FUSCA DO DIA

SÃO PAULO (poeira nobre) – Reproduzo texto que o Luciano Castrol mandou, tirado daqui, o site do Clube Porto Alegre de Rallye. Para comemorar a chegada de mais duas grandes figuras ao museu do Trevisan, nosso guardião.

Duas épicas conquistas de pilotos gaúchos ganharam um espaço nobre para ficar guardado na história do automobilismo. O Fusca do Clube Porto Alegre de Rallye vencedor do Rallye Volta da América em 1978 e a Brasília usada no World Cup Rallye em 1974 foram apresentados ao público no Museu do Automobilismo de Passo Fundo. A cerimônia foi festiva e marcada por muita emoção durante as lembranças de superação dos participantes.

O Volkswagen Sedan 1300 L de número 110 é uma reprodução idêntica ao veículo usado na competição que teve 39 dias de duração. A largada foi na região central de Buenos Aires, na Argentina, no dia 17 de agosto de 1978. Os participantes seguiram por 29 mil quilômetros cruzando o Uruguai, Paraguai, Brasil, Venezuela, Colômbia, Equador, Peru, Bolívia, Chile e retornando à capital argentina. A dupla foi formada por Neri Carlos Reolon, natural de Passo Fundo, e Christiano Nygaard, de Porto Alegre.

O carro pertence ao Clube Porto Alegre de Rallye e esteve originalmente no Museu da Ulbra. Agora vai compor um segmento voltado ao rali resgatando a história e valorizando o esporte. Em seu discurso, o piloto Neri Reolon foi às lágrimas ao contar momentos de sacrifício vividos durante a corrida no interior do Fusca. “É mais uma situação bastante emocionante para mim. Primeiro com a participação e vitória na prova e depois com o lançamento do livro e exposição na Ulbra, Agora com esse termo de cedência e comodato com o museu. Sou natural de Passo Fundo e isso que estamos vendo aqui é motivo de grande orgulho e fico emocionado com isso.”

Logo na entrada do museu, o capô original usado pela Brasília da equipe brasileira encantou a todos presentes. O carro foi usado na prova que era considerada a mais difícil do mundo e teve apenas duas edições na história devido aos riscos enfrentados por pilotos e navegadores e posterior proibição pela FIA. O piloto Cláudio Müeller passou 20 dias dentro da Brasília com o navegador Carlos Guido Weck e cruzou 19 países da Europa, África e Ásia.

“Esse dia vai ficar na minha história sem dúvida nenhuma. Eu não imaginava encontrar tanta afetividade e gente que veio de tão longe. É importante deixar gravado o que cada competição representa para o piloto. Essa prova me fez um outro homem”, disse Mueller. O piloto contou aos presentes o drama vivido com a quebra do carro em meio ao deserto do Saara e uma capotagem na Turquia, na qual o carro não caiu em um barranco por pouco, sendo sustentado por uma árvore. A exibição dos dois carrros foi mais um passo importante na história do Museu do Automobilismo de Passo Fundo, que já é uma referência no Brasil. “O significado do dia de hoje é muito grande. Estamos envolvidos há tantos anos e só agora se abriu essa possibilidade de criarmos um ambiente do rali. Foi um evento especial. A gente viu aflorar muita emoção e esse é o tipo de clima que eu adoraria ver no museu. Essa relação homem-máquina e esses desafios fantásticos são memoráveis”, comentou o idealizador do museu, Paulo Trevisan.

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Pena Fialho
Pena Fialho
6 anos atrás

Onde foram parar os fuscas originais da prova?

ANTONIO
ANTONIO
13 anos atrás

Erraram na matéria. Christiano Nygaard era o piloto deste carro e Neri Reolon o navegador. Tive o grande prazer de disputar alguns rallyes com eles, grandes figuras deste esporte.

PAULO TREVISAN
PAULO TREVISAN
13 anos atrás

Esse evento múltiplo realizado dentro do Museu,com churrasco e tudo,foi um dos mais bacanas que já me envolvi porque tanto os pilotos Neri Reolon do Fusca como o Claudio Mueller da Brasilia(que reproduzimos em 45 dias)são muito falantes e agregaram muita emoção.Foram duas aventuras absurdas,e sabem quem o Mueller salvou na época em pleno deserto?Um cara chamado Stirling Moss que depois nem agradeceu.Vieram as famílias,os clubes,as confrarias do Jurássicos e da Gasolina que é aqui de PFundo.EVENTO ALTO ASTRAL.Assinei no mesmo dia um termo para receber um mega arquivo do Radialismo e Jornalismo esportivo e memória de PFundo para um futuro museu paralelo.Foi o 20ºevento que me envolvi este ano e estamos nos preparando para o futuro prédio do Museu do Automobilismo Brasileiro no inicio de 2012. O DKW do FG está exposto no Velopark por 60 dias a pedido da direção e depois retorna.A marca DKW terá uma ambientação muito especial lá na frente.Aguardem.

