Mil Milhas 2007: fim ou começo?

SÃO PAULO (há alternativas) – A FIA confirmou que o WTCC começa em março com uma etapa em Curitiba e também a inclusão das Mil Milhas, desde o ano passado sob controle do empresário e piloto Antonio Hermann, no calendário da Le Mans Series.

Sobre WTCC: ótimo. A pista foi aprovada, depois de muitas críticas no ano passado. É bom para o país, e especialmente bom para Curitiba, receber uma prova desse nível aqui. Afinal, é um Mundial.

Sobre as Mil Milhas: a corrida vai fechar, em Interlagos, a temporada da categoria que, hoje, pode ser chamada de Mundial de Esporte-protótipos. Aquela mesma que nas décadas de 60, 70, 80 e 90 consagrou maravilhas como os Porsche 917, os Ford GT40, muitos modelos da Ferrari, da Matra, da Jaguar, da Mercedes, da Peugeot e, atualmente, tem na Audi seu grande nome — embora a marca alemã participe da American Le Mans Series, por interesses mercadológicos, com seu impressionante R10 turbodiesel.

Na Le Mans Series, correm protótipos e GTs, tudo no mesmo grid, com divisões por categoria. A maioria deles também participa das 24 Horas de Le Mans, prova que se sustenta por si e não faz parte de campeonato algum.

Largam, em média, 50 carros por corrida. O calendário tem apenas seis provas: 1000 Km de Monza (13 a 15 de abril), 1000 Km de Valência (4 a 6 de maio), 1000 Km de Nürburgring (29 de junho a 1º de julho), 1000 Km de Spa (17 a 19 de agosto), 1000 Km de Silverstone (14 a16 de setembro) e Mil Milhas Brasil (9 a 11 de novembro).

A inclusão das Mil Milhas na LMS enterra de vez as Mil Milhas que nasceram em 1956 em Interlagos. No ano passado, a prova ainda era aberta a carros brasileiros, apesar do altíssimo custo.

Digo que enterra porque não há, no Brasil, protótipos em condições de correr na LMS. Nem equipes aptas a disputar uma prova dessas. Os carros são homologados pela FIA, submetidos a crash-tests rigorosos, etc. e tal. Não temos veículos brasileiros que atendam a todas as exigências.

Isso é bom ou é ruim?

Do ponto de vista do público, é maravilhoso. Trazer os carros mais belos do mundo para correr em Interlagos é uma vitória de Hermann, que pretendia, inicialmente, incluir as Mil Milhas no Mundial da FIA GT, o que acabou não acontecendo. No laço, conseguiu a LMS, e se você quer saber, é bem melhor. Não bastassem os carros, a turma que os pilota é da pesada. Nomes como Hideki Noda, Nicolas Minassian, Jean-Marc Gounon, Shinji Nakano, Jan Lammers, Alex Yoong, Emmanuel Collard, Jean-Christophe Boullion e Pedro Lamy, entre eles. E se a Peugeot gostar de Villeneuve e a recíproca for verdadeira, Jacques corre também.

Do ponto de vista do automobilismo brasileiro, é ruim, de imediato. Porque é inevitável constatar que uma prova que em sua primeira edição quase foi vencida por um Fusca mudou completamente seu caráter. Haverá pilotos brasileiros, sim: Tony, Helinho, Erdos e muitos outros, dependendo de negociações. Mas o tempo das carreteras, dos Voyage, dos Gol, dos Opala, dos Aldee, dos Tubarões, dos Omega, pelo menos para esse novo formato das Mil Milhas, acabou.

(Na verdade, já acabou há algum tempo. As últimas edições das Mil Milhas foram patéticas, com a “turma da garagem” levando couro dos milionários que tinham grana para alinhar Audi e Mercedes de DTM, Porsche GT3, Ferrari, Aston Martin, Lister e o escambau a quatro.)

É uma pena? É. Mas pode ser o início do fim de um isolamento tecnológico que o Brasil experimenta há anos, no que diz respeito às corridas. Nada impede que brasileiros construam protótipos atualizados e competitivos, que cumpram as exigências da FIA, e, por que não?, levem seus carros para correr todas as etapas da Le Mans Series. Há tecnologia para isso aqui.

