INFINITO

SÃO PAULO (até mais, garoto) – Eu e meu carro de corrida sempre fomos de poucas palavras. Acho que pilotos e carros não gostam de falar muito em dia de corrida. Só o essencial. Vamos lá, garotão, e um tapinha no painel, era tudo que eu dizia antes de sair dos boxes. Depois, silêncio total até a bandeirada, e um boa, garoto, voltando aos boxes. Na posição que fosse, em geral a última, o que nunca me incomodou muito.

Nada me incomodava no #96, nem mesmo suas quebras, que foram muitas, a falta de velocidade nas retas, a dificuldade para subir aquelas pirambeiras da Junção e do Laranjinha, as milhares de bandeiras azuis que vi nestes últimos seis anos. Nada. Porque ele me ensinou algo que, talvez, só um carro de corrida saiba dizer.

O #96 me ensinou o que é o infinito.

Uma pista de corrida é isso, o infinito, não se sabe onde começa, nem onde termina, e a gente só pára uma hora porque alguém manda parar, senão seria o infinito literal, acelerando e acelerando até o fim dos tempos.

Mas depois a gente volta, retoma de onde parou, antes e depois são apenas pausas nessa corrida pelo infinito que só dentro do capacete se compreende.

Sempre fomos de poucas palavras, eu e esse carro, e depois do vamos lá, garotão, era só o silêncio do motor gritando, acho que já escrevi isso antes, é estranho o silêncio dentro de um carro de corrida, porque no fundo você está só, levando aquele monte de ferro e borracha a lugar algum, e ele te leva sem perguntar nada, à espera, talvez, apenas do boa, garoto.

Ontem à noite o #96 se despediu da cidade, de seu piloto e de alguns de seus amigos e torcedores. Caramba, um carro que tem torcedores… Sem nunca ter vencido uma corrida sequer, que pode contar nos dedos as ultrapassagens que fez, a antítese da competição.

Mas era, é, meu carro de corrida, aquele que mostrou para mim o prazer de correr pelo infinito, não importa a qual velocidade, e foi por isso que ontem, quando tive de colocá-lo no caminhão, depois de ver os amigos e torcedores no bar, saí acelerando feito um alucinado pelas ruas do bairro, sem dizer uma palavra, e ele saiu junto gritando feito outro alucinado, até que duas voltas no quarteirão depois o #96 subiu a rampa e eu disse a ele boa, garoto.

Foi uma noite festiva, porque na verdade estávamos lá para celebrar o que o carro conseguiu, reunir gente, fazer pessoas se conhecerem e manter viva a paixão pelo automobilismo, que é o que nos une, e não dar um adeus definitivo a ninguém. Não derramei uma lágrima sequer, porque não tinha mesmo motivos para chorar, fiz isso em silêncio na última corrida, sozinho lá na Reta Oposta, longe de todos, e ontem todos estavam lá para vê-lo aos sorrisos, e só me emocionei mesmo quando vi o seu Alfredo, companheiro de primeira hora, dando um tapinha e um suave beijo na sua capota antes de ir embora.

O #96 é um carro especial, mas só quem conhece carros especiais sabe do que estou falando. Eu não vestia sua camiseta ontem, como muitos, e lá pelas tantas o Dú me perguntou cadê a minha, e tudo que fiz foi apontar para o carro e dizer que minha camiseta é ele, o carro, é ele que me veste e me vestiu nestes últimos seis anos na busca pelo infinito, por todos os infinitos, dentro do carro a gente pensa em tudo isso, no amor infinito, na vida infinita, na pista infinita, na alegria infinita, no gozo infinito.

Só um carro de corrida faz isso, e por isso sou grato a ele.

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Rafinha Dias
13 anos atrás

Grandes palavras. Tanto o #96 quanto o #69 agregam mais torcida e simpatia do que qualquer bolha da stock. O mesmo vale para os outros carros da Classic e os seus volantes.

Luis Carlos
Luis Carlos
13 anos atrás

Puta merda, que foda.
Cada mais te admiro. Parabéns.

