O DESATINO FINAL
SÃO PAULO (por onde andavas?) – Mestre Mahar reaparece com este vídeo que chama de “O desatino final”. É um comercial de videogame. Divertidíssimo! O pessoal da aviação que frequenta o blog pode contar se já viu algo minimamente parecido… O que sei, e a blogaiada vai contar, é que tem comandante que faz graça com avião em solo, coisas do tipo: vamos ver quem consegue (não sei os termos técnicos) frear a aeronave antes, na aterrissagem, para pegar o primeiro acesso à área de táxi. Ou será que é lenda?
Antes do acidente outros casos iguais em aeronaves iguais, ocorreram, mas todos foram corrigidos a tempo, o caso mais grave foi o do garces.
Deve-se notar que após o acidente 15 pilotos da mesma aeronave de diversos países, receberam as mesmas cartas de voo do garces , em simuladores de voo, e o resultado foi que a maioria cometeu o mesmo erro dele !!
logo, já havia a predisposição ao acidente, somando-se a falta de atenção e o excesso de preciosismo do piloto , e a armação do Hojas (os radialistas das estações de Radio-farois, que transmitiam o jogo esqueceram de dizer seu prefixo e a localização o que piorou ainda mais a situação)
Leiam o livro Caixa-Preta já citado , além da narrativa vibrante, ele apresenta fotos e documentos dos acidentes aéreos em questão , é leitura obrigatória !!!
Eric , Guilherme : Tb acho que se quer brincar , vai de PS III pq se cair não leva a vida de ninguem . Abraços
O acidente da Varig com o Garcez não foi porque ele sintonizou radio para ouvir jogo.
Ele marcou o curso errado no painel antes da decolagem e nao percebeu o erro. Na epoca a Varig tinha mudado as regras e era para se desprezar as casas decimais na hora de marcar o curso. Ele inverteu os valores, era para ter colocado 026, mas colocou 260.
Na epoca nao existia radar na Amazônia, não tinha radar na torre de controle do aeroporto. Com isso ninguem percebeu em terra que o aviao tinha ido pro rumo errado.
Se critica bastante o Garcez pelo erro, mas apesar de visualmente ser possível saber que o rumo estava errado, o treinamento para vôo IFR é diferente. A gente confia nos instrumentos do painel, não em referências externas..
E pousar um B737-200 no meio da selva foi coisa de piloto mesmo. Muito comandante que tem por aí hoje em dia não conseguiria
Agora é claro que esse fato não tira o peso do erro dele.
Já se foi o tempo em que a aviação era muito mais aventureira.
Hoje o maximo que pode acontecer é a torre pedir para livrar a pista mais rapido, mas tudo dentro das normas de segurança.
Existe velocidade maxima para se taxiar, usar os freios, ajuste do autobrake (freio automático) que varia em cada situação…
E claro, tudo devidamente registrado. Todos sabem a obrigação de obedecer as normas operacionais de cada aeronave.
As exceções sao as feiras de exibiçao, com a aeronave obviamente sem passageiros a bordo.
Exatamente….Scavone….
Obrigado e um abração….vê se aparece hein meu!!!!!
Ceregatti, vou pesquisar essa – fantástica – história.
Quanto ao vídeo, bela sacada.
o branquinho era um Lada, com certeza!!
Eric:
Nesse vôo morreram Antonio Carlos Scavone, que foi piloto e empresariou junto com Emerson Fittipaldi a vinda da F1 ao Brasil, na primeira prova extra-oficial em 1972. Foi ele quem se meteu a trazer a F3 e F2 tambem, antes da aventura da F1.
Um visionário, de uma ousadia rara por essas terras.
Trabalhava como comentarista na RG, e viajava junto com Julio De Lamare (o narrador) para cobrir o GP da Inglaterra de 1973.
A morte de ambos abriu o espaço para o início da história da dupla Reginaldo Leme e GB na RG.
Foi o destino que assim o quis…
E dá-lhe ouvir “corrida em categoria norte-americana” no lugar de se dizer 500 Milhas de Indianápolis, mais anacronismos ridículos como STR, RBR e por aí vai.
Cerega….essa é de arrepiar…..
