Aos sem-pista

SÃO PAULO (replay?) – Acho que já coloquei aqui, mas não tem problema. Assistimos de novo. Imagens de uma corrida no Circuito da Barra em 1964. Demais! Dica do Leandro Machado para nossos amigos do Rio, atualmente sem autódromo para ver uma corridinha sequer…

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Sidney Cardoso
Sidney Cardoso
16 anos atrás

Grande Joaquim
Não tem nada que se desculpar por seu comment ficar grande, pelo contrário, como sempre adoro seu conhecimento, sua aula.
Fiquei apenas com uma dúvida, se o motor do Karman-Ghia do Landi fosse VW não haveria a polêmica?
Forte abraço!

joaquim
joaquim
16 anos atrás

Sidney,
desculpe, o outro comment ficou muito grande e esqueci de incluir o caso Berlinte Interlagos. Quando aqui foi lançada em 1962, as berlinetas foram homologadas estranhamente como carros DE TURISMO e não GT. Mas este equívoco já tinha acontecido também na Europa, logo corrigido. Aproveitando o embalo aqui venceram tudo de 63 a 64, só sendo batidas quando da chegada das Abarth. A Willys, e mais tarde a Ford Willys, era a equipe de fábrica mais forte e a que detinha maior poder de pressão e negociação junto aos cartolas do Automóvel Clube do Brasil e CBA, as duas entidades máximas do automobilismo brasileiro de então. Vide mais adiante, em 1974, o caso motor Maverick V8 Quadrijet na Divisão Um, mas aí já é outra história.
Abs.

joaquim
joaquim
16 anos atrás

Grande Sidney GT-40 Cardoso!!
Obrigado pelas palavras elogiosas, a recíproca é mais que verdadeira. Tenho verdadeira admiração e respeito pela pessoa que você é.
Voltando aos carros, você tem razão. Gran Turismo ou GT eram carros esportivos, normalmente de duas portas, dois lugares ou 2+2 (aqueles banquinhos ridículos na traseira). neste caso aqui se enquadrariam Berlinetas Interlagos, KG e Malzonis, para ficar só nos nacionais. Acontece que as corridas daquela época – e você melhor que ninguém sabe disso – eram verdadeiras miscelâneas juntando todo tipo de carro, carreteras, GT, protótipo, turismo, etc. A rigor, os KG corrriam como GT se com motorização original, mesmo que bem preparados. Mais tarde foi criada a categoria Div-2 para KG e Pumas – lá por 1970 – mas nunca houve uma só corrida desta categoria. Quando mudada a motorização – caso dos KG-Porsche, KG-Corvais e KG-V8 do Nelson marcilio – corriam como protótipos. Importante lembrar que a categoria protótipos só foi criada no Brasil em 1966 e mesmo assim por forte influência da Ford que havia perdido tudo em 64 e 65 para os Simca Abarth. Isso possibilitou a vinda dos Alpine Renault A-110 de 1300 cc e 130 HP, que se transformariam nos papões de corridas de 1967. Quanto á diferença pessoal do Goulart e Greco era mesmo no campo das competições. Quando o Karmann Ghia venceu esta prova na Guanabara – diga-se de passagem que o carro só correu por insistência do Chico Landi – O Greco foi um dos que botaram a boca no trombone e que mais pressionaram para o carro não correr nas psitas nacionais. A Equipe Dacon só vingou por teimosia do Paulo Goulart. Outra observação: no campeonato paulsita de 1964, a Dacon iniciou com um Fusca com motor VW, desenvolvido pela Dacon, de 1600 cc baseado no motor do Porsche 356, que foi a base de preparação para os motores fuscas a partir de 1967. Posteriormente, adotou-se o motor 95SC Porsche de 1600 cc. O resto é como você contou com muita propriedade. Nenhum testemunho poderia ser melhor que o seu.
Um abração,

Milton M. Bonani
Milton M. Bonani
16 anos atrás

Putz, que aulas do Joaquim e do Sidney Cardoso. E eu que achava que conhecia a Dacon. (rs)

roger
roger
16 anos atrás

Sidney e Joaquim!
-Bacana toda esta história.
Prá variar ‘nosso’ esporte tem uns capitulos….que com certeza nunca foram bem contados.
E viva o blog do Das Kleine!!!!