Braulio Gerhardt
Braulio Gerhardt
15 anos atrás

O texto e o vídeo ficaram muito legais.
A disputa com o Aero Willys (on-board) tava boa, hein! A ultrapassagem na Alfa no Mergulho também foi duca!
Também gostei da foto com o skyline de Londrina ao fundo.

Lindas imagens de um grande carro que deixa saudades e um punhado de admiradores.

Rodrigo Maluhy
15 anos atrás

O 96 saiu da atividade para entrar para a história, linda a crônica,FG , vc deve ter ficado igual pinto no lixo em Caxambú esse ano,hehehehehe,abraços do Maluhy.

Armando Vieira
Armando Vieira
15 anos atrás

Valeu garoto….. bravo, 96. Obrigado por tudo que você fez, por trazer de volta o gosto pelas corridas, por despertar na gente aquilo que só um carro especial faz. Obrigado por trazer de volta a magia, o momento e até o cheiro dos bons tempos (na verdade, 2). Obrigado por mostrar, mesmo em sua simplicidade, quão grande pode ser um carro. Obrigado por tudo, principalmente por ter conseguido o que nenhum carro havia conseguido até então. Reunir, ao mesmo tempo, a velha guarda do automobilismo, e os novos que nunca haviam visto um DKW na pista.

Obrigado, principalmente, por mostrar que, mesmo sem chances, sempre foi um vencedor. E essa característica, só os especiais tem. E você, sem dúvidas, é o mais especial deles.

Até logo, meu amigo. E nunca se esqueça: Amigo é coisa para se guardar, do lado esquerdo do peito.

Marilis_Irmã Veloz
Marilis_Irmã Veloz
15 anos atrás

Só você mesmo, Flavinho…que lindo !!!

Marlon Maestri
Marlon Maestri
15 anos atrás

Olá Flávio,

Não sei porque não postasse meu último comentário, mas tudo bem, te perdoo. Agora o vídeo tá quase como tributo a Schumacher, mas valeu. O que seria de nós mortais se não tivessemos sonhos. É como um amigo meu jogando futebol. Quando faz um gol, comemora como se tivesse jogando no San Ciro ao lado do Kaka. Mas é isso, o grande barato da vida.

Abraços

Carmem
Carmem
15 anos atrás

Só podiam ser seus: o #96 e esse texto.
Falar o quê, depois de ler tudo isso?

pedro afonso scucuglia
pedro afonso scucuglia
15 anos atrás

Lindo texto, Flávio. Lindo. Coisa de poeta. Coisa de quem rompe as barreiras – sejam elas quais forem – e alcançam o infinito. Nunca vi o 96. Mas já estou morrendo de saudades. Talvez, no caminho para a glória, ele esteja dizendo o que você disse: boa, garoto. E acrescentando, como Exupery: libertei-me dos grilhões da terra e dançei no ar com asas coloridas…

regi nat rock
regi nat rock
15 anos atrás

Flavio:
Vc pode imaginar minha frustação de não ter podido comparecer.
O Dú me avisou de tarde e eu já estava compromissado sem chance de cancelar.
Encontrar a gang sempre é muito divertido .
Agora tenho mais um pretexto para dar um passeio no sul e conhecer – finalmente – o museu do Trevisan.
O que esse carrinho fez/reuniu/apaixonou/divertiu/encantou a tantos não tem explicação racional.
e QUEM SE IMPORTA COM ISSO?
Ele está presente em corações e mentes de muitos.
Eu estou dentre esses.
Abraço.

O CARRO, O AMIGO
O CARRO, O AMIGO
15 anos atrás

Flavio, de tudo o que você escreveu até hoje, este texto foi o mais belo e útil, agor acredito mesmo que voc~e tem uma paixão pelo seu DKW, infelizmente não sabia desta despedida, trabalho ao lado do IG na amaury, e é automático quando passo lá, lembrar da figura do DKW e depois é que lembro de você. Parabéns Flavio, isto me inspirou a tão logo, comprar um carrinho que eu julgue especial, que eu tenha amor incondicinal pelo meu futuro carrinho, assim como voc~e tem pelo eterno DKW #96.
Parabéns e vida longa a vocês dois.

