Da dura poesia concreta

SÃO PAULO (cinza e belo) – Já disse aqui mais de uma vez que minha maior frustração é não ter tido talento para ser arquiteto. E também não tocar violão, ou flauta. O que não me impede de ver São Paulo com olhares admirados, de vez em quando.

E mais ainda agora, já o prefeito-quibe conseguiu o que eu imaginava impossível: limpar as ruas de sua poluição visual. Como escreveu Fernando Meirelles, permitindo que a gente deixe de ler a cidade para vê-la.

Morei, no começo dos anos 70, num conjunto de casinhas geminadas perto da Chácara Flora que eram todas feitas em concreto aparente e quase não tinham ângulos. Tetos em curva, paredes idem, pé-direito alto, cores internas fortes e acrílicas. Um charme. Passo lá de vez em quando. A maioria dos moradores, sem a menor sensibilidade para a beleza daquela arquitetura, encheu as casas de grades, muros, puxadinhos, porcelanatos, azulejos. Um horror.

Perto da TV, uma dessas lindas obras de concreto aparente é o edifício Spazio 2222, projeto de Décio Tozzi de 1996.

Custa acreditar que um prédio assim exista em SP, com um conceito tão inovador e diferente daqueles monstrengos “clássicos” que pipocam aqui e ali. Outro dia, passando pelo Planalto Paulista, vi um outro, edifício Modular Alfa, que tem os irmãos Beta e Gama, acho, este último em Moema. Todos com muito concreto e vidro, verdadeiras obras de arte, mas certamente subvalorizados por conta da megalomania da metrópole com seus ofurôs e espaços gastronômicos.

Não achei fotos deles na internet. Se bem me lembro, eram todos da construtora Forma & Espaço (minha casa também, desconfio), empresa que nos anos 70 foi um sopro de modernidade na arquitetura paulistana. Também não achei referência nenhuma na internet.

Assim, peço ajuda aos universitários que souberem do destino da Forma & Espaço. E recomendo a todos que olhem o concreto com outros olhos, de vez em quando.

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loli
loli
15 anos atrás

Não sou arquiteta, mas tenho alguns na família. Algumas obsrvações aqui me deixaram revoltada com a falta de educação e sensibilidade de alguns.
Resido num Edifício da Forma & Espaço e sempre respeitei os arquitetos que o bolaram. Além do ótimo espaço que oferece ele é totalmente aproveitado permitindo as mais diversas reformas., ele dá um conforto que muitos novos edifícios classe A não oferecem: aquecimento central a gás (que apesar de caro ) te permite uma ducha com uma pressão que poucos tem.
Qual apartamento de 2 dormitórios tem hoje 96 m 2?????
E a garagem do prédio tem uma área de circulação incrível que qualquer motorista inexperiente consegue estacionar…

Aprecio a criatividade dos prédios da Berrini, os Bratke são muito bons.

Alexandre Tozzi
Alexandre Tozzi
16 anos atrás

Bom Dia
Muito bom ver que o meu parente foi citado neste te Blog eu sou primo do Décio Tozzi, mas uma correção a estrura que foi mostrada na foto teve a participação do artista plástico Claudio Tozzi irmão de Décio.

Humberto
Humberto
17 anos atrás

Bacana, Flávio. Mais uma vez, obrigado pela lucidez espalhada por aqui. abraço. Viva a arquitetura…

Leonard
Leonard
17 anos atrás

A todos que comparecem com essa manjadissima frase sobre arquitetos citada poeticamente pelo Tião
Se não fossem os arquitetos, não haveriam cidades como as conhecemos, não haveria classicismo, não haveria modernismo e tudo seria no mínimo diferente.
Fazendo um exercício mental de reconstrução de um mundo sem arquitetura, poderíamos nem ao menos existir mais. Na arquitetura se repousam muitos avanços humanos como infra estruturas sanitarias, os grandes aqueductos romanos foram projetados por arquitetos bem como as ruas pavimentadas e com rede de esgotos dos romanos tiveram a participação de arquitetos.
O que seria do mundo sem as piramides, sem a acrópolis, Coliseu, e todas nossas referencias de moradia, trabalho, lazer, educação, urbanismo, paisagismo, transporte tudo passa pela arquitetura.
Antes de falar versinhos sobre os arquitetos as pessoas deveriam refletir sobre sua real importância na historia da humanidade

tatu o da rondonha
tatu o da rondonha
17 anos atrás

como diria um amigo meu…. o cara pra ser arquiteto ele não foi macho suficiente para ser engenheiro civil e não foi gay o bastante pra ser decorador ou paisagista, então ele resolveu ser arquiteto.

