As asas

SÃO PAULO (sobreviveu) – A foto é meio horripilante, mas diga-se desde já que Jochen Rindt não morreu. Não nesse acidente, mas em outro. Essa foto mostra o que aconteceu com o austríaco no GP da Espanha em Montjuic, 1969, primórdios dos aerofólios na F-1.

Os caras não tinham muita noção da resistência desses equipamentos diante das forças que sobre eles atuavam. Rindt, que fizera a pole, teve a asa quebrada do nada e se espatifou no guard-rail. Na foto, Graham Hill, seu companheiro, chega para acudir. Ele teve problema similar na corrida.

Na prova seguinte, em Mônaco, proibiram as asas. Até que alguém decidisse levar a sério aquelas coisas estranhas colocadas nos carros.

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Vermeulen
Vermeulen
16 anos atrás

Foi este acidente que motivou Rindt a escrever uma carta a Colin Chapman, na qual dizia temer por sua vida ao bordo do Lotus. Ico escreveu uma coluna sobre ela no gptotal.

Quanto ao seu acidente fatal, sempre imaginei que ele teria ocorrido na saída da Parabólica, como o que ocorreu com Warwick em 90. Mas me surpreendi quando assisti ao vídeo: a curva é tomada à direita e o carro guina repentinamente para a esquerda, quase parecido com o que ocorreu agora com Raikkonen na Variante Ascari. Rindt sempre fará falta. Ico escreveu palavras legais sobre ele em seu blog em 5 de setembro, o mesmo dia em que o grande Wayne Rainey foi paraplégico.

aspas
aspas
16 anos atrás

Anthony Colin Bruce Chapman não era engenheiro Aeronáutico, mas sim engenheiro Civil com major em estruturas.
Os engenheiros mecânicos e aeronáuticos na época não aprendiam muito de estrutura, treliças, elementos finitos etc. Eram mais ligados a cálculos de engrenagens, termodinâmica, aerodinâmica incipiente etc…
O piloto que foi preterido foi Innes Ireland. Guardou mágoa do Colin e do Clark a vida inteira.
Acusava os dois de ficarem fazendo conchavos e cochichar para ele não ouvir as coisas. Sempre disse que o Clark não contribuiu para sua saída, mas que não fez nada para ele ficar.
Há que se entender a época e o contexto. A Lotus iniciou na f1 com Cliff Allison e Graham Hill correndo de Lotus 12 e depois 16, dois carros de motor dianteiro que não passavam de f2 adaptados (o 16 já era f1 e aparece no GrandPrix numa fazenda), sequer tinham motores com a cilindrada permitida. A equipe corria na base do sacrifício e do entusiasmo. A Lotus 18 foi o primeiro sucesso, mas quem ganhou o primeiro foi Stirlig Moss com o carro da Rob Walker. O Ireland deu a primeira vitória para a fábrica e esperava gratidão pelos anos de sacrifício. O Allison sempre foi o mais crítico de todos. Foi para a Ferrari por que achava que iria morrer se continuasse na Lotus.
Tudo besteira, o Chapman não matou mais que os outros e nem teve culpa de alguns, só perú morre na véspera.

VELOZ-HP
VELOZ-HP
16 anos atrás

Grande Zé Maria, o hôme sabe tudo mesmo.
Eu já li e assisti a várias entrevistas de ex-pilotos da Lotus em que eles sempre se referiram à fragilidade dos carros projetados pelo Colin, como o Zé Maria já falou, e isso se devia à mentalidade aeronáutica que norteavam seus projetos. Carro de corrida perfeito para ele seria aquele que vencesse e desmanchasse após cruzar a linha de chegada. Aí então, teriam sido usados todos os recursos possíveis de cálculos de resistência dos materiais sem o uso de 1 grama a mais deles.
Na teoria é muito lindo, na prática várias mortes de pilotos e espectadores ao longo da história do automobilismo, comprovaram o contrário disso.
Esqueci o nome do piloto que foi preterido em favor do Jim Clark na Lotus, mas ele sempre acusou ao Colin pela morte de Piers Courage, seu amigo desde sempre. Aí, na verdade, começou a série de desastres sucessivos que determinaram a má fama dos carros da Lotus.

amaury
amaury
16 anos atrás

A foto é sinistra, mas se notarmos o Rindt tem o rosto marcado por óleo e sujeira da pista. da pra ver bem a marca do óculos e realmente deve ter detonado o nariz! pelo estado do chassi do carro ele teve muita sorte embora a foto pareça pior.

