TURQUINHAS (3)

Bottas vence fácil: favoritismo confirmado

SÃO PAULO (pobrezinho) – Coitado do Bottas. No dia em que faz uma das melhores corridas de sua vida, vence pela décima vez na carreira — desde a Rússia no ano passado não ganhava uma prova –, tem um desempenho impecável, a gente vai ficar aqui falando da troca de pneus de Hamilton no GP da Turquia. Devia ter parado? Não devia?

Mas é a vida, Valtteri. Afinal, o título está sendo disputado por outros. Mas para não deixá-lo triste, vamos lá. Parabéns, garoto! Corridão! Largou bem depois de herdar a pole com a punição a Hamilton (são 18 no total; ao lado de René Arnoux, o não-campeão com mais poles na história), controlou o ritmo, cuidou dos pneus, não cometeu nenhum erro na pista molhada e depois úmida de Istambul, parou na hora certa, recuperou a liderança na pista e recebeu a quadriculada com mais de 14s de vantagem sobre Verstappen, o segundo colocado.

Abra um sorriso, Valtteri!

Sorriso do finlandês: triunfo merecido

Até porque pode ter sido a última. Bottas, o bom companheiro, está de saída da Mercedes no ano que vem. E nas seis etapas que ainda temos pela frente neste ano, dificilmente terá a chance de lutar por uma vitória com Lewis na pista — porque Lewis é melhor e porque é quem está na luta pelo título, o que significa que em qualquer situação terá de dar passagem ao parceiro se, por algum motivo, estiver na frente dele.

Mas falemos da corrida de hoje, que tinha enorme potencial para ser maravilhosa, mas foi apenas mais ou menos.

Choveu de manhã em Istambul e a pista ficou molhada o tempo inteiro, ainda que não tenha chovido durante a corrida. Como estava frio e muito úmido, o asfalto simplesmente não secou. Corrida com pista molhada é sempre divertida, mas incrivelmente não aconteceu nada rocambolesco nas 58 voltas da prova. Os 20 pilotos que largaram terminaram. Rodadas? Duas, ambas com Alonso como protagonista Na largada, um toque com Gasly e o fim das pretensões para o espanhol, que era quinto no grid e sonhava com um pódio. Despencou lá para o fundão e tocou em Mick Schumacher, que rodou e continuou. Gasly foi punido com 5 segundos pelo toque em Alonso e Alonso foi punido com 5 segundos pelo toque em Schumacher. Fernandinho paz & amor disse, depois da prova, que Gasly não merecia ser punido e foi pedir desculpas a Schumacher. A idade faz bem.

Alonso abraça Mick: pedido de desculpas

Fora estes pequenos incidentes, a corrida foi um jogo de expectativas sobre as condições dos pneus intermediários, usados por todos desde o início. O único que tentou slicks no final foi Vettel, que não tinha nada a perder, colocou médios, deu uma volta horrorosa e voltou aos boxes para trocar de novo.

O desgaste dos intermediários determinou o resultado final de Hamilton, que largou em 11º com a missão de escalar o pelotão para tentar minimizar o prejuízo da punição pela troca de motor. Essa escalada teve dois obstáculos. Em nono na segunda volta, empacou atrás de Tsunoda, da filial da Red Bull, que conseguiu segurar bem o inglês por seis voltas. Só na oitava ele conseguiu a ultrapassagem. Enquanto isso, Bottas, Verstappen e Leclerc, os três primeiros, sumiram na frente. O segundo obstáculo viria mais tarde e atendia pelo nome de Sergio Pérez.

Largada com pista bem molhada: poucos incidentes

Quando assumiu a oitava colocação, Hamilton já estava 17s atrás de Verstappen. Na volta 9, passou Stroll. Na 11ª, superou Norris. Na 15ª, a vítima foi Gasly. O alvo seguinte seria Pérez, que estava bem distante, já. Só na 31ª volta Lewis alcançou o mexicano e a única tentativa real de ultrapassagem aconteceu na volta 35. Checo se defendeu lindamente e só cedeu a posição na volta 38, quando foi para os boxes e colocou novos pneus intermediários.

