PAZ NO DESERTO

SÃO PAULO (sempre é tempo) – Sou um completo desinformado sobre quase tudo. Hoje um amigo me mandou algumas fotos do Burning Man Festival. Nunca tinha ouvido falar. Ou, se tinha, esqueci. E, se esqueci, isso só prova que me importo cada vez mais com coisas sem importância.

Num deserto em Nevada, todos os anos, 50 mil pessoas se reúnem. “Se reúnem para…?”, hão de perguntar. Para nada. Se reúnem. Vêm de todos os cantos do mundo. Ficam uma semana ao relento. Nus, vestidos, fazendo arte, meditando, não importa. Velhos, crianças, jovens, adultos, homens, mulheres, gays, negros, brancos, amarelos, vermelhos.

Carros “mutantes” chegam aos montes. Como esse aí da foto. Escolhida só porque é um carro e este blog é meio automotivo, afinal. Mas os carros são apenas um detalhe, não têm maior relevância. O “Boston Globe” tem este mega-álbum de fotos maravilhosas do evento deste ano, que comemorou o 25º aniversário do festival.

Se é preciso ir para o deserto para encontrar um pouco de paz, que se vá ao deserto. Mais uma na listas de coisas a fazer nesta vida. Lista cada vez maior, mas que tem cada vez menos coisas verdadeiramente essenciais. Esse deserto me parece ser uma delas.

ATUALIZANDO…

A querida Marion Strecker, minha ex-colega de “Folha” que está morando em San Francisco, foi ao Burning Man neste ano. A excelente série de reportagens está aqui. Feliz coincidência eu ficar sabendo desse negócio meio por acaso e descobrir textos recentíssimos de alguém como a Marion. Buscando conhecimento.

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Edson
Edson
12 anos atrás

PARABENS!!

Jorge Ferrari
Jorge Ferrari
12 anos atrás
Rodrigo Duarte
Rodrigo Duarte
12 anos atrás

É Flavio Gomes, o mundo resiste às imposições do Imperialismo burguês e do American Way of life. Quem não trabalha é vagabundo, à toa, quem não é rico, é incompetente, pobre é incompetente, burro, afinal de contas, se não fosse, estaria rico. As ideologias do imperialismo estão aí, todos os dias no nosso ouvido, existem oportunidades para todos. Trabalhe o máximo que conseguir, o seu tempo não pode ser desperdiçado com outra coisa, afinal, se estiver trabalhando, estará ganhando e quanto mais trabalhar, mais se ganhará.
Mas o sistema entra em contradição, pois quanto mais falam em liberdade, mais entendemos que a única liberdade que temos é a de comprar o que quisermos, podemos escolher à vontade, liberdade de decidir o que queremos comprar. Cada vez mais buscam zonas de livre comércio, mão-de-obra barata (ou escrava, como no caso da Zara e da Gregory, lojas frequentadas pela classe média).

Que bela liberdade. O chinês está aí, trabalhando por menos de 150 reais por mês, sem fim de semana, sem feriado, sem as mínimas condições de trabalho e higiene, sem leis trabalhistas, sem o direito de ficar doente e faltar no trabalho, se faltar, é descontado do salário, isso é ser uma potência mundial, como diz a Veja? A burguesia só é unida quando se trata de ir contra a classe trabalhadora, pois se pudessem, eles matariam uns aos outros, se odeiam, adoram um monopólio e uma política governamental corporativista, protecionista.
O mundo não tem mais tempo pra parar e olhar uma obra de arte, ler um livro, conversar, está cada vez mais individualista, elitista e preconceituoso. Ainda temos focos de resistência, gente que ainda respira o verdadeiro oxigênio da vida, ainda entendem qual o sentido da vida e se expressam todos os dias. Basta olharmos e aprendermos mais com essas pessoas.

Julio Leone
Julio Leone
12 anos atrás

Gosto é gosto. Pra mim se é para ter paz prefiro estar sozinho. No meio do mato. Com bastante agua. Como é que esse povo faz para tomar banho?!?

mario aquino
mario aquino
12 anos atrás

Me parece em alguns aspectos o Carnaval, para gente fútil e endinheirada.
Pobre não tem o direito de encontrar o seu eixo em desertos.

Ivan Trindade
Ivan Trindade
12 anos atrás

Legal, mas passou longe de ser hippie.
Burnning Man é uma empresa e cobra até 210 dólares para participar da festa.

vitão
vitão
Reply to  Ivan Trindade
12 anos atrás

ou seja, até para desbundar geral o cara tem que ter grana . é um evento hippie-proto-capitalista . E esse carro já apareceu na Road & Track um par de veiz ……

Alexandre Gomes
Alexandre Gomes
12 anos atrás

Conheço já algum tempo, e seria minha rota final depois da 66. Se um dia eu tiver grana para tanto, comprar um carro velho e ir embora até o deserto. Como em um On the road particular.

Tem bons sites americanos e o official http://www.burningman.com/ no google maps tem a localização, a imagem da grande meia lua.

Longa vida ao sonho! Viva a Kerouac e Alex Supertramp!

Ricardo Salles
Ricardo Salles
12 anos atrás

Fui em 2009 e esse ano.
Tenho um trailer no youtube do burning .

Em breve um novo

Burning Man 2009 REDUX

http://www.youtube.com/watch?v=oGLMCA9662g&feature=youtube_gdata_player

Roberto Mota
Roberto Mota
12 anos atrás

Flávio,você que possui alguns volkswagens em sua coleção…conhece esse encontro?
http://www.bubbleguntreffen.com

Bill
Bill
12 anos atrás

Bem lôko, achei que parece uma mistura de star wars com mad max ehehehehe, o carro inclusive lembra um pod de corrida……. bem lôko mesmo

Bill
Bill
Reply to  Bill
12 anos atrás

acabei de procurar no google Burning Man Cars, os carros parecem bem apocalípticos, alguns muito mad max mesmo….

Regi Nat Rock
Regi Nat Rock
12 anos atrás

Meu filho quando oficializou a relaçao com a mulher, aproveitou uma ida profissional pros states, ano passado, levou a mulher junto , fez o que tinha que fazer na empresa e foi passar a lua de mel por lá.
pelas fotos e pelo que contaram, deve ser bem legal.
A maior recomendação dos organizadores: tragam o que comer e beber.

CarlonePapa
CarlonePapa
12 anos atrás

O Burning Man já acontece a alguns anos e quem quiser ver acho que está ainda em tempo.
Depois que popularizar, ferrou. Ainda é proibido o comercio e dinheiro no evento. Uma releitura dos Hippies em grande estilo. Esculturas (algumas belissimas), gente alternativa e muita musica. Tomara que ainda consiga ver enquanto está legal. Um show de criatividade. Pra checar, é só explorar o tema no UTube.

Marcelo Foresti
Marcelo Foresti
12 anos atrás

FG,
A Marion Strecker (ex Folha e UOL), esteve lá este ano escreveu uma série de artigos sobre o festival, vale a pena ler (é só pesquisar no uol….)
Eu tb não tinha ouvido falar (e olha que já trabalhei bastante lá perto….) e fiquei com vontade…
Abs,
Marcelo Foresti