DICA DO DIA
SÃO PAULO (vale a pena, sim) – Por isso um blog é legal. Quando é que eu saberia o que acabei de saber se não fosse o post, anteontem, sobre o cemitério de aviões em Viracopos? O Fernando Vieira postou um comentário sobre o assunto e no fim indicou outro link, sobre a praia de Alang, na Índia, o maior cemitério de navios do mundo.
Lá está o porta-aviões Minas Gerais, vendido como sucata à China por US$ 2 milhões depois de cessar suas operações após mais de quatro décadas a serviço da Marinha brasileira. Caramba, que fim inglório… Que história mais trágica, melancólica.
Leiam, e passeiem por todos os links indicados. Eles contam a história do navio, relatam seu fim nas areias podres de Alang, trazem fotos lindas e nos fazem pensar sobre essas máquinas de guerra que nunca foram usadas, mas em muitos casos serviram como uma espécie de “seguro” para países como o Brasil.
Eu não sabia que o Minas Gerais tinha tido esse fim. Um minuto de silêncio pela nave.
A noticia chega a chocar, mas é muito normal isso acontecer, principalmente para os velhos navios.
O Invencible (Ingles), nave heróica da Guerra das Falklands também teve fim parecido, não sei se no mesmo desmanche.
Imperador
Ricardo, O Invencible foi desmanchado na Turquia e pelo que tudo indica, em um local mais organizado. Pelo que entendi, o Transatlântico Pacific Princess (navio da série de televisão – O Barco do Amor) está sendo demolido por lá também.
Depois que demoliram o palácio Monroe, nada mais surpreende…
Verdade Mario, esse talvez tenha sido um crime ainda maior que o cometido contra o Minas Gerais…..
Alang é destino de quase 40% dos navios considerados como sucata. Além do fim ingrato do Minas Gerais, lá foram desmanchados o Super-Petroleiro Knock Nevis (o maior navio já construido pelo homem, com 458.4 metros, morreu como Mont) e também os Transatlânticos Eugenio C (morreu como Big Red Boat II), o Norway/France (Lady Blue), Enrico C (Classica), e recentemente o Augustus (MS Philippines).
Preservar uma máquina de matar gente? Para que?
Lá pelos idos de 1984 projetei uns rebocadores de avião para uso dentro do Minas Gerais,no dia que eu fui visitar a “nave” para fazer a entrega tecnica fiquei assustado e com medo do enferrujado afundar no cais comigo dentro,um horror,ainda bem que o Brasil não tem a pretensão de arrumar encrenca com alguem bem armado,igual aos nossos vizinhos argentinos.Jogaram fora um e compraram outro enferrujado o São Paulo,pra dizer a verdade seria melhor gastar esse dinheiro comprando carteira para escola.Se não bastasse o super ferrugem flutuante,no dia seguinte a minha visita foram embarcar os rebocadores e um deles caiu do guindaste,perda total.Só fiasco.
acabei de voltar de Nova Iorque e lá eles reformaram o USS INTREPID (http://www.intrepidmuseum.org), e colocaram em exposição, inclusive com aviões e estão faturando alto. Diferença de pais…….
Mas isso é bancado pelo governo americano, nem deve dar lucros. Pelo menos não achei nada relacionado a lucros no google.
A Coréia do Norte também mantém o navio americano USS Pueblo em exposição, como troféu e propaganda. Militarismo, bah!
Me recordo de uma matéria na Foreign Policy sobre essa gente que trabalha desmontando navios ‘no braço’ na Índia e no Sri Lanka. Vida desgraçada!
A mulherada e as crianças andam com baldes, coletando rebites e parafusos para revender, enquanto os homens desmontam tudo na base da marreta, coisa de macho mesmo.
E eu não vejo motivos para saudades ou tristeza pelo desmanche de um navio velho. Há muita ingenuidade nos comentários, pois os custos de manutenção para manter um monstrengo desses flutuando com segurança não compensa transformá-lo em um museu.
Ontem começaram a cortar de alicate hidráulico os aviões da Vasp que ficam no aeroporto de Recife.
Um final sem honra pra esses aviões.
O cara que foi chefe da manutenção, tava com lágrimas nos olhos ao dar entrevista.
“Eu não sabia que o Minas Gerais tinha tido esse fim. Um minuto de silêncio pela nave.”
