NAS ASAS
SÃO PAULO (vamos, mexam-se!) – Alô, Praia Grande! Alerta do Douglas Nascimento, do sempre excelente site São Paulo Antiga: o Aeroclube da cidade está abandonado e precisa urgentemente de uma solução. Sítio histórico (leia a história aqui), poderia ser facilmente revitalizado com a criação de um lindo parque à beira da praia. Por que não? É facílimo reformar o restaurante, gramar a área, restaurar a fachada, transformar os hangares em pequenos museus, mostrar para todo mundo como aquele pequeno campo de pouso foi importante no século passado.
Claro que deve ter gente de olho no terreno para levantar mais prédios, mas Praia Grande precisa de mais prédios? E bem ali?
A cidade é uma graça, passou por processos de reurbanização intensos nos últimos anos e o Aeroclube merece ser olhado com atenção. Que tal uma campanha?
Cmte Delfino,
Saudações. Permita-me acrescentar alguma história sobre esse Stinson 108 Voyager PP-DDW. Meu pai, Nestor Henrique Moraes Natividade, comprou-o em 1947 e voou nele até 1959, quando o vendeu, provavelmente, a Luiz Carlos de Almeida Prado. Nesse período anterior, ele também teve, simultaneamente, outro Stinson 108, matrícula PP-DGV´inicialmente ligado a taxi aéreo e, posteriormente, a serviços de aerofotogrametria (Aeromapa Brasil Ltda). Esse foi o ramo de meu pai até 1972.. Em 1958, quando eu tinha 8 anos, tive nele a minha primeira experiência de voar com meu pai e meus dois irmãos uns anos mais velhos até Ilha Bela que, na época, ainda tinha um campo de aviação. O curioso nessa história é que eu fui esquecido por ele no retorno, tipo “esqueceram de mim”… Do meu ponto de vista, foi uma maravilha com aquelas águas ainda cristalinas, sem luz elétrica, automóveis e ferry boats, porém não foi o de minha mãe que se descabelou de preocupação. O velho Stinson retornou urgente para Ilha Bela no meu resgate com um piloto da empresa. Passava das cinco quando decolamos de Ilha Bela no rumo de São Paulo quando o teto fechou feio. Sem visual e já anoitecendo, o piloto acróbata teve que pousar noturno em São José dos Campos, sem autorização. Dois jipes da Aeronáutica acompanharam o táxi da aeronave. Sobrou multa braba ali, além da aeronave retida para averiguações. Voltamos pra casa de Viação Cometa… Foi show!
Henrique
henrique
Saiu na tribuna dessa semana que uma empresa chamada tecsul engenharia comprou através de um leilão da aeronautica em 2007 toda aquela area (até então ela estava impedida de c onstruir no local pois neste leilão além do valor pago ela teve que fazer vai obras para a aeronautica em outros locais) e vai construir prédios alto padrão no local, é uma pena queria que fizessem um shopping subterraneo embaixo daquela area e no terreo um grande parque das dimensões do ibirapuera, ia ser o maior atrativo de pessoas para lazer/compras da região.
A grande questão é a necessidade da ocupação rápida daquele terreno, não tinha sentido uma área daquelas ficar abandonada da forma que estava …. e quanto aeroclube que seja feito em outro lugar … precisamos de segurança e emprego!
Prezados,
Infelizmente o destino daquele campo já está selado. O terreno foi negociado pela Aeronáutica com uma construtora. Até onde soube, em troca do terreno a mencionada construtora efetuará diversas obras em instalações da FAB, incluindo a reforma (que não sei se já foi concluída) feita nas instalações do IV Comando Aéreo (COMAR).
FG, seu site é ótimo, o Blog do Douglas é show, a verticalização do mundo uma coisa odiosa, concordo, mas… a cidade de Praia Grande é uma graça???
Quando se compra um imóvel perto de um aerodrómo deveria ter um termo: sei que há barulho, aviões e aficionados por perto, ponto. E que nem a encheção de saco desse povo que comprou um pedaço de um espigão em Moema e vive às turras com Congonhas. O campo de pouso da VASP estava lá muito antes dos especuladores imobiliários!!! E olha que hoje os aviões são muito mais silenciosos que na década de 1950. Agora o litoral paulista sul (o norte também ) não ter um AEROPORTO digno do nome, para receber vôos diretos, para incrementar o fluxo de turistas e acresentar mais $$$$ para a população. Deixem em paz os velhos campos de aviação.
