BAHREIN, DIA #1
SÃO PAULO (rendeu) – O que mais me impressionou hoje na abertura da pré-temporada no Bahrein foi o que vocês estão vendo na foto acima. Essa entrada de ar gorducha do Alpine de Ocon é uma aberração estética! E ainda inexplicada. Não me lembro de o carro da Renault ter algo parecido. Os próximos dias vão clarear as coisas.
Ocon ficou em terceiro hoje e completou 128 voltas no circuito do deserto de Sakhir, que viveu, à tarde, um momento curioso: tempestade de areia. Na foto abaixo, de Max Verstappen, dá para sentir o drama.
O holandês, com 1min30s674, fez o melhor tempo do dia, mostrando a solidez da Red Bull — que terá Sergio Pérez na pista amanhã. Ele completou 138 voltas e foi quem mais andou na sexta-feira. A maioria das equipes dividiu o dia entre seus dois pilotos, e quem acabou se dando mal foi Valtteri Bottas. Oh, dia, oh, vida. Deu uma volta e quebrou o câmbio. Trocaram, pela manhã, mas só deu tempo de fechar mais cinco. Ficou com o último tempo do dia. Mercedes em crise!
Deu tempo de fotografarem o carro na pista, e chamou a atenção o assoalho cheio de ranhuras da Mercedes, que com Hamilton conseguiu completar 42 voltas à tarde, terminando a sessão com o décimo tempo entre os 17 que treinaram.
O único time que andou com piloto de testes foi a Williams — Roy Nissany, 83 voltas, 14º. Os dois últimos — Bottas à parte –, previsivelmente, foram Mazepin (1min34s798) e Mick Schumacher (1min36s127). O filho de Michael teve problemas no carro e só conseguiu completar 15 voltas.
No mais, pode-se dizer que a surpresa do dia foi o sexto lugar de Giovinazzi. Raikkonen foi o 12º. Todos os pilotos reclamaram do vento e da areia. Hamilton foi além: “Em 2007, fiz dez dias de treinos antes do começo do campeonato. Neste ano, terei um dia e meio”.
É a vida.
Vettel apresentou seu capacete cor-de-rosa, já que a marca de água mineral que patrocinava a Racing Point no ano passado ficou na Aston Martin e fechou um contrato de patrocínio com ele. Fez o 13º tempo, ruim diante do quarto lugar de Stroll.
Mas é obviamente muito cedo para conclusões definitivas. OK, dá para perceber que a Haas será candidata à lanterninha, brigando com a Williams para saber quem fará a pior temporada. A Ferrari teve um dia discreto, com Sainz em quinto e Leclerc em 11º.
Amanhã tem mais. A Mercedes praticamente desperdiçou o dia, e vai ter de correr para recuperar o tempo perdido. Ainda não dá para dizer muita coisa. Por enquanto, fiquemos por aqui esperando alguma explicação para a tomada de ar da Alpine — que, repito, me pareceu chocante!
Não se parece com a Chaleira da Ligier na década de 70?
Um grande abraço do fundo do meu coração vermelho de outubro de 1917,
Atenágoras Souza Silva.
Os franceses optaram por colocar todo o sistema de arrefecimento na caixa do motor, algo que as esquipes tem feito desde o início da era híbrida e dos consequentes super aquecimentos de 2014. Como o regulamento desse ano limita o ganho aerodinâmico do carro, os projetistas optaram por usar quase toda a lateral do carro para isso, movendo assim ainda mais os radiadores para cima, é isso.
Entendo que a página tem que ser remunerada, mas a quantidade de anúncios que pipocam na tela é um saco.
Homenagem à Ligier JS5 de 76
Faz lembrar a tomada de ar chaleira da Ligier de 1976
Coisa de franceses … https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcRpuKjFByeQq9ahu0mOqOEiCZKegnMM1WD0ng&usqp=CAU
ou
coisa de franceses https://images.app.goo.gl/WB63CSBNDGitucpM6
Puxa, esse novo design da página não está legal FG. Muito anúncio, uma certa confusão visual…
O ex-designer de carros e especialista da Fórmula 1 Gary Anderson deu sua opinião sobre o desafiante da Alpine em 2021 e não se impressionou com a nova caixa de ar “bulbosa”.
Falando sobre o A521 da Alpine, Gary Anderson disse:
“A Renault, ou Alpine, como agora temos que chamá-la, nunca teve o que eu chamaria de caixa de ar / tampa do motor slimline, mas acho que a versão no A521 está levando isso ao extremo. Isso me lembra o Ligier JS5 de Jacques Laffite de 1976, em meio à tendência da F1 de airboxes altos proibidos após quatro corridas daquela temporada. ”
Gary Anderson enfatizou ainda que achava difícil entender o uso prático ou aerodinâmico de tal solução. Falando sobre esta seção do carro, Anderson disse:
“Além de cobrir o que está sob aquela seção da carroceria e / ou permitir que um pouco do ar quente dos radiadores atravesse essa seção da carroceria, permitindo que ele mantenha a carroceria mais firme na área da garrafa de Coca-Cola, posso ver nenhuma razão prática ou aerodinâmica para esta solução tão bulbosa. ”
Anderson acrescentou ainda que existem soluções melhores e mais “elegantes” que poderiam ter sido implementadas.
“A dificuldade nessa área é fazer com que o fluxo de ar fique preso às superfícies do corpo à medida que sai do capacete do motorista, que se move bastante. Além disso, quando o motorista abre ou desliga o acelerador, o fluxo de ar muda. Se alguma dessas coisas causar separação, pode afetar o desempenho da asa traseira. Existem soluções muito mais elegantes por aí.
De certa forma, é a versão 2021 da Ligier “bule voador”.