SETE ERROS
SÃO PAULO (joga no lago) – Quando eu for presidente do mundo, vou proibir que qualquer um fale sobre Trabant. Qualquer pessoa que se mete a escrever sobre Trabant acha que tem de fazer alguma gracinha. Como o pessoal da revista “AutoEsporte”. Vou manter o nome do autor da reportagem no anonimato, para que ele não corra risco de vida.
O rapaz fez uma viagem a convite da Michelin, provavelmente para alguma matéria sobre novos pneus, segurança nas estradas, sei lá, e aproveitou para dar uma passada por Berlim.
OK, Berlim é a cidade mais legal do mundo, tem mais é de ir.
Aí, vê uns Trabis na rua e tem a ideia genial e nada original: vou andar nesses carros e escrever uma matéria engraçadinha. Tem uma firma que aluga.
Ah, que saudades da Stasi…
“Fomos até Berlim andar no (poluidor) símbolo da Alemanha Oriental”, diz o “olho” da matéria. Erro 1: chamar o Trabi de poluidor. Motores dois tempos, embora emitam uma fumaça mais visível, não poluem mais do que essas tranqueiras quatro tempos que rodam por aí. Advertência ao repórter, também porque isso não é relevante para colocar no “olho” de matéria alguma.
“Foi o carro mais caro em que rodei em Berlim. E ainda tive de dirigir.” Como assim, “ainda tive de dirigir”? Sacrifício? Erro 2, desprezar a melhor das experiências ao volante de qualquer automóvel. Detenção na hora, claro.
“A carroceria é de plástico frágil e, na última geração, o motor era um de dois cilindros e dois-tempos que erndia 26 cv”, diz a legenda de uma foto. Erro 3. Não pelo “erndia”, um erro de digitação banal e demonstração de desleixo na revisão. Frágil é o cacete, e não é de plástico, é fibra de algodão com resinas mil. E na última geração o motor não tinha dois cilindros e dois tempos. Era um motorzinho 1.1 quatro tempos da VW. Interrogatório nele.
“Pago feliz os 15 euros e mato o tempo de espera escolhendo meu Trabant: tem os convencionais amarelo gasto e azul apagado, peruas, conversíveis, uma limusine e jipinhos militares sem capota. (…) Primeira instrução básica: trocar as marchas. A alavanca de câmbio é na coluna de direção. Primeira para trás e para cima, segunda para baixo, terceira para a frente e para cima, quarta para baixo. O ponto morto fica mais ou menos no meio.” Erros 4 e 5, gravíssimos. “Amarelo gasto” e “azul apagado” suponho serem Schilfgrun e Gletscherblau. O azul também é conhecido como Sky Blue. Se o repórter não tem intimidade com a paleta de cores de Sachsenring, que não se meta a escrever sobre elas. Quanto às marchas, pelamor… A primeira é para a frente, em direção ao painel, e para baixo. A segunda, para cima. A terceira é para trás, em direção ao motorista, e para baixo. E a quarta, para cima. Pelo jeito, o rapaz não aprendeu a engatar a ré. Custódia sem avisar a família.
“Acelero, o motor não morre, mas vejo a fumaça pelo retrovisor esquerdo. Escrevi esquerdo? É o único, pois o Trabant não tem espelho do lado direito. E o que existe ainda fica meio coberto pela coluna do pára-brisa.” Erro 6. Tem do lado direito, sim. Se você não viu, pobre escriba, azar seu. Não atribua ao carro seus problemas de visão. Leva pra outra salinha.
“Imagino o desespero dos ex-alemães ocidentais quando a horda de Trabants invadiu suas ruas em 1989, soltando fumaça e atrapalhando o trânsito. Olho para a esquerda e estou parado junto a uma viatura. (…) Será que a polícia pega no pé deles por entregar um carro tão precário a qualquer um?”. Delito de opinião. Dois no mesmo texto. Erro 7. Dá uns tapas, coloca o capuz e deem um fim nesse rapaz. Ele nunca passou por aqui.
Apenas para reproduzir o comentário que deixei no site da autoesporte: “O autor da matéria certamente não possui o menor conhecimento de história automotiva. Ao dizer que o Trabant é poluidor, lento, frágil, etc, ele estabelece – ainda que nas entrelinhas – uma comparação entre o Trabant e os carros atuais. Isso é absurdo. O Trabant foi concebido na década de 50, e não é muito melhor nem muito pior do que os carros daquela época. Ocorre que, por conta do modus operandi do regime comunista da RDA, o carro foi produzido por quatro décadas. Ou seja, o autor ignora não só a história automotiva como a história política, aquela dos livros da escola. Nota zero para ele.”