Eu estudei ao lado do Campo de Aviação, na escola que se chamava “EEPG do Jardim Icarai” (hj se chama Revº Augusto Paes de Ávila) entre 1977 e 1978.
Passava todos os dias ao lado do Aeroclube onde meu futuro padrasto fazia alguns vôos.
É uma pena realmente que aquilo esteja tudo as traças.
E um terreno daquele tamanho já deve estar nas mãos de algum empresário prontinho para virar concreto vertical…
Pena…
“precisa urgentemente de uma solução”
Ahh não pera aí, tenho que me manifestar, agora pegaram “pesado” demais, lembrou muito aquele dia que o Gomes pediu transparência(acho que era alguma coisa relacionada a autódromos), o Gomes às vezes também pega pesado!!! Um chega e pede transparência, outro diz que “precisa urgentemente de uma solução”, assim fica muito complicado, vamos com calma.
Na hora de pedir algo no Brasil, por favor peça coisas possíveis como:
Retorno de Jesus Cristo!
A volta dos Dinossáuros!
Rubinho campeão na Formula 1!
Corinthians campeão mundial, passando pela Libertadores!
Chover dinheiro em vez de água…
Brasil não é tenda de “milagres” pra ficar pedindo coisa impossíveis como transparência ou soluções!
Em todo caso, uma boa dica é esse link abaixo:
Transparência Brasil
http://www.transparencia.org.br/
*Melhor tomar um calmante antes de entrar no site, vc pode ter um ataque cardíaco!!!
Voei algumas vezes lá de Stinson, quando pretendia tirar meu brevê, em 1969.
A vista do mar na decolagem era inesquecível.
Pena que acabou!
O Stinson que voce provavelmente voou era um vermelho, prefixo PP-DLO, que pertencia ao meu falecido cunhado, Luis Antonio Cardoso…
Eu não só conheci o LUIZ ANTONIO CARDOSO, como fui amigo dele. Inclusive coloquei uma postagem no meu blog (www.aventureirosdoar44.blogspot.com) sobre o Luiz e o seu Stinson, o PP-DLO, com o qual tive o prazer de voar na companhia dele, quando esteve por Araraquara e Matão-SP. Quando se fala do extingo Aero Clube de Praia Grande-SP, me vem em mente o ano de 1976, quando passando Lua de Mel no Suarão tive o prazer de pilotar um avião Citabria do A.C.P.Grande-SP. Quem me deu DC-Duplo Comando na aeronave antes de liberá-lo para os meus voos foi o Instrutor de Vôo, Dr. Jasson (médico). Hoje residindo e ainda voando no Sul.
Acho que esse Stinson de que estão falando e ficava aí na região, pode ser o PP-DDW que foi do meu amigo( já falecido, como o Luiz), o Cmte. Valerio, ex-Piloto Agrícola da Aero Agrícola Caiçara, onde voei por 10 anos.
Abraços, com boas recordações e muitas saudades desse Campo de Aviação da Praia Grande-SP.
pode esquecer um construtor jah comprou e vai fazer predios!
Fiz meu curso de Piloto Privado lá, nos idos de 1971/72.
Depois de brevetado, nunca mais voltei lá. É uma pena o estado de abandono.
Tem gente de olho grande na área, ah, se têm…
Passo por ali todo dia indo pro trabalho, ta abandonado e so atrai “problemas” se bem me entendem… uma restauração ia ser bem legal pro bairro da Aviação.
Dado o abandono, sempre haviam dois militares guardando o local, para evitar o pouso de aeronaves carregadas de drogas, que abasteceriam o consumo na região.
Caros, a aviação é uma das artes mais apaixonantes que existem. Cuidamos, velamos, mantemos um avião, um aeroporto, um hangar ou um aeroclube como se fosse nosso filho. Pessoas assim lutam para defendê-los com unhas e dentes, sacrificam trabalho, família, horas de lazer, passeios, descanso para mantê-los e ver essa atividade “em pleno vapor”.
