As coisas mudam…
SÃO PAULO (para pior) – Se a Volkswagen publicasse um anúncio desses hoje, seriam presos o presidente da empresa, o dono da agência de publicidade, o redator, o criador, o fotógrafo, a mamãe e o motorista do carro.
Os molequinhos (o que está no banco da frente também) iriam parar na Febem.
Imagem enviada por André de Oliveira
Meus caros,
Realmente, é muito legal ver uma foto dessas e é inevitável não sentir saudades e amaldiçoar o “politicamente correto” de hoje em dia. Porém, se eu forçar um pouco mais a memória, vou me lembrar de alguns aspectos e fatos daquela época.
Nasci em 1963 e saí da maternidade em uma Rural. Minha mãe sempre andou no banco da frente e eu no colo dela. Certa vez, voltando do clube, meu pai teve que dar uma forte brecada. Como sequer existia o cinto de segurança, minha mãe, na tentativa de se segurar, acabou por me deixar escapar e eu, ainda bebê, rolei para a frente e fui parar no piso, aos pés dela. Por sorte nada me aconteceu. Em 1967 meu pai comprou um Fusca 66 e minha família de 6 pessoas viajava apertada e eu, sempre no colo da minha mãe na frente. Isso era invariável, inclusive nas viagens pela Raposo Tavares (ainda não existia a Castelo Branco), com grande risco de acidente.
Aliás, falando em acidentes, nos anos 60 e 70 via-se muito, mas muito mais acidentes que hoje. Um amigo de meu pai, por exemplo, estabacou-se com toda a família. Morreu ele e três filhos, ninguém com cinto de segurança. Quando eu ia para o Rio de Janeiro, o mínimo de acidentes que eu via no trajeto eram 4, de São Paulo ao Rio, todos eles devastadores, como aquele que matou o Juscelino. Nas ruas de São Paulo havia acidentes por todos os lados e por falta de radares ou fiscalização, os motoristas dirigiam como alucinados. No Rio de Janeiro então, a loucura era triplicada. Os ônibus apostavam corrida no aterro do Flamengo, faziam as curvas no limite, quase tombando e havia acidentes aos montes. Lembre-se ainda que os carros eram extremamente inseguros, com painéis de metal e nunca se usava o cinto de segurança. Lembro de muitas pessoas dizendo: “E se pegar fogo, como é que eu vou me soltar?”
Sempre que a gente se lembra do passado, a tendência é lembrar das coisas boas. Mas em se tratando de indústria automobilística, trânsito e vidas, vivemos hoje num mundo infinitamente melhor.
O custo que pagamos é ter de ser politicamente correto (algo que para mim é bastante difícil), mas a vida compensa isso.
Esse Erlon Radl é uma múmia com anorexia cerebral.
Quer dizer que todos que morrem nas estradas são culpados? Nunca ouviu falar de um bêbado atravessar a estrada e pegar uma família inocente na contra-mão? Nunca viu um caminhoneiro dormir e passar por cima de um automóvel cheio de inocente?
Guarda tua violência verbal pra si. Tu é burro em demasia.
acresento que nem sempre “os tadinhos” morrem por sua propria inabilidade, pois sempre podem ser envolvidos num acidente por terceiros.
Erlon Radl, o que eu disse de errado, que vá contra o que você falou?
Sim, concordo, a maioria dos acidentes ocorrem por falta de habilidade ou de responsabilidade.
Por exemplo, se você pegar o seu filho e colocar no teto solar como da foto, passa num buraco, a criança cai e tem a cabeça atropelada, você tem que ir preso, pois foi uma irresponsabilidade.
Agora, vale lembrar que as decisões individuais são baseadas no senso da pessoa, e o senso geral certamente têm influência nisso. Portanto, divulgar uma propagandas dessas é um temeridade, pois estimula sim a irresponsabilidade, dando ares de coisa comum para ela.
Vale lembrar que no final dos anos 70 alguém a menos de 140km/h na estrada (com chevetes, fuscas e corcéis) recebia buzinada e xingão de barbeiro… Hoje em dia se anda em velocidade bem menor, com carros bem mais seguros, e ainda morre gente por inabilidade.
O que está diminuindo, mas ainda acontece, é o pessoal que certamente produz influência na cultura das pessoas parar de se eximir de suas responsabilidades óbvias.
Me espanta é pessoas ditas cultas ficarem bradando contra isso.
Caro Pedro Jungbluth, nunca lí tremenda asneira… ora bolas, vsc!
Já tive familiares que pereceram na estrada e foi única e exclusivamente por culpa deles mesmos, excesso de velocidade na chuva, etc. Essa cultura do “tadinho, morreu num acidente’ para mim não funciona. Se morreu, é porque fez algo de errado. Autocrítica é o melhor. Portanto, não venha vomitar bobagens.
