ÁLBUM (SOBRE RODAS) DE FAMÍLIA

GUARUJÁ (cada carro…) – Hoje a contribuição para a seção revivida é luxuosa. O grande Antonio Seabra, leitor de primeira hora, profundo conhecedor de carros e corridas, mandou cinco fotos maravilhosas. Estão aí embaixo. Depois é só ler as descrições nas caixonas coloridas. A história do Duesemberg merece espaço mais generoso. Cliquem nas imagens para vê-las em tamanho maior e divirtam-se!

Você convocou os teus leitores, e eu me faço presente te enviando essa foto que tem uma história interessante. Houve uma exposição do Veteran Car Club no Forte de Copacabana há uns bons dez anos, ou até mais. Estávamos conversando, um grupo de pessoas que incluía o Sidney Cardoso, o mestre Mahar e outras pessoas notórias do meio, quando falei que meu avô tinha tido um Duesemberg. O Muricy,  que na época era presidente ou vice do Veteran, replicou de uma forma muito polida e cortês que isso seria impossível, porque eles já haviam pesquisado e não havia registros da presença de Duesembergs no Brasil. Respondi que estava seguro do que eu tinha falado, mas que não iria abrir ali uma polêmica. Iria procurar uma foto do carro, que eu não sabia onde estava, e caso encontrasse iria enviar pra ele por e-mail. Dias depois, fuçando uma caixa com centenas de fotografias preto e branco, encontrei a dita cuja. O melhor de tudo é que, pra tornar a presença de um Dusy no Brasil inquestionável, a foto apresentava o carro em vista lateral, com meu avô — Antonio Seabra — ao volante, e tinha como pano de fundo a silhueta dos morros do Pão de Açúcar e da Urca! E mais, a cereja do bolo, tinha escrito na parte superior e com a letra do meu avô, a marca e o ano (1926) do Dusy modelo A. Depois de digitalizar a foto, enviei para o Muricy por e-mail, e já no dia seguinte ele me respondeu, agradecendo muito por eu ter ajudado a provar a existência de um carro dessa marca no Brasil, coisa que ele vinha pesquisando, sem sucesso, fazia anos.

Foto 1 – Minha avó Carmen Santos, atriz, diretora, produtora e roteirista de cinema entre os anos de 1922 e 1952, considerada uma das pioneiras do cinema nacional e uma das personagens mais importantes dos primórdios da sétima arte no Brasil, com meu pai ainda menino, sentados no estribo de um lindo Ford Coupé 3 Windows (três janelas) 1935.

Foto 2 – O furgãozinho Ford 1934 que servia ao estúdio de cinema dela, a Brasil Vita Filmes, localizado na subida para a Usina da Tijuca. A foto foi tirada no portão de entrada do estúdio. Depois do falecimento dela e do encerramento das atividades do estúdio, esse furgão foi levado lá pra casa,  onde ficou servindo as compras e outras atividades, guiado pelo motorista da família, o Osório. Eu, ainda criança, andei algumas vezes nesse carro, com meu pai ou com o motorista ao volante, quando saíamos para passear nele, até por volta do final dos anos 50.

Foto 3 – Um Lincoln Zephyr 4 portas, V12, de 1935, da minha avó, em foto tirada em frente ao prédio do estúdio de cinema dela. Suponho que seja com o motorista ao volante.

Foto 4 – Minha mãe, Lygia, nessa época ainda noiva do meu pai,  sentada dentro do Lincoln Zhephyr 1941 V12 conversível da minha avó em frente à casa do sítio do meu pai em Pedro do Rio, distrito de Petrópolis. Essa foto deve ter sido tirada por volta de 1950.

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4 meses atrás

Coisa fina!

Carlos Alberts
Carlos Alberts
4 meses atrás

Olá Flávio!!

Gostei muito da volta do Álbum (sobre rodas) de Família e mando minha pequena contribuição.
A foto foi tirada quando meu tio Helmuth mostrava aos sobrinhos detalhes do motor do “primeiro VW refrigerado a água do Brasil”, o Passat. O ano é 1975 e o carro, modelo “L”, foi adquirido pela firma da família para o uso do meu tio. Eu sou o cara de camisa escura e tinha quinze anos na ocasião. Ao meu lado está minha prima Silvia e meus primos Roberto e Fernando. Quando completei 21 anos, este carro veio para mim e ficou comigo durante o tempo da faculdade. Depois ele foi vendido para um grande amigo do meu curso de Biologia, Geraldo, mas ficou em família porque o Geras (seu apelido) casou-se com minha irmã.

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O crítico
O crítico
4 meses atrás

Muito bacanas, as fotos. Fiquei brincando de ampliá-las e achei muito interessante a grande semelhança da traseira do Zephyr 1935 com a dos primeiros modelos do Fusca, até mesmo a janelinha em forma de gota.

Murillo Seabra
Murillo Seabra
4 meses atrás

Sensacional, Antonio , um show dd história

Antonio Luiz Siqueira
Antonio Luiz Siqueira
4 meses atrás

Olá Flávio, Antônio e leitores. Depois dessa chuva de carros especiais fico meio constrangido de mandar as fotos dos fuscas e afins da minha família hahaha, mas enfim vou comentar a respeito do Duesemberg.
Aqui em São Paulo tinha/tem uma oficina de restauração na rua Ana Nery no Cambuci e um dia passando lá tinha um Duesemberg sendo restaurado. Isso faz uns 10 anos mais ou menos. Como não sou um conhecedor da marca não saberia dizer o modelo.
Dada a raridade do modelo quem sabe não seria o mesmo veículo?
Abraço a todos.