Pouco antes, na 37ª, Verstappen tinha feito o mesmo. Bottas veio na volta seguinte. E sobraram três carros na pista sem pit stops: os de Leclerc, líder, de Hamilton, quarto, e de Ocon, lá atrás. Na volta 42, a Mercedes chamou Hamilton. O inglês não quis parar e começou a cogitar a possibilidade de ir até o final sem trocar. Leclerc discutia a mesma opção pelo rádio com a Ferrari. Só que os pneus de ambos começaram a perder muito rendimento.

Bottas recuperou a ponta na volta 47. Charlinho, então, se rendeu às evidências e parou. A dez voltas do final, Valtteri liderava com boa vantagem de 6s5 para Verstappen, que por sua vez tinha 5s3 de diferença para Hamilton. O quarto colocado, Leclerc, vinha 12s atrás.

Pérez passa Leclerc: pódio importante

A situação era a seguinte: se parasse, Hamilton perderia duas posições, para Leclerc e Pérez. Se ficasse na pista, tinha a chance de terminar em terceiro. Faltando sete voltas, porém, ele acabou acatando as ordens da Mercedes e trocou os pneus. Voltou em quinto, e lá terminou. Mas reclamou bastante. Achou que dava para ir até o final.

Depois da corrida, a equipe admitiu que cometeu um erro: o de não parar Hamilton antes. “O estado dos pneus dele era assustador”, disse o chefe Toto Wolff. “Mas naquele momento pensamos: podemos não parar para tentar chegar em terceiro, e se um trilho seco aparecesse a gente talvez parasse para colocar um jogo de pneus macios. A dúvida era parar como todo mundo fez, de um jeito mais conservador, e lutar com Pérez e Leclerc pelo terceiro lugar na pista. Ou, numa aposta calculada, não colocar um novo jogo de intermediários para tentar vencer com slicks, ou chegar em terceiro. Quando o ritmo do Leclerc com pneus usados caiu muito, de repente, Lewis também teve esse problema e percebemos que não ia dar para chegar até o final. Naquele momento, ele estava perdendo 1s5 para Pérez e Gasly. Era questão de tempo eles chegarem para ganhar a posição. Então nos conformamos com o quinto lugar e estou satisfeito com o que fizemos.

Lewis concordou que houve um erro. “Ou parava bem antes, ou não parava”, resumiu. “Os pneus ficaram carecas e a gente nunca sabe quanto vai perder de performance de repente nessa situação. A equipe tem mais informações sobre isso e a gente tem de confiar no time. Ganhamos e perdemos juntos.” Não parecia muito convencido, no entanto. Assim que acabou a corrida, sem nem tirar o capacete, foi até o fundo dos boxes da Mercedes para ver como estavam seus pneus velhos. E viu isso aí embaixo:

Os pneus de Hamilton: carecas e perigosos

Continuou na dúvida, que vai carregar até o fim da vida. Pelo tom de suas declarações, não deveria ter parado. “O Ocon foi até o final sem trocar e chegou. Não dá para saber, faltavam sete voltas, sei lá.” De fato, Ocon foi o único que terminou a prova com os mesmos pneus com que largou. Acabou em décimo. Mas com a borracha no talo.

Wolff procurou diminuir o impacto da perda do pódio: “Tem duas maneiras de analisar o que aconteceu hoje. Uma visão relativa e uma absoluta. A relativa é que na última corrida a Red Bull ficou feliz da vida de perder só sete pontos numa prova em que teve de pagar uma punição [Hamilton venceu e Verstappen ficou em segundo na Rússia]. Hoje perdemos oito em relação a Max [que chegou em segundo e marcou 18 pontos, contra os dez do quinto de Hamilton], então não é o fim do mundo. A absoluta é que poderíamos ter feito três, quatro ou cinco pontos a mais do que fizemos. Mas está tudo bem, o campeonato está aberto e a luta continua”.

