SOBRE ONTEM DE MANHÃ
A IMAGEM DA CORRIDA
SÃO PAULO (o último!) – Chega de abraços e sorrisos em cor de laranja! Acho que a imagem mais marcante de Abu Dhabi foi, mesmo, o adeus de Lewis Hamilton à Mercedes. Ele abraçou e acarinhou o último carro da marca que guiou na F-1. Não foi o melhor de todos, longe disso. Mas lhe deu duas vitórias, na Inglaterra e na Bélgica.
Lewis é grato à marca que defendeu a vida toda na categoria. Desde a chegada pela McLaren, em 2007, até hoje. Nunca usou outro motor. Fará parte eternamente da família da estrela de três pontas, como disse Toto Wolff pelo rádio. E se despediu com uma atuação de gala. Não deu taça, é verdade. Mas terminou em quarto depois de largar em 16º.
E fez sua última ultrapassagem na última volta sobre outro carro da Mercedes. Se alguém tivesse de escrever esse roteiro, não sei se capricharia tanto.
Abaixo, mais fotos da última das 246 corridas que o heptacampeão fez pela Casa de Stuttgart.
Ainda falando de Hamilton, o que acharam de seus modelitos para o fim de semana? Ele chegou na sexta de “prata off-white” quase cinza, a cor começou a mudar no sábado e, no domingo, o piloto aparece no paddock de Yas Marina todo de vermelho. Teve gente que achou desrespeitoso. Eu achei genial. Hamilton usa a moda como linguagem, forma de se expressar. Sem dizer uma palavra, anunciou sua metamorfose.
Foi o maior barato.
E o campeonato mais legal dos últimos tempos acabou com uma série de cifras interessantes. Foi a primeira vez na história que sete pilotos venceram mais de uma corrida, a saber: Verstappen (nove), Norris (quatro), Leclerc (três), Piastri, Hamilton, Russell e Sainz (duas cada). Também a primeira vez desde 2010 sem que um piloto ou uma equipe vencessem três provas seguidas. Os três primeiros na classificação foram de times diferentes — Red Bull, McLaren e Ferrari. Quatro equipes ganharam quatro ou mais corridas. Cinco pilotos diferentes fizeram poles (Verstappen, Leclerc, Sainz, Norris e Russell). E houve uma incrível série de seis corridas com seis vencedores diferentes: Azerbaijão (Piastri), Singapura (Norris), EUA (Leclerc), México (Sainz), Brasil (Verstappen) e Las Vegas (Russell).
Mas número bom, mesmo, é esse aqui:
O NÚMERO DE ABU DHABI
0
…de prejuízo deu Pierre Gasly à Alpine com batidas em 2024. Ele pegou o carro no dia 2 de março no Bahrein e devolveu ontem, nove meses depois, sem um arranhão, polido, higienizado e com os pneus calibrados. O piloto que mais arrebentou a viatura foi Sergio Pérez. Com ele, a Red Bull teve de gastar cerca de US$ 5 milhões em peças, componentes e serviços. O mexicano terminou o Mundial em oitavo, a pior posição de um piloto da equipe dos energéticos desde o oitavo de Daniel Ricciardo em 2015.
Outro que merece menção honrosa numérica é Piastri. O australiano da McLaren percorreu as 1.444 voltas das 24 etapas do campeonato. O segundo lugar na lista foi Norris, com 1.437 — sinal claro da confiabilidade do equipamento papaia.
É a primeira vez que um piloto completa todas as voltas de uma temporada sem ser campeão mundial. Os outros que fizeram isso foram Michael Schumacher em 2002, Hamilton em 2019 e Verstappen no ano passado.
A propósito, aí embaixo vocês veem como ficaram os dois campeonatos de 2024. Gasly, na última corrida, tirou a décima posição de Hülkenberg. Que, por sua vez, comemorou o que chamou de seus melhores anos na F-1, o período na Haas, fazendo pontos em seis das últimas sete provas. Nico estará na Sauber no ano que vem.
Falando em Haas, o autor da melhor volta ontem foi Kevin Magnussen, que se despediu da equipe e da categoria. Vai para a BMW no WEC. Foi a terceira vez na carreira que o dinamarquês fez a volta mais rápida de uma corrida. Curioso é que em nenhuma dessas levou o ponto extra, porque chegou fora da zona de pontuação: foi 18º em Singapura/2018 e 17º na mesma pista em 2019. Ontem, terminou em 16º.
Mais um que falou tchau foi Valtteri Bottas. Ele causou um acidente justamente com Magnussen, que perdeu qualquer chance de chegar entre os dez primeiros e por isso colocou pneus macios para fazer a melhor volta da prova no fim. O finlandês pediu desculpas e tomou uma punição de cinco posições no grid na próxima corrida. Que, para ele, não haverá. Ao saber do pênalti, Bottas não perdeu a chance de fazer a piada: “Oh, não. Não é a situação ideal”, falou.
A FRASE DE YAS MARINA
“Forza, Ferrari!”
Carlos Sainz, ao se despedir da equipe
Com quatro vitórias e seis poles em quatro anos, Carlos Sainz se despediu do time italiano sem ressentimentos. Disse que compreende a opção pela permanência de Leclerc, que faz parte dos planos ferraristas desde sempre. E que quando se tem a chance de contratar alguém como Hamilton, é normal que haja um esforço para fazê-lo. Alguém tinha de sair.
Um dia depois de fechar sua história de vermelho com um segundo lugar em Abu Dhabi, Sainz já acelerou a Williams na mesma pista, para uma espécie de shakedown — o time ainda tinha direito a 200 km livres para filmagens na temporada. A partir de amanhã, estará nos testes de fim de ano com a nova equipe. Hoje, o banco espanhol Santander, que patrocinava a Ferrari, anunciou que passará a colocar seu logotipo nos carros azuis da Williams.
