FERRARI, 75
SÃO PAULO (paixão nacional) – 11 de maio de 1947. Franco Cortese alinha a barata para a largada de uma corrida em Piacenza, no norte da Itália. O carro leva o número 128 e é vermelho. Nome de batismo: Ferrari 125S. Tinha outro igual inscrito, número 166, seria pilotado por Giuseppe Farina. Acabou não largando.
Cortese não terminou a prova — probleminha na bomba de gasolina. Alguns dias depois, venceria pela primeira vez em Roma, num circuito citadino montado em torno das Termas de Caracalla.
São 75 anos desde a primeira corrida de um carro Ferrari. A F-1 não existia, ainda. Enzo Ferrari, depois da Segunda Guerra, resolveu fazer seus próprios automóveis. Até então, sua Scuderia Ferrari corria com modelos da Alfa Romeo. A 125S disputou 13 provas. Ganhou seis delas.
Era uma simpática barchetta com motor dianteiro V12 de inacreditáveis 1.500 cc de cilindrada. Cada cilindro deslocava 125 cm3. Quase do tamanho de um dedal, debochavam seus detratores. A potência chegava a 118 HP. A velocidade máxima, 155 km/h.
O vencedor daquela prova de Piacenza foi Guido Barbieri, de Maserati. Mas quem entrou para a história foi o carro vermelho número 128, projeto liderado por Gioacchino Colombo com o auxílio dos colegas Giuseppe Bisso e Luigi Bazzi.
Em 1950, a Ferrari se inscrevia para o incipiente Campeonato Mundial de Fórmula 1. Não participou da primeira corrida, em Silverstone. Mas na segunda, em Mônaco, estava lá. É a única equipe que participou de todas as temporadas da categoria. São 1.035 GPs, 240 vitórias, 233 poles, 257 melhores voltas, 594 pódios, 16 títulos mundiais de construtores e 15 de pilotos.
Nem precisam procurar nas estatísticas. A Ferrari está em primeiro em todas elas. Pilotos? A eles:
96 pilotos já largaram em pelo menos um GP pela equipe italiana. Os cinco que mais levaram o cavalinho no peito: Schumacher (179), Raikkonen (151), Massa (139), Vettel (118) e Barrichello (102).
39 venceram pelo time de Maranello. Top-5 (que na verdade são seis): Schumacher (72), Lauda (15), Vettel (14), Ascari (13), Massa e Alonso (11).
33 conquistaram poles. De novo, top-5 de meia dúzia: Schumacher (58), Lauda (23), Massa (15), Ascari (13), Vettel e Leclerc (12).
36 fizeram melhores voltas em corridas. Agora são cinco mesmo: Schumacher (53), Raikkonen (23), Barrichello (15), Massa e Vettel (14).
58 subiram ao pódio. Cinco primeiros: Schumacher (116), Barrichello e Vettel, (55), Raikkonen (52) e Alonso (44). Para os registros, Massa levou 36 troféus.
51 lideraram corridas com os carros vermelhos. Nas cinco primeiras posições, Schumacher (111 GPs), Raikkonen (42), Barrichello (40), Vettel (39) e Massa (37).
No número de voltas lideradas, os cinco primeiros: Schumacher (3.934), Lauda (1.168), Vettel (1.057), Ascari (905) e Massa (885).
Infelizmente nenhuma das duas 125S sobreviveu. Naquela época, anos 40, carros eram desmontados e remontados com peças sendo aproveitadas para fazer outros carros. Mas no museu da Ferrari em Maranello há uma réplica fiel em exposição. Com o número 56 da primeira vitória.
É a coisa mais linda. Como linda é a história da Scuderia Ferrari. Auguri, Rossa!
Raikkonen liderou 42 provas com uma Ferrari, foi campeão pela equipe (o último até hoje, aliás), mas não está entre os top 5 vencedores de GP. Esses finlandeses primam mesmo pela regularidade.
É bom lembrar do nome do edifício histórico da Ferrari
E o motor que nasceu com a 125, ainda sem compressor, debitava a potência de um carro mil de dez anos atrás, cerca de 69 cavalos líquidos e um pouquinho, segundo alguns livros importantes.
Lindo o museu, Maranello, a casa e oficina do Enzo e claro o expresso vendido na cafeteria do museu, Caffe L’Antico Riserva Nero, que tive a felicidade de encontrar a venda na internet.