Nos anos 70, lembrem-se, a equipe Hollywood foi correr em Zeltweg. Naquela época, havia correndo por aqui mais de uma Lola, Porsche ou Ferrari, trazidos e modificados por times e pilotos brasileiros. Deles derivaram muitos protótipos nacionais, que não fariam feio lá fora. Não há mais. Se houvesse, poderiam correr nas novas Mil Milhas da era LMS.

Aquela velha prova com largada à meia-noite, para competidores brasileiros, virou história, portanto. Aqui, parênteses. Sempre fui a favor de largar à meia-noite, como manda a tradição. O problema é que também vivemos outros tempos, e passei a compreender o início diurno da corrida. Primeiro, por segurança esportiva: quanto mais se correr com luz natural, melhor. Segundo, por segurança patrimonial. Em Interlagos, de madrugada, os riscos de assaltos e roubos e invasões são enormes. Outro dia roubaram a câmera de um cinegrafista que estava lá pelos lados da Junção. Fechados os parênteses.

Voltando às velhas Mil Milhas… Virou história, mas há alternativas para corridas de endurance, como os 500 Km de Interlagos, as 12 Horas de Tarumã, quem sabe ressuscitar as 24 Horas de Interlagos, ou mesmo esse GP São Paulo, que teve uma reedição mambembe neste ano… Enfim, basta querer e se mexer. Existe até um Brasileiro de Endurance, para quem não sabe.

A definitiva internacionalização das Mil Milhas é um caminho sem volta, goste-se ou não disso. Os órfãos daquela corrida, e me refiro aos participantes, terão de encontrar o seu, agora. Que pode ser, até, e isso seria o ideal, repensar o que se faz no automobilismo brasileiro em termos de protótipos e carros GT. Para que, num futuro próximo, eles possam ocupar seus lugares no grid das Mil Milhas com carros mais modernos, seguros e competitivos. Tirando o Brasil da inércia em que se encontra.

Acho difícil isso acontecer. Mas é a única via a seguir.

Quanto às novas Mil Milhas da Le Mans Series, o desafio dos organizadores é um só: encher o autódromo. Porque a qualidade da prova está mais do que garantida com os pesos-pesados que virão.


O carro da Peugeot que estará em Interlagos

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sidnei magnani
sidnei magnani
17 anos atrás

Porque você criticou a participação de um FUSCA na 1ª mil milhas , como se fosse uma humilhação. Já que voçê corre com um DKW, não deveria falar assim , pois o FUSCA fez e ainda faz muito bonito nas provas que participa. E essa classic divisão 3 , BMW , CHEVETTE, e vários com motor AP , está pareçendo a nossa STOK CAR horrivel.

Ivo Sznelwar
Ivo Sznelwar
17 anos atrás

Bem colocado, Flávio.
Betto: nada a ver com o sistema de unidades adotado. É só o nome da prova mais tradicional, com mais de 50 anos. O AH ficou com a prova, manteve o nome e o pessoal do LMES quis assim também.
Como todos os eventos procuram visibilidade na TV, estes de Endurance “longos” deveriam ser com tempo determinado, não por distância. Assim a TV saberia exatamente quando termina a prova. Esta corrida, se disputada integralmente sob chuva, poderá durar até uma hora e meia a mais…

Müller
Müller
17 anos atrás

Tem tudo para ser um sucesso! Só falta o detalhe que vi apenas umas duas pessoas comentando: o preço do ingresso.
Eu moro na Baixada Santista e costumo subir para assistir até corrida de formigas em Interlagos, mas a somatória ingresso caro, gasolina, alimentação e pedágio mata qualquer um. Um ingresso de Stock Car ainda dá para aguentar, mas um ingresso do setor G para F-1, só uma vez por ano!!!

Leandro
Leandro
17 anos atrás

Excelente comentário Gomes….disse tudo!!!!

Pedro Jungbluth
Pedro Jungbluth
17 anos atrás

Ótima visão do assunto, Gomes.