Mayara
Mayara
17 anos atrás

Arquitetura não é um assunto para apedeutas.
tiao aleluia, pelo jeito, vc é aquele tipo de homem que não foi competente ou abonado o suficiente para ser piloto, nem educado e instruído o suficiente para se comportar em uma mesa sem causar constrangimentos aos acompanhantes.

tiao aleluia
tiao aleluia
17 anos atrás

Arquiteto eh um cara que nao foi macho suficiente pra ser engenheiro e nem %!$&#o bastante pra virar estilista.
Enfim um sujeitinho no minimo estranho….

Marcelim
Marcelim
17 anos atrás

“Mas fiquei com uma dúvida: qual terreno é mais árido, arquitetura ou cinema?”

Depende do cinema.

O Meirelles fez um filme interessante, humano, condizente com a sua personalidade e que foi um sucesso, o “Jardineiro Fiel” e agora fará a versão cinematográfica do “Ensaio sobre a cegueira”.

Já Bruno Barreto foi direto para o lado comercial da coisa e fez o horrendo e merecido fracasso “View from the top”, que nem com a badalada na época, Gwneth Patrow, vingou.

Um deixou duas belas obras, já o outro, que aliás não é arquiteto, deixou apenas um mico semelhante aos banais neoclássicos que pululam pela capital paulista.

Mayara
Mayara
17 anos atrás

p.s. perdão pelos erros .

Mayara
Mayara
17 anos atrás

Gostei muito da maioria dos comentários. Parece que muitos aqui gosta de arquitetura, incluindo FG. A Documenta Vídeo Brasil produziu um bom DVD do Arquiteto Vilanova Artigas ( tem no Instituto Tomie Ohtake ), uma referência de qualidade e conteúdo para quem aprecia Arquitetura.
Entre os atuais, gosto do trabalho dos irmãos Aires Mateus, Portugueses que estão produzindo um belo trabalho minimalista na linha da tradicional arquitetura portuguesa.

reginaldo
reginaldo
17 anos atrás

Em Santos moro no segundo edificio construído na cidade. Tem a minha idade – 60 anos. ´pe direito de 3,20 – precisa de escada para trocar uma lampada. Bater um prego na parede? pode esquecer, só com furadeira de impacto. Espaços amplos , janelas muito amplas, Fachada equilibrada e limpa, com os desenhos arquitetonicos inspirados em Ramos de Azevedo, mais discretos eu diria. Em suma. Um bom apartamento. Em compensação já construi para terceiros, prédios em que as paredes eram quase de papelão de tão frágeis, dormitórios onde o peão dorme pendurado num cabide pq não cabe a cama e, se couber, não abre o armário, masss, tem uma entrada portentosa, sala disso, daquilo e daquele outro, raia, piscina, churrasqueira o diabo e que pouquíssímos usam e que tem um custo brutal no condominio. No Morumbi tem apartamentos de 3 !! dormitórios ?? ond e o aluguel é ligeiramente menor que o condominio. A Arquitetura é uma istura de neo isso e aquilo, com uma “saborosa” modernidade. em suma – um horror. Os projetos da Forma eram bem sacados mas inviaveis para a economia do país. Hj o “mote” é o adensamento com qualidade. Como se isso fosse possível. Depois da briga do Kassab – Janio, o visual de Sampa está melhorando um pouquinho, mas mostrando também feridas feias. Não será fácil consertar isso. Sorte tem o Veloz de morar no parque Continental. Eita lugarzinho agradável pra viver.

Sergio SP
Sergio SP
17 anos atrás

Marcelim, concordo com você, como disse o Lucio Costa é muita construção e pouca arquitetura. Quando citei o PMR como sendo de São Paulo, é porque ele chegou aqui na adolescência, aqui estudou e trabalha desde então.
Mas fiquei com uma dúvida: qual terreno é mais árido, arquitetura ou cinema?

Marcelim
Marcelim
17 anos atrás

Caro Sérgio, não estou dizendo que não existam bons arquitetos em São Paulo, mas que a maioria dos edifícios construídos são de péssimo gosto e provavelmente projetados por arquitetos medíocres.

O próprio Paulo Mendes da Rocha deve ficar desgostoso de ver a profusão de prédios com penduricalhos neoclássicos e casas macaqueando os estilos europeus e americanos.

Paulo Mendes da Rocha que diga-se de passagem, é capixaba de nascimento.

Sergio SP
Sergio SP
17 anos atrás

Marcelim, não se esqueça que a arquitetura brasileira já foi laureada duas vezes com o Prêmio Pritzker, uma para o Niemeyer que é carioca e outra para o Paulo Mendes da Rocha, que é de São Paulo.