zé maria
zé maria
16 anos atrás

complementando e justificando o porquê: nessa época, eu tinha 10 anos e estava começando a acompanhar as corridas através da revista 4 rodas e JOCHEN RINDT, em maiúsculo mesmo, foi meu primeiro ídolo, não só por ser o único a peitar o grande escocês estrábico Sir Jackie Stewart, que corria de Matra MS 80 mas principalmente porque ere difícil pra chuchu conseguir pronunciar corretamente, pelo menos com aquela idade, o nome do fera. A grande história deste acidente é que o carro do austríaco havia se chocado justamente nos escombros da outra Lotus 49B que era pilotada por seu team mate Graham Hill e que havia sofrido a mesma falha catastrófica na asa traseira algumas voltas antes. Este acidente inclusive gerou grande tensão no relacionamento entre Rindt e Colin Chapman, com troca de correspondências em termos nada amigáveis e com o piloto acusando diretamente o construtor pela extrema fragilidade dos monopostos da equipe, afinal Chapman era engenheiro aeronáutico por profissão e totalmente obsessivo em diminuir ao extremo o peso das maravilhosas máquinas que idealizava e produzia. Inclusive em relação ao Lotus 72 que acabaria por laureá-lo campeão mundial post mortem na temporada seguinte, os primeiros comentários desse lendário piloto eram de que ele se sentia inseguro ao dirigi-lo, fato que forçou a equipe a retornar ao 49B que inclusive propiciou a primeira vitória do ano (Mônaco, com ultrapassagem na última curva da última volta sobre Jack Brabham, para vencer diante de um estupefato diretor de prova que de tão surpreso deu uma de “Pelé” e se esqueceu de dar a bandeirada ao vencedor, o resto sobre a sequência de voltas finais deixo para o Rodrigo Mattar ou algum outro colega estilo VELOZ HP terminar de contar, eles que são verdadeiras enciclopédias vivas, sei que existem vários outros, mas por agora não me recordo. Finalizando e aproveitando o que foi dito abaixo por outro blogueiro “só falta estar usando cinto de dois pontos”, Rindt detestava os cintos de 5 pontos e não usava a tira da virilha. Na pancada na Parabólica de Monza em 70, que ocasionou sua morte, seu corpo “escorregou” para a frente devido à ausência da referida, terminando por esmagar o tórax do piloto, maximizando os ferimentos.Agora como epílogo, hoje completam-se exatamente 35 anos do primeiro título mundial do grande Émerson Fittipaldi, exatamente em Monza e de JPS Lotus 72, data esta muito especial para quem acompanhou a carreira do lendário “Rato”. Obrigado pelo espaço. zé maria

Episcopo
Episcopo
16 anos atrás

Que medonho !!! O cara está inteirinho arregaçado !!!

Rodrigo Mattar
16 anos atrás

Toivonen, isso corresponde à verdade. Nesta porrada em Montjuich, Rindt fraturou o maxilar e o nariz. Por isso, não correu em Mônaco e Dick Attwood andou em seu lugar com a Lotus 49 – sem asas dianteiras nem traseiras.

Lucas Carioli
Lucas Carioli
16 anos atrás

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Mario Bauer
Mario Bauer
16 anos atrás

Tem gente que afirma que esse nariz achatado do Jochen era resultado deste acidente. Mas isto não procede.

Tenho fotos dele no início da carreira, a feição era essa mesma. Vi também a foto do acidente em sí…teve MUITA sorte naquela ocasião!

ciro
ciro
16 anos atrás

Do Dick Vigarista ou do Vincent Price?

JARP
JARP
16 anos atrás

Já naquela época, qualquer engenheiro aeronáutico saberia calcular as forças que atuam em uma asa invertida, isto é, o aerofólio. Mas aqueles eram outros tempos, de uma Fórmula 1 muito menos profissional. A propósito, a batida foi muito forte. Dá para identificar toda a frente da Lotus (burrinhos de freio, caixa de direção?, e tubos de água quente) a um metro de altura do piloto. Rindt teve até muita sorte. Dessa vez, pelo menos.

EdisPJ
EdisPJ
16 anos atrás

Não querendo fugir do tema central do post, mas reparando bem, o Graham Hill não é a cara do Dik Vigarista (o do desenho)????

Henri Toivonen
Henri Toivonen
16 anos atrás

Parece que ele quebrou o maxilar e o nariz nesse acidente, é o que li em algum lugar.

Giovanni F.
Giovanni F.
16 anos atrás

Capacete aberto!?!?

“Aplausos” para o invetor do capacete aberto.

Só faltava estar usando um cinto duas pontas!

Ah….só pra não esquecer…

MUDA DE SERVIDOR GOMES!!!

Renato Vicentini
Renato Vicentini
16 anos atrás

Ô Gomes, lembra aquela do acidentedo Hakkinen na Mclaren, o finlandês com boca cheia de sangue sendo retirado do carro, ainda com o patrocínio da Marlboro?