Feinho, mas lindo
SÃO PAULO (já andei nele!) – Para começar esta quinta-feira gelada, foto quente. “A prova é o I Circuito Automobilístico de Anápolis, a data é 28 de julho de 1968. A mesma corrida em que participou o protótipo DKW do Marcos Jardim, já postado aqui antes. Eu estava por ali, perdido nessas avenidas, caminhando contra o vento, sem lenço, muito menos documentos. Mas feliz, muito feliz nos meus 15 anos. Ah, o doce pássaro da juventude…”
Nem preciso dizer quem mandou a foto e o texto… Mestre Joaquim Lopes. O Patinho Feio da Camber ainda existe, está restaurado, na garagem do apartamento do Alex Dias Ribeiro no Morumbi.
isso mesmo VHP, da próxima vez vamos cobra ingresso para ver o stand-up act do MEstre jedi Joa , the first.
Ah, no morumbi? O departamento de marketing da Superclassic deveria para a próxima prova de expressão interestadual, intimar o dito cujo para, comparecer, e quem sabe mais um louco que adora tudo isso. Nem que sejam voltas de apresentação. É nós na fita. Reginaldo! Eu que bebo e vc. nem lembra de que comeu? Tá precisando de mais um prova da Classic. Aliás, vc. não postou que arrastou um PM no pedágio da Castelo! Abçs. Dú
Normalmente essas corridas no Planalto Central eram intensamente disputadas pelo Camber, o Fusca 12 da Cascão/ Brasal (Ênio Garcia Toninho Martins), o Fusca 43 da Disbrave, o da Automodelo (Karl Von Negri/Dirceu Bernardon), o DKW 14 da Auto Minho, a carretera DKW do George Pappas, berlineta Interlagos/Corcel do Paulo César Lopes, o Malzoni DKW do Neuder Motta e o protótipo DKW do marcos Jardim. Depois juntaram-se o Elgar Gt-104, o protótipo OK do Luis Estêvão, os Lorena da Auto Minho e do Olavo Pires, o protótipo Lazzat do Jefferson Cardoso/Fernando Ramos e uma legião de Fuscas, Gordinis e Rabo Quentes. Os mineiros também davam o ar da graça como o Opala Motorauto do Toninho da Matta, o Puma Carbel do Marcelo Campos, um estranho protótipo VW do Kid Cabeleira, o Corcel Bino do Bóris Feldman, AC-VW e por aí vai…
De setembro de 1967 a junho de 1972 o Camber teve 19 participações em corridas. Ressalte-se que até 1970 somente Alex Dias Ribeiro, João Luis da Fonseca e Zeca Vassalo o pilotaram. Ficou parado até 72 quando foi reformado por Ruyter Pacheco e Nelson Piquet. sagrando-se campeão brasiliense de automobilismo daquele ano. Teve ao longo da carreira um 1º. lugar, 6 segundos, um 3º, dois 4º. lugares, 1 quinto, 1 sétimo, 1 oitavo, um 12º, um 13º, um 41º e dois abandonos. Nada mal para um carrinho de fundo de quintal.
Grande Joaquim CPU-IBM.
Como o Comendadore já disse, o texto é exelente mas ao vivo é melhor ainda.
Existem nos EUA alguns programas em que pessoas inteligentes, geralmente humoristas, se apresentam a um enorme público num teatro e sozinhas e sem cenário, apenas contam histórias ou criticam o seu país e o mundo.
O Mestre Joaquim faz o mesmo em Interlagos quando junta a matilha psicopata dos matuzas. É um espetáculo vê-lo e ouvi-lo pois ele fala da mesma forma que escreve porém, acrescidos dos sons dos fatos, dos trejeitos do personagem narrado e as caretas pertinentes à história.
Fenomenal e único.
Impressionante é guad-rail humano da pista. Nem corda tem!
Só de pensar nos desafios à postes e tronco de árvores provocadas pelo mestre Joaquim, me dá arrepios!
Esse Joaquim é uma figuraça!!!
Grande, Joaquim!!!
Abs.
E o Reginaldo diz que nem se lembra o que comeu na semana passada…
Eu nem sei se tomei café hoje, esqueço meu telefone, até meu e-mail às vezes me escapa…
No caso do amigo Joaquim não é apenas sua memória prodigiosa.
Seu texto é sempre delicioso, e pra completar o serviço é um excepcional contador de causos ao vivo…
Grande Joaquim, a quem tenho a honra de chamar de amigo.
Mestre Joa, testemunha ocular de muitas histórias como essas… felicidade a nossa de poder conhecê-las e compartilhá-las, já que ver corridas como essas hoje é praticamente impossível… aliás, curiosamente, essa prova completa neste sábado 39 anos… ainda ontem…
Mas a história fica… essa é a parte boa… beleza de imagem!
Bravo, Mestre Joa!
Estou tentando reconstituir a história das corridas de rua em BH, especialmente o GP da Cidade Nova, em 67, e as 3 (?) corridas no Mineirão, em 69/70. Sabe onde posso encontrar informações a respeito?
PS: tive a sorte de assistir a todas!
