Primeira morte

GUARUJÁ – O rali Dacar registrou hoje a primeira vítima fatal da edição deste ano, o sul-africano Elmer Symons, de 29 anos, que participava da prova pela primeira vez.

Curioso este mundo dos esportes a motor. As mortes no Dacar são digeridas com enorme facilidade. Lembro de apenas um texto questionando a própria existência do rali, dos mais eloqüentes, publicado na “Folha” pelos idos de 1992 ou 1993 e assinado por André Fontenelle, hoje na editora Abril.

Tentarei encontrar. Um primor de argumentação.

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Roberto Brandão
Roberto Brandão
17 anos atrás

Concordo com Henrique.
Automobilismo SEMPRE foi um esporte de grande risco. Mortes fazem parte deste esporte e de tanntos outros. Faz parte também do misticismo que o envolve.
Assistimos ao esporte, pois alguns humanos, como nós, são capazes de desafiar a morte, de maneira exímia, e saírem ilesos.
A partir do momento em que o automobilismo se tornar tão seguro, mesmo em se barbarizando, estaremos todos aptos a disputar corridas. Então, perderá uma de suas mais importantes atratividades.

Marcos
Marcos
17 anos atrás

É complicado mesmo, eu gosto pra caramba de automibilismo, mas as mortes são um fato, como morte de crianças atropeladas no meio do ralli. Uma vez eu li isso em uma pequena nota em um jornal.
mas como foi uma pequena nota, será se é verdade? e também porque nao seria? os caras andam a 160km/h no meio daquelas cidadezinhas, e sempre aparece na TV a galera em volta torcendo… é triste.
aqui onde moro morreu uma criança de 10 anos andando de kart 125cc, sozinha na pista, rodou, foi pra grama passou por cima da barreira de pneus e bateu no muro, infelizmente faleceu 2 dias depois. E nao saiu nada nos jornais, absolutamente nada.

Henrique Azevedo
Henrique Azevedo
17 anos atrás

Romeu, o risco é inerente ao esporte a motor. Absurdo seria as pessoas começarem a morrer aos montes jogando tênis ou golfe. Pilotos e equipes de apoio SEMPRE morreram e vão continuar morrendo em competições motorizadas, não importa o quão higienizado queiram fazer o esporte, não importa a quantidade de recursos de segurança disponíveis, o risco jamais será zerado e as pessoas que tomam parte nos eventos sabem disso e o fazem por livre e espontânea vontade. Aceite isso ou vá acompanhar vôlei ou boliche.

romeo scommegna
romeo scommegna
17 anos atrás

é incrível! isso não é competição. é imbecilidade. todo ano morre algum(s) competidor(es). é preciso mudar alguma coisa. como os patrocinadores despejam investimentos nesta barbárie?

André Buriti
17 anos atrás

Realmente a imprensa brasileira tem uma relação esquizofrênica com o automobilismo, ao mesmo tempo que querem promover as conquistas e vitórias dos brasileiros lá fora ficam dando destaques para os acidentes nas pistas, e tendo mortes a lamentar melhor ainda, é assim que eles encaram o automobilismo, uma forma de vender jornal, nada mais, automobilismo pra eles é mostrar o piloto no pódio ou no caixão, o resto não interessa.

Eduardo Fushiki
Eduardo Fushiki
17 anos atrás

O fato da mídia levar as mortes com tanta facilidade mostra qual o objetivo, que o mundo em geral, acha que um piloto desses tem: superar a possibilidade da morte, o desafio definitivo, presente em muitos esportes radicais.
Mas nem todos vão para isso, e o Rally fica com a tradição de rally da morte. Além disso o evento traz desenvolvimento de automóveis e colabora para o turismo desses países que tanto precisam desse capital externo, principalmente onde o rally fica mais difícil, quando deixa o continente europeu.
Mas essa prova ainda mostra que o homem ainda não é Deus, que mesmo depois do advento da internet, telefone via satálite e avanços da medicina, não se pode evitar a morte de pessoas que praticam um esporte.

Henrique Azevedo
Henrique Azevedo
17 anos atrás

A velha mania da nossa imprensa de m* de só noticiar mortes e acidentes em competições automobilísticas, ou de fazer oba-oba com brasileiros. Certeza que esse vai ser o destaque do dia e provavelmente do rali todo pra essa gente. O site de esportes da Globo, por exemplo, só segue os brasileiros e as tragédias. Quem tá ganhando? Isso é nota de rodapé, quando aparece. Análise dos competidores? Nem sonhando. E o pior é que quem ninguém que não goste do assunto vai ler sobre isso. E essas pessoas automaticamente já vão em outras fontes. Ou seja: é só pra fazer volume de notícia e dizer que fez cobertura.

Quanto a comparação F1 x Dakar: Por ano, mais de 500 competidores, entre motos, carros e caminhões tomam parte no rali. Em toda a história do Campeonato Mundial, participaram um pouco mais de 700 pilotos. O índice de mortalidade, se não é parecido, seria provavelmente contra a F1…

O tal do André nunca pensou em escrever pedindo o fim da Fórmula 1?

Christian S
Christian S
17 anos atrás

Realmente a morte no Dacar é assimilada com muita facilidade, pois que participa sabe dos riscos. Mesmo assim 8 minutos para chegada do resgate é um tempo mínimo levando-se em conta as dimensões do trajeto.
É uma pena que tenha acontecido isto mais uma vez. Mas não vejo motivos para proibirem o Dacar ou qualquer outro rali.
O que incomoda muito, é o tratamento pela imprensa chamando o Dacar de Rali da Morte, pois não é levendo-se em conta o número de participanetes (não fiz as contas) mas acho que percentualmente morreram menos pessoas nele que na F1.
E ainda pior é o fato de colocarem títulos para a notícia de hoje como (aspas) A Primeira Morte (aspas). Isto apenas demonstra que a mídia já prevê mais mortes (aparentemente torce por elas) para ter manchetes sensacionalistas. É foi a primeira sim e espero que não ocorra uma segunda. Pprimeiro, e muito mais importante, pelos pilotos, navegadores e o público) e, não em segundo, mais em um distante infinitésimo lugar para ver daqui a um tempo as noticias e verificar que a mídia errou como se todos fossem FOCAS, pois vai faltar a segunda morte.