O outro alemão
SÃO PAULO (sim, há muitos outros) – Michael Schumacher não foi o único. Ao contrário. Embora a Alemanha só tenha conquistado um título na F-1 com ele, o país produziu muita gente boa. Lembro sempre de Bernd Rosemeyer, mas este é de tempos muito distantes. Apenas um herói em fotos amareladas e filmes em branco e preto.
Aquele que, na F-1 moderna, poderia ter sido campeão antes de Schumacher, é Stefan Bellof.
Há pilotos especiais, e Bellof era um deles. Sempre gostei desses caras que dividiam a F-1 e sua chatice crônica com corridas menos civilizadas. No caso de Stefan, o Mundial de Esporte-Protótipo. Categoria, diga-se, que produziu os mais belos carros de corrida de todos os tempos, mais lindos do que qualquer monoposto.
Dia desses o blogueiro Roberto Octavio me mandou este tributo a Bellof, que mostra o sorridente alemão em várias categorias.
Na F-1, testou para a McLaren junto com Brundle e Senna depois de fazer sucesso na F-2 e impressionou Ron Dennis. Mas acabou assinando com a Tyrrell, pela qual estreou em 1984. Naquele ano mesmo, no famoso GP de Mônaco que todos lembram pela atuação de Ayrton, também deu um show na chuva.
Os problemas que a Tyrrell teve com a FIA naquele ano fizeram com que Bellof voltasse a se dedicar aos protótipos e às provas de longa duração. E foi campeão mundial. Em 1983, já havia registrado a volta mais rápida do antigo circuito de Nürburgring, 6min11s13, recorde que persiste até hoje.
Mas Bellof não teve tempo de ser campeão na F-1. Morreu nos 1000 Km de Spa em 1º de setembro de 1985, aos 27 anos, quando tentava ultrapassar Jacky Ickx na descida da Eau Rouge.
Ele já tinha assinado um contrato de dois anos com a Ferrari, embora a equipe nunca tenha confirmado.
Teria sido, talvez, o primeiro alemão a ganhar um título pelo time de Maranello.
Seu site é muito legal e merece uma visita.
O outro alemão.
Grande Bellof… dos meus ídolos de infância, eu que sempre fui meio anti-ufanista…
Me lembro bem dos tempos das “duas F-1” (uma do povo com turbo e a outra do “resto”), e do Bellof sendo *sempre* o “Rei da F-1b”…
Obrigado ao Sal Chiappetta e ao Vitão pelas informações…eu tenho um livro, aliás uma coleção que ainda não trouxe, para meu apartamento, tb mais de mil livros não é tão fácil de trazer, mas voltando a questão do 956: dei uma lida e relamenté tá como monocoque de alumínio mesmo, e as alterações uma delas foi colocar a linha dos pedais mais recuados em relação a linha do eixo dianteiro…tem um site o mulsanne corner qu etêm pilhas de fotos e informações sobre vários protótipos, inclusive algumas variações interessantes do modelo.
Abraços.
Amigos observem o e-mail que FG me mandou…Realmente lamentável!!!! Que profissionalismo parece que ele aprendeu a lição direitinho com o alemão!!!!
Flavio Gomes – Warm Up ([email protected]) +Adicionar contato
Para: [email protected]
Assunto: favorzinho
Amigo, convido-o educadamente a não freqüentar mais meu blog, para me poupar do trabalho de ficar apagando seus comentários.
Se você não consegue conviver com as pessoas, acho que meu blog não é o lugar mais apropriado para suas horas de ócio na internet.
Obrigado
FG
Bom parece que quem não consegue conviver com pessoas e opiniões divergentes não sou eu!
E mesmo sem me conhecer ou saber o que faço, ele imagina que passo minhas horas de ocio no blog dele…ou melhor deve imaginar que todos os blogueiros são pessoas ociosas!…lamentavel!