Lí uma única opinião bacana sobre nossas críticas ao politicamente correto… sim, se chamar um negão amigo meu de negão em público, posso ser preso. Só que ele me chama de alemão, e aí?
Já que falaram em jogo dos 7 erros, vamos lá:
1) O carro trafega em “mão inglesa”
2) Ninguém sabe o significado da palavra “cinto de segurança”?
3) O filho grudado no para-brisa do “Fuka” (no banco do passageiro)
4) Fazer uma propaganda do Fusca tendo no segundo plano da imagem os seguintes carros da concorrência: Aero-Willys, Vemaguete, Gordini, Impala, Bel-Air.
5) Os dois “Zé-Mané” que aparecem na calçada não são figurantes e estão “olhando para a Câmera”.
6) A Mamãe zelosa coloca o filho em cima do teto do carro (é bem provável que além de desconhecerem o “cinto de segurança” naquela época ainda não tinham inventado o “cerol”).
7) “O bom senso sobre rodas”… essa é demais!!!
Para mim é a foto da semana!!!
Nos meus longínquos 10 anos já fiz pior que isso. Andei em cima de um bagageiro de fusca, em estrada de terra. Como disse o Gomes, se fosse hoje em dia, pai, mãe e demais ocupantes do veículo pegariam prisão perpétua.
Ninguém comentou a respeito do câncer de pele….
Eram outros tempos, quem pode imaginar uma propaganda de carro hoje em que podemos ver também o produto dos conorrentes??? ha ha ha!!!
Me lembro do primeiro carro de meu Pai, um fuka 1.300 Verde Canário, era Lindo!!! Cansei de andar como o moleque que esta no banco da frente, segurando o p.q.p. e “guiando” o carro junto com o meu Pai.
Bons Tempos… e tinha mais um requinte de “crueldade”… iamos eu e o meu irmão no banco da frente… ha, ha, ha!!!
É claro que estava “tudo errado”… mas era “maravilhosamente certo” para todos nós!!!
Fikem bem!!!
Gostei do que o Renato falou sobre as consequências hoje de atos tão ingênuos e sem maldade de outrora.
Evolução é um “petáculo”, concordo. O problema é que estamos vivendo num país que é pródigo em direitos e carente de deveres à população.
Todos tem acesso a muita informação. E todos se acham no direito de pleitear o que bem entender porque “tem direitos”.
E assim vira um círculo: um tirando proveito do outro achando que leva vantagem sobre alguma coisa… Um típico estelionato. Não há vítimas.
Abs.
Acho que voces não estão entendendo a critica ao “politicamente correto”. Obviamente ninguem vai sair numa estrada a mil por hora com uma criança no teto solar, ou numa estrada andando rapido sem cinto, ninguem é imbecil.
Minha critica é isso, é uma foto! e dai, e se o fusca esta andando em primeira numa praia ou em um lugar tranquilo, não pode? ninguem nunca fez nada errado?
É so uma foto, porque tem uma foto numa propaganda alguem acha que o certo é andar com uma criança pendurada no teto solar?
Tive um grande amigo e que so o chamava de Negão (obviamente porque ele era negro) e sempre fomos amigos. Mas hoje se fizer isso, posso ir preso por racismo.
Jogo de futebol; o técnico manda “se ficar de palhaçada, da porrada”, futebol é jogo de homem e quem ja jogou futebol com certeza ja disse algo no minimo pareceido? Porem hoje em dia, isso é incitar a violencia, que absurdo! affff
Eu acho que o mundo está muito hipocrita.
Putz, temos ainda uma cultura de morte gratuita em nossas estradas por falta de noções básicas como cinto de segurança e ainda vem uns bradar contra o politicamente correto, alegando que nossos tempos são chatos!
Que tal se morre alguém da sua família por acidente de trânsito, quebra a chatice??
Esse mundo politicamente correto está muito chato.
Oi Gomes,
No Brasil, e não e só de hoje, ninguém vai preso por desrespeitar as leis; vai preso porque é pobre, negro, ou dono de puteiro.
Nenhuma dessas pessoas iria para o xilindró. O máximo que aconteceria seria uma reportagem no Fantástico, uma outra na Caras com a festa de lançamento da campanha, e fotos na Playboy da moça que faz o papel de “mãe”.
É realmente lamentável a inconseqüência mostrada em muitos comentários a esse post.
Se ai em Vinhedo tinha, aqui em São Paulo ainda tem. A Ribeiro de Lima antes da Tiradentes é mão invertida.
Coisas da modernidade!
Nem tábua para cortar carne pode agora, foi proibido. Coitada da minha avó que passou 80 anos comendo carne feita sobre tabua de madeira. Mas hoje, imagina, não pode…
Parece tudo errado!Sentido de mão ingles com carros de volante a esquerda.Um moleque de castigo no banco da frente sem cinto e com a cara grudada no painel,e o outro sentado no teto do carro.Marqueteiro tem cada ideia!