Tem outro brasileiro que era da Autoesporte inclusive tinha o nome dele gravado no ingresso da F1 em Interlagos no final da década de 70…..
Também se foi nesse voo da Varig…Orly 1973…..esqueci o nome do cara…..
Bom…
hoje em dia não tem mais espaço pra essas coisas.
Tem um aparelhinho chamado FOQA (pronuncia-se Foca) que é o dedo-duro a bordo. Ai de alguém se aprontar uma vírgula fora da sequencia operacional. É uma espécie de telemetria que é armazenada e a chefia tem acesso direto , caso alguma coisa aconteça fora do habitual. E se o piloto fizer algo fora, é chamado para dar explicações. E dependendo da coisa, é rua …..
A única coisa que passageiro deveria saber é que, as vezes, um pouso pancado, mais duro, não é o piloto que quer fazer. O ar é meio fluido, todos sabem, e que é extremamente variável na hora de efetuar um pouso. Então um pancadão não vem de propósito…..
É que hoje em dia, de médico, técnico da seleção, e piloto, todo mundo tem um pouco né……qualquer beócio “sabe” quando um piloto tem de aplicar reverso ou não….
Fica difícil contentar a todos….
Não é o caso aqui dos frequentadores do blog, digo isso num contexto geral ….
uma vez fui para POA, e o piloto devia estar doido para encontrar a namorada, e foi de cano cheio até lá. A escala era em Caxias, e ele chegou em 48 minutos, avisou que não dava teto (nunca dava, e ele aproveitou) e fomos para POA. tempo total CGH-POA ? 55 minutos, até desligar as turbinas. avião era da Brasil-Sul .
Um amigo meu que trabalhou no Campo de Marte diz que tem uns pilotos de Hércules que apostam para pegar o primeiro retorno quando pousam lá. É só o pessoal saber quem é o comandante que vai todo mundo pra pista, meio para ver, meio para ficar de sobreaviso para emergência…
No livro “Caixa Preta”, de Ivan Sant’ Anna é descrito o caso do do vôo VP375 da Vasp, sequestrado no final dos anos 80.
O Comandante (com C maiúsculo) Fernando Murilo de Lima e Silva fez um pouco mais do que o impossível:
Com seu co-piloto morto ao lado por um tiro na cabeça dado pelo sequestrador, miolos espalhados pela cabine, para desequilibrar o sequestrador que lhe apontava a arma, deu um tonneau – a manobra que o avião dá um giro de 360 graus, ficando metade do tempo de cabeça para baixo – e na sequencia um parafuso.
Como diz no livro, se tonneau é uma manobra violenta, parafuso é devastador.
Pois é… Nunca ninguem na história da aviação fez isso, o Boeing 737 não foi projetado para isso, mas o cara coonseguiu.
Técnicos da Boeing estiveram no Brasil, pra ver como o avião resistiu…
Coisa de cinema mesmo, mas de verdade.
Leaim o livro, vale demais a pena.
Além desse caso, tem o famoso Varig de Orly em 1973, que dentre muitos matou o Julio De Lamare, um dos responsáveis pela F1 vir pro Brasil e tambem o famoso pouso impossível na selva do comandante Garcez (esse sim com minúsculas).
Já peguei um vôo de sao-poa que, ao chegar em congonhas, não tinha visibilidade. Depois de 45 min de sobrevôo (sem hífen?) resolveu descer. Qdo deu para ver a pista, já estava na metade dela, e o avião não tinha tocado o solo. Em vez de arremeter, jogou o avião na pista, meteu toda a força no freio e no reverso.
O avião parecia que ia desmanchar, de tanto que vibrava (e os passageiros, mordendo os bancos…).Os bagageiros de mão abriram e as malas despencavam nas nossas cabeças.
Depois, as aeromoças, totalmente descabeladas, agradecendo por escolher a Vasp, com um sorriso amarelo…
Boa Eric! Depois acontece uma merda e todo culpa o equipamento! Basta ver a nossa história recente da aviação! Quem pensa como o pessoal acima e causa acidente, na minha opinião, deveria responder por homicídio com dolo eventual Um abraço!
Depois reclamam de quem gosta de dar uma acelerada nas ruas….
E um piloto com 100 vidas a bordo????
