se submeter.
Obrigado Flávio Gomes, Obrigado MESMO!!!
Flávio Gomes, muito obrigado por escrever este texto com tamanha lucidez e despreendimento do pensamento americanista… Talvez se o André Rizek tivesse lido o seu texto antes de escrever aquelas besteiras tivesse tentado responder as suas perguntas e ficado quieto, pois não há como entender cuba, fidel, a história da revolução sem tentar entrar na cultura e na história daquele povo… Vida Longa a Fidel e à Revolução, que enquento estiver viva será sempre vitoriosa… Se toca Rizek e PEDE PRA SAIR!!!!!
FG, parabéns pelo texto. E pelas mensagens postadas, a ARENA continua com muitos filhotes.
È isso aí Flávio!! agora com Lula estamos no caminho, seguindo os ensinamentos de Fidel!! Vida longa ao comandante!!
Por que a direita não se pergunta por que que o haiti e todas as outras ilhotas americanas são bem piores do que Cuba!!!!!
“Onde existir um governo que tenha subido ao poder por alguma forma de consulta popular, fraudulenta ou não, e mantenha pelo menos uma aparência de legalidade constitucional, é impossível a implantação da luta armada, por não estarem esgotadas as possibilidades de luta cívica”
(“Che” Guevara)
Adorei o texto Sr Gomes, e ainda acrecento que se não fosse por Fidel e o Che Cuba hoje seria pior que a Jamaica. E olha que a jamaica estaria em vantagem por conta do Bob Marley.
Hasta la victoria siempre
Pô Flavinho, eu não entendo essa sua postura esquerdista. Você é comentarista em um canal multi-nacional, cujo público é seletivo (economicamente falando). Eles pagam parte do seu salário, que permite que você viva confortavelmente e possa oferecer uma boa estrutura à sua família.
Agora olha Cuba. Chegou a se informar sobre o video de estudantes que, supostamente, perguntaram a um membro de alto escalão do governo “Por que precisamos trabalhar 2 dias p/ comprar uma escova de dentes ?!”. Acho que isto é auto-explicativo.
Não justifica apoiar um cara que fez algumas coisas certas e um monte de coisas muito sérias erradas.
Parabéns pelo seu modo de pensar. Um grande abraço.
Muito bom… Fantástico… e etc… análise oportuna e bem feita . Análise corretíssima. Infelizmente, aqui no Brasil esse tipo de idéia é tão difícil como ver as nuâncias que o nosso nariz não nos deixa ver. Como diz o título do post o mundo gira. Gira, gira e gira, mas aqui no Brasil o mundo gira e pára sempre no “novo” (igual? pior…) BBB.
Nao estamos aqui para julgar ninguem, mesmo porque cada um de nos temos missoes a cumprir nessa vida. Mas feliz mesmo, deve estar o seu povo. Somente ele sabera qual o melhor caminho daqui para a frente.
Cuba foi o socialismo que deu certo. Se não fosse o embargo econômico liderado pelos EUA, e realidade hoje seria bem melhor, pois além das conquistas sociais, existiriam também as conquistas econômicas. E o engraçado é que mesmo com tudo contra a ilha, ela venceu, Fidel venceu. E agora um novo tempo vai começar, as conquistas sociais estão consolidadas, a luta por liberdade de expressão crescerá, pouco a pouco o país vai se abrir econômicamente. Então Cuba terá tudo, mesmo com todos contra.
Muito bom, Flávio. Parabéns.
Tenho que, na concepção do comunismo, não foi devidamente avaliada a questão da interferência do regime no Livre Arbítrio. Este precedente que, para os criacionistas, foi dado à humanidade ainda no Éden, e que lá mesmo já causou controvérsias, é e sempre será a grande raiz humana. É contra a nossa natureza tolhê-lo. E nada que seja contrário à natureza das coisas ou das criaturas prospera, muito menos um regime político ou um sistema de governo.
Se um cidadão bater o pé de que quer por que quer ter o direito de escolher entre comprar um Corolla e não ter onde cair morto ou ter onde cair morto e andar de pseudo Buick 52, nada o fará mudar de idéia.
A Fidel e todos os castristas convictos cabe a glória de ter transformado o “Moulin Rouge” de Fulgêncio Batista em uma nação de fato, com bons índices sociais, praticamente sozinhos enquanto o sonho (ou a Grande Mãe Rússia) durou. E cabe a inglória de ter tentado, nesse caminho, mudar a natureza humana.
Depois do fim da guerra da Coréia, o país foi dividido em 2. O norte ficou com os comunistas, o sul, com a gangue ianque. No início, o norte tinha indústrias de base, financiadas pela China, enquanto o sul, ainda capitalista, era uma economia agrária, considerada subdesenvolvida. Pois, após 60 anos de turbulências e ditaduras de esquerda e direita nos 2 lados, quem diria, o sul (isso mesmo) se desenvolveu, e virou um Tigre Asiático da tecnologia de ponta, um páis transbordando de progresso e prosperidade. Quanto ao norte, bem… a utopia comunista virou um país miserável, onde um milhão de pessoas morrem de fome por ano. Quanto à frase de FG (“Cuba pode. Nós fracassamos. Eles venceram.”), o Brasil tem muito mais possibilidade de ser uma Coréia do Sul e prosperar, mesmo com um governo tão fraco como o atual, enquanto que Cuba, a continuar assim, tende a ser outra Coréia do Norte. Mas sem bomba atômica.