Bottas, Verstappen, Pérez, Leclerc, Hamilton, Gasly, Norris, Sainz, Stroll e Ocon foram os dez primeiros, com o espanhol da Ferrari ganhando o prêmio de “Piloto do Dia” do amigo internauta por ter largado em último e terminado em oitavo, depois de fazer centenas de ultrapassagens bonitas e seguras. “Foi minha melhor corrida pela Ferrari”, comemorou. Com Leclerc em quarto, a equipe fez bons pontos e se reaproximou da McLaren na luta pelo terceiro lugar entre as equipes: 240 x 232,5 para o time laranja, que só pontuou com Norris — Ricciardo fez uma corrida apagadíssima.

Charlinho, a exemplo de Hamilton, concluiu que deveria ter parado antes em vez de tentar chegar ao final da prova sem trocar pneus. “Perdi o pódio”, falou. “Mas não temos de nos arrepender de nada. Nas últimas voltas, o nosso desempenho caiu muito porque os pneus começaram a granular. Aí não tem jeito. Se tivesse parado antes, acho que terminaria no pódio. Mas acontece, não deu certo, paciência.”

Sainz, o “Piloto do Dia”: muitas ultrpassagens

Com o segundo lugar na Turquia, Verstappen voltou à liderança do campeonato. Chegou a Istambul dois pontos atrás de Hamilton, saiu seis à frente: 262,5 x 256,5. Com o pódio duplo, a Red Bull foi a 397,5 pontos no Mundial de Construtores, contra 433,5 da Mercedes, que graças à vitória de Bottas ampliou um tiquinho a diferença.

“Eles encontraram um bom ritmo nestas últimas corridas e nós vamos ter de buscar alguma coisa extra”, atestou Max. “Precisamos de mais velocidade, porque seis pontos não representam nada nessa altura do campeonato.” Realista, o holandês. Faltam seis provas para o final da temporada e algumas delas, como a de Austin, são francamente favoráveis à Mercedes. A disputa está totalmente aberta, essa é a verdade. Clichê danado, mas é a verdade.

Max e Checo: pódio duplo para a Red Bull

O que ficou claro hoje é como os segundos pilotos de Mercedes e Red Bull serão importantes na reta final do campeonato. Ambos cumpriram seus papéis com louvor. Bottas não deixou Verstappen vencer e Pérez ajudou a implodir as pretensões de pódio de Hamilton. O mexicano, que andava apartado dessa briga, mostrou que pode ser útil, finalmente. Mas precisa se classificar melhor. Suas posições de grid têm sido muito ruins.

À Mercedes, resta juntar os cacos de um resultado não esperado — mesmo largando em 11º, um pódio para Hamilton era a meta. E estudar direitinho o que aconteceu na Turquia para não se repetir. Se em Sóchi o time falou grosso e acertou na mosca ao chamar Lewis para um pit stop no final, quando a chuva chegou, hoje o time e o piloto hesitaram. A assertividade da Rússia no chamamento aos boxes não se repetiu em Istambul, e Hamilton também não teve muita convicção para dizer “não” nas últimas sete voltas e acabou parando. O resultado foi um quinto lugar que pode ter peso lá na frente.

Hoje no “Fórmula Gomes” vamos falar de tudo isso ao vivo, espero vocês lá no canal!

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leoengelmann
leoengelmann
2 anos atrás

Vettel foi uma referência do que as demais equipes não fizessem: colocar o slick.

Mas Ricciardo, lá pelas quase 30 voltas, talvez um pouco mais, foi o primeiro a parar e trocar de intermediários: a referência estava ali, pois os pneus intermediários bagunçou o comportamento do carro por algumas voltas. Leclerc e Hamilton, por exemplo, sofreram com a lentidão que os pneus, novos, estavam causando em seus fórmulas.