Sou um pedreiro chato, gosto de viajar.
Você viaja no tempo quando entra naquele lugar.
Prezado F&G : Sim eu sou um torcedor da Equipe FERRARI, e que uma coisa é que o combustível que move essa torcida é a polêmica, são o sucesso das equipes rivais : Lotus,Brabham,Mclaren, Willians, Renault, Mercedes-Benz e Red Bull, mas sempre alguns pilotos campeões da F-1, que nutriam um desejo incrível de ter a chance efetiva possibilidade de ter uma temporada na F-1 ou encerrar a carreira na Ferrari; Jack S., Ayrton S. Emerson F. em alguns relatos deixaram escapar que gostariam de ter essa possibilidade, outros grandes pilotos foram consagrados pela Equipe Ferrari :Ascari, Fangio, Mike Hawthorn, Phil Hill, John Surteers, Jody Scheckter, Niki lauda, Kimi Räkkönen e o lendário Michael Schumacher .
Grande Ferrari, espetacular Ferrari, unica Ferrari.
E os campeões mundiais foram Schumacher (5), Lauda (2), Fangio, Hawthorn, P. Hill, Surtees, Scheckter e Raikkonen (1).
Viva a Scuderia. Simbolo da F1.
Desculpe a minha ignorancia mas por que o volante eh do lado direito dessa coisa linda ???
abracos
Até 31/12/1923 a Itália adotava a mão inglesa. A partir do ano seguinte foi feita a adoção gradual da mão à direta. Roma mudou em 1924, Milão em 1926 e o restante do país gradualmente. A Lancia continuou a produzir carros com volante à direita até o início dos anos 50. Em carros de corrida, como o 125, muitos pilotos preferiam o volante à direita, particularmente nas provas de montanha, pois com essa configuração ficava mais fácil ver os limites da pista, que muitas vezes era um penhasco.
Caraca, uma aula Wagner, nao sabia disso, muito obrigado….
Eu tinha pesquisado isso recentemente, pois também tinha ficado curioso ao ver fotos de Ferraris da década de 40. Um abraço.
A, é incrível como a Ferrari faz parte da história do automobilismo.
Quando dizem que não dá pra imaginar a F1 sem ela, sabemos no fundo que até dá, mas a F1 perderia muito do seu charme sem a equipe vermelha.
Pensar que não só na F1, mas em diversas outras corridas que existiram a Ferrari sempre esteve no topo (24 horas de Le Mans, Targa Florio, Mille Miglia,, entre outras), sempre sendo a equipe a ser batida.
Além disso, vira estrela de filmes como Perfume de Mulher ou então Curtindo a vida adoidado (réplica nesse caso, mas quem se importa), e “vilã” em filmes de corrida como 24 horas de Le Mans e Ford x Ferrari.
No meu comentário anterior, eu devia ter mencionado o Vittorio De Sica, monumental diretor e ator. Quem quiser vê-lo brilhando em ambas as funções, veja o episódio do filme “L’oro di Napoli” em que ele faz o papel de um nobre arruinado que perde no carteado para um menino de dez anos, filho do zelador. Delicioso! Esse episódio tem algo de autobiográfico, pois De Sica era viciado na jogatina. Perdeu quase tudo no cassino de Monte Carlo, tanto que volta e meia tinha que atuar em porcarias pra pagar dívidas.
Dá pra encontrar esse filme no torrent. O trecho que eu menciono tá no link a seguir, com comentário do Scorsese: https://youtu.be/KwNgGI5Bnu8
Belíssima 125, de uma era em que a Itália produzia joias como a Vespa, os Fiats 500 de primeira e segunda geração, a Moka da Bialetti, o cinema de Rosselini, Visconti e Fellini, etc. Hoje o que distingue os carros italianos? Foi-se a era de um Colombo, um Lampredi ou um Dante Giacosa, este um dos grandes engenheiros automotivos de todos os tempos ao lado do Ferdinand Porsche.
Odeio pachequismo, mas as estatísticas que você colocou demonstram que o Massa mereceria ter sido campeão em 2008.
Sobre o Massa (pachequismo a parte) mostra a grande competitividade dele entre 2006 e 2008, principalmente. Nas principais estatísticas seu nome está presente,a frente de inúmeros outros grandes pilotos que estiveram a serviço de Maranello.
Exato!
Para quem questiona o que Massa fez na F1, aí estão os números.