Com as trocas de marchas iam pensar um pouquinho o que é conduzir um carro de verdade e histórico como esse. Tanto é que está sendo disputado a tapa por colecionadores do mundo todo. Tendo quase a mesma fama do fusca, que também nasceu na alemanha!
O carrinho não é dos mais bonitos.
Pequeno, apertado, desconfortável.
Itens de segurança: nenhum.
Motor fraco, ultrapassado, poluidor segundo critérios modernos.
Suspensão dura, nenhum acessório, verdadeiro pé-de-boi.
Poderíamos estar falando do Trabant, do Fusca, do 2CV, do Fiat 500, talvez até mesmo do Ford T ou de muitos outros.
Carros célebres. Importância histórica.
Esses meninos não sabem de nada.
Ótimo post, ri muito.
quando li a materia , sabia que vc ia chiar.
Sassa,
Se na história de vida do fulano estiver incluído o pagamento de IPTU e TLP em nome próprio e se o fulano já gastou mais de 300.000,00 em materiais e benfeitorias isso interfere na legalidade da terra sim assim como o título de compra do GDF ser 8 anos mais novo que o dos condôminos interfere.
Estude mais, leia mais, se informe melhor, vire aluno do FG.
HAHAHAHHA
Caro Gomes, estive em Berlin no ultimo mês de julho para passar minha lua de mel. Tive a oportunidade de fazer um passeio com o Trabi Safari que ilustra a foto e foi uma das coisas mais legais e que e minha esposa fizemos. É emocionante ver a reação das pessoas nas ruas, tanto os turistas como os alemães, todos acenado, tirando fotos, reconhecendo a importancia historica daquele carro na vida dos alemães orientais e o que representava para o país na época.
Por essas e outras que gosto de vir a esse blog. É sempre divertido.
Você me faz rir e pensar FG.
Mais uma vez o texto é perfeito na ironia e na construção. Provocou-me boas gargalhadas e produziu uma boa lição de como não fazer uma reportagem.
O problema é que tem gente que leva a sério demais o seu humor e escreve cada coisa nas respostas…
Concordo, pessoal fica meio aborrecido com a política desse país e despejam toda a sua ira aqui…
Só sei que nunca havia me divertido tanto num post do FG. Nota dez para a dupla. hahaha
Tranquilo Flavio, porque no Brasil, ultimamente o que mais tem é gente como esse cara que escreveu a reportagem. Gente BURRA E METIDA A BESTA.
Que ABSURDO! Apurar não precisa não né?
E não tem como não se encantar com um Trabi. Gerd, por exemplo, é um charme.
Quero ter a honra de poder dirigir um destes um dia.
Vou chegar lá.
Abraço!
Aero Willis 2600 , Opala 3800, Galaxie 500, DKV, todos com câmbio em cima, quem dirigiu tem saudades, quem realmente gosta de carros sonha em experimentar pelo menos os que marcaram época, os meus principais seriam o Alpine A110, o Audi Quatro, uma Ferrari 330P4 e porque não um Trabi? Feliz quem teve a oportunidade.
Como muitos aqui sou apaixonado por carros, como sou louco por revistas, artigos sobre o assunto. ainda pretendo escrever para alguma publicação sobre o assunto. Mas Flavio olhando o lado profissional e você como mestre e professor do oficio, uma revista antes de ser impressa ir para a grafica não passa por uma revisão pelo editor chefe ???? Como uma revista onde teve pessoas com grande conhecimento libera uma matéria desta, está na cara que quem escreveu não sabe diferenciar um Fusca de um Opala. isto é o fim. Quando teremos uma revista com um Carsughi, um Bob Sharp por exemplo escrevendo novamente???????
flavio a ESPN ta desperdiçando vc…..
ta na hora de voltar o limite….ou ta na hora de vc ter um programa de carros, já que de futebol vc não intende nada…kkk
as vezes não entendo o que se passa na cabeça dos manda chuvas….vc fazendo programa de futebol e um babaca ai escrevendo sobre Trabant.
o cara disse oq qualquer pessoa normal, que não tem estudo, ou nunca entrou nesse carro pensa.