Um grande abraço,
Ney Alencar – BH
Ney
Vitão – sem eco
Eramos felizes e NÃO sabiamos, Simplesmente não davamos a mínima pra torcida…
Sabemos agora, que sabiamos que não sabiamos ou o inverso…putz…que salada…
Joa, como diz o Veloz, eramos felizes e sabiamos .
Torquato,
Estive praticamente em todas as corridas realizadas no Planalto Central entre 1967 e 1972, incluindo algumas em BH, Salvador e Fortaleza, como já tive a oportunidade de contar aqui. Se eu dava azar, não sei, essas corridas de rua eram sempre perigosas. Mas, ao fim e ao cabo, dei foi uma sorte danada por ter nascido na época certa e ter visto essas corridas. Concordas?
mestre, Joa, a sua memória impressiona, mas conta aí, você estava presente em todas as corridas e acidentes ? Vsa. dá um azar tremendo hein ? (brincadeira). abs
Essa foi a sexta participação do Camber em corridas. Nesta ocasião foi pilotado pelo Zeca Vassalo e tirou o segundo lugar na corrida. O primeiro foi o Enio Garcia e seu endiabrado VW 1600. O terceiro foi o Marcos Jardim e seu protótipo DKW (o de gesso). Observem na foto a cambagem positiva das rodas dianteiras na tomada da curva. Esse era um sério problema do Camber, acertar a dianteira o que provocava frequentes saídas de pista e “catadas de guia”. O modelito é da primeira versão, de 1967. No ano seguinte, 1969, apareceu um pouco mais repaginado com um enorme aerofólio mas também de pouco efeito prático. O carrinho era feio mas daí surgiram dois pilotos de F-1, Alex Dias Ribeiro e o tri-campeão mundial Nelson Piquet. Acredite quem quiser…
História é história…mas que carrinho feio…esse monte de faixas esticadas tinham a ver com a corrida?
Maravilha… tudo isso vai ser revisto em Brasília esse ano, quando a Camber do Alex Ribeiro fará uma festa de 40 anos!! (tudo isso?)
Deve ser uma grande festa, com a presença de muitos MESTRES.
Não se refugie na modéstia meu querido Joaquim.
Voce SABE. e muito. Então, trate de gastar os dedos no teclado e nos corrompa com seu conhecimento único.
Como é que vc consegue? Eu mal recordo do que comi semana passada. Verdade que tem gente que não lembra nem do café da manhã……
Alex Dias Ribeiro é o meu piloto de F1 favorito!
Ele quem soltou a frase %!@$&@#do automobilismo: “Senhor, recebe a minha alma! Agora eu morro, mas não tiro o pé!”
Quer frase melhor que essa?
Abraços!
Zumbrunsky,
Quanto ao protótipo Kinko (nome de uma oficina de preparação em SP, dos irmãos japoneses Shiro e Lucas) apareceram três carros com este nome: o primeiro nada mais era do que o primeiro protótipo Amato, aquele com carroceria berlineta, asas de gaivota e horríveis dois faróis quadrados na dianteira, cuja foto já foi postada aqui e atualmente está na Ulbra. Correu duas provas em 1970 com Luis Aguiar e Stanley Ostrower. O segundo foi um spyder de linhas pouco convencionais que foi pilotado por Massimo Pedrazzi e Luis Filinto. O terceiro foi um belo spyder, projeto dos engenheiros Oswaldo Meloni, Eduardo Prado e Jorge Hirata sob encomenda dos pilotos Márcio Bueno e Amadeo Campos. Posteriormente, este carro foi renomeado protótipo Sabre e venceu uma Três Horas de Velocidade em São Paulo com Jacinto Tognato. É só o que sei… Abs.
Zumbrunsky,
Dois motores no Rio de Janeiro só me recordo do Jamaro, protótipo construido por Jair e Jairo Amaro – construtores de F-Vê – mas com dois motores VW 1300 cc acoplados. O Protótipo com motor Simca era o Achcar-Simca (ou Esab-Simca), chassi e carroceria de berlineta modificados e motor Simca V-8 Aquillon. O Caçador de Estrelas I do Bica Votnamis só fez uma prova e lá foi destruido num acidente nos Mil Km de Brasilia de 1968 (eu estava lá também…). Dois motores com DKW na frente e VW atrás só me lembro daqule do Mufatto e assim mesmo na primeira versão pois quando foi para as mãos do Valdir Favarin foram trocados por motores Corcel e Regente V-8, respectivamente.
Um abraço.
Grande Joaquim!
Essas fotos de circuitos de rua da decada de 60 são incriveis, acho que hoje em dia a unica forma de tirar uma foto semelhante é de rally ,onde o publico fica muitas vezes a metros dos carros.
A grande diferença é que em corridas como esta foto o pelotão anda junto e o perigo era muito maior.
O patinho feio, que estará na próxima Hq do #96.
Quem tem fotos dos prototipos antigos?
Verdadeiras cadeiras elétricas..
Caçador de Estelas, quem se lembra?
No Rio de Janeiro tinha um com 2 motores, DKW na frente, VW atras…
Tinha mais um com motor Simca.
E o protótipo Kinko?
Nessa época usava-se muito, arame e braçadeiras pra segurar tudo..
O que valia era acelerar..
Mestre, MESTRES:
Mostrem mais, escrevam mais…Por favor?