Gira mondo, gira (quarta)

SÃO PAULO (a sala dos encontros secretos) – Deu nas folhas, o Top Cine será fechado, as duas salas. Era um dos últimos cinemas de arte de SP, programação alternativa, nada de pancadaria ou efeitos especiais, na verdade nem tanto assim, mas um cinema diferente, e a Paulista vai perdendo suas salas, no meu prédio restam os Gemini, sempre que vem o boleto do condomínio vejo que os proprietários estão em litígio com a administração, mas o Gemini resiste, meio puído e empoeirado, a bilheteira de um mau-humor atroz, mas resiste, quiseram comprar para fazer uma igreja evangélica, o condomínio não deixou, resistiremos com o Gemini.

Um deputado quer proibir “Código da Vinci” no Brasil, deu nas folhas, quem será essa besta?, não dar-me-ei o trabalho de descobrir.

Vão dividir a Varig em duas e ela será vendida, a parte boa para um lado, a parte ruim para o outro, não entendi patavina, para mim a parte boa são as aeromoças, a parte ruim é o resto, mas embora sabendo que a Varig é um lixo de empresa em sua administração há séculos, simpatizo com a Varig, Varig, Varig, e sinto saudades dos Electra II.

E o mercado de buscas na internet vai movimentar US$ 360 milhões este ano, e é outra coisa que não entendo: alguém aqui já pagou um centavo para consultar algo no Google? De onde vem essa grana?

E o Victoria & Albert Museum de Londres abre uma exposição sobre modernismo, leio na “Folha”. Sou um modernista arquitetônico juramentado, mas Tom Wolfe achava tudo uma merda, dizia que “qualquer tentativa de se sentar numa chaise longue de Le Corbusier equivale a um golpe de caratê na nuca”, citação de hoje na “Ilustrada”. Tom Wolfe escrevia bem, mas escrevia muita merda, Le Corbusier era um gênio, só um gênio faria Ville Savoye em 1929 (abaixo). E tem uma casa modernista na Al. Ministro Rocha Azevedo nos Jardins, acho que é uma loja de roupas, é só procurar que acha.

Aliás, SP é cheio de coisas modernistas.