Betto D'Elboux
Betto D'Elboux
17 anos atrás

“Largam, em média, 50 carros por corrida. O calendário tem apenas seis provas: 1000 Km de Monza (13 a 15 de abril), 1000 Km de Valência (4 a 6 de maio), 1000 Km de Nürburgring (29 de junho a 1º de julho), 1000 Km de Spa (17 a 19 de agosto), 1000 Km de Silverstone (14 a16 de setembro) e Mil Milhas Brasil (9 a 11 de novembro).”

A pergunta que não quer calar: por que as provas internacionais são em quilômetros e a nossa em milhas???

Daniel
Daniel
17 anos atrás

Flavio, não sei se voce sabe, mas em Londrina, tem uma competição chamada 500 Milhas de Londrina, que este ano terá a sua 16ª edição e será realizada no dia 08 de dezembro. Em 2006 tivemos um grid de 48 carros , entre prototipos Spyder, MCR, Gol, Palio, Voyage, Uno e o Speed Fusca. Só pra lembrar a corrida é realizada no sabado com largada as 16 horas e termina 23 horas. Covidamos os paulista para participar , mas somente um carro de São Paulo. apareceu. Achamos que com o assassinato das Mil Milhas da forma orginal (com carros nacionais), achamos que os pilotos de São Paulo iriam aparecer, mas não vieram.

Adilson Faltz
Adilson Faltz
17 anos atrás

Nossa, li o post do Veloz HP sobre o ocorrido no Centauro com o Roberto Moreno, que absurdo, que falta de respeito, que amadorismo, que ganância… num cenário desses não tem nem o que discutir, que o Hermann consiga fazer dessa “nova” Mil Milhas um sucesso.

1GT
1GT
17 anos atrás

Oi gente…a história desse comunicado é que navegando pela web me deparei com ele justo quando estav lendo esse texto do blig e resolvi divulgar…Afinal, quanto mais informação, melhor, mesmo que seja para esclarecer…

Esse tipo de anúnciode factóides está tão comum, que o release 2007 do campeonato brasileiro de endurance, o texto é o mesmíssimo de 2006, como se um estagiário preguiçoso tenha pegado e compiado o texto anterior, apenas trocando a data…

Tohmé
Tohmé
17 anos atrás

É Veloz HP,
O Centauro Motor Clube há tempor virou essa m.erda que você falou. Por isso perdeu tudo o que construiu.
Pena que tenha sido com o grande pequeno Moreno, que você tenha encontrado a realidade desses canalhas.