Pedro do Opala e do Kadett
Pedro do Opala e do Kadett
15 anos atrás

Caramba, eu não conhecia a historia do #96, nem mesmo nunca fui interessado no DKW, mas esses poucos meses que frequento esse blog me fizeram adorar esse carrinho, e esse texto me emocionou bastante! Me imaginei me despedindo de um dos meuscarros… não seria nada fácil
Parabens, Gomes, e parabéns #96 e a toda equipe que fez com que ele existisse.

Fabiani C Gargioni
Fabiani C Gargioni
15 anos atrás

Realmente, só quem ama o automobilismo viaja literalmente no teu texto, somente quem acelera um carro de corrida sabe o que tu tá falando! Parabéns para vc, para o 96 e boas vindas para o meyanov ou meianov não lembro mais, um abraço.

Fábio Dalri
Fábio Dalri
15 anos atrás

Texto emocionante.

Abraço!

Mauri Floriani
Mauri Floriani
15 anos atrás

Gomes,

Depois do texto “A Revolução dos Bravos”, foi o texto mais emocionante que já li.

Simplesmente relata a emoção vivida de perto por uma grande paixão.

E nos dois textos, você relatou suas duas grandes paixões: a Portuguesa e o #96.

Parabéns, belíssimo texto!!!

Olavo Taube
Olavo Taube
15 anos atrás

Infelizmente eu não vi o #96 correndo, que me aguarde o #69!

Belo texto Gomes, belíssimo!!

Cristiano Azevedo
Cristiano Azevedo
15 anos atrás

PQP… Me arrepiei!!!

vivi
vivi
15 anos atrás

belíssima homenagem!

vida longa ao 96 e ao meianov

beijos

André Gil
André Gil
15 anos atrás

Sabe, Flávio, nós, torcedores da Portuguesa, somos assim mesmo… mesmo estando em ultimo lugar, de sermos apenas meros figurantes (e doí falar isso) nos campeonatos, jamais deixamos de acreditar e amar as coisas simples, jamais deixamos de ser nós mesmos. O #96 foi a Lusa do Automobilismo, nunca ganhou nada, mas conseguiu ser o mais querido de Interlagos. Tanto é que só ele mesmo para ser atração de um museu. Boa sorte em sua nova jornada com o MeiaNov. E o video ficou show…

AndersonTS
AndersonTS
15 anos atrás

O clipe é do cacete! Me parecia a abertura de Anos Incríveis, aliás, esses anos de corrida do 96 podemos dizer sim que foram anos incríveis! Agora, o garoto terá suas merecidas férias ao lado de outros grandes da história automobilística e também das pistas.
Seu pupilo, o 69, vem com tudo pra mostrar que aprendeu com o mestre.
E pra arrematar (em pé)…

CLAP! CLAP! CLAP! CLAP! CLAP! CLAP! CLAP! CLAP! CLAP! CLAP! CLAP! CLAP! CLAP! CLAP! CLAP! CLAP! CLAP! CLAP!

…boa, garoto!

Belair
15 anos atrás

Outro dia escreví aqui sobre o orgulho do FG na cobertura do GP e sua equipe,seus feitos,etc.
Hoje, me dou o direito de escrever sobre o MEU orgulho; de conhecer todos aqui, seja pessoalmente ou através do que voces postam. Gente que escreve muito melhor do que alguns “imortais” de academia ( cada um deles sabe a quem me refiro) , gente que é economica nas palavras , gente que raramente se manifesta, gente que nem gosta de se manifestar…
O catalisador dessa “química” em grande parte foi o #96.Ele foi descansar. Essa trupe toda fica,ligada,unida.Pronta para mais.
Mesmo ausente ontem(não deu), é um puta orgulho estar entre vocês.TODOS ! Obrigado.