Não sei se foi erro de calculo, mas aterrisando no Aeroporto Internacional Augusto Severo em Natal…já no final da pista…o comandante literalmente deu um cavalo de pau para fazer a 1ª curva…e adivinhem…todos os passageiros já em pé pegando suas bagagens de mão…cairam…lógico, e para o mesmo lado !!
O comandante se desculpou com certa ironia…imaginem !!!
Quem disse que pode ficar em pé sem antes o avião estar completamente parado…rsrsrsr
Esse da selva já vi em reportagem. Os caras chegam ao cúmulo de amarrar o avião, dar motor e ai cortam a corda para o bichinho subir rapidamente.
Barbarizar são pros caras que voam nos garimpos no meio da selva amazônica em pistas de 600 metros, em terra batida, com árvores de 20 a 30 metros em volta. Descer é mole, decolar com carga é pura adrenalina. Vai-se até o fim da pista, segura no freio e dá motor, solta o bixo acelerando tudo e reza, manche puxado até o toco e o aparelho sobe hurrando o estol com direito a lâmpada de emergência piscando. Loucura que eles fazem todo dia.
tem no youtube um 757 da um razante em curitiba e imediatamente da uma subida de 90 igual ao treinamento dos cacas
eu fui na broa ai em sp em um mega encontro de aeronautica la perto de sao carlos onde um piloto d a tam deu um sobrevvo de foker 100 e uma manobra digna de piloto de caca
agora so nao pode fazer igual ao cmdte garcez que desligou o radio da freq de voo e foi ouvir o jogo do brasil e tocou um 737 na floresta a uns anos atraz
a rapaziada de hoje tem bastante treinamento e as aeronaves sao mais precisas
jc sete lagoas
Tinha sim. E como tinha.
Especialmente na decada de 50, o pessoal que fazia ponte aérea, apostava ‘corrida’ entre rio/são paulo, pra ver quem chegava primeiro e valia cortar a aproximação para descer na frente. Os antigos sabem..
Só tinha porra louca.
Primeira vez que vi a ” lenda” foi no Marechal Cândido Rondon, em 2000, num Fokker 100 da TAM. Só que assustou um pouco pois ele precisou fazer uma freada um pouco brusca.
Já vi cada uma neste norte nordeste de fazer inveja a isso.
Sera que nao tem jeito de voltar a tela principal depois de entrar nos comentarios?
Ou so saindo e entrando no site de novo?
nos meus 17 anos, meu pai tinha um bom relacionamento na vasp, e me lembro uma vez no aeroporto da pampulha, uns pilotos (da VASP) conversando sobre fazer a mais bonita decolagem.
na hora fomos para o terraco da base aerea (que e junto ao aeroporto da pampulha) pra ver a tal decolagem.
e nao e que o piloto la pelo meio da pista tirou somente a roda da frente do chao, correu toda a pista com o nariz levantado e so entao decolou. realmente foi bonito de se ver, e olha que isso tem la seus 30 anos.
Ricardo – OR
É verdade, quando o avião chega todo mundo vai correndo para a área de taxi…
O meu tio era piloto da Sadia, que virou Transbrasil… Na epoca dele, dizia que desciam por vezes sem o reverso… desciam só nos freios… Só pra parar lá embaixo na pista… a chamada remota… aí o coitado do Hulk, que é o caminhao que guincha os avioes, tinha de pegar os caras lááá embaixo… rsss
Fora quando nao deixavam na mao dos co-pilotos inexperientes a tarefa de descer o aviao… Dizia que isso era a prova de fogo da mulecada… Acho que naquela epoca, essas coisas faziam sentido… hoje em dia é tão “fly by wire”, que nem graça mais tem… rsss
Agora, barbarizar mesmo, é o pessoal que pilota cargueiro… dizem que a galera “barbariza” em pleno voo….
Abraços Gomes
Lenda num é não, os caras fazem até bolão na ponte aérea, pode perguntar (antigamente o caso beirava o estrelismo, hoje está mais profissa). Agora, o pessoal mais individualista e competitivo são os pilotos de caça, aliás já vi um psicólogo chama-los de psicopatas, porque gostam de chegar furtivamente e fazer o maior estrago possível (dizem que o Shuey também é assim, e acho que vale para todos os pilotos, principalmente os de F-1)