Plantão do blog (explicações e fim)

SÃO PAULO – Encerram-se aqui os despachos sobre o acidente de sexta-feira entre um Boeing da Gol e um Legacy da Embraer. Toquei no assunto durante o fim de semana apenas por achar que a imprensa não estava dando ao assunto a importância devida. Já há fotos bastante impressionantes em todos os sites por aí, jornais e revistas passaram a cobrir o caso com vigor, TVs e rádios também, e não faz sentido ficar reproduzindo tudo aqui.

As autoridades saberão explicar o que aconteceu e os ocupantes do Legacy certamente terão informações importantes a dar. As caixas-pretas e seus depoimentos são a chave para compreender a tragédia. É importante esclarecer tudo, porque a história da aviação é assim: aprendizado constante, para que tais eventos não se repitam. Não é um caso de caça às bruxas. Apenas entender.

Não há notícias de sobreviventes, infelizmente.

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Pedro
Pedro
17 anos atrás

Não acompanhei o assunto pelo blog e só agora tive chance de recapitular o que foi postado aqui. Acho que temos que dar o braço a torcer que, embora no momento parecesse que o Brasil mais uma vez se comportava como uma república de bananas, as nossas otoridades estão fazendo tudo certinho: As buscas foram rapidamente organizadas; as informações oficiais da ANAC nunca foram especulativas; os tripulantes do Legacy estão retidos para exames e esclarecimentos até segunda ordem; os passageiros foram interrogados; o Legacy está sendo guardado 24 horas por dia, para garantir a integridade das provas, os equipamentos CVR e FDR do Legacy foram retirados e enviados ao fabricante para análise; os mesmos equipamentos do Boeing foram encontrados rapidamente; os corpos estão sendo transportados para uma base que pode reconhecê-los por exame de DNA…. Até a própria GOL está se comportando como uma grande empresa, provendo toda a assistência possível aos familiares. Vamos reconhecer, a coisa tá funcionando como um reloginho! Nós adoramos falar mal do nosso país, mas agora que está todo mundo fazendo o seu trabalho de maneira profissional as pessoas mantém aquele ar blasé. Fico feliz de ser brasileiro nesses momentos. Quanto ao acidente, tudo ainda é especulação. Uma informação talvez seja importante: o caminho até Brasília é feito em uma aerovia par (ou seja, o cara voa a 36 ou 38 mil pés) e de Brasília até Manaus ele voa numa aerovia ímpar (35 ou 37 mil pés, obviamente). O Legacy estava a 37 mil pés depois de Brasília, o que indica que ele mantinha a altitude correta no momento da colisão. Se o impacto aconteceu como estão descrevendo, o Boeing estava por cima do Legacy, ou seja, acima da altitude em que ele deveria estar (36 mil pés). Precisa investigar direito e ver porque ele estava nessa altitude. Falaram também sobre a tripulação do Legacy abusar, alguém até mencionando ter uma Bandeirantes vazia pra dar um gás na máquina nova. Mas acontece que a Bandeirantes do cara é constantemente monitorada, além do carro também saber e gravar exatamente o que está sendo feito. Sem contar o fato de que aquelas aerovias são bastante movimentadas… Falaram também no cara playboy que tira uma onda com a máquina nova. Esses caras, os pilotos, são tudo menos playboys. Primeiro porque a Excel Aire, vejam no site, é uma empresa feita pra gerar dinheiro, ou seja, o Legacy é uma ferramenta de trabalho. E depois porque os pilotos são meros empregados que agora devem estar com o fioto na mão com medo de perderem suas licenças de vôo e nunca mais poderem voar a trabalho. Enfim, ainda vamos descobrir o que aconteceu com os aviões e é bastante cedo pra fazer qualquer afirmação. Abraços, Pedro

Roberto Santos
Roberto Santos
17 anos atrás

Sucrilhos
Foi-se o tempo em que só rico e classe média andava de avião. Luta de classes não cabe nessa história. Preconceito, idem. A queda de um avião é investigada a fundo para que novos acidentes com causas ou circunstâncias semelhantes sejam evitados.

Roberto Santos
Roberto Santos
17 anos atrás

Leo e Renato
No mês passado, a porta de um Fokker 100 da Tam foi parar no telhado de um supermercado em São Paulo. O avião não sofreu maiores danos por estar voando baixo. Agora imaginem uma porta se soltando a 10 mil metros de altitude, a 900 quilômetros por hora e batendo na asa do próprio avião… Ou no motor… Hoje o canal Discovery exibiu um documentário sobre a queda de um Boeing 747 no Japão. Foi o pior acidente aéreo envolvendo apenas uma aeronave. Mais de 500 pessoas morreram. O acidente foi causado por uma falha de manutenção. Ao substituírem uma peça, os mecânicos a prenderam com menos rebites que o necessário. Resultado: a pressurização arrancou a peça, que bateu no leme, destruindo-o, e detonou todo o sistema hidráulico do avião. Aí o Jumbo voou como um carro sem volante, freios, acelerador, nada. E se espatifou perto do monte Fiji. Como o Boeing da Gol era novo, vai saber se não fizeram uma cagada dessas na montagem? Continuo achando pouco provável a possibilidade de colisão entre os aviões. Se um Boeing tocasse num Legacy naquelas condições, não sobraria ninguém no aviãozinho pra contar a história. Aliás, se passasse perto já desestabilizaria o Legacy. Não precisava nem bater pra provocar estragos, portanto. É, parece que o Boeing não se desintegrou no ar, não. Mas algumas peças podem ter se soltado. Enfim, não sabemos de nada, só especulamos. Uma dica pra quem curte aviões: o Discovery exite toda segunda, às 10 da noite, o programa Desastres Aéreos. É interessante.
Quer dizer, é trágico.

