pilotos e homens

SÃO PAULO (e outros…) – Na sua última coluna Retrovisor, Roberto Brandão fala dos tempos em que os pilotos, reunidos na GPDA, apitavam bastante na F-1.

Ler é lá, comentar é aqui.

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Mario
Mario
16 anos atrás

Roberto, parabens

excelente o tema central de sua coluna, eu sinceramente não sei por que eu ainda acompanho corridas de F1, deve ser uma sanha masoquista de minha parte, acho engraçadissimo quando vejo essas referencias totalmente idiotas de homens e meninos na F1 atual, são uns babacas vendidos pelos dolares que ganham, Af1 atingiu seu apice nos anos 80 , nos anos 90 começou o processo de ladeira abaixo e hoje em dia é até ridiculo ficar sabendo que um contrato tem 60 paginas, ainda se fala em democracia….piada , talvez um dia eu me livre desse vicio e deixe de ver essas mer… de corridas de hoje e vou me dedicar a curtir um passado que não volta mais

abs

Mário

Roberto Brandão
Roberto Brandão
16 anos atrás

Caro Ney,

Agradeço suas informações e correções.

Os erros ocorreram por pura preguiça de minha parte, o que não se justifica, uma vez que possuo amplo material de pesquisa em minha biblioteca sobre o assunto. Preferi confiar em minha memória, o que às vezes falha. E não foi por falta de alerta do Flávio Gomes. Mas, teimosia paga seu preço.

No entanto, apesar das informações equivocadas, o enfoque da coluna era mostrar a total apatia de pilotos e imprensa sobre os assuntos realmente relevantes. A Ferrari teve dois motores quebrados no último final de semana e seus pilotos, na melhor das hipóteses, só poderão justificar o fato repetindo o jargão de falha hidráulica ou eletrônica. Tem até gente acusando de haver virus no programa da McLaren/Microsoft. Falhas mecânicas, nunca!

Os pilotos, para receberem as verdadeiras fortunas que ganham, consentem esses abusos. Vale lembrar que Émerson, duas vezes vice e uma vez campeão do mundo, foi taxado de mercenário ao deixar a Lotus e ir para a McLaren, ganhando US$ 1 milhão. E foi campeão em seu primeiro ano na escuderia britânica. Está certo que aquele valor, em 1974, representaria muito mais nos dias de hoje, porém muito menos do que o salário do Alonso, por exemplo.

A coluna versava sobre os pilotos “venderem” sua liberdade em troca de gordas contas bancárias. De não conseguirem se unir sem o consentimento de seus patrões. De esquecerem-se de sua condição humana, trabalhando apenas na condição profissional.

Talvez, por causa disso, os equívocos, dos quais assumo a culpa e peço desculpas a todos. Mas peço também que se atentem ao coração da matéria, a condição de homens trocada por um punhado de dolares.

Abraços,

Ney
Ney
16 anos atrás

Caro Roberto,

Há um equívoco no artigo : nele, você afirma que no Grande Prêmio da Espanha de 1975, do qual Emerson recusou-se a participar por falta de segurança, morreu um piloto e outro ficou cego. Nenhuma das duas afirmações tem registro.

De fato, ocorreu um terrível acidente, quando o carro de Rolf Stommelen perdeu o aerofólio e voou sobre o público, matando 5 espectadores e ferindo vários outros. O piloto ficou gravemente ferido, mas sobreviveu. Só viria a falecer em 1983, num acidente com um Porsche na pista de Riverside, USA.

Já no caso do piloto que ficou cego devido ao pedrisco, não estaria havendo uma confusão com o caso de Helmut Marko, que perdeu uma vista ao ter seu capacete atingido por uma pedra em Clermont-Ferrand, no GP da França de 1972? Na época, até se comentou muito que a pedra teria sido atirada pelo carro de Emerson, o qual, entretanto, nega veementemente o fato.

Consulte suas fontes, por favor, e faça as devidas correções, se for o caso. Afinal, a coluna é lida por muita gente, e não pode desinformar os leitores mais jovens.