VELOZ-HP
VELOZ-HP
17 anos atrás

Vou contar agora uma história que aconteceu a 5 anos atrás.
Era um sábado, próximo da hora do almoço, e eu estava na loja de motos clássicas Recar do meu amigo Zézé junto com o seu gerente de vendas da época, o Nelson “Pitoko”.
Eis que chega o Roberto Pupo Moreno e foi aquela bagunça.
Eu o abracei e rapidamente o peguei no colo e o joguei para o Zézé que fez o mesmo jogando-o para o Pitoko.
Depois nós 3 ficamos jogando-o para o alto com ele berrando “Po.rra seus F.D.P vou vomitar a feijoada em vocês.”
Após essa pequena festa em homenagem ao fera, ficamos na sala do Zézé conversando sobre a vida dele no passado, presente e futuro.
Muitas aventuras em 2 rodas, rachas enlouquecidos pelas madrugadas de Brasília, seus “furtos” dos ônibus, Nelson Piquet, enfim, tudo.
Num dado momento ele disse que gostaria de participar das 1000 Milhas. Na ora nós 3 pulamos da cadeira e falamos a ele que as inscrições já estavam abertas para a prova daquele ano.
“Mas não tenho carro para correr”, respondeu ele.
Retruquei que um piloto do nivel dele correria com o carro que ele quisesse, bastava avisar as equipes participantes que ele estava disponivel e disposto a correr que quase todas o convidariam.
Ora, quem não iria querer o Moreno na sua equipe ?
Que patrocinador não iria querer ter o seu nome vinculado a êle ?
Saimos imediatamente e nos dirigimos a pé ao Centauro Motor Clube que ficava a apenas um quarteirão de onde estávamos.
Zoamos com ele até na hora de atravessar a Av. São João quando eu e o Pitoko o pegamos pelo braço e o levantamos no ar com o Zézé segurando suas pernas.
Ele ria sem parar e dizia que às vezes é uma mer.da mesmo ser pequeno e leve….
Lá chegando demos de cara com o Zé Roberto que assumiu o Centauro com a morte do Eloy.
Ali estava o “presidente” do clube com suas baratas amestradas em volta só pensando no dinheiro das inscrições e propaganda.
Quando chegamos e anunciamos que alí estava o Roberto Pupo Moreno um dos melhores pilotos brasileiros em atividade, aquele que o Piquet disse que pilotava mais que êle, etc., etc., todos ficaram olhando para êle sem saber quem era.
“Roberto quem ?”
“Moreno”, respondeu o Pupo.
“Não sei quem é, mas a inscrição custa tanto e presiso da sua carteira de piloto”, respondeu o Zé.
Nesse momento não me contive e avancei pra cima do rato para agredi-lo.
O próprio Moreno me segurou junto com o Zézé e disse para irmos embora.
Em respeito a êle e ao constrangimento que passaria com essa minha atitude aceitei o argumento e saimos daquele chiqueiro humano.
Pelo resto da tarde o Moreno ficou cabisbaixo e meio deprimido com tudo aquilo.
Pela festa que fizemos com a sua chegada, a nossa “intimação” para participar da corrida que ele tanto queria arrastando-o pela rua até o Centauro foi tudo muito alegre e divertido para êle, um reconhecimento do seu talento e sua importancia na história do automobilismo, mas, com o que aconteceu lá dentro do Centauro com o rato e suas baratas, foi um choque térmico terrivel e imerecido para êle. Todo piloto de ponta precisa de reconhecimento dos fãs, até mesmo aqueles que dizem que não.
Então senhores, essa é uma pequena amostra do que virou, à época, o Centauro Motor Clube de tanta história e tradição desde a sua fundação pelo Eloy Gogliano, Chico Landi e Wilson Fittipaldi.
É uma das histórias mais tristes que conheço no nosso automobilismo e posso falar até com conhecimento de causa pois fui diretor adjunto do clube por 10 anos, de 1987 a 1997.
No tempo do Eloy havia vida honesta por lá, havia amor ao esporte e uma eterna celebração ao motociclismo e automobilismo.
Quando êle se foi tudo isso foi junto e o que ficou agora são só boas recordações distantes e péssimas lembranças recentes.

Milton M Bonani
Milton M Bonani
17 anos atrás

Olá Ricardo Bifulco,

Que tal você fazer uma réplica desse Peugeot, hein?

ricardo bifulco
ricardo bifulco
17 anos atrás

Oi Flavio, Oi pessoal!

Flavio,
Nota 1000 para esta materia que vc postou. Brilhante, equilibrada e imparcial.

Eu adoro o formato antigo das Mil milhas e respeito imensamente todos os carros e pilotos que nela correram, caso contrario eu nem construiria minhas replicas. Por outro lado, acredito que se nao houvesse esta iniciativa de dar uma outra dimensao à prova atraves da gestao nova, a corrida continuaria às moscas.

Talvez, seja este o inicio de um novo ciclo desta prova.

Agora, desculpem: O que o Centauro fez p promover a prova enquanto tinha os direitos sobre a mesma???? colocava “uma” misera faixa na semana da corrida na marginal tiete: “Mil Milhas em Interlagos”.
Isto é amadorismo puro. Vai p o inferno.

Vamos ver se este ano, com a devida divulgacao, preços justos, teremos um belo espetaculo.

com sinceridade, do ponto de vista tecnico, foi uma das melhores corridas que eu assisti em 2006.