Thiago Azevedo
Thiago Azevedo
15 anos atrás

Belo texto, Gomes!
O Deka é um carro diferenciado, mesmo! Não é à toa que tem vários fãs. E seus fãs são pessoas que realmente gostam de automobilismo.
Vai dar saudades! Mas, eu vejo esse período como um passeio do Deka, uma viagem a um spa, a um lugar onde repousará tranqüilo, junto de uma turma de primeira, da diretoria! Estará muito bem, pode crer!

Alexandre Gomes
Alexandre Gomes
15 anos atrás

=´)

Vlw,#96!!!

Ike Nodari
Ike Nodari
15 anos atrás

Sensacional. Eu tive uma única oportunidade de ver o Super #96 em ação e além disso, pude “vestí-lo”. Fotografei-o de todos os ângulos, internos e externos, e ali dentro do habitáculo me imaginei deslizando pelo asfalto de interlagos a bordo daquele “carrinho mágico”. Desde a minha infância pude acompanhar a saga da marca DKW nas pistas e foi de lá que surgiu a paixão. Não só pelas corridas mas, também, pelo carro. Você merece os parabéns por ter se mantido fiel à originalidade da mecânica, mesmo sabendo de suas limitações, para prolongar por alguns anos a mais a história competitiva da marca. Agora ele terá o seu discanso merecido, e melhor, em boas mãos. Assim como tantos outros blogueiros, confesso que me emocionei ao ler essa pequena dedicatória de despedida. Valeu FG, valeu bom e velho #96. Sorte ao novo. Um abraço emocionado de um eterno vemagueiro. Abraços

Romeu
Romeu
15 anos atrás

Uma despedida coerente com a grandeza da Deca #96.
O carro com alma, com personalidade, metido e ousado, pois adorava desafiar os adversários mais fortes, mais robustos, mais bravos e mais bem nutridos.
Enfrentou a todos, com hombridade.
Não venceu, mas convenceu.
Com a sua simpatia e o seu carisma, formou uma familia, juntou uma torcida, aproximou pessoas, fez amigos, aglutinou um bando de malucos, que se reuniam só pra ver as proezas de que era capaz pelas pistas.
Despede-se sem tristeza, mas com a mesma alegria e admiração que proporcionava à sua torcida/familia, pelos autódromos infinitos que percorreu.
Vai ter um merecido e digno descanso, ao lado de outras personalidades importantes, que contaram um pouco da história do automobilismo brasileiro.
Vai lá #96, voce merece!
Sempre que se conta uma boa história do nosso automobilismo, tem um DKW Vemag envolvido.
Voce #96, não fugiu a regra.
Tchau amigão, nos veremos em Passo Fundo.

Batista Haddad
Batista Haddad
15 anos atrás

Flavio

Pq vc tem o dom de fazer os outros chorar? Pq, hein? Já perdi as contas de qtas vezes eu chorei lendo o seu “infinito” blog… e vou continuar lendo… e vou continuar chorando de emoção…

Nem a McLaren MP4/4 (1988) de Ayrton Senna é melhor do que o seu #96!!!!!! Nem o Hudson Hornet, do filme Carros, é melhor do que o seu #96!!!!

NUNCA SERÃO!!!!

#96 Eterno!

gabriel mrques
gabriel mrques
15 anos atrás

Lindo!!!

Ricardo Laika Autoba3
Ricardo Laika Autoba3
15 anos atrás

Até mesmo eu que, começei a acompanhar o 96 somente em sua fase final, fiquei bastante emocionado com o vídeo….!!!

Conde
Conde
15 anos atrás

Me emocionei . Boa Garoto !

Fabio Morais
Fabio Morais
15 anos atrás

Puta texto, Kamarada Flaviov. Merecia estar no teu livro.
É isso. A paixão por aquilo que faz ( e fez, no caso do #96) é que torna cada leitura tão agradável para os blogueiros.
Parabéns. E sem choro, que o DKV não morreu, só tá guardado…

Caíque.
Caíque.
15 anos atrás

Não dá par esquecer do Fábio e suas Miniaturas…show!!!