Alexandre Neves
Alexandre Neves
2 anos atrás

KCT! Não tinha visto o pneu do Ocon! Ainda assim, é impressionante como estes penus suportam tanto esforço, que como sabemos são brutais num F1.

Paulo Rickli
Paulo Rickli
2 anos atrás

Acho que estamos acostumados a corridas muito emocionantes , com surpresas , imprevistos , batidas , etc … Essa não teve tudo isso , mas achei boa . Teve algumas disputas bem interessantes . E pilotagens , nas condições de pista molhada , precisa e elegantes .

Clayton Araujo
Clayton Araujo
2 anos atrás

Corrida morna. Bottas mandou muito bem no piso molhado. A Red Bull correu apenas pelo campeonato sem correm muito risco, principalmente com o Max. O Hamilton tinha carro e braço pra chegar no pódio, faltou apenas a humildade de parar pra trocar o pneu na hora certa, a equipe chamou e ele não foi, quando foi já era tarde demais. A Mercedes parece que deu um grande salto na Turquia, parecia um foguete nas retas.

CHAGAS
CHAGAS
2 anos atrás

Bottas sensacional. Colocou Verstappen no bolso, em uma condição de pista que Max adora, foi impecável. Mais uma vitória no currículo juntamente com a melhor volta.
Com justiça “devolveram” a pole que tinha perdido em Monza. Enquanto Bottas doutrinou na pista, o grande Georjão da Massa terminou 7 segundos à frente do poderoso Latifi, e olha que o canadense rodou sozinho no início da corrida. Georjão é muito ruim de corrida.
Pérez enfim andou bem, mesmo assim chegou meio minuto atrás de Vartão.
Hamilton decidiu não parar na hora que a equipe chamou, arriscou ir até o fim, e depois aceitou parar? Tem que colocar 80% desses pontos perdidos na conta do comandante que novamente chora no rádio quando algo não sai bem.
Ocon não parou, e Giovinazzi que vinha atrás do francês parou, voltou 25 segundos atrás e em 16 voltas tirou toda a diferença para chegar colado no fim, o que prova que a estratégia de uma parada não era a ideal. O italiano só não passou Ocon porque nas últimas voltas ficou brigando com Kimi por posição.
Sainz Jr é um mestre em corridas.
Tsunoda, Mazepin e Ricciardo péssimos. Stroll que não é grande coisa, continua descontando a desvantagem para Vettel. O Vettel de hoje não é nem sombra do tetra-campeão.
Qual Alonso é o verdadeiro? Aquele que disse que Gasly não merecia ser punido ou o que xingou o francesinho no rádio logo após o toque?

Angelo Jose De Medeiros Simões
Angelo Jose De Medeiros Simões
2 anos atrás

Todas as vezes que o Lewis discute com o time no rádio vira notícia contra o maior de todos os tempos. Já notou que outros pilotos quando dão chiliques sempre é levado para o lado do humor. O Hamilton até hoje sofre essa “perseguição”. Parece que ele tem que ser perfeito a cada fim de semana de corrida para poder ficar em paz (parcialmente devido aos haters que são muitos)

Manuel
Manuel
2 anos atrás
Antonio Seabra
Antonio Seabra
2 anos atrás

Como nas ultimas 10 corridas, talvez mais, sei lá, se eu tivesse de descreve-las, descreveria EXATAMENTE o que voce falou.
Nada a discordar ou a acrescentar.
Acho que estamos vendo as mesmas corridas….kkkkkkkk

CR
CR
2 anos atrás

Hamilton fez o Pìt Stop faltando sete voltas para o Fim da corrida caindo de terceiro para quinto, nessa o Verstappen agradece em chegar em segundo e voltar a liderar o campeonato.