Um abraço,

Luiz Eduardo
Luiz Eduardo
17 anos atrás

Tenho saudades das antigas 1000 milhas, que tinha o grid mais lindo dentre todas as categorias nacionais. Mas como o próprio FG disse, reconheçamos que alguns magnatas já estavam humilhando os nssos bravos “garagistas” ou mecânicos mesmo que, a cada ano mostravam toda sua criatividade e capacidade de improviso com suas máquinas. Ou seja, excesso de dinheiro, em alguns casos, pode ser igual a excesso de remédio: mata. Mas a LMS é muito atraente também. Quanto aos nacionais deveriam em primeiro lugar pensar num bom regulamento que valorizasse muito o antigo espírito das 1000 milhas, que poderia vir a ser as 1001 Milhas de Interlagos, p.ex.

marcos ferreira
marcos ferreira
17 anos atrás

Pessoal,

Além dessa materia do Centauro nao ter validade, vale lembra que o Centauro não é mais filiado a FASP e CBA. De tanta falcatrua e dividas, resolveram desfilia-lo. Essas são as notícias que tenho. Vamos ligar na FASP e verificar.

Milton M Bonani
Milton M Bonani
17 anos atrás

Eu adorava os 500 KM de Interlagos. Nem sei se ainda existe essa prova. Esse Peugeot é impressionante. Lindo.

Juncker Boy
Juncker Boy
17 anos atrás

Bom dia, sobre as 1000 milhas so espero que nao cobrem muito caro… e muito menos que se faça igual a stock… que nao tem mais lugar para o publico… so para as empresas….

RUBENS FERNANDES JUN
RUBENS FERNANDES JUN
17 anos atrás

Com o prestigio do sr Flavio pode ser criada uma prova , mil quilómetros por exemplo, ou, 500km
com carros nacionais divulgados pelo vosso blog que já tem muita força,para quem goste e queira assistir. Eu gostaria muito de prestigiar um evento desse gênero. Acredito que a formula classic tem a força de hoje por conta de vosso blog e prestigio. Desculpe , apenas estou dando minha opinião como adimirador das corridas dos carros clássicos e deste blog. Abraços a todos.

Lucas
Lucas
17 anos atrás

Ah, mas sei lá…. gosto das mil milhas em seu formato original, mas os tempos mudaram. Acho que prefiro que ela mude seu conceito e seja uma prova viva do que permaneça como sempre e morra ficando apenas no imaginário das pessoas.

É a minha opinião pelo menos.

Renato de Portugal
Renato de Portugal
17 anos atrás

Sr. Como disse e bem Romeu e José Carlos é muito bem vinda a chegada definitiva de eventos desse nível no Brasil. Louco seria aquele que não quizesse isso. Ísto é o óbvio. A questão aqui é porque em cima das Mil Milhas. Porque não criar uma prova de específica para o evento. Qualquer coisa com mil kilômetros provavelmente.

Rodrigo Mattar
Rodrigo Mattar
17 anos atrás

Ao contrário do que o Centauro pensa ou deseja, ou ambiciona, as Mil Milhas não voltarão às mãos deles. Se a FIA referendou o Hermann como o legítimo promotor do evento, não há mais o que discutir. Caberá a ele trazer entre os mais de 50 possíveis inscritos para o campeonato deste ano, o maior número de carros de fora que ele puder. Inclusive dos EUA, que correm com regulamento semelhante. E a American Le Mans Series já terá terminado.

Gomes
Gomes
17 anos atrás

A fonte do amigo que postou abaixo é o próprio Centauro, que está tentando disseminar um fato não consumado. Eu já sabia que eles iriam divulgar um comunicado antes de escrever sobre o assunto. Mas é ficcional. Eles não podem rescindir o contrato unilateralmente. Há um dado nessa história que me foi relatado em off, e virá à tona se os envolvidos assim o quiserem. Como não fui autorizado a tornar público, não o farei porque respeito minhas fontes. De qualquer forma, é informação que me permite assegurar que as Mil Milhas da LMS não estão ameaçadas.

Quanto ao Centauro, glorioso Centauro, nem sede tem mais. Foi tomada por falta de pagamento. E seu acervo de milhares de fotos, documentos, mapas de corrida, fichas de inscrição, troféus e filmes está, literalmente, sendo comido por baratas. “Seu” Eloy deve estar se remexendo no túmulo, coitado.

