DESPEDIDAS (1)
SÃO PAULO (atrasadinho) – A sexta-feira de Abu Dhabi, corrida que encerra o Mundial de F-1, foi cheia de novatos na pista na abertura dos trabalhos. Seis não-titulares ocuparam os carros da Ferrari (Arthur Leclerc), Aston Martin (Felipe Drugovich), Williams (Luke Browning), Red Bull (Isack Hadjar), McLaren (Ryo Hirakawa) e Pode Parcelar Até Três (Ayumu Iwasa). Fora Jack Doohan, fazendo sua estreia oficial pela Alpine no lugar de Esteban Ocon.
O único que ficou na frente do companheiro de equipe foi Drugovich, que participou de seu quinto treino livre em fim de semana de GP. O brasileiro terminou a sessão em nono. Terminou a sessão em nono, com Fernando Alonso em 11º. Não significa nada, não vai mudar seu futuro, mas pelo menos fez sua parte.
Na segunda sessão, os adultos entraram em campo e a McLaren dominou a noite, com Lando Norris em primeiro e Oscar Piastri em segundo. O campeão Max Verstappen foi o 17º e reclamou muito do carro, como fizera no Catar. Lá, de sexta para sábado, ele virou o jogo. Acabou vencendo a corrida, domingo passado. Portanto, não deem muita bola para as queixas de Max.
Ademais, muito mais importante para ele, neste momento, é a notícia de que será pai. Sua namorada Kelly Piquet anunciou a gravidez pelas redes sociais.
Papai Max, no entanto, precisa se acalmar um pouco. Depois de dizer em Lusail que perdeu o respeito por George Russell — que o acusou de atrapalhar uma volta de preparação de volta rápida na classificação –, continuou a disparar a metralhadora em direção ao inglês. Que respondeu, dizendo que o holandês é perigoso, ameaçou dar com sua cabeça na parede, e que a mãe dele é isso, a irmã é aquilo, e se quiser me pega lá fora.
O clima está bem pesado entre os dois. Que não levem para a pista, porque aí pode machucar. A treta, claro, respingou nos chefes Toto Wolff e Christian Horner. O primeiro, da Mercedes, falou que o segundo lembra muito um cãozinho terrier histérico que late sem parar. Horner respondeu que terriers são ótimos cães e que é melhor ser cachorro do que lobo, e se quiser me pega lá fora.
A McLaren deve mesmo conquistar o título de Construtores em Abu Dhabi, já que metade da Ferrari, Leclerc, parte com punição de dez posições no grid por troca de baterias. A equipe papaia tem 640 pontos, contra 619 dos italianos. São 21 pontos administráveis. Basta chegar na frente, ou não muito atrás. Franco Colapinto e Alexander Albon trocaram as caixas de câmbio de seus carros e também serão punidos, o que não fará muita diferença porque a Williams está longe de ser protagonista do fim de semana.
O que importa nesta corrida derradeira, na verdade, não é nem o resultado final, já que o título de Verstappen está garantido desde Las Vegas e a taça para a McLaren é pule de dez. Abu Dhab será uma daquelas provas cheias de despedidas, bem diferente da do ano passado, que também encerrou o campeonato mas com todos os pilotos do grid confirmados para o ano seguinte nas mesmas equipes.
Agora não.
Lewis Hamilton está dando adeus à Mercedes depois de 12 temporadas vestindo prata. Curiosidade: nos três anos como companheiro de Russell, cada um fez 685 pontos. O desempate será domingo. Mas falaremos mais disso, da longa trajetória de Hamilton com a estrela de três pontas, amanhã e depois. Valtteri Bottas, Guanyu Zhou e Kevin Magnussen deixam a categoria, ao menos como titulares. Os dois primeiros tentam um empreguinho como reservas, ainda, o que me parece melancólico e desnecessário. Melhor fariam se desapegassem, como o dinamarquês da Haas: vai para a BMW no WEC.
Na Ferrari, Carlos Sainz fecha seu ciclo de quatro anos de vermelho para dar lugar a Hamilton. No ano que vem, estará na Williams assumindo o carro que hoje é de Franco Colapinto. O argentino chegou chegando, mas perdeu força e está sem carro para 2025. Ele tinha alguma esperança numa das equipes da Red Bull, já que a aposentadoria — voluntária ou compulsória — de Sergio Pérez parece cada vez mais perto. Mas a turma dos energéticos já decidiu: com a saída do mexicano, Liam Lawson deve ser promovido para o time principal e Hadjar, que pode conquistar o título da F-2 no domingo, vai para a Pode Ser Por Aproximação. O francês briga pela taça com o brasileiro Gabriel Bortoleto na rodada dupla de Yas Marina.
Vai ter muita emoção e choradeira ao final da prova, claro. Principalmente na Mercedes, já que sua história com Lewis é a mais longeva da categoria. Além de ser a mais bem sucedida de todos os tempos, com seis títulos mundiais de Pilotos e oito de Construtores — sem falar no título de 2008 com a McLaren equipada com os motores alemães.
Sainz também já fez declarações comoventes de amor ao time de Maranello, mas disse que entendeu a decisão da equipe, que a tentação de ter um heptacampeão como Hamilton é irresistível e que seu instinto garante que o projeto da Williams será vencedor em breve.
Que tenham todos muita sorte na vida.
Mas, antes de derramar lágrimas, tem uma corrida pela frente.
Essa treta Max versus Russel é divertidissima para nós, porém ainda não entendo o pq dela estar acontecendo, o Max não tem muitos freios na língua, porém ele esta longe de ser bobo, muito do q ele fala tem cálculo… enfim eu só não consigo enxergar algum ganho para ele em alimentar essa rivalidade com o inglês q em 2026 pode ter um foguete nas mãos.
Muito legal o capacete do Russel. Com a foto dele então com 10 anos pedindo autógrafo para o Hamilton.
Temos uma versão Emotivo Gomes.
Volta logo Laene, um homem apaixonado não pode viver sem amada.
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Abraço!
Ah, e que seja boa a corrida, todo mundo sem compromissos pode gerar mais emoções.