Não só o Porta-Aviões Minas Gerais. Quase 60 anos antes, o velho encouraçado Minas Gerais, incorporado à Marinha em 1910, também encontrava idêntico fim, só que em La Spezia.
Mais recentemente, teve o HMS Invincible, veterano das Malvinas (em primeiro plano):
http://www.naval.com.br/blog/wp-content/uploads/2012/03/INV-in-turn-2.jpg
Teve idêntico fim. Mas em Aliaba, na Turquia:
http://www.naval.com.br/blog/wp-content/uploads/2011/06/HMS-Invencible.jpg
Um minuto de silêncio por esse herói.
Vejam como são as coisas: Se a Inglaterra tivesse na época da guerra das Malvinas o “Minas Gerais”,teriam podido usar caças mais velozes e de maior alcance que os Harriers, o que com certeza levaria a uma vitória mais rápida, e nós, os espertos brasileiros, jogamos fora.
Como diz o FG : jisuis !!!
A marinha argentina tinha o 25 de mayo, pertencente a mesma classe do Minas Gerais, nao usou porque, segundo os argentinis, encontrava-se com problemas tecnicos
Não usou, porque depois que os ingleses afundaram o cruzador argentino Gal. Belgrano com um sub nuclear, toda a frota argentina ficou fundeada no cais com medo de sair p/ o mar.
Pelo menos Minas Gerais agora tem praia.
Me fez raiva, mas foi ótima !!!
Porra, nego gasta 1.200.000.000 pra mutilar o maraca e não tem míseros dois milhões para fazer um museu.
UM DEPUTADO custa isso. Temos 513.
Na boa, nasci no país errado.
Nossos hermanos possuem, em puerto madero, DOIS navios-museu.
Sem mais. Perfeito.
Concordo, tinha que ser museu aqui. Foi vendido por 2milha, mas o custo de reboque até fora da Amazônia azul foi nosso, quase 500 mil, ou seja, saldo de 1,5milha, só não sei pra quem foi esse dinheiro, pq não foi nem pra marinha e nem pra FAB. Daqui alguns anos o NaE São Paulo (ex-Foch) passará por isso, gastem fortunas pra refazer catapultas, sistemas a vapor e um novo sistema contra incêndio (que o afastou dos mares por anos), gasta, gasta e gasta, daqui a pouco vende pra sucata (infelizmente). Os A-4 da marinha estão quase no limite da vida útil, ou seja, ou o São Paulo vira porta helicópteros ou sucata. A tempos a FAB precisava de caças novos, incluindo versões para porta-aviões, desde o governo FHC, se passaram 18 anos, e nada!
Sabe o que dá mais raiva? Um grupo de veteranos ingleses que havia servido no HMS Vengeance (nome original do Minas Gerais) antes de o porta-aviões chegar ao Brasil tentou arrematar o navio em 2002. Queriam leva-lo de volta à Inglaterra e fazer um museu flutuante, com direito a aviões históricos britânicos e brasileiros no convés. Era, afinal, um raro porta-aviões construído na Segunda Guerra Mundial.
A ONG dos velhinhos conseguiu juntar US$ 1 milhão ou US$ 1,2 milhão, por aí. Mas, os vendedores de sucata levaram a melhor no leilão – e a Marinha do Brasil alegou que não podia fazer nada. Sorry, sem espaço para “sentimentos” ou preservação da história…
Triste, não?
Pois é, pq não fizeram isso aqui?
Se fosse transformado em museu e fosse bem-feito, ia render dois milhões por ano com turistas.
Pais burro do cacete.
Acho que não é só tristeza não Jason, é SACANAGEM mesmo, como alguém disse acima isso é dinheiro de “Aluguel de carros” p/ os nossos bons deputados. O Brasil(não vou nem falar a marinha, pq como as outras 2 armas, estão à míngua) poderia ter contribuído com os veteranos(primeiros donos) e participado com nossos caças Thunderbolt da 2da guerra ou algo assim do que seria um belissímo museu. Um país sem História é um país sem Futuro…..
Meu irmão foi Oficial de Máquinas do Minas Gerais.
Conheço o museu existente em New York, dentro do porta-aviões.
Um espetáculo!
Navio histórico, participante ativo da batalha de Midway, lotado de história e aviões interessantíssimos, da guerra do Pacífico.