Marcelim
Marcelim
17 anos atrás

Torno a enfatizar uma coisa: esperto é o Fernando Meirelles que foi virar diretor de filmes publicitários e depois cinematográfico.

Hoje ele é parte da história do cinema mundial e respeitado em Hollywood.

Se fosse exercer a profissão para a qual estudou nesse deserto cultural que é a arquitetura paulistana, estaria amargurado atrás de uma prancheta qualquer.

Sergio SP
Sergio SP
17 anos atrás

Leonard, acho que é a melhor arquitetura paulistana de edifícios residenciais, junto às adjacências da Praça da República, que é uma área muito próxima de Higienópolis. Foram os primeiros prédios feitos aqui em São Paulo com o objetivo de substituir as residências. Depois dessa fase começou a especulação imobiliária e esse marketing rasteiro que você mencionou, haja estômago.

VELOZ-HP
VELOZ-HP
17 anos atrás

Só complementando o meu comentário, o maior arquiteto brasileiro para mim foi Ramos de Azevedo.

leonard
leonard
17 anos atrás

A melhor arquitetura paulistana está no bairro do Higienópolis, edifícios das decadas de 50 e 60, ambientes aconchegantes, espaçosos com correto controle de incidencia solar nos ambientes, e um detalhamento primoroso.
A arquitetura antes de tudo é idéia e ciração, hoje em dia os arquitetos tem preguiça de sentar numa prancheta ou num computador e desenhar e detalhar um projeto a exaustão (é nesta atitude que está refletida a qualidade técnica de um projeto é onde se separam os mestres da arquiteturas do resto), estão mais interessados em “contatos sociais” e sair em revistas.

Marcelim
Marcelim
17 anos atrás

Toskos, na verdade não quis dizer que é para se usar o estilo arquitetônico luso-brasileiro colonial como um todo, mas sim se aproveitar elementos deles para se ter uma identidade nacional e proporcionar um ambiente aconchegante.

Estou com um anúncio da imobiliária Coelho da Fonseca em mãos e sinto até vontade de rir.

As casas e apartamentos oferecidos, todos na casa dos milhões, se parecem com brinquedos, consultórios médicos, cenário de filmes épicos, sei lá.

As moradias se parecem tudo, menos lugar para se habitar.

Tenho pena de quem paga quatro milhões de reais para morar em uma casa estilo enxaimel em pleno Jardim América. Ou em uma casa estilo americano de um milhão de reais no mesmo bairro.

Deve ser ridículo morar em uma residência que custa na casa dos milhões de dólares e tem aparência de cenário da disneylândia.

:D

TosKos
TosKos
17 anos atrás

MArcelim, discordo. Conheço o edíficio e ele é muito interessante , tem uma fachada de vidro com jardim e vista para a rua. Tem um ar arejado.
Quanto a herança cultural, SP sempre ficou à margem durante o período colonial e a população teve que se virar, com se vira até hoje. O desenvolvimento do sec. XIX trouxe outros povos europeus, fazendo uma mescla que suplantou luso-brasileiro. Tudo isso é muito recente, tem menos de 100 anos. Até por diferentes condições climáticas, muitas das soluções propostas para as regiões de litiral e nordeste não se aplicam aqui. (E ainda bem que a herança lusitana-colonial-imperial foi superada, senão estariamos achando a Bolívia um país desenvolvido). A questão não é ser superior, é ser diferente.

Marcelim
Marcelim
17 anos atrás

O problema é que a arquitetura segue a cultura ostentadora dos paulistanos, ou seja privilegia-se a área social em detrimento da area privada, apela-se para os ambientes assépticos, porém vistosos em detrimento do aconchego.

O paulistano gosta de se imaginar um europeu, daí a presença do neoclássico, dos ambientes assépticos, do uso excessivo do conjunto gesso-alumínio-vidro-piso de madeira(essa é influência americana).

Eu prefiro a valorização d a identidade nacional, dos elementos luso-brasileiros em vez dessa fascinação pelo estrangeirismo.

Já esse prédio da foto, sinto muito, é feio. Se parece com um conjunto habitacional para a população carente, uma repartição pública, sei lá.

É árido e inóspito, com esse monte de concreto, vidro e uma clarabóia que deve proporcionar aos moradores a sensação de estarem em uma jaula de zoológico.