Cesar Costa
Cesar Costa
17 anos atrás

Pelo menos a gente agora sabe que os milhões de dólares gastos nos dois radares que iriam monitorar toda a amazônia não funcionam tão bem assim. Esqueceram um pontinho cego….

Ricardo
Ricardo
17 anos atrás

Oi pessoal,
Gostei FG: Teu post de 1/10/2006 às 01:18 sobre o acidente não condiz com este de agora, muito mais sensato.
Grande abraço,

Sucrilhos
Sucrilhos
17 anos atrás

Quanto ônibus cai em açude, matando 40 pessoas afogadas, não tem essa comoção toda, apuração, pressão na empresa, etc. Será que é pq quem anda de avião é classe média pra cima?

Airton
Airton
17 anos atrás

Só pra complementar o que foi dito logo abaixo.
Será que o piloto estava se exibindo, ou ainda, testando as qualidades do avião? Carro novo, todo mundo dá uma esticada, empurra mais um pouco nas curvas, sei lá… E com o avião, não poderia ter acontecido isto tbm??? Voou acima da altura, ziguezagueou, alguma coisa assim, que não deixou com que o detector de colisão não funcionasse corretamente…

Claudi Cante
Claudi Cante
17 anos atrás

Imaginem um playboy que sai da concessionária com um Porsche zerado, e pega uma Bandeirantes vazia…
Agora imaginem esse playboy com um Legacy zero, sobre a Amazônia.

O americano fez cagada. Só palpite.

renato camara silva
renato camara silva
17 anos atrás

Leo,
Seria tão improvável quanto dois aviões se chocarem no ar.

Também penso pelo mesmo raciocínio do Roberto, mas não acho que o Boeing tenha se desfeito no ar, pois os destroços parecem que estão localizados numa mesma área, se tivesse explodido ou se desmanchado no ar provavelmente teriam peças em toda a região.

abraços

Leo
Leo
17 anos atrás

Roberto, desculpe a minha ignorancia sobre o assunto, mas só por curiosidade: não seria muito improvável uma peça em queda do boeing cair e atingir outra aeronave que passava pelo local?

E considerando uma angulação na tentativa de desviar uma das duas aeronaves não provocaria danos em dois pontos como notado no Legacy?

Sei lá, muito muito estranho mesmo…

Henri Toivonen
Henri Toivonen
17 anos atrás

Tomara que a agonia da queda não tenha durado tanto tempo…..é aterrador pensar nos últimos instantes daquelas pessas (criança de colo inclusive…), agora estão em paz!

Roberto Santos
Roberto Santos
17 anos atrás

Sou um aficcionado por aviação. Leio tudo sobre o assunto e me aprofundo nas investigações de desastres aéreos há 40 anos. Meu palpite: o Legacy não tem nada a ver com a queda do Boeing. Em minha modesta opinião, foi uma peça solta da aeronave da Gol que atingiu o jato Embraer. Não houve colisão de aviões, portanto. Chego a estas conclusões ao observar os danos no Legacy. Uma batida de “raspão” não deixaria aquelas avarias, em dois pontos diferentes. Não haveria ângulo para o choque. Em caso de colisão, ainda que de “raspão”, de dois aviões a 900 quilômetros por hora, ambos cairiam. Observem que não houve explosão do Boeing, o que pode indicar que a aeronave desintegrou-se no ar antes de alcançar o solo, despejando combustível antes da queda. Para mim, o Boeing teve um sério problema estrutural, seguido de violenta despressurização, partiu-se no ar e espalhou peças pra todo lado. O Legacy foi vítima. Se houvesse mais aviões na área, também seriam atingidos. Creiam: colisão entre dois aviões modernos como estes é praticamente impossível. O Boeing era novo, tinha apenas duzentas horas de vôo. Sei não. Acho que vai sobrar para a Boeing.

Rodrigo Ruiz
Rodrigo Ruiz
17 anos atrás

FG, excelente cobertura que vc fez. Acompanhei em vários site e estava mesmo faltando mais informações.

Hoje a Globo deu um pouco mais de atenção, lógico que por causa do Fantástico, mas pelo menos mostrou as imagens do jatinho e algumas imagens do local.
Vamos ver agora como fica a mídia, que possivelmente vai focar nas eleições.