A principal alteração do 962 em relação ao 956 é o aumento das “caixas” de aluminio para absorção de impacto na frente , reforços na “gaiola”, e a posição da pedaleira atrás do eixo (imaginário) das rodas dianteiras (exigência da FIA e da IMSA), além de reposicionamento dos radiadores de óleo (acho que mais por questões de equilíbrio e aerodinâmica). Tenho um livro que detalha o projeto e evolução dos 956/962 . Se alguém quiser mais informaçòes é só pedir .
Caro GT1,
Tanto o 956 quanto o 962 eram monocoques em alumínio – o chassi destes carros não era tubular. Infelizmente o 956 possuía limitada capacidade de absorção de impactos frontais – como o estado do carro de Bellof demonstra após o acidente. Deve-se dizer, entretanto, que o 956 de Stefan chocou-se contra um muro de concreto (localizado logo abaixo de uma arquibancada que foi removida algum tempo depois devido especificamente a este acidente) em um ângulo muito desfavorável. Ou seja, como se diz no Brasil, não foi uma “batidinha qualquer” (infelizmente).
Stefan Bellof era – e continha sendo meu ídolo. Em uma época em que muitos brasileiros prestavam atenção em uma nascente estrela chamada Ayrton Senna, era a carreira do sorridente e absurdamente talentoso Bellof que eu acompanhava. A notícia de sua morte chocou-me muito – nunca me esquecerei do que estava fazendo no momento que a recebi. Por mais racional que seja, não posso evitar pensar “aonde ele teria chegado?” quando menciono seu nome. Uma pena.
Meu capacete é baseado no de Stefan. Não creio que poderia fazer uma homenagem mais pessoal – e mais significativa – a Bellof do que esta.
Abraços,
Sal
Essa marca de cigarros Rothmans é azarada pra caramba, hein!
É verdade Alexandre, você está creto.
Confundi os Hermann.
Abraços.
Veloz-HP, na verdade era Hermann Lang. Kling foi de uma época posterior, os anos 50, contemporâneo de Fangio na Mercedes. Nos anos 30 outro piloto que deve ser lembrado era o Von Brautisch (acho que é assim que se escreve), que também fazia parte da equipe Mercedes, e beliscou algumas vitórias. Só não ganhou mais porque Caracciola era o preferido de Neubauer, o chefe da equipe.
Bem amigos da Rede Gomes, boa noite.
Não devemos nos esquecer também de outro fera alemão que foi o Rudolf Caracciola.
Bota pesadíssima e que fêz parte daquela que considero a melhor década da história dos Grand Prix que foi a dos anos 30.
Mercedes, Auto Union e Alfa Romeu formaram verdadeiros esquadrões de azes que contavam também com Hermman Kling, Hans Stuck, Ascrari (pai) e o maior de todos : Tazio Nuvolari.
Seria o equivalente a termos hoje numa mesma corrida Jim Clark, Senna, Stewart, Stirling Moss, Fangio e Emerson.
Já imaginaram isso ?
A década de 30 foi assim.
O Stefan Bellof foi um ótimo piloto que morreu (bem) antes de atingir o seu auge, lembro-me da impecável atuação dele em Monaco 1984, chegando em 4º ou 5º debaixo daquele dilúvio que vez o Ickx encerrar a prova justo no momento em que o Santo ultrapassava o Anão. Aliás, o Anão pode ter perdido o título desse ano nessa corrida, pois com a vitória conseguiu 4,5 pontos (meia pontuação), se tivesse ido até o final a prova teria conquistado 6 pontos e não teria perdido o título para o grande Niki Lauda por meio ponto.
Flavinho,
Não podemos esquecer do grande piloto alemão Von Trips, morto em acidente com o qual se envolveu com Jim Clark, no GP da Italia de 1961 em Monza. Se não tivesse morrido neste acidente, o campeonato de 1961 seria dele.
Não tenho equipamento para isto, mas vou tentar colocar sim.
Nós nunca de fato saberemos se o grande Bellof iria confirmar a fama na F1, mas nos protótipos ele foi um dos melhores. O automobilismo perdeu muito com a morte dele.
