CARLOS CHITI, 95

SÃO PAULO – O blogueiro Julio Coimbra manda a triste noticia. Morreu ontem em São Paulo, aos 95 anos, Carlos Chiti, italiano de Florença, considerado o pai da Romi-Isetta. O enterro aconteceu hoje em Santa Bárbara d’Oeste, onde ficam as indústrias Romi.

A Romi-Isetta foi o primeiro veículo fabricado integralmente no Brasil, em 1956. Não é considerado o primeiro automóvel, embora tenha saído da linha de montagem dois meses antes que a primeira perua DKW-Vemag. Isso porque pelos critérios da época, que norteavam os incentivos do governo federal à indústria, automóvel precisava ter pelo menos duas portas e carregar quatro pessoas, com espaço para bagagem. Não era o caso da Romi-Isetta.

Mas isso não importa. Chiti teve enorme importância e merece todas as homenagens.

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Alex - SBO
13 anos atrás

Além de nos proporcionar a admiração pela Romi-Isetta foi também um grande percursor da Indústria Nacional. Descanse em paz, que Deus abençõe e conforte toda família!

Eugenio Chiti
Eugenio Chiti
13 anos atrás

Olá pessoal,
Flávio, obrigado por publicar a dolorosa notícia sobre o falecimento de meu pai, Carlo Chiti. Nascido Carlo na Itália, ao chegar ao Brasil tornou-se Carlos. Uma das coisas que o chateava bastante era essa versão – recente – coisa de uns 15 anos pra cá, de que o Romi-Isetta não é “oficialmente” o pioneiro devido à supostos “critérios da época”. Isto o chateava pois não procede: lançado em 5 de setembro de 1956, o Romi-Isetta foi, sim, o primeiro carro brasileiro de fabricação seriada. Em 26 de fevereiro de 1957, portanto APÓS ter sido iniciada a comercialização tanto do Romi-Isetta como da F-91, o Geia instituiu o Plano Nacional da Indústria de Automóveis, através do decreto Número 41.018. No Plano, o Geia se fixa aos “níveis de estímulo à respectiva atividade fabril e às exigências de realizações manufatureiras impostas aos beneficiários desses mesmos estímulos”, e não à classificação de automóveis. Destaco os trechos: atividade fabril e realizações manufatureiras para eclarecer que o Plano estimulava a criação de indústrias para a produção local de automóveis, com autopeças nacionais. Este é o foco do decreto: conceder estímulos para a montagem de indústrias. A Romi já havia instalado a linha de fabricação do Romi-Isetta, que já estava em produção quando o decreto foi assinado. Aliás, as normativas do Geia se referiam ao número de passageiros transportados, não ao número de portas dos veículos. Temos na Fundação Romi toda a documentação comprobatória, inclusive cópias do decreto. Abraços a todos e grato pelas palavras de conforto.

Jarbas
Jarbas
13 anos atrás

Quantos genios como o Sr. Carlos Chiti existem por este Brasil e as vezes até esquecidos, talves pela nossa cultura ou politica de valor profissional.
Mas o pai da Romi-Iseta será sempre lembrado como o homem que fabricou o 1º carro brasileiro, parabéns Sr. Carlos Chiti sua missão foi mais que cumprida.

Luiz Evandro Águia
Luiz Evandro Águia
13 anos atrás

Meus sentimentos a familia do Sr Carlos Chitti ;;

Romi-isetta ano 1959, cor marron e branca , motor 2 tempos – com igniçao espanhola.. foi meu primeiro carro,, ( bem antes dos Renault Gordini ).. Paguei 150.000 ( sei la que moeda era na epoca ) ,,,Tenho muitas saudaddes deste carrinho maravilhoso que me transportava diariamente do bairro das Perdizes em SP ate o Cursinho Anglo Latino da Rua Tamandare,,no Bairro da Aclimaçao-SP o final desta rua era uma subida muito forte e o carrinho subia a montanha NUMA BOA.. e com mais 2 passageiros amigos meus ,,abs ,, Luiz Evandro águia

cardoso filho
cardoso filho
13 anos atrás

Um gênio esquecido . Isso faz parte da nossa cultura infelizmente. Não sabemos valorizar os idealistas, os visionários enfim alguém que muda e cria conceito.
Meus sinceros sentimentos a familia.

Orlando Salomone
Orlando Salomone
13 anos atrás

Mais uma grande perda, para todos nós que temos gasolina nas veias. Andei de Romi-Isetta com um amigo pelas ruas de Campinas, e posso garantir-lhes, Chama mais atenção do que passar de Ferrari. Só p’ra constar, este seu blog é um poço de cultura automobilística, Flavio.

Opaleiro MG
Opaleiro MG
13 anos atrás

Grande homem. Descanse em paz!

Janus
Janus
13 anos atrás

Sou mais um dos desavisados que, à primeira leitura, achou que Carlo Chiti tinha morrido (e seria sepultado em Santa Bárbara). Enfim, coincidência nominal à parte, uma triste perda – que tenha um bom descanso.

vitão
vitão
13 anos atrás

Acho que o Carlos Chitti da Alfa Romeo trabalhou com Enzo desde o tempo da Scuderia Ferrari ( equipe semi-oficial da Alfa) na década de 30 .

Américo Salomão
13 anos atrás

É como disse meu irmão Luis, estamos chocados, se não fosse por ele não teriamos a Romisetta, ele foi o visionário que nos propiciou curtir essa maravilha de carro, se não fosse por ele não existiriam tantos apaixonados por essa belezinha,

Que Deus dê força a familia.