Na revista aqui de casa está “rendia”, não “erndia”. Talvez seja erro de lote, sei lá.
A matéria, de fato, foi ridícula. E mais: como “excelente” repórter, escreve uma nota: “viagem a convite da Michelin”. É assim que se faz jabá de quem convida, né? Já pensou o Flavio usando o mesmo tom para falar do Audi Driving Experience?
Seu sou convidado a algo, devo agir como convidado, não como pagante. Tem hora pra tirar sarro e hora pra tirar a história boa. Como soube fazer o Flavio, ao deixar de lado as críticas à Audi de algumas semanas atrás e ver o lado bom da companhia em convite feito pela marca.
É nessas horas que se vê a diferença do bom jornalista e daquele que ainda tem muito a aprender…
Caro Gomes, vê-se que, nem todos que fazem faculdade, servem para suposta função. Não ter nem ao menos respeito por um assunto ao qual se “mete” a escrever, o sujeito deveria ter seu diploma e sua licença revogada. Assim como médico que matam, engenheiros que projetam prédios que desabam etc.
E pior, o cara se acha…..
Deve ser o mesmo jornalista que escreveu a reportagem sobre o retorno do Lada Niva ao Brasil! Estou esperando até hoje…
As pessoas gostam de desprezar os carros trabant mas pelo menos eles eram feitos
para os alemaes da alemanha oriental pelos proprios em um pais comunista cheio de restricoes.
Agora o brasil pais do futuro orgulho da galera nunca fabricou um carro brasileiro (ou alguem acha que um corolla ou honda fit sao carros brasileiros so porque sao montados aqui)
o mais perto disso foi o gurgel br800 com seu motor vw boxer cortado no meio e carroceria
tambem de material plastico.
Eles não usavam motor boxer cortado ao meio….eles usavam o enetron,um motor feito exclusivamente para o BR800
Normal. No Brasil, demérito é ser diferenciado e empreendedor. O Gurgel foi mais um dos sacaneados pelo Estado e pela mentalidade retrógrada de quem, da iniciativa privada, podia investir na empresa à época.
A difereça é que perdemos o bonde e nunca mais passará outro, no caso de fabricarmos automóveis brasileiros. À parte a competência da nossa engenharia em desenvolver e adaptar projetos, é trabalho subordinado aos gringos. E, agora, doaremos impostos a eles para que “desenvolvam” tecnologia automobilística já estabelecida nos mercados exigentes e sérios.
É, realmente temos vocação para palhaço.
Concordo contigo em gênero e grau!
Dos países do BRIC, só o Brasil produz carros estrangeiros ditos “nacionais”
Lembro da minha época saudosista em que Puma, Miura, Gurgel e outros eram o orgulho nacional.
China, India e Russia têm uma forte industria automobilistica. Produzem desde carros, caminhões, ônibus e motos.
E vamos agora para algumas montadoras de cada país do BRIC.
China – Chana
Russia – Lada
India – Tata
Brasil – Nada
Será que não têm um empresário inteligente por aqui que faça uma indústria automobilistica descente?
Eu apoiaria um Eike Motors!
Berlin, cidade mais legal do mundo ? RÁ, RÁ, RÁ !!! Eu nunca duvidei da verve HUMORÍSTICA de Flavio Gomes !!! Nova Iorque, Los Angeles, Paris, Londres, Roma, Lisboa, Barcelona, Madrid, São Paulo, Rio de Janeiro, Buenos Aires, coitadinhas, devem MORRER DE INVEJA de Berlin !!! Dá licença, Flavio Gomes, fala sério, cara !!!
Pra qual delas o gênio aí já foi?
Caro Fernando, temo que não dissestes nada aí. Berlim pode até não ser a cidade mais legal do mundo, mas é umas das TOP 3, com certeza.
Quem fala aqui foi em Berlim duas vezes e em todas estas que citaste acima, com exceção da capital catalã.
Logo de cara quando ví a reportagem percebi que tinha erro.
pode me xingar … e a ré, como é que é?
Segundo estágio em direção ao painel, para baixo.
Putzzzz.
Vc dá aulas, certo???
PelamordiDeus, ensina para os seus alunos que ética na imprensa existe, compromisso com a verdade tb.
Esses fulanos, tidos jornalistas, pq conseguiram terminar a faculdade, não tem comprometimento nenhum com qualidade e veracidade da informação que produzem ou replicam.