Caíque.
Caíque.
15 anos atrás

Uma Noite muito legal, revendo amigos e me despedindo do 96. Muito legal também os papos com o Alfredo, Guerra, Du, rever o Vitão, Tohme, Saloma, Eric, todos…valeu estar em Sampa ontem e agradeço ao amigo Juca por me levar junto e ver o FG dando umas esticadas no quarteirão.

Antonio José
Antonio José
15 anos atrás

Este é um texto bastante incomum, sensível e que chega a transcender toda a linguagem automobilística que conheço.

Bonito, cabível e até humano demais, já que é capaz de ilustrar o sentimento de um piloto em relação ao seu carro, mostrando que a integração entre ambos pode ir muito além de ‘propriedades’ tecnicas.

Flávio, você consegue demonstrar que um carro de competição também possui alma, muito parecida com a de seu piloto.

Rodrigo Romão
15 anos atrás

PS: O título do vídeo “Farewell, #96” me deu arrepios.

Rodrigo Romão
15 anos atrás

Que texto, Flavio. Emocionante.

Pessoalmente, não falarei que o 96 deixará saudades. Ele, aquele pedaço de metal, no final das contas, virou muito mais do que isso. Difícil explicar, mas um singelo carro, simpático, lento, valente, conseguiu juntar fanáticos por automobilismo de todos os cantos, mesmo sem ganhar nada. Ele despertou um sentimento que poucas pessoas conhecem.. Nós trabalhamos, estudamos, ralamos muito, mas.. Naquela hora em que você entra pelo portão, passa por baixo da reta dos boxes.. Vem aquela enorme satisfação. “Eu estou em Interlagos. Não podia ser melhor.” Penso eu, a cada vez que desço do carro, e começo a ouvir aquele ronco dos motores.

A partir daquele momento, tudo o que aconteceu ao longo das várias semanas é esquecido. Não há preocupações, dores de cabeça, nada. Apenas satisfação e amizade.

Amizade que, mais uma vez, é indescritível. Não entendemos como, mas aquele carrinho nos fez grandes amizades. Aquele carrinho branco, parado no box, era o motivo de tantas pessoas começarem a conversar, conversar, conversar… E pensar que, por causa do DKW, eu e o meu irmão já viajamos uns bons 3000km atrás dele.

Pois é, Flavio, a Deca não é só um carro. Um carro não faz tudo isso.

Grande abraço, Flavio, e meus parabéns.

RR-2

PS: canaaaalha hahaha

EdisPJ
EdisPJ
15 anos atrás

Ele pode até ter parado, ou dado um tempo, mas a história, a simpatia de todos, o fã-clube, história em quadrinhos, o cara pra tirar o pó e todo o resto, que acabou virando lenda… ou uma epopéia, isso vai ficar pra sempre. Parabéns ao #96 por ser o protagonista dessa história, a unir tantas pessoas, quase todas distantes umas das outras e que acabaram por encontrar algo que lhes unisse e, ainda, ao FG, por aceitar ser o coadjuvante desta máquina que cativou a todos. Bom descanso, #96, até breve…

Marcelo Migliorini
Marcelo Migliorini
15 anos atrás

esse texto nao tem palavras, apenas sentimentos… (lindos alias)

Edison Guerra
Edison Guerra
15 anos atrás

Uma noite ,sem dúvida,emocionante.Sem lágrimas,com ar festivo,muitos comentários sobre a proeza deste amontoado de metais e borracha,conseguir aglutinar tantos novos amigos,fazer com que muitos retornassem ao Templo depois de anos,curtir suas últimas aceleradas em solo paulistano pelo bairro de Moema,conforme descrito com propriedade pelo Caio, o de Santos,o ar com um misto de melancolia do FG pelo carrinho estar partindo para lugar distante do contato diário,mas ao mesmo tempo feliz por saber que o #96 estará repousando,com todo o mimo,ao lado dos grandes do automobilismo nacional em terras gaúchas.
Ao Caio,o de Santos,fiquei muito honrado pelas suas palavras no comentário anterior,sobre ser o primeiro dos muitos amigos conquistados com o primeiro Farnel.
Abraços a todos.