Na cidade de Vinhedo aqui no estado de São Paulo, até uns anos atrás existia uma rua com a mão de direção invertida. Era bem no centro da cidade em frente a igreja.
Hehe..parece mais um jogo dos 7 erros que um comercial…
O politicamente correto de hoje em dia nem merece ser comentado pela hipocrisia de quem o usa como argumento.
hahahah
o texto acaba com “etc”…
uma delícia ver anuncios como esse. certo, o menino no teto solar, o ouro agarrado no %!@$&@#que %!@$&@# são absurdos, mesmo. mas que é divertido ver ( e ler), é.
Essas crianças devem ter uns 45 anos hoje. Eu nessa época devia ter uns 10anos… Meu pai comprou um Fusca de cor ‘bordaux’ igualzinho a esse sem o teto-solar. Para vocês terem uma idéia o que eu curti essa época, em 1966 eu fui morar uma fazenda em que meu pai administrava e ficava à 20Km da cidade( Asssis-SP). Bem, nos primeiros 2 meses ele levava as minhas irmãs e eu para escola. Até que um dia não pode levarmos e lá fomos 4 todos menores até cidade numa estrada de terra de grande movimentação(Assis-Paraguaçu Pta). 3anos depois foi asfaltada. Foram 2anos levantando às 6hs da manha e voltava para o almoço às 13hs. Fizesse chuva ou sol. Eu rodei 80000km em um ano! Eu tinha 10 anos e pilotava todo dia. Nunca até hoje tive um arranhão em trânsito. Mas sabem o qual a diferença? Nessa época a velocidade máxima era 80Km/h, não havia radar(no BR) e quer queira ou não, se respeitava o próximo e a sinalização. Aí apareceu a figura dos espertalhões nacionais, gente entendida para governar o país e construir estradas como a rodv. Bandeirantes em que o acostamento é um precipício e a velocidade dos carros aumentou absurdamente e a construção de estradas piorou absurdamente também. Hoje os dementes tem o prazer de andar até 100km/h dentro da cidade, próximo às escolas, seja de moto ou seja seja de carro para se expressar:
-Eu sou o tal! Eu sou o máximo! Enchem os hospitais e destroem famílias, quando não mutilam gente inocente.
Não havia necessidade de cinto de segurança porque não morriam 20.000 pessoas vítimas de dementes no trânsito! Não havia tanto postos vendendo rebites e bebidas alcoólicas. As pessoas eram mais honestas consigo e com o próximo.
deveriaM, maldito teclado xing-ling.
É, as pessoas são politicamente corretas, chatas e idiotas.
Um vizinho meu se mudou lá para o centro-oeste ou norte e o seu filho que estava sentadinho no pára-lamas do trator desse mesmo jeitinho caiu e foi dilacerado pelo implemento que vinha atrás.
Parece que o Galvão Bueno e seu “velhos tempos” anda afetando o cérebro das pessoas fora da F-1(que era outra porcaria amadorística e insegura também)…
Tudo bem que nessa foto, os carros deveria circular a 20 quilômetros por hora, mas é uma tremenda de uma irresponsabilidade uma propaganda dessas.
Ainda bem que a humanidade evolui…
Que beleza! Ahhhh, detesto essa época nossa, atual, de que tudo tem e deve ser politicamente correto (menos os políticos) e o mundo anda rápido. Isso que era vida, nao se tinha pressa, se andava devagar, e com os cabelos ao vento. Depois dizem que ‘modernagens’ é que são coisas boas…
Eu queria ter vivido naquela epoca!!!!, sou da geração coca-cola e seriado amercino enlatado.
Não havia moto-boys naquela epoca? que tranquilidade……..
nada é mais engraçado nesse post do que alguns idiotas achando normal criança sentada no teto solar e coisas parecidas…
bons tempos é o catso. isso não é marco de bom tempo nenhum. é burrice não percebida.
e essa mão invertida???
Esse Fusca é 65. O único com teto solar. O vermelho do lado esquerdo deve ser 63 por conta da lanterna da placa. O primeiro Chevrolet é um Impala 59 ou 60 (acho que é 60) e o mais lá na frente é um Belair 56 na frente da Vemaguete. Esse moleque em cima da capota é pior que um filme de terror. Tinha que prender todo mundo mesmo.
Completando e chutando só para provocar saudades e memórias;
O ano é 65, apesar de eu não ser especialista em fucas, acho que foi o ano do teto solar ( e acho que o único). O vidro traseiro basculante foi tambem nesse ano ou em 63? Respondam por favor.
Já a praia parece ser o Gonzaguinha em S. Vicente, e bem pertinho do bar do Gáudio. Quem lembra?