“testou junto com (sic) …”
Rodas redondas redundam em erros.
Flávio da uma olhada nesse endereço http://www.correioweb.com.br/ e veja a matéria que o Correio Braziliense faz hoje sobre o DKW
FG, sem grosseria. Só queria entender porque foi tirado o meu comentário sobre o que o Alonso falou.
Obrigado…
Esse Blog eh muito legal mesmo… Por exemplo eu nem conhecia esse piloto, (talvez ate por nao ser contemporaneo dele), porem entrei no seu site e descobri que ele foi realmente um talento e tanto!!
Fiquei impressionado como ele morreu de uma maneira besta… seu carro praticamente se desintegrou…
Parabens FG e a todos que contribuem nesse blog com otimas historias e com riquissimas informacoes… Os nao tao cultos em historia do automobilismo como eu agradecem (e muito)… Abracos!!
Mário, coloca esse vídeo no YouTube e passa o link pra galera.
Eu tenho o vídeo do GP de Portugal que o Senna ganhou sua primeira corrida em 1985. Me lembro que a certa altura a transmissão da corrida acompanhou o Senna por algumas voltas e atrás dele vinha uma Tyrrell com o bico avariado. Acho que foram umas três voltas com aquela Tyrrell acompanhando o rítimo do Senna na chuva e mantendo o controle do carro com precisão. O número do carro era 5 e o piloto era Stefan Bellof.
Flávio pelo visto você é fã de Alemão faz tempo einh !!!
FG, a titulo de informacao, na verdade Bellof tinha um contrato assinado com a McLaren para a temporada de 1986.
A Ferrari na epoca resolveu investir os tubos no Stefan errado (como dizia RL), o Johansson. E o Bellof ficou se destacando na Tyrrell e na Porsche e certamente esta buzinou nos ouvidos de Ron Dennis para contrata-lo, afinal era ela quem fabricava os motores TAG Turbo.
Bellof grande piloto da ”safra” 84,que teve tambem,Senna, Brundle ,Berger,e outros.Mas o 1°alemão a realmente chegar do titolo da fórmula 1 foi Von Trips em 1961 até que veio o fatidico GP de Monza,que vitimou o piloto e mais 12 ou 13 torcedores.
Ola Gomes acompanho seu site regularmente e tambem o seu programa, sou grande fã.
Eu vi seu post sobre interlagos e eu tambem tenho uma ideia parecida, so que mais barata e ao invés de uma pista teriamos tres. Gostaria de te enviar via-email.
Abraço !
Bellof era um grande piloto…e essa era dos esporte protótipos na minha opinião foi a era de ouro, mesmo com o 956 e o 962 levando tudo ou quase tudo…pelo que se deu da notar foi que o 956 usado em Spa era de chassi tubular por acaso?Até pq o 956 teve uma revisão dele com chassi monocoque depois.Depois posto um link de um site canadense de uma empresa que produz peças de reposição para esses carros.
Os protótipos de hoje são feios pra caramba…
Essa não sabia jonny\\’O….eu sabia que o F2 dele era Maurer, mas não sabia que o projetista era o Gustav Brunner…interessante…esse cara fez grandes carros…valeu!
Nossa, que tributo bem lindo esse ao Bellof…
Leandro,
Bem lembrado, aquele F2 do Bellof era o Maurer desenhado por Gustav Brunner , que fez os ATS,Ferrari 1987, Rial , Toyota, Minard ….etc.
Só pra lembrar.
Tem o Von Trips que poderia ser campeão em 61, mas ai veio Monza e……….
Ah, e os fómula 2 daquela época eram lindos, especialmente o do Bellof, que era das cores do seu capacete, ou seja, cores da Alemanha.
