Dez


Foto do acervo do Museu do Automobilismo Brasileiro, de Paulo Trevisan

SÃO PAULO (mais do que merecida) – O Clássicos de Competição já rendeu a primeira coluna Retrovisor, de autoria de Roberto Brandão. Ele assistiu à palestra do Marinho em Interlagos e fez sua homenagem ao grande 10 da história do automobilismo brasileiro.

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Adriana
Adriana
17 anos atrás

Demais…amei!!!! Adoro o Marinho e todos da familia….né Rodrigo?

Rodrigo Camargo
Rodrigo Camargo
17 anos atrás

Caro Roberto,
Parabéns pela matéria sobre meu pai. Ficou ótima!
Muito obrigado pelas suas palavras. Confesso que, como filho, fiquei muito emocionado.
Um abraço,
Rodrigo Camargo

Manoel Belém
Manoel Belém
17 anos atrás

Parabéns pela matéria !!!!!!!!!!
Abraços.
Manoel Luis Freire Belem

Ney Prates
Ney Prates
17 anos atrás

Roberto, sensacional seu artigo sobre o MARINHO. Já era tempo de aparecer uma homenagem bem rasgada sobre esse nosso monstro sagrado.
Quando eu era jovem, sonhando em ser piloto (naquele tempo, “corredor”), meus ídolos eram o Jim Clark e o Marinho. Mas muito mais o Marinho, pois, além de estar mais próximo, meu pai tinha um Deka, que eu tentava, de todas as formas, transformar em pseudo carro de corrida. Tipo, descarga meio aberta, traseira meio rebaixada, motorista meio piloto. A única coisa inteira era o volante, um F1 do Emerson. Isso tudo meio escondido, e com a grana da mesada, pois ainda não trabalhava.
De tudo isso, resultou uma veneração por aquele piloto genial, que, de tocada suave, discordo, não tinha nada. Ele entrava nas curvas com o carro querendo arrancar o asfalto do chão, de tão rápido!
Não consigo esquecer um dos maiores duelos que já ví, com dois mestres participando: Marinho no Malzone, e o Tigrão no Alpine 1300cc, na Barra da Tijuca, última corrida lá realizada. Foi uma poesia que durou meia corrida, Marinho na frente, com o Malzone querendo decolar, e o Tigrão na cola, totalmente atravessado, bufando, mas não passando. Marinho foi segundo, com moral de primeiro, pois este foi uma Ferrari 3000cc, do Camilo.
Um cara, como foi dito, humilde, alegre, super atencioso, e um gentleman nas pistas, viu, Shumacher?

Pablo
Pablo
17 anos atrás

Não vi, mas gostaria de ter visto Marinho andando. Pra quem, como eu, gosta de exemplos bem construídos, seria uma benção. Essa coluna é uma justa homenagem a quem realmente tem valor, tanto como esportista tanto como pessoa. Exemplos como o dele deveriam ser mais e mais divulgados no seu todo, pra quem sabe trazer um pouco mais de razão ao vazio de personalidade que assola a minha geração, aquela que pretende, e infelizmente vai, tomar as rédeas desse país dentro de poucos anos. Triste ver que pessoas como Marinho, que mesmo num dos ambientes mais ácidos que conheço manteve a postura, não se encontram mais por aí. Parabéns pelo exemplo, parabéns pelo texto. Queria pilotar 10% do Marinho, queria escrever 10% do que escreve esse Brandão…

Barba
Barba
17 anos atrás

Roberto,

Belo texto, nunca vi o Marinho correr, mas foi um dos meus ídolos, pelo que acompanhava da Autoesporte. O cara corria Malzoni e só por isso já era o máximo.

Me lembro que em 68, aqui no Rio, após o término da corrida, acho que 1.000Km,quando fomos acompanhar a festa do pódio, vi o Marinho, que já tinha abandonado as corridas, falei com meus amigos “A lá o Marinho”, ele ouviu, olhou para mim e disse: “Tudo bem?”Eu do alto dos meus 14 anos “tudo”, e voltei pra casa comentando “Pô o Marinho falou comigo”.

Quanta simplicidade e ética, os caras faziam coisas do cacête e tratavam a todos com respeito e humildade.

Valeu por resgatar uma época que não volta mais, mas está viva na nossa lembrança.

Abraço

Barba

Roberto Brandão
Roberto Brandão
17 anos atrás

Boss,
Sou obrigado a concordar com o Thiago. E não é só no Brasil, não, é no mundo todo. O problema da educação e cultura está diretamente relacionado com a única refeência e meta de todos : o dinheiro pelo dinheiro, pelo material, pelo que pode comprar.
O celular, os Big Brother, a ostentação gratuita, os engates, os sons que valem mais do que o veículo e que servem apenas para ostentar, incomodando os demais à volta. Tudo, em toda parte, enfim, cultua o material. Outros valores.
É o resultado de uma enorme onda mundial de movimento de classes sociais, o que é importantíssimo para o capitalismo manter-se vivo.
Se é bom ou é ruim, é julgamento de cada um.
Eu não gosto.

Reginaldo,
Não vou discutir Pelé aqui. Foi e é um ídolo importante para mim, e, como no caso de Marinho e tantos outros, temo que a razão será obscurecida pela paixão. Então, prefiro ficar com minhas ilusões.
Agora, que o Marinho é DEZ, isto é!