Luiz
Luiz
17 anos atrás

Leonard, colega, além de concordar em grau gênero e número ainda acrescento que o consumidor novo rico para simplesmente ostentar o poder, adoram as imensas varandas e terrços neo clássicos que oferecem uma maravilhosa vista panorâmica para uma outra varanda. A propósito, o neo clássico soa como uma piada, pois prédios de 15 andares com um telhadinho inspirado no sul da França em cima é ridículo, exemplo os Lindenberg Panaby e outros, ainda, o classico não tinha estrutura de concreto, portanto era muito difícil se construir muitos andares, só isso já justificaria não ser usado.

vitão
vitão
17 anos atrás

Leonard, não sou arquiteto mas tenho feito análise de viabilidade para muitas das grandes construtoras de SP. O seu comentário é perfeito. Grande parte da culpa é dos compradores , que se impressiona com sala de 30 m2, mas não vê que o quarto tem 9 m2, e na cozinha só cabe o fogão ou a geladeira. O consumidor tem o que pede. Daqui a 4 ou 5 anos, esses prédios vão desvalorizar mais que Lada cor-de-rosa. Sào uns monstrengos mesmo.

Leonard
Leonard
17 anos atrás

Flavio, sou arquiteto e concordo plenamente com vc, a arquitetura paulista está presa nas garras famintas das construtoras e de uma porca e emburrecida especulação imobiliária.

Na boa, parte dessa culpa é da população que vorazmente consome esse pseudo “neo classicismo” pastiche com suas sancas e penduricalhos inúteis.

A classe média emburrecida e os novos ricos que querem ostentar seus corollas além de suas salas com duzentos ambientes, espaços gourmets, spas e hidromassagens que não tem tempo de utilizar e servem de mostruário de poder, mas apesar disso eles entram em seus quartos que mal cabe uma cama e um armário e tem um miserável buraco na parede que querem fazer com que acreditemos que é uma janela (mais parece uma escotilha).

Infelizmente é assim, a concepção de espaços ou “pseudo-espaços” estão dentro de gavetas, quando precisam de um “lançamento do ano” abrem a gaveta com projetos prontos enchem de gourmets, child care, espaços mulher, fitness, boulevards, spas e vegetação europeia e querem nos fazer acreditar que é uma arquitetura européia, ledo engano, se esse projeto passou nas mãos de um arquiteto foi para acrescentar mais penduricalhos e menos para um planejamento espacial elaborado levando em consideração todas as variantes historicas, culturais, comportameintais, abientais e tais!

tenho dito

Sergio SP
Sergio SP
17 anos atrás

Flávio,

Os edifícios “modular” são parte de uma série de conjuntos planejados pela Construtora Forma e Espaço na segunda metade da década de 60 e início da década de 70. O primeiro, Gemini, fica em Moema, e é de 1968/69. O segundo, Coronet, localizado em Santo Amaro, é de 1973. Neste ano, mal terminavam as obras na zona sul, eram iniciados os trabalhos em Perdizes, na zona Oeste (edifícios Lark I e II – 1974). Há também um na Av. Cons. Rodrigues Alves, na Vila Mariana. Os projetos eram de autoria dos arquitetos Eduardo de Almeida e Abraão Sanovicz.

A implantação dos edifícios deveria ser artesanal, apesar do objetivo fosse dar vida a prédios idênticos em curto espaço de tempo,e em diversos locais da cidade. O módulo desenhado por Eduardo de Almeida era composto de andares com quatro apartamentos, espelhados dois a dois. Com estruturas racionais de concreto armado, independentes das alvenarias de vedação de materiais básicos (e tijolos ou blocos aparentes), boa parte das paredes podiam ( e ainda podem) ser derrubadas sem causar danos à estrutura. E o morador adapta seu apartamento conforme suas necessidades, seu jeito de morar.

Os modulares Beta e Gama, seguem a mesma linguagem e conceito construtivo que o Lark. Desenhados por outro renomado arquiteto, Abrãao Sanovicz, o empreendimento é da mesma construtora, a Forma e Espaço.

Esses projetos têm influência da obra do arquiteto franco-suíço Le Corbusier, que ao lado de Frank Lloyd Wright, foi a principal referência no estabelecimento e divulgação dos conceitos da Arquitetura Moderna no século 20. A geração de arquitetos paulistas com atuação a partir da década de 50 (Vilanova Artigas, Paulo Mendes da Rocha, Carlos Millan, Grupo Arquitetura Nova, Eduardo de Almeida, Abraão Sanovicz, Joaquim Guedes e muitos outros nomes) emprega esses conceitos de Le Corbusier com muita inteligência, adapta-os à nossa realidade economica e tecnológica, e recebe a denominação (questionada no meio) de Brutalismo Paulista, analogia ao termo “Brutalism” aplicado a um grupo de arquitetos ingleses do pós-guerra.

