PARQUE DO BETO (1)

Torcida em Melbourne: sexta-feira caótica

SÃO PAULO (vamos pra próxima) – Quem aguentou a madrugada para ver até o fim o segundo treino livre de Melbourne foi dormir sem tirar grandes conclusões. A abertura dos trabalhos para o GP da Austrália no Parque do Beto, conhecido lá como Albert Park, foi meio bagunçada. A primeira sessão, OK. Com tempo seco, deu Verstappen: 1min18s790. Hamilton, vejam só, ficou em segundo. Mas longe, 0s433.

A prática foi interrompida com uma bandeira vermelha porque deu pau no Waze. O sistema de GPS da cronometragem pifou e para que nenhum piloto ficasse perdido no meio das árvores e dos koalas, pararam tudo. Ninguém se perdeu.

O segundo treino livre tinha Alonso na frente quando, depois de menos de 20 minutos de trabalho, começou a chover. Fraco, mas o bastante para molhar tudo. E aí, claro, ninguém melhorou os tempos.

O que se viu até então foi um circuito muito escorregadio, com gente rodando e escapando da pista o tempo inteiro. É normal em treino livre o pessoal abusar um pouco, mas hoje foi um pouco além da conta. Ninguém bateu, felizmente.

Agora vamos ao noticiário aleatório.

Mecânicos na grade: não pode mais

CHATONILDOS – Estão vendo a imagem aí em cima? Pois a FIA não quer mais mecânicos celebrando resultados pendurados nas grades dos boxes. Uma tradição que remonta a não sei quando, mas os pentelhos da entidade acham perigoso. Detalhe: nunca aconteceu nada. Nadica de nada. Nem nos tempos em que essas grades eram precárias, fixadas o chão com marteladas. Chatos, chatos pra cacete. Mania de mexer onde não precisa. Mania de desumanizar tudo.

Mercedes de Toto Wolff: dez anos sob a chefia do austríaco

LEMBRANÇAS – No material que a Mercedes distribui à imprensa nas semanas de GP, duas lembranças interessantes: foi na Austrália, há dez anos, que Hamilton estreou pela equipe. O mesmo aconteceu com Toto Wolff. O primeiro dia de trabalho de ambos no time prateado. Foi num dia 17 de março, quando a corrida de Melbourne abria a temporada. Lewis largou em terceiro e chegou em quinto. Desde então, ganhou 82 GPs, fez 77 poles e conquistou seis títulos. Já o chefe soma 115 vitórias, 126 poles, oito títulos de construtores e sete de pilotos. Não dá para reclamar de nenhum dos dois.

EM 2022 – Só para lembrar, a pole no ano passado em Melbourne foi de Charles Leclerc. O tempo, para referência dos nobres blogueiros: 1min17s868. A estratégia padrão foi de uma parada. O pódio: Leclerc, Pérez e Russell.

NOVA FORMA – Quando começam a discutir muito, é porque vai mudar alguma coisa. Stefano Domenicali está emburrado com as sextas-feiras que não valem nada — é assim desde sempre, mas vá lá, os tempos mudam. Quer alterar o formato dos GPs de qualquer jeito. Pilotos já aceitam que um treino livre apenas é o suficiente para um fim de semana. Está em discussão a realização de Sprints o ano inteiro. Uma das possibilidades: sexta-feira com um treino livre e classificação para o GP principal, com Q1, Q2 e Q3; sábado com classificação para formar o grid da Sprint com uma volta lançada, apenas, e a prova curta de tarde; corrida de verdade domingo. Ainda vai rolar muita discussão, mas uma coisa parece certa: vão mexer nas sextas.

Hoje às 19h tem “Fórmula Gomes” lá no YouTube, não esqueçam. Será um esquenta para o segundo treino livre, às 22h30, e para a classificação, a partir das 2h do sábado.

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Wbj
Wbj
1 ano atrás

Bem, como engenheiro sempre achei aquele amontoado de mecanicos brutamontes empoleirados naquele gradil um convite à uma tragedia anunciada, aquele gradil nao foi feito praquele proposito e uma ruptura daquilo com os carros passando seria uma tragedia sem precedentes. No meu entendimento a FIA foi proativa e acertou com sua medida antes que uma merda maior viesse a ocorrer. Sera que precisamos esperar ocorrer por uma merda dessas sem se antecipar ao problema ? Vale a pena o risco ?

Ilmar
Ilmar
1 ano atrás

”Uma tradição que remonta a não sei quando,…”
Acho que começou justamente com o Michael Schumacher lá na Bélgica 1992 (primeira vitória dele na F1), quando ele recebeu a bandeirada e cruzou a linha de chegada rente à mureta dos boxes, comemorando com os mecânicos da Benetton, pois, até então, os vencedores das corridas recebiam a bandeira quadriculada e cruzavam a linha de chegada no meio da pista, mais próximos do público da arquibancada.

Last edited 1 ano atrás by Ilmar
Carlos Amaral
1 ano atrás

Olha, não acho a proposta de mudança de todo ruim.
Daria ânimo de ficar ligado nas sextas, já que teria a classificação. E a ideia de classificações diferentes pra Sprint e pra principal me agradou.

Luis Carlos Montenario
Luis Carlos Montenario
1 ano atrás

Flávio, essa proibição da comemoração dos mecânicos é como se matassem uma parte da “alma” da F1. A felicidade dos caras, às vezes só com um 3º lugar, é genuína demais!!! Acho que os pilotos deveriam fazer algum tipo de protesto contrário à essa proibição absurda.

Last edited 1 ano atrás by Luis Carlos Montenario
Victor Penteado
Victor Penteado
1 ano atrás

Classificação com uma volta só é ótimo. Sprint é uma porcaria.

Eu não quero um campeonato de F1 com 48 corridas

Yuri Campos
Yuri Campos
1 ano atrás

Saudades da época em que cada piloto podia dar 12 voltas na classificação e só…. aquela tensão em saber que horas determinado piloto vai entrar….para TV é uma merda mas eu gostava… porém me agrada esta história de 1 volta somente, pneus novos, tanque vazio…. pure racing