Tiago Mio
Tiago Mio
13 anos atrás

Carlos Chiti, foi o 1 cara a fabricar um carro brasileiro.
Meus sentimentos a todos os familiares e a todos os Romiseteiro do Brasil.

Fabio Souza
Fabio Souza
13 anos atrás

Como olhar uma Romi- Isetta e não sorrir? Pode não ser o carro preferido da maioria das pessoas mas é sem dúvida, um dos mais simpáticos.

Aos que imaginam que o Smart é fruto de uma idéia atual, de carro urbano, econômico e a ágil, deveria reverenciar ainda mais estas pessoas, como o Sr. Carlos, que há mais de cinquenta anos já produzia carros com este conceito.

Minha homenagem à família Chiti!

julio Cesar Gaudioso
julio Cesar Gaudioso
13 anos atrás

Fg:
Como proprietário de Romi-Isetta, fiquei muito triste com a notícia. Com seu pai, Américo Emilio Romi, Chitti teve o sonho ousado de fabricar um carro de uso urbano, pensando que a racionalidade do conceito superaria as “forças ocultas” que , por intermédio de artifícios lícitos mas questináveis, impediram que tal sonho atingisse a maturidade. Realizando um esforço hercúleo para uma empresa BRASILEIRA, longe das capitais, Carlo Chitti e sua equipe produziram um mito. Cinco décadas após o último exemplar rolar para fora da linha de montagem, com certeza desaparece o homem, mas deixa um legado de amor ao micro coupé inabalável. À família, o meu respeito e gratidão.

Luis Fernando Salomão - fã de º(\*/)º - Romi Isetta.
13 anos atrás

A pior notícia que li nesse blog. Confesso que estou em choque. Estamos preparando uma réplica de Isetta, para a própria Romi. Como disseram, no próximo dia 19/06, teria uma bela festa nas instalações da Fundação Romi. Digo teria, pois com esta irrepáravel perda, a festa estará completa. Na quarta feira, meu irmão esteve na Romi, com o Eugênio, filho do Sr Carlos, acertando alguns detalhes. Tristeza geral para nós, Romiseteiros. Descanse em Paz Sr. Carlos, e leve com o Sr., a certeza de ter sido o responsável pela fabricação do primeiro automóvel Brasileiro.

Anarquista
Anarquista
13 anos atrás

A todos que gostam de Romi-Isetta: acho que uma bela forma de homenagear o Sr. Chiti seria prestigiar o próximo Encontro Nacional de Romi-Isettas. O evento acontece no próximo dia 19 de junho, em Sta. Bárbara D´Oeste.

Jason Vôngoli
Jason Vôngoli
13 anos atrás

Estive com ele em 2006, ao fazer uma reportagem sobre os 50 anos da Romi-Isetta (e da indústria automobilística nacional).
Um sujeito simpaticíssimo, ótimo papo! Contou um montão de detalhes sobre a fabricação do carrinho – o que era feito aqui, quem fazia, o que vinha da itália, a negociação com o pessoal da Iso… E pôs por terra aquela história de boicote do GEIA.
Que descanse em paz.

cardoso filho
cardoso filho
Reply to  Jason Vôngoli
13 anos atrás

Onde poderemos ler a reportagem . Com certeza tem muito da história do automóvel no Brasil. Está em algum site , pode mandar por email………

Carlos Trivellato
Carlos Trivellato
13 anos atrás

Flávio, você que é do ramo deverá se lembrar.
Não existia na F1 um tal de Carlo Chiti que ,se não me falha a amemória, foi engenheiro ligado a área de motores de equipes como a Ferrari e Minardi?
Com certeza, uma interessante coincidência de nomes.

julio Cesar Gaudioso
julio Cesar Gaudioso
Reply to  Carlos Trivellato
13 anos atrás

Trivellato:
O Carlo Chitti que você citou era da Ferrari até 1961, onde criou o modelo 156 “nariz de tubarão”. Depois brigou com o comendatore e foi ser projetista da equipe Sereníssima, que não deu certo e de lá foi ser projetista-chefe de Alfa-Romeo (P-33, T33 e TT-33) e depois projetista de motores da Motori Moderni, fornecedora da Minardi.

@
@
Reply to  Carlos Trivellato
13 anos atrás

Carlo Chitti, fundador da Autodelta, braço esportivo da Alfa Romeo, criador das Giulia TZ, T33, GTA, GTAm, bem como dos belissiomos ATS GT, que saiu da Ferrari depois de uma briga com o Sr Enzo.

Rodrigo Zauli
Rodrigo Zauli
Reply to  Carlos Trivellato
13 anos atrás

O nome é parecido mesmo… esse senhor da alpha-romeo se fosse vivo teria uns 110 anos mais ou menos…

ALEX B.
ALEX B.
13 anos atrás

Gira mondo, gira! Quantos dessa estirpe ainda estão por aí? E pior, será que surgirão outros?

Renato Breder
Renato Breder
Reply to  ALEX B.
13 anos atrás

O Carlo Chiti, depois de sair da Ferrari em 1961, junto com outros fundou a A.T.S. (Automobili Turismo e Sport) em 1963, equipe de F1 que teve Phil Hill e Giancarlo Baghetti como pilotos (e não deu certo!). Esteve diretamente ligado à Motori Moderni – motores turbo da Minardi nos anos 80 – e à tentativa da Subaru de ingresar na F1. Em 1990, a Coloni usou motores Subaru na primeira metade da temporada. Esses motores eram da ‘lavra’ de Chiti.