Vai aqui meu pitaco:
A foto é numa praia,me parece paulista,e nos anos 60 valia tudo ,contra-mão,estacionar de qquer jeito,etc. A Fuca tem placas de SBC, o casal é bem mudehninho p/ época.
Vitão, desculpe ,mas a Belair é 56,se for , porque o tamanho daquele vidro traseiro e o “corte”do paralama traseiro estão bem esquisitos. O marron é 60, e pelo friso lateral , está mais p/ Belair do que Impala, pois este tinha friso duplo com miolo pintado em cor contrastante geralmente.
SAUDADES…….
E o “teto solar” entre aspas?
Fora o lema abaixo: BOM SENSO SOBRE RODAS….
Hhuahuahuahuahaa…
Sensacional.
O diretor de arte também iria preso…
E o diretor de arte? Vamos falar do diretor de arte! Parece que em agência só tem redator! Dê créditos ao diretor de arte, ora bolas!
Cowboy (art director)
pois é Dú. no mtempo em que usava (e abusava) da Kombi, meu filho, com uns 9/10 anos, ficava em pé, entre eu e a porta e ia dirigindo a Catarina. Se, stress, sem politicamente correto. Tempos loucos e maravilhosos. Hj não se pode nem arrotar discretamente que uma camara te flagra…
Mídia maluca, o sentido de trânsito, uma two stroke. Cadê o garôto do teto? A VW teria o acêrvo? Reginaldo, quem nunca levou filhos ou acelerou em pé, sentindo o vento de um solar. Só acredito nesta propaganda vendo em mãos. / Encosto reclinável traseiro/ Este é o Blig do Gomes!. Nos fazendo viajar!
Bem legal o post! E já tinha buraco na rua…
Sempre tive uma aflição danada com a tampa do porta luvas. qq pancadinha, aquilo abria e degolava o (a) infeliz que estava sentado (a) no carona. Não havia cinto; fora isso, qual o problema do moleque estar sentado no teto. A mamãe não ta segurando? Vejam o pessoal que anda de bugue nas praias (onde ainda dá). qq pulo e eles ficam pelo caminho, Um carrinho legal. Foi o primeiro zero que comprei. Eta sufoco para pagar…lembranças…
Não tem inversão ao escanear a foto, pois o letreiro das placas estão corretos. “o bom senso sobre rodas” é realmente o melhor… Mudou muita coisa, mas eu acho que tá legal assim. Evolução…
pra dzer a verdade, nem reparei no fusca-corno. Gostei mais do Aero-Willys (azul) do impala (marron) do outro Aero (azul claro) da Vemaguete branca e do Bel-Air 57 dourado, todos muito mais interessantes que esse rascunho de 911 . E do molequinho com o rosto colado no phuta-qui-paryu , ninguém vai falar?
Engraçado como tudo parece muito amador para os nossos dias (o texto, a produção da foto etc). Se fosse hoje não apareceria um gordini, uma vemaguete, um aero-willys etc na foto; também não seria numa rua com remendos no asfalto; aqueles pedestres não estariam ali atrás.
Também não entendi a mão do transito: o que os carros estão fazendo no lado oposto da rua? é uma inversão na hora de escanear a foto?
A oposição saiu com essa do corno-wagen e conseguiu matar uma bela opção que o mercado tinha. Mas tudo bem, eles se merecem, se juntaram para não permitir a Fiat em SP, e o lobby contra a redução fiscal do Uno Mille, ferraram o projeto de custo baixo do Celta…. Eles se pegam e nós pagamos a conta, cara por sinal – se não bastasse os impostos.
Pelo menos nesse tempo o cerol ainda não era o terror de pescoços ao vento.
fora que hoje teto solar aberto é visto como algo perigoso também por causa dos assaltos.
mesmo nos EUA todo mundo ficava louco qdo me via com o teto solar aberto…
Puxa, fiquei emocionado. Não com o fusca, mas com o Aero-Willys 63 igualzinho ao que meu pai teve. Nunca tinha encontrado uma foto dele. Só saiu assim um ano; antes era aquele redondão e logo depois já saiu com a lanterna maior e reta (em vez dessa semi-rabo-de-peixe)
O MELHOR É A FRASE NO CANTO INFERIOR DIREITO:
“O BOM SENSO SOBRE RODAS”
E vc por estar incitando essa barbaridade ao publicá-la no blog..já vou preparar um habeas corpus
Esse é o “Cornowagen”? hehe!
Como o povo é estúpido. Não tem coisinha mais linda que um Fusquinha com teto solar. Fica um charme. Ainda mais os modelos dos anos 50 e 60 que vinham com o vasinho de flores e a almofadinha atras.
Fusca é uma paixão mesmo.
Reflexo de uma sociedade cada vez mais insuportável e hipócrita, baseada no “politicamente correto”.