RÁDIO BLOG (3)
SÃO PAULO (como todos nós) – Aí eles já tinham dormido, mas eu ainda não, e como somos todos de lugar algum, “Nowhere Man” para fechar a noite.
Perfil
Jornalista, dublê de piloto, escritor e professor de Jornalismo. Por atuar em jornais, revistas, rádio, TV e internet, se encaixa no perfil do que se convencionou chamar de multimídia. “Um multimídia de araque”, diz ele. “Porque no fundo eu faço a mesma coisa em todo lugar: falo e escrevo.”
Saiba mais
Pra mim, Ringo Starr é o mais carismático do Beatles, de longe. Mesmo antes de pensar isso, a minha música favorita dos Beatles, dos discos que tinha em casa, sempre foi “With Little Help From My Friends”
youtube.com/watch?v=_2ytL-GlzMA
Ainda mais, anos depois, quando fui me interessar por bateria, ao estudar descobri que foi Ringo Starr quem transformou esse instrumento de mera marcação (seja sofisticada ou não) para algo divertido de ouvir e tocar.
O cara é um gênio, mesmo não tendo feito músicas na era Beatles, pelo menos cantou uma, bem simpatica, que merecia estar aqui.
Deixo o vídeo aqui, quem sabe o Gomes corrige o erro.
Beatles eram 4, não 3, e jamais teriam sido o que foram sem Starr!!
Antes de ouvir qualquer crítica a versão que coloquei, lembrem, Phil Collins na bateria, Eric Clapton e Harrison nas guitarras, e muito “help from thir friends”.
Nunca uma música casou tanto com seu cantor!
Perguntaram para o empresário dos Beatles, nos anos 60: “Ringo Starr é o melhor baterista do mundo?”
A Resposta: “Ele sequer é o melhor baterista dos Beatles!”
Ótima essa!
Sem sono, xá contá essa. Quando eu terminar de catar milho, decido se envio ou não.
Eu estava num colégio interno de um país que o FG adora, “exilado” pelo meu pai , porque queria ser piloto e ele só via que morria um por semana na época,então…Nem pensar.
As luzes se apagavam nos quartos todas as noites às 21:30, e todas as noites a molecada se encaminhava para baixo dos edredons com seu radinho de pilha já ligado.
Ligado para ouvir um programa na “Voz da América”, uma emissora que transmitia a partir de um navio fundeado em alto mar ( Mediterraneo)para toda a região.Esta e outras “Vozes” ao redor do mundo, acho que inclusive para o Brasil, eram instrumentos de propaganda americana anti-comunismo nos anos 60.
O programa que ouvíamos chamava-se “A pedido dos ouvintes”. Neguinho mandava uma carta para uma caixa postal pedindo para tocar uma música qualquer oferecida a apenas uma pessoa,senão já viu…
Aos mais jovens informo que eram cartas porque não havia email,celulares, fax etc.,e telex ( já ouviram falar?) era um luxo que só embaixadas e agencias de notícias tinham.
A locucão ficava a cargo de uma mulher que até hoje, 40anos depois, ainda acho que tinha a voz mais sexy que já ouví na vida. Rádio sempre foi bom, e ainda é , porque cada um “constrói” o dono da voz conforme sua imaginacão. Imaginem como era a figura construída em minha cabeca, da deusa em questão.
Numa belíssima noite de primavera (1970?) , a gostosa entra no ar anunciando que naquela noite, excepcionalmente, ela tocaria uma que não havia sido solicitada. Coxixos e buxixos entre as camas da molecada; o que será que ela está aprontando? E a tal seria tocada apenas no final do programa, um pouco antes das 22:00. Êêê ansiedade.
O programa segue com ótimas músicas , algumas pedidas por namoradas da molecada , até as 21:55. Entra então a VOZ, dizendo que ía tocar uma faixa de um disco que acabara de chegar de Londres, lindo, quentinho em suas mãozinhas . Era um presente dela para seus ouvintes adivinharem quem executava a tal, que se chamava Let it be, e…. vai!
As luzes dos cinco quartos daquele andar do prédio,com oito camas cada, foram se acendendo uma atrás da outra, e o barulho aumentando pela correria entre eles, até que o bedéu acordou e saiu de seu quarto para ver do que se tratava e impor a ordem. Ficou estático no meio do hall ao se deparar com um monte de rádios ligados na mesma música em alto volume. O sorriso que ele abriu em seguida foi a senha para que todos se sentassem no chão alí mesmo e ouvissem o resto. Aos que viveram essa época : voces se lembram da sensacão que tiveram quando ouviram Let it be pela primeira vez? Eu nunca me esquecí…
Em seguida, como se estivesse adivinhando , a VOZ ainda volta e diz : é isso mesmo, são eles, John , Paul, George e Ringo, e eu vou tocar de novo para que todos durmam bem.
O programa terminou às 22:10 naquela noite, e as luzes daquele dorm. se apagaram vinte minutos depois, por ordem do “béda”, que ficou conversando sobre os 4 com a tchurma.
Sempre me sentí um abencoado, por ter vivido os anos 60, não só pelos Beatles , mas por um milhão de outros motivos. TUDO aconteceu nessa época. Mas o simples fato desses caras terem se reunido e terem feito e provocado tudo que fizeram, e eu alí ( !) vivendo aquilo ? Desculpem, mas isso para mim é prova CABAL de que DEUS existe.
É…acho que vou enviar sim. Desculpem ter me alongado, mas gostei de dividir essa com os amigos. Boa noite a todos. Obrigado Flávio.
está demais acompanhar seu blog hoje …
Matou à pau Flavio … além de lusitano, nascer a 15 de julho ainda é fã dos 4 de Liverpool … caramba quanta coincidência ,.,..
http://br.youtube.com/watch?v=H9toYaZZKHA
FG, coloca uma do Ringo ai !!!! Entre as que eu gosto dele, tem Photograph e La De Da.
Sublime.
Ah! Um dos meus cachorros se chama Macca!
Que feliz coincidência(tem acento mesmo?), vim trabalhar hoje escutando o Rubber Soul, devo mais da metade do que sou aos Beatles.
In my Life sempre me lembra do Senna, enquanto aquela musiquinha horrivel me lembra do velório só.
Porque será que esses caras dividiam o microfone? Quase se beijam.
faltou o Ringo!!
E toca “Nowhere Man” no momento em que leio este post. Que timing…
E fico imaginando: se um show de covers, como eu vi em janeiro, já é um espetáculo, como deve ser ver o Macca ao vivo. Para morrer ajoelhado no milho, no mínimo.
Estava pensando nessa música há 5 minutos de abrir o blog. Boa surpresa!
Faltou uma do Ringo… Podia ser Yellow Submarine. Ok, não era dele, mas é ele que canta.
boa
Pô, Gomes. Baita lembrança. Os quatro não só têm músicas boas, mas Nowhere Man é maravilhosa.