Carlos
Carlos
2 anos atrás

Definidamente hoje não foi o dia da Mercedes, mas acho que ela está bem melhor que no começo do campeonato e pode surpreender nas três próximas corridas.

Rodrigo Pinto
2 anos atrás

Adoro esses textos com referências ao passado da F1.
Catayama, Rosset, Belmondo… Ótimo!

Roberto Santos
Roberto Santos
2 anos atrás

“Tem duas maneiras de analisar o que aconteceu hoje. Uma visão absoluta e uma relativa. A absoluta é que poderíamos, talvez, ter terminado em terceiro A relativa é que deixamos de fazer oito pontos numa prova em que tivemos de pagar uma punição [pela troca de motor]. Max perdeu sete na Rússia [onde também trocou o motor e largou em último] e saiu satisfeito. Não é o fim do mundo”.

Ué, se pela lógica do toto wolff max perdeu 7 pontos na russia, então hamilton perdeu 15 na turquia, e não 8.

Welton
Welton
2 anos atrás

Flávio,

Sobre a audiência ainda baixa na transmissão da F1 eu, que já critiquei bastante a Globo, hoje entendo o que a levou a não transmitir treinos e pódio… Realmente são muitos chatos para uma gama maior de telespectadores, sendo acompanhado apenas por um nicho que está se revelando bem menor na Band.

E sobre a postura da narração eu acho que insistir no bordão “só a Band mostra” já deu também… Sempre achei deselegante, especialmente porque todos os jornalistas ali eram da Globo e, eventualmente, podem voltar um dia…

Edson
Edson
2 anos atrás

A Mercedes chamou o Hamilton pra trocar o pneu na hora certa, ele que não quis entrar, então a falha foi dele. Não é crime falar que o Hamilton errou.

guest
guest
2 anos atrás

Não só o Gasly não deveria ser punido (fazer o quê naquela situação?) como o Alonso deveria ter sido punido por voltar perigosamente à pista.

Ze Ruela
Ze Ruela
2 anos atrás

Cirurgico o texto.
Uma sequencia descritiva de ‘fotos’ que entrega exatamente o que se viu hj.
Apenas um adendo: a geradora de imagens Sky retratou uma corrida onde somente HAM estava na pista. Escolheram um unico ‘angulo’ pra transmissao. Isso contribuiu pra sensacao final de prova morna. Houveram outros roteiros que foram seletivamente ignorados. Ok, ok, o cara eh o que esta lutando pelo titulo….

Paulo Leite
Paulo Leite
2 anos atrás

Ao olhar o estado dos pneus, Hamilton tem toda razão de ficar puto com a Mercedes: que porcaria de serviço de alinhamento de direção, essa equipe tem. Tudo desalinhado.

Marcus
Marcus
2 anos atrás

Campeonato ficando cada vez mais para o Verstappen.

Paulo Dantas Fonseca
Paulo Dantas Fonseca
2 anos atrás

Prezado F&G : A equipe Mercedes- Benz fez uma grande aposta jogando todas as suas fixas na contratação de Russel para temporada de 22/23. Com essa aposta dispensou o melhor segundo piloto do grid da F-1 . Bottas fez a melhor corrida da vida dele, nunca poderemos dizer que ele jamais voltará a vencer . A equipe Mercedes- Benz tem que assumir a responsabilidade do erro em não chamar Lewis Hamilton para o BOX. Max fez uma pilotagem excelente, porém o Piloto do dia foi Carlos Sanz ( Ferrari). O melhor da corrida fica com o destaque da pilotagem de dois bons pilotos Carlos S. e Sérgio P. o pior da corrida ficou por conta de dois ex-campeões Sebastian Vettel ( aposta/errada na troca por pneus slic ) e El Fodon Fernando Alonso. Nota para o G.P. da Turquia 6,0 (seis)- regular.

Namir
Namir
2 anos atrás

A Mercedes parece melhor agora que as demais