Alfredo Gehre
Alfredo Gehre
15 anos atrás

Valeu # 96 !
Bela despedida ontem em Moema-SP. Hoje ilustrada e narrada magníficamente pelo seu “dono” !
Nos veremos ainda.
AG

Acarloz
Acarloz
15 anos atrás

Aplausos para os comentários de Nick B e Mestre Joca, emocionantes.

Falta o velho Brands no Mural !

Gabriel 3 cilindros
Gabriel 3 cilindros
15 anos atrás

Inesquecivel o dia de ontem FG, registrado e marcado. Depois ainda aquela mala preta então, nossa sem comentários, e 96# nos vemos no Sulllllllllll!!!!!!!!
abs

Caio, o de Santos
15 anos atrás

Saí de Santos e indo para Santo André resolver problemas infernais, sabe daqueles chatos, que parecem que nunca vão sanar, a idéia de ir começou a fortalecer!

Havia escrito num dos post do Blig que iria, mas como dizer que ir e não ir já faz parte de minha fama, ir não era prioridade.
Em Santo André decidi, que vão todos ao Inferno…

Taquei mão no Nextel, localizei LucPec e o acionei.
Feito, nos encontramos lá!
E fui.

Belo caminho do famoso contra-fluxo, Goiás de ponta a ponta em 10 minutos, mais 5 para alcançar a Bandeirantes, e míseros 10 para chegar ao Graal, antiga Rainha, padaria ao lado de Congonhas.
Mas era cedo, comi algo ali que era mais, digamos, atraente $$$.

Cheguei ao ex-Mercedes, um guincho plataforma com um carro sob uma lona prateada em frente a uma mesa com 6 ou 7 pessoas.

Cheguei.
De cara reconheci o Saloma. De boné e dando instruções.
Carro ao manobrista me senti na Sala Williams.

Mestre Joa, Seu Joaquim muito bem disposto, sorridente, com uma barriguinha que não lembrava que ele tinha.
Mas quem sou eu pra falar em barriguinha!

Edison Guerra, um dos meus primeiros amigos de Farnel.
Aliás acho que o primeiro, lendo umas folhas no Hospitality Center que Prof. Cerega cismava de colar no primeiro grande farnel, Guerra e eu puxamos assunto até hoje.

Fábio, o Nipo-Luso.
Saloma do Blog…
E pronto, paralisam-se os cumprimentos.
Uma lona é retirada…
Consegui ainda abraçar Dú Cardim, mas olhando pra plataforma.

Sob olhares atentos de Saloma, ainda dando orientações, o rapaz da Plataforma e Nenê Finotti tratavam de baixar a rampa e “soltar o # 96”.
Uma área já sem mesa, debaixo do telhado do bar, ou seja, lá dentro, do nosso lado, como que em casa entre amigos.
Todos vão chegando, FG também, e com a família.
Sim, mulher e filhos.
Afinal, é uma reunião de família.

Os 3 famosos capacetes, entre eles o CapaMug que vimos nascer sobre o teto, também estavam lá pro último tchau.

Os meninos do FG no banco do carro com o pai dando instruções e contando o que era do lado de fora até que, suponho, um deles pediu…
“Pai, liga ele!!!”
Feito.
Ligado e acelerado, claro!
Após desligar, a piada do dono do bar mais do que evidente:
“Se eu for multado pelo PSIU, vou botar na sua conta!!!”

Meio que hora de ir embora, tipo fim de festa, hora de cantar parabéns, o último presente:
FG, deu uma “Ceregatiada”, ligou o carro, embicou na rua, desviou da Plataforma e saiu Rua Canário à fora sem luzes e lanternas…
Ouvindo, sorrindo e entre-olhando, ficamos nós atentos à despedida entre esses dois.

