O primeirão
SÃO PAULO (eu morava lá) – 4 de março de 1974. O Brasil Grande inaugura uma de suas maiores obras, a Ponte Rio-Niterói. Puxando o cortejo, um carrinho que não era fabricado havia 12 anos.
Um Candango vermelho, cheio de “otoridades”. O primeiro a cruzar os 13,29 km da Ponte.
Graças ao blogueiro Cesar Costa Quente, achei o carrinho. Será mostrado em breve no “Limite”.
Só pra esclarecer:
A foto não é do dia da inauguração. Este foi o dia em que foi concluída a ligação e o Candango foi escolhido para ser o primeiro carro a cruzar a ponte. Era um carro da Ecex (Empresa criada pelo governo para construir a Ponte) e está com o DNIT, não com a Ponte S/A.
Não creio que na época havia essa preocupação em não fazer propaganda de alguma marca. Acredito que foi escolhido por ser o único conversível disponível.
Ih… também sou completamente tarado pelas sardas da Françoise Forton!!!
acreditem se quiser, mas encontrei uma revista antiga, oficina mecanica, com um candango modificado, com o 4.1 do opala, lá pelos idos de 86. teve que alongar e alargar o bichinho, e esse da foto com tanta gente e pequenininho parece carrinho de brinquedo ou parque de diversão
E a Françoise Fourton adolescente, aquelas sardinhas… o que era aquilo!!!
Vamos lá:
Como o Gomes já comentou, o filme é “Marcelo Zona Sul”, com Stepan Nercessian e Françoise Forton, ainda adolescentes, nos papéis principais.
Uns três anos atrás descobri um Candango sendo vandalizado aos poucos numa rua de Copacabana. Era um típico Candango mexido de playboy do início dos anos 70: aros 14 pintados de preto, capô idem, pneus de Dart e ligeiras modificações na carroceria. Era muito parecido com o carro do filme. Para evitar a morte certa do simpático Janjão (era esse o nome dele, pintado no pára-lama direito) comprei o jipinho e tirei-o dali. Dias depois, vendi o jipinho ao Hélio de Niterói, com mais condições de restaurá-lo. Com a fita do filme nas mãos (gentilmente cedida pelo Canal Brasil), o Janjão está ficando igualzinho ao Candango usado no “Marcelo Zona Sul” – filme, aliás, também passado em Copacabana, o melhor bairro do mundo.
O Seu Gotz trabalhava (ainda trabalha?) com Puma em São Cristóvão.
O JB se transferiu para o mastodôntico prédio da Av. Brasil 500 exatamente em 1974. Dizem que foi este o maior motivo da crise financeira responsável pela derrocada do jornal. O outro motivo teria sido o corte dos anúncios do governo federal pela postura “hostil” do JB nos anos 70.
Acho que esta foto é do dia em que permitiram, pela primeira vez, a passagem de carros do Rio a Niterói. Mas a ponte ainda não estava completamente pronta (reparem no entulho/cimento que aparece na pista). Na inauguração oficial, Médici e Andreazza percorreram os 14km entre a Cidade Maravilhosa e a Cidade Sorriso à bordo do Rolls-Royce da Presidência.
Esta ponte foi inaugurada em 31 de março de 1974 pela manha, e a tarde, voltando de ferias em cabo frio passei por ela com minha brasilia. Estou certo de nao estar enganado.
Abraço a todos.
Já faz uns dois anos que o prédio do JB, tem uma propaganda que será feito um programa social lá.
E parece que só ficará mesmo na propaganda.
E ao lado do JB tem o Moinho Marilú, que hoje pertence a um grupo alimentício… lá é ou era produzida a farinha Boa Sorte e existe uma passgem que liga diretamente o silo com o cais do porto, passando por baixo da Av. Rio de Janeiro.
Voltando a foto, tem uma rural com capota branca lá atrás… curto rural!
Não tinha um papo de terem escolhido o Candango para ser o primeirão , justamente para não dar publicidade gratuita a nenhum outro carro fabricado na época . Tipo ser o primeiro a atravessar a ponte ?oficialmente ?
Época do nosso grande Presidente Geisel.
Lá atrás é o (abandonado) prédio do Jornal do Brasil? Achei que esse prédio fosse mais novo…
André Grigorevski ….
aparece lá no FNVA que o pessoal tá preocupado contigo … veja:
http://topmark.com.br/forum/viewtopic.php?t=5951
Candango – O Jipe DKW –
http://topmark.com.br/forum/viewtopic.php?t=575
Meu silêncio auto-imposto pela função honorífica que ocupo definitivamente se rompe para parabenizar os que me antecederam pelo elevado nível dos seus comments. Mantenhamos o nível.
Já ouvi dizer que esse Candango está com a atual concessionária da Ponte. É verdade?
Eta Brasil grande, época da ditadura e do milagre econômico. Agora que temos uma democracia vem uma Bolivia e deixa o pais de joelhos.
O engraçado é perceber que antes se inauguravam obras (pontes, estradas, fábricas). Hoje quando inauguram alguma coisa tenha certeza que é ano de eleição e que escolherão a melhor operação tapa-buracos para inaugurar, pois não sobrou nada mais sério. O que não muda é a presença de otoridades prontas a aparecer.
O cara fez o Candango de fibra com mecânica Chevette. É o Niltinho, grande figura, e tenho fotos desse jipe, que todo ano vai ao encontro de DKWs em Pouso Alto.
Veloz, o filme se chama “Marcelo Zona Sul”, com o Stepan Necerssian, de 1970. Esse jipe usado no filme pertence a um amigo meu de Niterói…
Tinha um cara no Rio, em São Cristovão, que chegou a fazer um protótipo de fibra do Candango com motor de Chevette (heresia) e iria produzí-lo em série. Chamava-se Gotz. Otima pessoa. O Caique, carioca, talvez o conheça. Tinha uma revenda Gurgel. Abraços, Fred.
Tio Gomes:
Só mais um detalhe meio macabro. O autor da foto, Elcio Nascimento, então fotógrafo do finado DNER, morreu há uns dois anos, jogando-se do vão central da ponte Rio-Niterói…
Tenho um amigo que tem um ZERADO!
Muito legal!
Boa noite pessoal.
Muito justo a ponte ser inaugurada pelo Candango afinal, foi o primeiro utilitário tipo “Jeep” feito no Brasil e a ponte como é uma obra de engenharia tem tudo a ver ser inaugurada por ele.
Esse aí da foto está até meio “bandidão” com as rodas pretas, sem o para brisa e vermelho Ferrari.
Aliás, outro dia assisti no Canal Brasil um filme dos anos 60 em que uns jovens “mauricinhos” revoltados Ipanema, saiam para curtir a vida à bordo de um Candango todo invocado parecido a esse, só que era branco, escape aberto e tinha umas “tala largas” muito bonitas.
Não sei o nome do filme, mas vale a pena tê-lo gravado em casa.
Assim farei brevemente.
Abraço a todos.
Jason:
Era o Andreazza, então ministro dos Transportes e o JB, então jornal: ambos mortos!
Seria o Andreazza sentado no carona, junto à porta direita?
Ao fundo, o majestoso prédio do Jornal do Brasil, recém-inaugurado (ou por inaugurar) na época desta foto. Hoje está abandonado e depenado, após o jornal, em crise, ter sido vendido e se mudado para instalações bem mais modestas.
Note a grande quantidade de Veraneio, o carro favorito da repressão.
Após esses anos todos, a Ponte vai muito bem, obrigado.