Contudo, a força do dinheiro fala mais alto e aqueles que devotam seu amor à ele, fazem de tudo para conseguí-lo em maior quantidade sem medir esforços. Volta e meia ouvimos falar de Congonhas, Santos Dumont, Pampulha, o Campo de Marte, cujo Trem-bala quer dar um tiro de execução no mais importante aeroporto de uso executivo da América do Sul e tantos outros “filhos” espalhados pelo mundo em que os moradores próximos reclamam do barulho, do perigo e do incômodo de ter um aeroporto próximo à sua residência. Soma-se a estes, os amantes do dinheiro e as autoridades públicas ávidas por receber uma comi$$ão a mais de alguma forma para querer fechar um aeroporto. OPA! Mas esses moradores estão reclamando de que? Quem chegou primeiro? O Aeroporto ou o bairro? Quando você resolveu mudar ao lado de Congonhas, você não sabia do “ambiente aeronáutico” ali instalado? Com Praia Grande não foi diferente: prédio de um lado, prédio do outro, na cabeceira contrária à avenida beira mar… Operei apenas uma vez naquele “Campo de Aviação”, mas foi o bastante para apaixonar-me por ele também. Decolávamos já estávamos em cima da praia, curtindo uma das mais lindas paisagens do Litoral. Praia Grande era melhor posicionado que Itanhaém, que Ubatuba. Pousava e nem precisava de Táxi para ir à praia. Mas vem a figura nefasta da especulação imobiliária e acaba com tudo. Com tantos outros aconteceu e tem acontecido fato semelhante, como São Carlos, Ibaté (hoje um loteamento), João Pessoa, agora Limeira,.. E assim vai caminhando a humanidade… Para trás!
Infelizmente, o começo do fim, se inicia justamente dentro do próprio Aero Clube. Antigamente, os Aero Clubes eram sustentados pelo Ministério da Aeronáutica, que incentivava a aviação civil, trazendo aeronaves, subsidiando combustível e lubrificantes, e tal. Era necessária a formação de pilotos, e isso era feito de modo contínuo.
Civilizaram o poder, e avião tornou-se coisa de rico. Só se torna piloto quem é rico, analogia ridícula, que inconscientemente é levada a cabo. Na esteira disso tudo, incentivar as escolas de formação de pilotos, torna-se algo impopular. Porque incentivar a formação de pilotos, sendo que existem mil necessidades mais básicas……reflexões…
Mas, voltemos: Antigamente, os Aero Clubes eram mantidos pela mamãe Aeronáutica. Muito Aero Clube trabalhou dignamente, corretamente, e muito Aero Clube foi vítima de sanguessugas, que fizeram uma simbiose entre o público e o privado, e cada vez mais adubavam as próprias contas, desviando recursos, peças, e por aí vai.
Como hoje em dia, manter um Aero Clube é tarefa para abnegados, que enterram dinheiro próprio, a troco de um ideal, ninguém hoje mais trabalha “à toa”. Ninguém mais empenha tempo pessoal livre, a troco de tocar uma entidade que passa sob o crivo dos “especialistas” da ANAC, e vive tendo aborrecimentos. Até quando, vale a pena, tirar o traseiro do sofá num sábado e domingo, para viver correndo atrás de problemas?
Sendo assim, como estamos nos referindo à entidades que, via de regra, são extremamente deficitárias, temos aí metade da causa-mortis: a própria entidade fica tão desunida, perde representatividade, e vira alvo fácil dos urubus de prefeituras, que são retroalimentados por empresários do ramo imobiliário, ávidos por qualquer metro quadrado disponível para encarapitar um prédio, e ser um “dono de sauna”: viver do suor dos outros.
É uma pena, e isso é um raio-X perfeito do que pode ser o fim de muuuitos Aero Clubes do Brasil, que se já não pereceram, podem morrer dessa causa.
Outros se profissionalizaram, viraram empresas praticamente falando. E se deram bem.
Mas, que pelo menos preservem um pouco disso aí, que é história a céu aberto.
Abraços.
Além disto, o aeroporto da base aérea de Santos está sem uso. Poderiam operar vôos comerciais de lá, Pelo menos não fecharia tanto quanto Cumbica.
Coisa de gente grande. Pelo Earth é o que sobra lá. Um Museu caberia bem.
FG, teria mesmo o Jânio descido lá quando da renúncia? Afinal a Vemaguet está no pedágio, e a história conta de Congonhas e Cumbica. http://bit.ly/pdFn4s
Concordo com o comentário do Mário, alguém já levou um adiantamento pra deixar a coisa abandonada e ir ruindo. Lamentalmente a história vai perder mais uma vez para a especulação imobiliária e para funcionários públicos deformados !!!
Caro Flavio Gomes,
aprendi com o melhor professor da minha curta história acadêmica, que
se você sentir um bafo quente na nuca e uma unha no calcanhar,
não tenha dúvida, estão te comendo.
Provavelmente o abandono do aeroclube é pensado,
e o projeto dos novos prédios já deve estar pré-aprovado.
Mario Neto, o desiludido.