Thiago Azevedo
Thiago Azevedo
17 anos atrás

Boss

Eu disse a maioria. Digo isto, pois sempre frequentei o autódromo de Londrina. Dos jovens pilotos que correm atualmente, o mais humilde e educado é o Ricardo Zonta. E lógico, há outros também (Roberto Streit, Cristiano da Matta, Helio Castro Neves).
Não vou fazer uma listas dos pilotos que já vi dando pitis nos boxes, porque estes pitis não mudaram em nada a minha vida, e também não quero queimar ninguém. Mas te garanto que a lista é grande. São do nipe daquela molecadinha birrenta que rola no chão e esperneia quando quer um doce.
Ao contrário do pessoal que eu mencionei, que fizeram muito mais do que esta molecada.
Não é saudosismo não, acontece que o povo está cada vez menos educado, menos civilizado. E isto não é só com os pilotos não. A impressão que dá é que o Brasil, daqui para a frente, passará da barbárie para a decadência sem passar pela civilização.

Abraço

Boss
Boss
17 anos atrás

Thiago Azevedo,
esses pilotos antigos merecem todos o nosso repeito por tudo que fizerem pelo automobilismo nacional, mas dizer que os pilotos e as pessoas de hoje não são educadas nem instruidas como as daquela geração é um pouco forçado.
Vai com calma nesse saudosismo.

Thiago Azevedo
Thiago Azevedo
17 anos atrás

10
Brandão, ouvindo não só o Marinho, mas todos os pilotos falar, ou para pedir autógrafos, ou para tirar fotos, pude perceber que são pessoas diferentes. Além de educados, são pessoas instruídas, não dá para comparar com a maioria dos pilotos de hoje. Aliás, não dá para comparar com a maioria das pessoas de hoje. Foi uma geração de ouro.
Confesso que meu conhecimento acerca de suas biografias é incipente, apesar de eu ser apaixonado pelo esporte. Mas, a motivação para aprender nunca foi tão grande. O combustível sempre existiu, só precisava da centelha e esta foi produzida pelo evento Clássicos de Competição.

Arquimedes
Arquimedes
17 anos atrás

Lógico que não se trata do mesmo carro mas, na Rodovia Anhanguerra, acho que km 135 ou 140, tem um DKW branco de número 10 num posto de gasolina. Deve ser em homenagem a este.

reginaldo
reginaldo
17 anos atrás

Grande Mestre Brandão.
Como sempre, vc revive a poesia de outros tempos, outros valores de quando se tinha talento de verdade, além de carater. É senpre bom relembrar, por que, talvez, sirva de exemplo para essa garotada entender o que eles não vivenciam em lugar algum. Só não concordo com a comparação com o outro “10”.
Grande futebolista, não se discute, mas, péssimo cidadão e, o exemplo, deve ser completo. Isso, o Marinho mostrava o tempo todo. Essa história do óleo de freio quem me contou corria com apelido (esqueci o neme dele) pra evitar problemas na familia e no trabalho. Era médico e bam bam bam do Hospital dos Servidores. Putz! ficar velho é bom e ruim. Bom por que as lembranças são de tempos onde o respeito era natural. E ruim, por que a gente tem que carregar um insolente alemão nas costas que nos obriga a esquecer de tudo… nhaca….. Abração

Maurício Morais
Maurício Morais
17 anos atrás

Destaco este trecho: “Outros tempos, outras pessoas, outra formação. Este era o 10.”
Isso faz falta hoje em dia.

VIRGO
VIRGO
17 anos atrás

Mestre Brandão,
Admiráveis a lembrança de uma das personas de nossa história automobilística, e a maneira precisa e tocante de nos fazer sentir o gosto de uma outra era em que haviam outros valores, hoje esquecidos, quando não ridicularizados. Beleza de coluna! Quando crescer quero escrever como você!
Só uma observação: aquele 10 de branco não tinha nada de bonzinho. Quem o conhecia em campo dizia que batia uma barbaridade; lembra do beque alemão que teve a perna quebrada no Maracanã?

Patrão: Lembrei de você e de seu entusiasmo pelo Dick Vigarista, quando li o seguinte parágrafo, que transcrevo ” e disputávamos as corridas curva a curva, mas, em meus dez anos como piloto, jamais fui tocado ou toquei em algum adversário! Isso seria um crime e uma forma antiesportiva de disputa”.
Outros tempos e outros valores, em gente que preferia perder a corrida (e talvez o campeonato) ao invés de recorrer a uma atitude desonesta… Pessoas para serem admiradas precisam ser boas naquilo que fazem, e mais ainda, ter estofo moral para se comportar com ética, mesmo em detrimento de seus interesses imediatos.
Melhor do mundo! uma ova…

Mário César Buzian
Mário César Buzian
17 anos atrás

Tenho muito orgulho do meu nome,e muito mais por saber que a grande inspiração veio justamente dele,o Marinho DKW,um dos maiores ídolos do meu pai…
Uma pena que nasci quando o Marinho já não corria,mas eu me lembro de ter visto ele uma vez,numa comemoração de entrega de títulos em Interlagos,há mais de dez anos atrás…
Me arrependo até hoje de não ter ido falar com ele,mas sei que um dia isso fatalmente vai acabar acontecendo,pois além da paixão pelos clássicos de velocidade,fui agraciado desde o meu nascimento com um nome forte,que invoca aquele herói que pilotava os valentes 2 tempos…
Grande abraço e vida longa ao meu xará,Mário César de Camargo Filho,o Marinho DKW.

3=6
3=6
17 anos atrás

10.