Sidney Cardoso
Sidney Cardoso
16 anos atrás

Gande Joaquim
Mais uma vez acertou em cheio, o filme que postei foi das 100 Milhas da Guanabara.
Lendo seu comentário, inteligente como sempre, me surgiu uma dúvida, penso que você poderá esclarecê-la.
É a seguinte, quando corria, a partir de 67, fui informado que eram considerados GT (Grande Turismo), carros esportivos, de duas portas, que tinham dois lugares confortáveis na frente e pouco conforto atrás, como os Puma, Karman-Ghia, Interlagos, Malzone, Alfa GTA, etc.
Os denominados Turismo eram os carros de passeio, de quatro portas, que tinham conforto em todos bancos, como Simca, JK, Gordini, Alfa Giulia TI,( Turismo Internacional), etc.
Bem, o Interlagos também não era GT, como o Karman-Ghia?
Se era, a polêmica causada foi política, não foi?
Agora, quanto ao Volks-Porsche, pode ser que em Interlagos ele tenha corrido com motor VW, mas posso te garantir que no Rio ele estava equipado com motor Porsche 1.6. Foi pilotado pelo Moco e vi de perto.
Quanto aos Karman-Ghia que foram vendidos pela Dacon após sair da pista, mais uma vez você acertou quase tudo, deixa eu só te passar mais uns dados, humildemente, podes crer, você sabe a admiração que tenho por ti, a penas a título de colaboração, e só tenho conhecimento destas informações que, por coincidência, estive bem perto destes fatos.
A Dacon vendeu um Karman-Ghia 2.0 completo para os Fittipaldi e um motor reserva também 2.0 .
Mais tarde os Fittipaldi venderam o Karman-Ghia completo para meu irmão Sérgio Cardoso e usaram o outro motor no Fitti-Porsche.
A Dacon vendeu outro Karman-Ghia completo 2.0 para José Carlos Pace que depois foi adquirido por mim.
Vendeu outro Karman-Ghia completo 2.0 para Aílton Varanda.
E, finalmente, um também completo 1.6 para João Varanda Filho, “Jiquica”.
Mestre Joaquim, gostaria muito que você pudesse me tirar a dúvida sobre os GT, inclusive porque no site do Museu do Automobilismo, de nosso amigo comum Paulo Trevisan, o Karman-Ghia está lá como Turismo anos 60, estava pra perguntar isso a ele há um bom tempo, acabei me esquecendo.
Forte abraço desse seu amigo e admirador.

Sidney Cardoso
Sidney Cardoso
16 anos atrás

Roger
Quando escrevi numa parte do vídeo que era por estas e outras que Paulo Goulart retirou prematuramente a equipe Dacon das pistas, disse porque se você reparar Chico Landi foi mais rápido não só no percurso da corrida, como, também fez a volta mais rápida e, por sorte, assim como Sérgio Hingel, também estive lá assistindo esta corrida, estava com 15 anos, foi a segunda que vi de perto.
Numa parte de seu comentário você diz que Paulo Goulart se retirou das pistas pela falta de apoio da VW e da Ghia. Em minhas conversas com ele posso te dizer que isto é apenas uma parte da verdade.
Você também diz que Paulo Goulart tinha uma diferença pessoal com Luiz Greco e que após alcançar o objetivo de batê-lo nas pistas não precisaria mais continuar.
Apenas nesta parte penso que não te informaram bem, penso que você não conheceu os meandros da política de nosso automobilismo, a bronca de Paulo Goulart não era com Greco e, sim, com a montadora da equipe que Greco dirigia.
Posso te dizer que também nossa equipe, a Colégio Arte e Instrução, também se retirou cedo pelo mesmo motivo desta ultima parte, pois quando a montadora soube que nossa equipe estava importando o Ford GT 40, fez de tudo para impedir.
Chegou a mudar às pressas a legislação impedindo a importação de carros que não fossem fabricados aqui, (interessante que naquela época, 1969, os motores usados por esta equipe também não eram nacionais, mas pra eles valia tudo).
Imagine a sinuca de bico que ela nos colocou, estávamos com o negócio fechado e em cima da hora mudaram a legislação.
Impasse criado, o jeito foi usarmos de um subterfúgio, a Motor Racing Enterprises escreveu uma carta para Nelson Bastos, presidente da Federação Fluminense de Automobilismo, dizendo que gostaria de ver um de seus carros correndo no Brasil, solicitando que ele indicasse um piloto para representá-la, Nelson então me indicou, entendeu?
Tiveram que engolir isto por um tempo, mas logo em seguida um representante dela que atuava na Confederação Brasileira de Automobilismo, criou outra lei, proibindo não apenas a importação dos carros, mas também de participarem de corridas os que já estavam aqui.
Novamente outra sinuca de bico…
Ato seguinte, ligaram pra nós propondo a compra do GT 40 pelo mesmo valor que havíamos pago, como não havia alternativa, era aceitar ou ter um tremendo prejuízo, fomos obrigados a concordar.
Eles adquiriram o carro e, imediatamente, revogaram a lei…