Lá vem ele pela Lavandisca, ops, uma rua antes, vai ter que dar outra volta
E ouvi-se o barulho da Déka Moema à fora!
Pronto, lá vem pela Canário, desviando de outros carros, como valente que são, cortam a fila do semáforo pela direita e direto pra rampa da plataforma.

Aplausos, o que mais…

Eduardo Costa
Eduardo Costa
15 anos atrás

Cara…
Parabéns. Você conseguiu me emocionar.
Não te conheço, nunca te ví, nunca ví o 96 mas através da leitura diária desse blog (que vicia, diga-se de passagem) você me levou p/ dentro dessa despedida.
Parabéns, Flávio. E muito obrigado por dividir com todos nós um pouco da incrível história desse carro de corrida.
E seja bem vindo o 69 !!!

Mario Della Nina
Mario Della Nina
15 anos atrás

Aliáis, semana passada eu vi o 96 (será que era ele mesmo)
parado na porta de em um lava-rápido perto do Ipiranga. Era ele mesmo Flávio??

Samuel - Puma GTI
Samuel - Puma GTI
15 anos atrás

Flavio, só você mesmo para fazer um homem chorar… Depois das emoções do Blue Cloud 2008, de ver de perto e dar um abraço no Marinho, de abraçar o Crispim, de chorar ouvindo o Bird falar do Jorge Lettry… de me emocionar vendo o Crispim segurar a mão da filha do Jorge… eu achava que já tinha me recuperado. Daí vem você com o infinito do #96, carrinho que eu conheci no Hotel Serraverde no ano passado, mas não tive a chance de ver correr. Isso não vale, viu ! É feio fazer um homem chorar. Longa vida ao #96 em Passo Fundo, com todos os colegas dele!

Rogério Magalhães
Rogério Magalhães
15 anos atrás

É… o #96 é como a nossa Lusa… aos olhos do mundo parece fraco e indefeso com seu pópópó, mas para quem mergulha em seu mundo, percebe não só o poder de aglutinação de todas as raças e credos em uma grande família, mas também seu imenso coração de leão, pronto a ir para a luta, nem que seja com o infinito enquanto este dure (como bem explicado no texto ao falar das bandeiradas que interrompem essa corrida ao infinito)…

Acho que é por isso que me identifiquei com o #96… porque juntou um bando de doidos por corridas que não mede esforços para estar juntos graças ao denominador comum… mais ou menos como nosso time, FG…

Pena que não pude estar ontem na despedida final… mas ainda farei uma visita ao “velho amigo” #96 em terras gaúchas… onde estará certamente bem ladeado por outros grandes companheiros de batalhas, muitas épicas, muitas apenas a reforçar o caráter de “um simples carrinho contra o mundo”…

O #96 pulsa… e que venha o #69 para fazer sua própria história, sem substituições… a gente, a “massa” blogueira, estará com ele, certamente…

Roberto Zuquim-SC
Roberto Zuquim-SC
15 anos atrás

Mestre J e o Comendattore mataram a pau!!!
Comentários à altura do post.
Esse blog é o máximo!
(e o louco do Eric então?)
Abraços.

Milton
Milton
15 anos atrás

Eu, proprietário de um dos ultimos videos do Coche, ex-Mecânico do mesmo, admiradore torcedor do carrinho, só tenho 3 palavras a dizer:
I Miss you..96

Ps: e serei sincero:muito eu havia lido sobre os velozes DKW de corrida dos idos anos 60…mas nunca havia OUVIDO um na minha vida toda… até conhecer esse veículo que levava, não somente um piloto, mas corações de uma legião.

Descanse Dekinha.

Torresmo
Torresmo
15 anos atrás

Ontem estava passando na Ricardo Jaffet e vi o 96# estacionado na frente de um lava rapido, que por sinal sempre tem alguns dkw’s parados lá

Arthur Cerri
Arthur Cerri
15 anos atrás

Muito bom o texto Flavio!
O #96 tá vindo pra Passo Fundo, pro Museu, que certamente é o lugar perfeito para preservar as histórias e todos os ensinamentos deste carro.