É sobre isso que o atual Centauro deveria vir a público para dar explicações. Seu acervo é rico demais para ficar na mão de meia-dúzia de arrivistas. Sua história é bela demais para alguém estabelecer preço por ela.

Maurício Morais
Maurício Morais
17 anos atrás

Boas vindas então à Le Mans Series.
Concordo com suas idéias Flávio.
E vamos ressucitar alguma prova como as 24 Hs de Interlagos para os brazucas correrem com suas traquitanas,

Roberto Aranha
Roberto Aranha
17 anos atrás

Acho que observações devem ser feitas sobre este tema.

As 1000 milhas sempre representaram a competencia da capacidade criativa dos tecnicos e pilotos brasileiros em 35 dos seus 51 anos de existencia,montando fantasticas carreteiras para as 12 horas de corrida com cultura tecnica exclusivamente brasileira. Chevrolet 31 com cambio Ferrari,só no Brasil, Opala com motor de Nascar só o Daipi,
um Malzoni 1000cc quase vencendo a carreteira V8 do Camillo .
A vitoria do Zeca Giafone de Opala sobre a Mercedes do Boesel e o Porsche do Elio Seikel na prova de 89, confirmou isto.

Mas Automobilismo é performance , e isso se obtem com investimento,e pesquisa.
Temos que deixar de ser saudosistas e admirar o caracter internacional FIA ,que as 1000 Milhas adquiriram permitindo à pilotos e tecnicos terem contato com tecnologia e performance de ultima geração.
E nos, o publico, possamos ouvir DBRs V12 à 8000 giros

Por que criticar os que puderam trazer e competir com estes carros para nos? São estes patrocinadores,empresários e banqueiros que permitiram que pilotos, como Pedro Lamy dividissem a pilotagem em uma Mercedes DTM campeã Mundial , com o Giuliano Lossaco.

Baixar tempo em automobilsmo não é nem nunca será sinonimo de economia.

A ser aplaudida deve ser a iniciativa de competidores e dirigentes em promover e perpetuar a criatividade mecanica brasileira em categorias como a super classic, e por que não em uma Mil Milhas classica?

comentem

Vitor, o de Recife
Vitor, o de Recife
17 anos atrás

Que carro…

Alguma tv aberta vai transmitir ao menos a prova do Brasil?

Vivian Z.
Vivian Z.
17 anos atrás

Nossa!!! Essa eu não perco por nada….
Mas como fica essa história da Centauro, descrita abaixo??????

Caio
Caio
17 anos atrás

Olhei a foto do Peugeot e pensei: “Voyage? NO WAY!!!!!!!!”

Beren
Beren
17 anos atrás

FG, excelente texto, muito lúcido. Parabéns.

VELOZ-HP
VELOZ-HP
17 anos atrás

1000 Milhas Brasileiras nunca foi isso que virou hoje.
Era a única corrida feita para os mecânicos pois, podiam inventar e criar qualquer coisa que sua experiência e criatividade aliada ao dinheiro disponivel pudesse conjugar.
No “Clássicos de Competição” em Interlagos vimos uma recriação do Malzoni do Emerson e Balder que foi considerado o vencedor moral de 1966 dessa corrida.
Era um carro de 1000cc pilotado por dois garotos ótimos de braço que quase venceram a maravilhosa carreteira do Camillo após 1600 km de luta.
Isso é 1000 Milhas Brasileiras em Interlagos, não isso que puseram no lugar.
Não sou contra essa categoria, ao contrário, acho-a linda e muito interessante porém, nada justifica matar as 1000 Milhas e sua filosofia única de preparação para colocá-la no lugar.
Percebam que o espírito de Le Mans nunca morreu, ao contrário, foi evoluindo metodicamente até tornar-se uma categoria mundial, chamada até com o nome da pista onde nasceu.
Isso tudo, na verdade, é o retrato vivo do que se transformaram as mentes humanas em qualquer conceito da vida.
Quando começou a comprar almas, o diabo inventou a sociedade de consumo.
Imbecis fazendo fila para vendê-la não falta neste mundo, e o valor é bem pequeno.