Me perdoem se eu estiver errado, e esquecer algum detalhe, mas o que justificaria a importância histórica do Minas Gerais?
Nada!
Participou da 2ª Guerra Mundial sim, sob bandeira francesa, se não estou enganado, e não teve participação relevante.
A única importância que teve para a Marinha brasileira foi ter sido o pioneiro, o 1º porta-aviões brasileiro. Pequeno, por sinal. Trocado por um bem maior!
E ainda bem que não foi necessário…
Nem tudo que é velho merece ser preservado. Seria apenas uma despesa – grande – a mais.
é de cortar o coração, olha o que estão fazendo no Recife: http://economia.uol.com.br/album/2013/09/06/avioes-da-vasp-sao-desmanchados-em-recife.htm?abrefoto=6#fotoNav=10
Puxa, que tristeza… Me lembro bem, eu garoto, início dos anos 60, fiz uma visita guiada ao Minas Gerais. Tudo me parecia enorme, o hangar com velhos monomotores, o elevador para levar os aviões ao convés, a torre de comando… Inesquecível. No auditório de bordo, passaram um filme prá gente sobre o navio, mostrando as decolagens por catapulta.
Depois, ao longo dos anos, cada vez que voltava de São Paulo, nos Electras da VARIG, na aproximação final para pouso no Santos Dumont, lá estava ele atracado junto ao Arsenal de Marinha. Um velho companheiro a saudar todos que chegavam.
Que pena, que país sem memória. Podia ser um museu, em vez disso a destruição nessa praia horrorosa.
Por que não transformaram em um museu?
Em Nova York o porta-aviões virou museu.
O que foi que o Brasil ganhou vendendo?
Colocava em qualquer lugar com um monte de avioes em sua pista e cobrava 5 paus por pessoa. Ia receber uns 15.000 por semana. 10.000 pagantes. 50.000 por semana. 50 semanas. 2.500.000,00 por ano.
PQP!!!
Roberto.
Esse Minas Gerais me faz lembrar de uma música de Juca Chaves : “…Brasil já vai a guerra, comprou porta-aviões…..”
Da série perguntar não ofende…… Será que o flecha azul (dinossauro) restaurado terá o mesmo fim ?
Amanhã pela manhã, fará São Paulo-Rio. 07/09, 8:30.
O Flecha Azul não é exatamente o Dinossauro, é a evolução dele.
Apesar da Cometa não ser mais a mesma companhia, não serão idiotas de sucatear a relíquia.
vi um documentário no Discovery e os operários que desmancham os navios são praticamente escravos, ganham R$ 1,00 por dia, enquanto os intermediários e as usinas ganham fortunas. De onde vem a riqueza da Arcelor-Mital e da Tata ?
depois da audácia que foi destruir o Maracanã, para não falar de Jacarepaguá… nada mais me surpreende…
Opa, pera aí, o Maracanã está lá!
Jacarepaguá eu concordo plenamente, mas o Maracanã parece que só piorou quanto à administração e à roubalheira!
Os brasileiros são muito apegados a coisas velhas, sem importância. Não concordo com o destino dado a Jacarepaguá, pois ele poderia ser usado para coisas mais úteis à população.
Mas construindo um local novo, leva desenvolvimento, (deveria levar) infraestrutura viária e de transporte público e gera empregos e oportunidades na periferia.
Eu mandaria demolir o Maracanã e usaria aquela área para algo mais útil em vez de expulsar os índios e demolir os prédios para transformar em estacionamento. As pessoas aqui tem uma mentalidade meio Ronaldo e Pelé, do tipo, dane-se o resto, o importante é a copa e o automobilismo. Menos, senhores. Em primeiro lugar, a coletividade, o povo, depois a futilidade esportiva.
Que índio? Você acredita naquele embuste?
Pois é.
Comentário bem típico de brasileirinhozinho, esse seu. Tá de parabéns. Só Que Não.
Amigão, moro AO LADO dessa construção.
Durante décadas apenas mendigos moravam ali.
Nos últimos 5 anos, com os rumores de desapropriação, apareceu esse papinho de “aldeia maracanã”.
Você acha de coração que ia ter índio tirando onda EM FRENTE À CASA DO IMPERADOR????? Nunca houve aldeia ali.
Mas o cara é CABRAL, ora pois !