Romeu
Romeu
16 anos atrás

Não me canso de ver essas imagens.
Vi pela primeira vez em Interlagos no evento Classicos de Competição, esse DVD que estava saindo do forno, e foi trazido pelo Sidney Cardoso.
Cenas maravilhosas do Malzone (de lata) do Marinho, dos JKs, Simcas, DKWs, berlinetas Interlagos, Gordinis etc.
Sem contar os emocionantes “strikes” do Marivaldo no 356 e do Schuback de Gordini.
Chora Matuzada!

SÉRGIO HINGEL
SÉRGIO HINGEL
16 anos atrás

Eu estava lá!
Quantas saudades…

nicoboco
nicoboco
16 anos atrás

Nossos amigos do Rio sem autodromo ? e nós aqui em São Paulo temos o quê ?????

roger
roger
16 anos atrás

Sensacional!
Abraço agradecido.
Pena estar sitiado em Macaé (onde estou menos longe de Interlagos que o Tarumã, que ainda funciona e sem autódromo no Rio…) por não abraçar os amigos.
sds,

Claudio Ceregatti
Claudio Ceregatti
16 anos atrás

Nosso sumido amigo Mestre Joa…
Novamente despeja aqui conhecimento e memória excepcionais.
Por onde andavas, caro amigo?

joaquim
joaquim
16 anos atrás

Roger,
Os KG-Porshe se retiraram das pistas em maio de 1967 por determinação de Paulo Goulart, dono da equipe. Dizem que por falta da interesse tanto da VW como da Ghia em apoiar técnica e financeiramente a equipe. Outros afirmam que o objetivo era bater a então imbatível equipe Willys e suas Alpine-Renault, pois Paulo Goulart tinha uma diferença pessoal com Luis Greco, chefão da Willys. Objetivo alcançado, não havia mais motivos de continuar investindo alto na equipe. O resto é história.
Avs.

roger
roger
16 anos atrás

sorry…’fraldas’!!!!!
-Grato pelo esclarecimento!

joaquim
joaquim
16 anos atrás

Se não estou enganado, essa prova é as 100 Milhas da Guanabara e a primeira vitória do Karmann Ghia Porsche, no caso com um motor 1600 cc. Esta vitória do Chico landi deu um quiproquó dando com as equipes de fábrica, contestando o resultado, pois o Karmann Ghia estava inscrito como GT e queriam que o mesmo fosse caracterizado como protótipo, categoria que ainda não existia no Brasil. Daí nasceu a idéia de criar os Karmann Ghia Porsche, mas a equipe Dacon utilizou em 65 um Volks com motor 1600cc desenvolvido por Paulo Goulart que, erroneamente, era chamado de Volks-Porsche . Em 66, a Dacon utiliza um Karmann Ghia-Porsche motor 2 litros mas ainda com carrroceria de chapa. Nas Mil Milhas daquele ano estréia os Karmann Guia-Porsche com carroceria de fibra e motores 2 e 1,6 litro. Daí em diante a Dacion vence praticamente tudo e após ganhar os Mil Km de Brasilia de 1967, Paulo Goulart anuncia o fim da equipe. Estava criado o mito Dacon e seus Karmann Ghia-Porsches. Os carros foram vendidos a Ailton Varanda, Sidney Cardoso e os irmãos Fittipaldi. Esses originaram ainda dois famosos carros dos anos 60: o Fitti-Porsche e o Lorena-Porsche. Em linhas gerais, é mais ou menos isso.

roger
roger
16 anos atrás

-No fim tem uma citação sobre a retirada precoce das pistas dos Karmann Guia Dacon….(nestas épocas ainda mijava nas flaudas…nunca entendi o porque disto?!?!??
(tava muito mole praos Karmanga?!??!?!).