E quanto à história de ele ter tido contrato com a Ferrari, também já ouvi falar que ele tinha contrato com a Mclaren-Porsche, o que seria bem melhor…apesar que no final dos anos 80 a Ferrari andou bem, creio que ele conseguiria mostrar o talento que tinha…
Grata lembrança e bela homenagem…
Abs
Prezado Homem de Java Senior, nessa época eu ainda estava dentro da cueca !!
O acidente com o Bellof e o Winkelhok (?) provocaram um investigaçào da Porsche quanto ao desempenho dos 956, sendo que o chassis 004 foi usado em crash-test, tendo sido reconstrído no ínicio dos anos 90 (fonte – Motorsport – set 06).
Bellof… bom piloto… lindo capacete… legal o site…
Outro que vale ser lembrado eh o Willkenhock (eh assim que se escreve), o Manfred…
Muito bom piloto também…
Quando eu era mais novo vivia me perguntando: Se a Alemanha faz os melhores carros, porque naum tem pilotos bons por lah? Naquela época eu naum conhecia a história… muito menos poderia prever o futuro!
Justíssima homenagem Gomes…o Bellof era um grande piloto, mas infelizmente o destino não quis que a gente visse suas prováveis vitórias e títulos…
Gomes, o povo alemão com certeza, tem muito do que se orgulhar. Por exemplo, eles fazem ( na minha opinião ) os mais fantáticos carros do mundo. ( Mercedes, Auto Union, Porsche, BMW, Audi, FUSCAS !!!!!, etc).
Tiveram pilotos sensacionais, um futebol muito bom, uma história do pais muito interessante, um pais muito bonito, etc. Se há algo com que se envergonhar, deve ser com que os nazitas fizeram. Tirando isso, há coisas fantásticas por lá.
Vitão, É bastante certo que seus 12.532 anos são nada se comparados aos meus 48.565, mas acho que já o conhecia de Interlagos na Estréia desta Carreteiro nos anos 50. Acho que você era um velhinho que ficava limpando o carro do Breno Fornari ou do Catarino Andreatta, acho que a minha memória está começando a falhar, mas tenho certeza que você era o Velhinho…
Esta foto da Carreteira é em Interlagos, não tenho a menor dúvida.
O carro dele era de papel?
Acabou com a pancada!
ele teria sido campeão se tivesse ido pra Mclaren no ano anterior, quando testou por lá
FG, não sou tão velho quanto o Homem de Java Senior, mas um alemão digno de respeito era Rudolf Caracciola (pai italiano), que tinha um estilo agressivo à la Nuvolari. Mas o primeiro alemão a quase tornar-se campeão mundial foi o Barão Von Trips, que corria na Ferrari e morreu em Monza em 1.961, envolvido num acidente com Jim Clark, que sempre carregou uma culpa subjetiva pelo acidente (JC tocou a roda do carro do Trips que decolou na entrada da Parabólica; o personagem do Yves Montand no Grand Prix foi inspirado no Barão ). Von Trips liderava o campeonato e seria campeão; o título acabou com o Phill Hill, que corria de Ferrari também. Lembro-me que o Schumacher fez uma referência resppeitosa ao Barão quando conquistou o seu primeiro título. E , embora gostasse do estilo do Bellof, duvido que ele teria sucesso na draga em que a Ferrari se transformou na década de 80, os “dark years”.
O site é bem legal mesmo. Dei uma boa passeada nele.
Acho que só lembro dele mesmo em 84..
Emocionante o video do Tributo .
Principalmente a última cena dele partindo dos boxes .
Sempre gostei do Bellof. Mais pelo arraso que era no mundial de esporte protótipos. Um cara que certamente seria campeão.
Esse vídeo tributo é um dos mais bonitos que ja vi.
Abraços
Gostava do capacete dele…
Ah! Achei no El País uma “apresentação” com fotos do GP de Monza, achei bem legal, quem quiser conferir: http://bandaancha.elpais.es/?view=eventos&id=2832
Valeu FG pela história dos pilotos alemães, eu realmente nao conhecia.
E o site é muito legal mesmo, vale a pena conferir.