Helio
Helio
17 anos atrás

Muto bom sim, ultimamente a Mil milhas só servia para dar título a empresário rico dono de supermercado, banqueiro. pilotos frustrados. Agora teremos competição de verdade com pilotos de ponta e carros de última geração.

1GT
1GT
17 anos atrás

Flávio..atualiza a notícia pq como se diz aí por tuas bandas…a casa caiu mano…
Reproduzindo a notícia:

O Centauro Motor Clube, que desde 1956 realiza a prova automobilistica “Mil Milhas Brasileiras” , também conhecida como “Mil Milhas de Interlagos”, rescindiu o contrato celebrado com o Empresário e Piloto Antonio Hermann, celebrado em 2005, cedendo-lhe o direito de realizar a mencionada prova automobilística. É que, tendo o referido evento sido incluído, por força de lei, no Calendário das comemorações do aniversário da Cidade de São Paulo, deveria ele ser realizado entre os dias 18 á 28 de janeiro. Antonio Hermann, alegando dificuldades com a organização da Prova, especialmente no que concerne a sua parte internacional, deixou de realizar a corrida no ultimo mês de janeiro,, pretendendo realizá-la em outra data. O Centauro não pode concordar com a mudança da data, por força da mencionada legislação municipal. Rescindido o contrato, o Centauro já está estabalecendo contatos, no Brasil e no Exterior, buscando novos parceiros para as Mil Milhas de 2008.

Fonte: Centauro Motor Clube

UNCLE BERNIE
UNCLE BERNIE
17 anos atrás

Repetindo o que já disse ontem acerca da foto do Piquet…

ESSE É O TESÃO DO AUTOMOBILISMO

Antônio Vieira
Antônio Vieira
17 anos atrás

Deixa eu pensar: uma corrida tem Aston x Audi x Ferrari x Porsche x Pescarolo x Corvette e a outra tem… o que mesmo? Por favor, não tem nem comparação! Posso imaginar a frustração dos pilotos e equipes de endurance nacionais, mas não tem mais sentido promover corridas com Gol, Voyage e Aldee. Será que o público nacional tem interesse? Se isso é o que resta do automobilismo nacional, então ele já acabou mesmo (grande constatação!…). Existem categorias de menor expressão em todo lugar. Não tem mais sentido promover uma das mais tradicionais provas do automobilismo somente com carros defasados (de tudo) e estrutura semi-profissional. Outras provas podem ser destinadas às categorias “menores”, mas as Mil Milhas precisam de público, e o público tá cansado de ver Gol (eu vejo Gol correndo há mais de 20 anos!). Que cobrem um preço decente, porque automobilismo é caro e se a gente quer estrutura precisa estar disposto a pagar por ela, também. No Brasil existe essa mania de pensar que a gente merece tudo sem precisar pagar quase nada… Cobrem o preço justo, vou estar lá e vou assistir ao espetáculo das Mil Milhas da LMS! As equipes profissionais do Brasil, aquelas que tem recursos, patrocínios e pilotos de primeira linha, podem buscar sua inscrição no prova.

jose carlos
jose carlos
17 anos atrás

cada dia que passa a situacao piora e a globalizacao acaba com o automobilismo de raiz que ate na europa sobrevivi junto com a tecnologia
FG mostra toda hora corrida de furgao,campeonato de carros por fabrica dando acesso aos icones bem como dando acesso aos joao nimguem da europa
e nos?quem vai defender o interesse do automobilista brasileiro?quem deveria defender os nossos interesses so pensam em interesses milionarios e grandiosos esquecendo e humilhando nos que somos o cerne do automobilismo brasileiro
nossos cartolas tinham que descer alguns degraus e nao esquecer de procurar maneiras de facilitar o automobilismo mais simples pois foi deste automobilsmo que sairam os mais importantes icones do automobilismo mundial
renovacao e refrigeracoa de ideias novas e dentro de nossa realidade terceiromundista

