EMILIA, EMILIA, EMILIA (1)

Tsunoda: aprendendo a saltar as zebras de Ímola

SÃO PAULO (1.800 livros!) – Escrevo na correria, porque passei os últimos quatro dias mandando e-mails para a turma que já comprou na pré-venda “Ímola 1994”, meu novo livro.

Falando nele, para vocês, blogueiros, a pré-venda segue até domingo porque vocês são legais. Só me mandar um e-mail: [email protected]. O livro é esse aí embaixo.

“Ímola 1004”: pré-venda só por e-mail!

Deram um nome quilométrico para a corrida deste fim-de-semana em Ímola. Viram? Formula 1 Pirelli Gran Premio del Made in Italy e dell’Emilia Romagna, uma coisa pavorosa em termos de “naming rights”, mas que deve ter garantido alguns cobres à Liberty. Esse “Made in Italy”, pelo que notei nas placas de publicidade, é alguma campanha de governo.

Por motivos de “não cabe tudo isso em matéria nenhuma”, vou chamar apenas de GP da Emilia-Romagna e pronto.

Os tempos de hoje, para começar:

A Mercedes reagiu? Reagiu. OK, a pista, como disse Hamilton, é mais apropriada para seus carros do que a do Bahrein — onde ele ganhou, inclusive, mas todos notamos que a Red Bull mais perdeu do que a Mercedes venceu aquela corrida.

Bottas foi o mais rápido do dia, 0s010 à frente de Lewis. Os rubro-taurinos tiveram uma sexta-feira atribulada. De manhã, Pérez bateu em Ocon. Falta de comunicação de rádio das duas equipes, e acabaram se achando. Houve problemas técnicos nas comunicações em Ímola hoje — algo com fibra ótica do lado de fora do autódromo. De tarde, Verstappinho quebrou o semieixo de seu carro e perdeu a maior parte da sessão.

Veremos a real Red Bull amanhã, na classificação. O favoritismo diminuiu — uma hora a menos de treino faz alguma diferença, ainda mais neste ano, com sessões encurtadas.

Vettel: começo de ano ruim

O que vimos, de novo, foi a real Aston Merda. Digo, Aston Martin. Aff. Stroll em décimo, 1s186 atrás de Bottas. Vettel em 15º, com tempo 1s541 pior. Bem na sua vez cagaram no carro, né Tião? Pois… A equipe verde está ensaiando uma reclamação junto à FIA por causa das mudanças aerodinâmicas deste ano. Elas puniram os carros que usam um “rake” muito elevado na traseira. “Rake” é a palavra que inventaram de usar agora para descrever “altura em relação ao solo”. Ou, simplesmente, “altura”.

Os carros da Mercedes e da Aston Martin têm “rake” mais baixo na traseira. Os da Red Bull, por exemplo, têm “rake” alto pra cacete. É só olhar esses carros de lado. Os primeiros têm uma diferença menos gritante entre a altura na frente e na traseira. Os da Red Bull (e de outros times, mas de forma menos pronunciada), por sua vez, têm a bunda exageradamente levantada, chegam a ser até feios. A altura do assoalho em relação ao solo atrás é enorme, lembra meu Niva.

Aston Martin: “rake” baixo

Quem tem esse “rake” menos elevado se estrepou neste ano porque mexeram no assoalho atrás e nos difusores e na porra toda. A Mercedes já está encontrando caminhos. Notei um difusor um pouco diferente nesta corrida em relação à última. A ver. Já a Aston Martin não conseguiu ainda encontrar suas soluções.

Seguindo com as primeiras impressões dos treinos de hoje, a AlphaTauri confirma que será a melhor média da temporada (Gasly em terceiro, Tsunoda em sétimo), a Alfa Romeo e a Williams confirmam que não serão aquela porcaria do ano passado (Giovinazzi em nono, Latifi em 11º, na frente de Russell!) e Mazepin confirma que é uma bosta de piloto (rodou mais de uma vez de novo, ficou em último, azar da Haas que se vendeu ao pai desse moleque).

Mazepin: coisa ridícula

A Ferrari, apesar de uma batida besta de Leclerc no final do segundo treino, andou bem. Ficou em quarto com Sainz e quinto com Charlinho. Evolução visível em relação a 2020. Para ganhar corrida? Não. Para lutar pelo pódio? Talvez, com alguma sorte.

Quem andou mal foi a McLaren. A equipe, apesar da mudança de motor, não empolgou ainda. O mesmo pode se dizer da Alpine. Resultados muito discretos, o que é uma pena. Queria ver Alonso mais à frente. O espanhol percisará de uma paciência de Jó neste ano. Assim como Vettel, o outro campeão alijado das brigas mais importantes.

Ferrari: bem no primeiro dia

E é isso. Hoje, às 19h, no meu canal no YouTube, tem “Fórmula Gomes” analisando o primeiro dia de treinos em Ímola. É ao vivo, não esqueçam de entrar lá!

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Raul
Raul
2 anos atrás

O pessoal (inclusive do Grande Prêmio) anda muito preguiçoso…se as curvas têm nome, por que não trata-las como tal? Acabei de ver ..problemas na curva 9…poxa… é a Piratella…acho uma modinha bem sem graça.

Carlos
Carlos
2 anos atrás

Ano passado nessa pista as equipes tiveram apenas um treino livre e logo em seguida foram para a classificação.
Hoje, todos aproveitaram para andar muito. Hamilton fez no total 51 voltas.
E a Mercedes vai encontrando seu caminho. No FP2 andou no mesmo ritmo que na corrida do ano passado, voltas em torno de 1.15.5. Parece um bom ritmo.
O motor Honda realmente é bom. Gasly ficou apenas a 0,078 s do tempo de Bottas. Mas a questão que surge é sobre a confiabilidade do equipamento todo. A briga será apertada com Verstappen.
Duas semanas atrás Kamui Kobayashi deu uma entrevista interessante para o podcast da F1, Beyond the grid. Umas das coisas interessantes que ele observou foi a seguinte: será que Verstappen pilotando um carro da Mercedes seria tão efetivo quanto Hamilton? Carros com concepções tão distintas permitiram o mesmo nível de pilotagem por parte de uma piloto como o holandês?
Questionamento interessante.

RICARDO BIGLIAZZI
RICARDO BIGLIAZZI
2 anos atrás

Esse Mandiopan é um inutil. Se fosse o Pietro aparecia no Autodromo