GOSTAMOS & NÃO GOSTAMOS
GOSTAMOS… de ver a McLaren voltar à primeira prateleira da F-1 com o título mundial conquistado depois de 26 anos. Foi o nono de sua história, o primeiro desde 1998 — já explicamos aqui ontem por que a equipe perdeu o título de 2007, embora tenha terminado a temporada na primeira colocação. E gostamos muito de ver Andrea Stella, seu principal dirigente de pista e de fábrica — Zak Brown é mais um executivo –, usando um broche com o capacete de Gil de Ferran na camisa. Gil, cuja morte completa um ano daqui a 20 dias, foi importante no processo de reconstrução papaia. Justa lembrança.
NÃO GOSTAMOS… que acabou!
Gostei do Piastri não aliviando para o Max na primeira volta. Se fosse o Norris, teria freado, aberto a curva, saído da frente, entrado no box… enfim….
Que em 2025 tenhamos pilotos capazes e com coragem de disputar a posição de forma limpa e dura. Isso é competição.
Que Hamilton tenha uma boa vida em Maranello ! O espirito de il commendadore irá proteger
Uma coisa que achei muito interessante e bacana, e que só pude perceber nesse final de semana, foi ver o respeito que o Russel demonstrou ter pelo Hamilton. Ele não escondeu isso e parece que curtiu bastante o momento, até autógrafo ele pegou. Parabéns pra ele.
Sobre a roupa vermelha do Hamilton, eu achei estranho. Mas cada um é cada um, e não parece que alguém na Mercedes tenha se preocupado com isso. Me surpreendeu a festa que fizeram para o Hamilton – com direito a placa de estacionamento e zerinhos no final. Isso demonstra o respeito mútuo entre eles, muito bonita a despedida. Roubaram a cena, pessoal não sabia se mostrava a comemoração da McLaren ou a despedida do Hamilton.
Acho que o Perez perdeu a chance de ter tido um despedida decente. Se continuar no ano que vem é porque tem a equipe de gerenciamento de carreira mais foda da F1 – mostra que os caras sabem fazer contrato.
Gostei do visual de mecânico do Hamilton. Bela história com a Mercedes ele teve.
Desnecessario ter aparecido com uma roupa toda vermelha, poderia ter deixado isso pra depois da corrida.
Ocon não bateu no Gasly em Mônaco? Tudo bem que não foi culpa dele mas pelo menos um raladinho no carro fez…. piadinhas a parte, a alpine conseguiu uma recuperação surpreendente no final do campeonato, tudo bem que não chega a ser motivo de orgulho o sexto lugar no campeonato de construtores mas foi uma grande melhora pra quem estava em penúltimo.
Até 2025.
Num campeonato tão longo o anormal é um piloto ganhar tantas vezes como no ano passado. A distribuição nas vitórias deste ano foi mais aceitável.
O desempenho de Pérez foi abaixo da crítica. Caso fizesse a pontuação de Russel a Red Bull seria campeã dos construtores. Isto sem falar do 1 ponto de média nas 8 provas finais.
Que bom que Sainz leve um patrocínio forte para a Williams.
Eu concordo com a opinião sobre a mudanca ao longo do fds das roupas do Hamilton e aproveitando q alguns q não gostaram foi o locutor vamos falar da locução…, errar é humano, porém pelo volume de erros não tem como passar pano, a locução foi um desastre. Max foi campeão antecipado e sem dramas muito em razão de ser um dos melhores da história e estar no seu auge. Por mais q a disputa pelo título tenha sido fraca, chama a atenção a diferença de performance pequena entre os ponteiros e os últimos, claro q na corrida essa diferença aumenta, ainda assim não vemos os ponteiros botar 3 segundos em volta lançada e nem dar volta nos outros 18 competidores como acontecia no passado “q era mais disputado” como alguns dizem.
Aguardando 2025….
Valeu Fla. esse “sobre ontem…” sempre é bom, a metamorfose do L H foi legal, super hilário né, eu penso que Lewise vestiu um pijama vermelho ou coisa assim mas posso tá completamente enganado, sei lá,
Deve ser ótimo comprar um carro usado de Gasly, o cara cuida!!! Que Gasly é esse ???!!!
Foram números realmente interessantes esse ano… Me lembro um ano em que Vettel tava dominando, com Schumacher, Rosberg, Alonso, Kimi … na pista, o Maldonado, etc e foram 7 ou 8 vencedores diferentes nas primeiras etapas, bons tempos também, e o Pastor Maldonado, Pablo Montoia, onde andam ? E o Santander saiu do vermelho pro azul ! Também não gostei que acabou, março vai demorar. Um abraço Fla. e amigos da F 1 !
Só complementando mas uma diferença entre L H e Max é que Lewise Hamiltom se ajoelha em frente às câmeras ( parece midiático) e fez outros ajoelharem juntos uns tempos atrás, lembram ? Já Max vai discretamente e poe se de joelhos num local mais discretos e o faz tudo solitáriamemte. Interessante essa diferença , claro que cada um faz à sua maneira e acompanha quem quer. E o L Hamiltom tem um “quê” diferenciado tipo woke e apoio à importante causa LGBT por isso e seus feitos ele é um cara diferenciado e politicamente correto né Flavio Gomes, e o queridinho do Wolf, da PetronasMercedes e circo da F1 e midia. Veremos na Ferrari como as coisas vão ser, penso que tera também esse ótimo desempenho . 2025 será imperdíveis pra nós que apreciamos F 1 !