Outro dia um merdinha desses, da tvrecord de brasília, foi ao meu condomínio, que está constituído e com moradores desde 1994, dizer que o Condomínio é uma invasão de terras públicas do GDF, que diz ter comprado as terras em 2002 e que a síndica, empossada em 2009 estaria grilando essas terras.
Tá feita a merda. Nessa terra onde o ônus da prova cabe ao acusado, virei habitante de uma invasão. Não importa a infraestrutura, o valor das casas ou a história de vida dos condôminos, o condomínio virou uma invasão por conta do fulano da tvrecord.
E o fulano ainda fica com cara de indignado enquanto fala um monte de asneiras. Fulano não tem comprometimento com nada e ainda é preguiçoso pra buscar uma informação de melhor qualidade ou veracidade.
Jornalista não pode esquecer que é responsável pelo que escreve e fala, assim como todo profissional é responsável por seus atos.
Sair dizendo merda e depois não ter peito para se retratar é fácil demais.
Tua profissão vai ter um fim muito ruim, FG.
Vai virar um monte de “gentibunita” falando e escrevendo lixo.
VC dá aulas e pode mudar isso.
Exagerei.
Tô puto com a essa raça.
Desculpa, aí…
Não importam infraestrutura, o valor das casas ou a história de vida dos condôminos, nada disso torna a terra legal. INVASOR!
Poluidor??? Poluidores são essas tralhas tipo Tucson, que chamam de SUV’s e que entopem nossas ruas e avenidas.
Mas, francamente… achas que um veículo do grupo Global iria falar bem de um produto da DDR?
Vç deve ter um gol bola 1995 e se acha o máximo, não ?
Só tem 5 erros na foto…faltam 2!
Quá-quá.
São seis!
Voce esqueceu que a foto foi tirada de dentro de um!
Escondido num baú até Sta Catarina, depois se arrastou até aqui. Soube de fonte segura que quer voltar pras “Oropa” Não se adaptou ao estilo “bração” do dono…
FG: o texto desse carinha, é digno de pena.
Pena de morte….
regi,
pena de morte, na forca pendurado pelos bagos…
vai ver ele faz parte daquela revista que irá sair sobre automveis brasieiros e que disse mal dos dkw. (revista esta que já cansei de procurar em várias bancas de sp e até agora ninguém, ouviu falar de tal coleção) êh altaya, continuas a mesma. quanto ao estilo bração:
o flavio está resolvendo o problema de braço duro congenito que tem. está tomando pilulas de WD 40, 3 vez ao dia, rsrsrsrs.
ele tambem está mandando confeccionar uns toquinhos de madeira que serão aparafusados nas pedaleiras para que ele possa alcançá-as com segurança e aumentar o poder de aceleração
sabado vou ver se o 69 não é um pinicão colorido, o dono senta e se k ga de medo de acelerar.
em tempo, vou ver mas não vou nos boxes senão ele é capaz de me dar uma porrada.
ou devido a sua estatura comparada a minha me dar uma cabeçada voces sabem onde.
Enquanto o besta aqui tá doido para trazer um Trabi para Terra Brasilis, vem um abestado e escreve umas coisas dessas como se a vida automobilística fosse só Mercedes S600…
Mesmo não sendo fã dos Trabi, esses sub-20 não entendem picas e mandam essas coisas engraçadinhas. Deve ter se inspirado no “Bizarrices automotivas”. Todo gozadinho, mas FAIL total…
Flavio, você está sentindo o que os donos de Corolla, Tucson e Civic sentem quando critica esses modelos. É uma pena que o repórter não tenha avaliado o carrinho com o mínimo de nostalgia e se deixou levar apenas pelo lado “avaliador de automóveis”.
Ah, queria esse Trabi verde na minha garagem.
Gomes,
devo ter perdido alguma coisa: o Gerd chegou ao Brasil?
Abraços.
Quando ví a reportagem corrí logo para o seu Blog, pois sabia que algo de bom ou ruim você falaria sobra a matéria rsrs!!! Gosto é gosto, mas o cara devia pelo menos pesquisar um pouco e entender do assunto para poder falar algo que não sejam abobrinhas!!
Bem caro Gomes vc já deve ter lido a matéria. Não se pode desprezar a história. Este carro entrou para a história e deve ser respeitado.
Leva esse exemplo pra FAAP de como escrever bobagens! hehe