A Forma & Espaço faliu no meio da década de 70, depois de crescer muito rapidamente. Era formada por um grupo de engenheiros da Poli, ampliaram muito o ramo de atividades (mercado financeiro, indústria de móveis, computadores) e quebraram no início do processo inflacionário. Os contratos de financiamento não tinham dispositivo algum que protegesse a empresa de amplos aumentos de custos. Uma curiosidade da construção desses prédios: como não havia a lei do silêncio após as 22:00h, a construtora concretava uma laje por noite, empregavam aditivos químicos no concreto para agilizar a cura e formas metálicas deslizantes. Uma laje por dia é muito rápido para os padrões atuais.

A casa da Chácara Flora é provavelmente projeto do Abraão Sanovicz ou de outro arquiteto chamado Marcos Acayaba, se não foram construídas pela Forma & Espaço, foram por outra construtora da época chamada Cempla, que também tem uma história muito interessante.

Espero que as informações sejam úteis, apesar do resumo grosseiro.

VELOZ-HP
VELOZ-HP
17 anos atrás

Flávio, as casas onde moro foram todas projetadas por essa empresa e construidas pela Urbanizadora Continental.
Seus escritórios, se ainda existirem, ficavam no Edifício Itália no centro da cidade no 32º andar.

Marcelim
Marcelim
17 anos atrás

Reza o velho dito que arquiteto é o cara que não foi suficiente macho para ser engenheiro nem %!$&#o suficiente para virar decorador.

Acrescente-se que se o arquiteto for esquerdista, vai fazer outra coisa e concorrer ao oscar.

Quanto ao prédio, ainda bem que você não virou arquiteto, FG. Como arquiteto, você é um excelente jornalista! Que pusta prédio sem graça esse ai, parece uma repartição publica construida nos anos 60/70.

Pedro Jungbluth
Pedro Jungbluth
17 anos atrás

Pois então, gosto também de arquitetura. Mas acho que prédios são, por definição, caixas horríveis.
Para mim bonito são casas, dessas pequenas polonesas que temos aos montes aqui em Curitiba, e a verdadeira beleza fica nos pequenos detalhes.
Já edifícios, por melhor que sejam bolados, sempre passam a impressão de ser um amontoado de gente sufocante.

Não sei como as pessoas podem viver em lugares sem terra e mato em volta.

Paulo Henrique
Paulo Henrique
17 anos atrás

Flávio, sou paulistano, moro em Curitiba, mas estou sempre aí por motivos profissionais e familiares, sempre me incomodou a poluição visual da cidade, mas estive aí semana passada, e depois de muito tempo, comecei a admirar a cidade ( inclusive deu para admirar bem, pois o trânsito estava mumificado ), e gostei muito da “despoluição” visual, conseguindo ver o que estava atrás das placas. Seu prefeito chiliquenta dessa vez acertou!

Estevão
Estevão
17 anos atrás

Décadas de 1880 a 1940. Estas sim, são construções lindas. Perduram até os dias de hoje. Prédios quadrados, cheios de vidro e concreto???? Ficarão datados em poucos anos.
Ou alguém aí ainda acha um primor da construção civil as casas psicodélicas dos anos 80?????
Abs.

Roberto Brandão
Roberto Brandão
17 anos atrás

Gostei da frase do arquiteto e amigo Fernando Meirelles. Bem dele.
Ah! parece que ele faz bons filmes, também…

Jean Tosetto
Jean Tosetto
17 anos atrás

Existe um abismo entre o que se aprende com professores universitários idealistas e o que se pratica comercialmente. O problema é que os arquitetos deixaram de ser os protagonistas do projeto, para se tornarem reféns de imposições das pesquisas de mercado. Somente após remar muito e construir uma carreira confiável, é que um arquiteto que não abandonou seus ideais pode acrescentar algo de positivo para a cidade. Uma pena que não existam tantos blogs de arquitetura como existem sobre os carros e as celebridades. O brasileiro não conversa muito sobre o tema, como faz com futebol e Fórmula 1. Mas vejo a arquitetura como uma profissão apaixonante, que vai muito além do concreto aparente versus o estilo pós-neo-clássico-repaginado-contemporâneo.

Thiago Azevedo
Thiago Azevedo
17 anos atrás

Os prédios atuais utilizam todo o espaço possível para comercializar. Este posto de luz aí da foto “toma” muito espaço dos apartamentos.
Acredito que seja por isso que exista esta tendência de se construir caixotes.
Se você entrar em prédios da década de 60, verá a grande área do corredor na entrada do elevador. Os atuais são minúsculos.
Gosto mais prédios e apartamentos mais antigos, são mais espaçosos.