Orlando Salomone
Orlando Salomone
13 anos atrás

Temos muito a aprender com o pessoal do Sul, não é CBA?

joao cesar
joao cesar
13 anos atrás

No meu pequeno blog http://www.maquinasehistorias.blogspot.com tem a cobertura completa do evento, com fotos dos bastidores e videos com Neri Reolon e Claúdio Muller

Dú
13 anos atrás

Paulo Trevisan, o maluco do Passat Branco!

Rogério Magalhães
Rogério Magalhães
13 anos atrás

Só uma coisa a dizer: o Trevisan é o cara!

Paulo "McCoy" Lava
Paulo "McCoy" Lava
13 anos atrás

Hi there!
Estive neste weeked e, com certeza, sou apenas um ‘número’ na fila de pessoas que deixaram Passo Fundo positivamente impressionados com o evento. E não é para menos: o excelente trabalho do Paulo Trevisan é digno de aceno, reverência e elogios – muitos. Incontáveis. Tenho para mim que ele faz um serviço, cujo mérito deveria ser devidamente reconhecido pelas montadoras nacionais ( idêntico raciocínio pode ser dito em relação às entidades que comandam o esporte motorizado nacional). Mas, posto tal desinteresse por parte das fábricas e das chamadas ‘associações de classe’, fico com a impressão de que para estas instituições, a simples menção da frase ‘preservação da memória automotiva nacional’ equivale a gritar ‘fogo’ em um cinema lotado — o pessoal sai correndo e sequer pensa em conversar. Como diria conhecimento comentarista gaúcho, abre aspas ‘lamentável, lamentável. Extremamente lamentável’. Ou, para utilizar um exemplo envolvendo o mundo do automobilismo, ao ver em exposição diversos monopostos de Fórmula Ford, me veio a mente uma frase de Mr. Edsel Bryant Ford II, que, pelo sobrenome, vocês logo sacaram tratar-se do herdeiro — e um dos comandantes — do grupo Ford. A frase, devidamente publicada em livro oficial da companhia diz, abre aspas, ‘Meu bisavô soube entender o valor do automobilismo e o que isto significaria para a companhia”. Em resumo: a diretoria da Ford Motor Company Brazil precisa saber disso… e demonstrar preocupação com a história e a manutenção do programa ‘motorsport’; tenho certeza de que o Trevisan receberia estes gerentes de braços abertos para conversar com automobilismo. Mas aí seria sonhar alto demais, não é?

FRANCESCO
FRANCESCO
13 anos atrás

MUITO BOM VER MATÉRIA DE RALLY NESTE BLOG…….VCS NÃO IMAGINAM COMO A TURMA DO SUL PRESERVA E LEVA A SÉRIO O MUNDO OFF ROAD………TANTO QUE A MAIOR FEIRA DE JEEP DO BRASIL, FENAJEEP, ACONTECE EM BRUSQUE – SC, E VIRA PONTO DE ENCONTRO DE AMIGOS DE TODO O BRASIL

Edilson Vieira
Edilson Vieira
13 anos atrás

Provas de 29 mil kms! Bons tempos….

Edilson Vieira
Edilson Vieira
13 anos atrás

Que beleza, duas histórias que realmente mereciam ser imortalizadas e dois carros que merecem ser admirados. Deu saudade do meu Passat 78 de rali.

FES
FES
13 anos atrás

Putz… o seu DKVê ta la também!!!

Ele ficará em exposição no museu também ou só no site?

ALEX B.
ALEX B.
13 anos atrás

Putz, este Trevisan merece uma “stauta”!!! E aquela Brasilha merece tudo e muito mais!

ALEX B.
ALEX B.
Reply to  ALEX B.
13 anos atrás

Brasilha é ótima! BRASILIA, anta!

vitão
vitão
13 anos atrás

só o Trevisan para trazer à tona partes importantes da memória automibilsitica. Belíssima iniciativa.