Romeu
Romeu
17 anos atrás

Ttudo bem, vamos modernizar, vamos evoluir, vamos nos adequar ao mundo e automobilismo moderno, e blá, blá, blá, blá, blá blá.
Mas por que tocar no santo nome das Mil Milhas em vão?
Já que os autais “donos” da cocada preta, tem grana, tem prestígio internacional, tem patrocinio, tem banqueiros nas costas, por que não promovem uma corrida moderna dentro dos padrões internacionais, baseados nos FIA GTou LMS ou qualquer outra sigla essas e deixem as Mil Milhas como tradicionalmente sempre foram?
A essencia das Mil Milhas, sempre foi a criatividade, os carros de oficinas pequenas, de preparadores dedicados e do improviso.
E se hoje estão afastados é justamente pela incerteza, da realização ou não da prova, do seu regulamento cheio de duvidas e “truques”.
Inclusive se todas as etapas são de 1.000 Kilometros, por que “cazzo” essa gente sismou que a etapa brasileira tem que ser de Mil Milhas?
Já estupraram, trucidaram e assasinaram o Autódromo de Interlagos, e agora vão fazer o mesmo com as Mil Milhas…
Que saco!

Christian S
Christian S
17 anos atrás

Muito bonito este carro! Qaunto custa ? Se não for muito caro podemos fazer uma vaquinha (este termo ainda está em utilização) aqui no blog e corremos 5 minutos cada um!!!! Que tal?

André de Itaiópolis
André de Itaiópolis
17 anos atrás

Tb achei lindo esse peugeot e olha que eu não gosto de carro francês. Sobre o WTCC vale resaltar que é uma etapa do campeonato mundial e não um tal de jogos mundiais de verão. :)
Abraço

Hélio Carreira
Hélio Carreira
17 anos atrás

Lindo …

Abraços

Renato
Renato
17 anos atrás

Só quero saber quanto vai custar o ingresso. Dependendo não vai encher nada…
Se nas Mil Milhas do ano passado os que pagaram R$ 60,00 já tomaram cano, imagine o que por aí…

pauloaidar
pauloaidar
17 anos atrás

I M P R E S S I O N A N T E esse Peugeot !!!!

reginaldo
reginaldo
17 anos atrás

è o último off tópic: prometo. Seguinte macacada: estarei em floripa na sexta feira. Se alguem de lá quizer subir pra sampa comigo, direto para o Templo, mande mail ou telefone (011) 9897.0163. Garanto 2 lugares, mas não a volta. só a vinda. Abraços…Reginaldo Natrock:

Conde
Conde
17 anos atrás

Lindo . E eu que achava meu 307 bonito .
Airton , Tb fiquei curioso . Mas deve ter uma porta no lado direito ou então a bolha do cockpit levanta , como um caça .

dedo estropiado
dedo estropiado
17 anos atrás

Vai encher o autodromo, aliás o templo (FG precisa muita divulgação,segurança,preço de ingresso,comida a vontade,BANHEIROS LIMPOS),sentirei saudade da velha Mil Milhas assistí a primeira em 1965, mas como tudo passa esperemos que esta novidade que veio dar a praia, se confirme.

Episcopo
Episcopo
17 anos atrás

Se houverem muitos órfãos da tradicional Mil Milhas, que criem (como vc disse) novas provas e campeonatos !! Todos nós agradecemos…
Quem sabe isso não acontece ? Sonhar não custa nada…

Airton
Airton
17 anos atrás

Eu só queria saber por onde o piloto entra nesse carro da foto…

Aliandro Miranda
Aliandro Miranda
17 anos atrás

É o progresso, Flavio. E se não o acompanhamos, é problema nosso.

Que venham os importados!

Pablo
Pablo
17 anos atrás

Que assim seja, Gomes… Que assim seja…

Eu quase desisti de me profissionalizar em engenharia de competição por falta de horizonte aqui no Brasil. Se esses novos acontecimentos acordarem as empresas e isso começar a gerar tecnologia com investimento de capital nacional, sou o primeiro a aplaudir.