Me contaminou também, em algum momento da vida, esse vírus que causa uma certa angústia e tristeza ao ver máquinas antigas agonizando.
Locomotivas, automóveis, turbinas, aviões, e tudo o mais. Me dão a sensação de estarem levando consigo uma parte da história que ninguém mais vai poder contar. Acho até que um pouquinho acabam mesmo levando.
Mas nesse caso do Minas Gerais, não consigo pensar apenas se a Marinha pouco se importa ou se faltou algum incentivo governamental, junto com isso ou aquilo. Penso mais que não temos uma tradição, ou cultura, de retratar a história contada pelas máquinas.
Falta muito em termos de museus, exposições e etc. relacionados ao tema, sejam com aviões, carros, eletrodomésticos, navios, máquinas no processo da nossa industrialização e etc.
E o pouco que existe é quase sempre de alguns excêntricos na iniciativa privada (vide museu da TAM).
E isso é visível nas pessoas, poucos se importam em tentar guardar um carro antigo que estava na família, um móvel, uma geladeira lá da avó. Coisas antigas, especialmente máquinas, estão mais associadas a problemas financeiros do que a preservação histórica. Acho que quase todo mundo que ler isso aqui pode pensar em um caso dentro da sua própria família, eu mesmo tenho vários, de alguém dizendo “vamos nos livrar disso, joga fora, velharia, isso era de não sei quem e agora não vale mais nada, e etc”.
Então o pobre Minhas Gerai acabou tendo o mesmo destino da C10 do meu avô, da charrete do bisavô, das bicicletinhas minha e dos primos.
Sucateados os coitados. Lógico que uma parte de todas as máquinas precisam ser recicladas, mas não precisava ser quase tudo.
Besteira. Locomotivas e navios são reciclados e reaproveitados o máximo possível, seus motores e equipamentos substituídos e modernizados para que eles operem até o limite do possível.
Poucas coisas duram mais do que a carcaça de um navio ou locomotiva. Quando se aposentam, é porque não há mais como reaproveita-los.
Daí eles são desmontados e seu material reciclado, poupando a natureza de ser um pouco mais violentada pelas Vales, Anglo-American e Xtratas. Manter lixo por aí só gera poluição, sujeira, problemas e riscos à segurança das pessoas e da natureza.
Duas coisas que vivem sendo jogadas no lixo aqui nesse país. Nossa história e o dinheiro dos contribuintes…
Ele era da segunda guerra, um navio histórico que poderia ter sido transformado em museu, mas ………..
Sim, poderia. E seria interessante, talvez. Mas seria algo viável? O Brasil, sem um histórico marcante em guerras recentes, teria público para bancar a manutenção?
Mas realmente, deveriam ter ao menos tentado. Aliás, existe algo similar no Brasil?
Na Praça XV, no Rio, existe um antigo submarino preservado, aberto à visitação pública.
E existe o MUSAL – Museu Aeroespacial – no Campo dos Afonsos. Um espetáculo!
Sacanagem, podiam ter transformado o Minas Gerais num museu, ou algo assim, aberto à visitação.
Minas Gerais, museu, ja tem o Estado. Kkkkkkkk
É verdade. Só falta neste museu a taxidermia de um idiota
Triste!!!
Será que ninguém na Marinha pensou que este navio poderia ser preservado para se transformar em um museu ??
Se pensaram porque não fizeram ???
Insensibilidade a toda prova de nossas autoridades.
O governo federal desembolsou R$ 5,1 bilhões em aquisição e manutenção de veículos oficiais no ano passado. US$ 2 milhões é um pum neste universo.
Essa é uma das coisas que mais me incomoda no Brasil. Caralho, a gente é um povo muito sem memória.
Outro dia no “Você É Curioso” explicaram que a música conhecida como “Óh Minas Gerais” de hoje é uma versão da música feita para o encouraçado. Louco isso…
É triste, mas é basicamente o fim de qualquer embarcação. Exceto aquelas que afundam.
Impressionante mesmo FG, dei uma olhada no google maps.
8,5km de litoral cheio de navios.
http://goo.gl/maps/HsAHN
FODA! Um dos links mais fodas que você já postou aqui. Obrigado.
é mesmo, Jaime, essa foi das postagens mais legais do Gomes!
Valeu, Flávio!