A opinião de Bernie é t %!@$&@#de quem não tem mais intenções políticas, ou, o que parece mais óbvio, sintomas avançados de SENILIDADE E ARTEROESCLEROSE. Não percebem que a única diferença entre o eterno Capo da F1 e uma MÚMIA, é que esta está sempre envolta em bandagens????
Vc muda pra cuba quando???
Interessante…alguém vai defender as declarações do Bernie Eclestone, de que prefere a tortura e a ditadura, do que a democracia?
Não? Talvez porque ele seja um ícone do capitalismo e transformou a F1 num negócio sujo?
Ah tá, então não pode.
Caro Flavio,
Lembre-se de que você, lá, já teria sido fuzilado.
porque aqueles que defendem Fidel esquecem sempre de escrever em seus textos as prisões políticas e as execuções sumárias?
Nada justifica quase 50 anos de assassinatos, prisões ilegais o cerceamento total de liberdade.
Ah… a liberdade!
Aos que defendem tanto essa condição, por que não praticam e deixam de julgar quem escreve um texto assumindo um posicionamento?
Ale da Costa,
Depois de subverter seus alunos com o texto de FG sobre fidel castro (assim mesmo, com minúsculas), endeusando-o com herói da humanidade, vai fazer o mesmo com AL CAPONE?
Beleza de texto, aprofundado e resume de uma maneira geral, sem usar termos filosóficos, o sentido de viver conforme as condições apresentadas. Lúcido.
Isso sim é um texto reflexivo.
Concondando ou não com o contexto.
Parabéns FG.
Flávio, vc é ótimo quando fala de automobilismo e ridículo ao comentar a situação de Cuba.
Agora só espero que vc também elogie Bernie Ecclestone pelas declarações que ele fez a favor das ditaduras, afinal, vcs têm a mesma opinião.
Fidel é um lixo. E se vc fosse cubano, caro Flávio, não teria a maravilhosa liberdade que vc tem para escrever o que bem entende no seu espaço na net.
Fidel não é um mito, como diz Lula. É um câncer, assassino sanguinário e já vai tarde. Os fins não justificam os meios.
Abs
Beleza de texto!!!
Só acho que o Fidel errou em não ter largado o osso antes…
Flávio,
Você tirou as palavras da minha boca. Parabéns, excelente texto.
Denise
Achar que não há miséria em Cuba é um absurdo! Basta assistir a qualquer reportagem para ver a escassez de comida, água, energia elétrica etc. No final do ano passado, a Record transmitiu uma série sobre a vida em Cuba enviando a repórter Andréa Beroni. Digno de um prêmio jornalístico, o especial mostra claramente a situação precária dos cubanos, o desespero para conseguir os alimentos (em quantidade limitada e previamente determinada pelo governo), os constantes cortes no abastecimento de água e, por fim, um pouco da opressão estatal sobre os cidadãos. Concordo com aqueles que consideram Fidel Castro um exemplo – um exemplo a não ser seguido. Realmente, não há dúvidas de que o governo Batista foi uma verdadeira ditadura e que a sua derrubada foi merecida. Mas não foi instalada outra ditadura? Mudou da direita para a esquerda. A ditadura de Fidel é autoritária e sanguinária como qualquer outra ditadura, onde seus opositores são presos pelo simples fato de concordarem com a situação, ou simplesmente executados – acredita-se que cerca de dezessete mil cubanos foram mortos pelo governo por não estarem de acordo com o regime. Fidel Castro merece ser julgado pelos seus crimes o quanto antes, pois não pode morrer impune e como um herói. Será que os seus admiradores acham que quem manda executar milhares de pessoas é um herói? Eu considero um criminoso, afinal, tomou um país como se fosse sua propriedade e trata os habitantes como seus escravos. Ainda usam o argumento do sistema de saúde, mas este já não é mais o mesmo, tendo em vista que importaram um médico da Espanha para cuidar do líder doente. Os médicos, esportistas, cientistas e todos os outros cubanos não podem viajar para o exterior sem prévia autorização do regime e quando conseguem, ainda precisam garantir que voltarão. Vida longa aos cubanos!
Jorge,
A União Soviética e a Alemanha Oriental não são bons exemplos para você? Precisa ver Cuba? Aliás, é justo um ditador submeter seu povo a uma experiência fracassada? É lícito em economia pôr o país em experiência como se fosse um laboratório?
Meu rapaz, você é um equivocado!
flávio, se bons textos são os que nos fazem pensar, este, sem dúvidas, o é.
Parabéns Gomes. Lindíssimo, Bravíssimo!
Ditado popular: Escreveu, não leu, o pau comeu…..
Sic…”Nossa liberdade é bem relativa. É condicionada ao que se tem. E, para quem não tem nada, muito mais cruel do que as restrições ao ir e vir a que os cubanos são submetidos. Eles, pelo menos, sabem as regras do jogo, e as regras lá são feitas para a maioria. Sua realidade é a da ilha, e é nela que vivem. Com ambições e pretensões bem diferentes daquelas que nos alimentam, nós aqui do lado bonito e feérico do mundo.”
Dificilmente concordo com seus artigos, porem este esta de parabens.