Um abraço,

Ney Alencar – BH

Roberto Brandão
Roberto Brandão
16 anos atrás

Agradeço os elogios e peço desculpas pelos lapsos de memória de minha parte. Flávio Gomes sempre me adverte dizendo para não confiar muito nela, checar as fontes e as bases. Mas, às vezes, dá uma preguiça…
O importante é o foco principal, a união dos pilotos, a liberdade de expressão e as reivindicações sobre segurança e competitividade.
Os pilotos não falam mais e, se falam, não são ouvidos.
É esse o ponto,o discreto charme da burguesia. O conforto financeiro contra a opinião sincera.

jung
jung
16 anos atrás

texto muito preciso, uma aula, estamos na era do cidadão corporativo, o tempo dos homens já passou.
abraçø brandãø!

Pedro Migão
Pedro Migão
16 anos atrás

Obrigado, Fernando e Vitão. Eu conheço a história deste GP de 1975, mas nunca tinha lido sobre este fato.

Agora está esclarecido. Obrigado.

Eu leio todos os posts aqui, mas participo muito pouco. Prefiro deixar pra quem sabe mais que eu.

Fernando Kesnault
Fernando Kesnault
16 anos atrás

Pedro Migão e Vitão posso lhes assegurar que Helmuth Marko cigou cego de um olho foi no GP França de 1972 em Clermont-Ferrand justamente por uma pedra atirada pelo pneu traseiro do Emerson que vazou a viseira e inutilizou a vista do austríaco. Em Montjuich (1975) tivemos um acidente feio com a Lola de Rolf Stommellen que estava na liderança da prova e a mesma foi suspensa na 29ª volta, salvo engano.

vitão
vitão
16 anos atrás

Pra o Pedro Migão : foi o Helmut MArko, ferido no olho esquerdo por um pedrisco lançado pelo carro do Emerson.

Jonny'O
16 anos atrás

Grande Brandão !

Foi direto no ponto .

É gozado como as coisas mudam , quando Stewart começou o movimento ,até algums jornalistas como Dennis Jenkinson colocava em duvida as ideias do piloto ,achava que se o esporte não tiver o risco ,perderia o lado heróico .
Hoje sabemos que nada disso tinha sentido.
E na verdade dá saudades desses grandes homens ,que tinham coragem de bater de frente com a situação.
Por isso que alguns pilotos que a pouco deixaram a categoria deixam saudades ,como Irvine ,J.Villeneuve e …e …e só!

reginaldo Nat rock
reginaldo Nat rock
16 anos atrás

Eu fiquei pensando em sua coluna e enquanto comia meu sagrado feijãozinho deu o clique.
Lembrei que nessa corrida, nenhum piloto morreu; foi alguém que estava assistindo.
Voltei pro teclado e já haviam comentários corrigindo a informação.
Turminha boa de resposta.
Ainda assim, não tira o brilho da coluna pois aborda o que todos deveriam ser.
Simplesmente homens (ou mulheres tanto faz).

Rodm
Rodm
16 anos atrás

O texto retrata a burocratização do esporte por causa de interesses financeiros, negócios. São eles que movem e permitem a existência, mas se tornaram excessivos. Retrata ainda como nos curvamos a isso…

Ricardo
Ricardo
16 anos atrás

Flávio. A coluna Retrovisor é uma das melhores que eu já li até hoje, gosto muito do jeito de nao ser periodica e o Roberto Brandao escreve muito bem. Com relaçao ao artigo concordo em tudo, com esta globalizaçao de tudo o mundo está se tornando muito chato . Veja o caso das Mil Milhas, achava umas das melhores provas do calendário tinha de tudo, um verdaderira historia em forma de corrida. Agora é só regulamento FIA para cá, milhoes de dólares para lá e para os tapuias aqui nada. Nao tem mais reunir um grupo de amigos preparar um Opalao e diverti-se a noite inteira!

Lincoln Andrade
Lincoln Andrade
16 anos atrás

Renato Russo é o exemplo perfeito.
Denunciou e desmentiu depois.
Agora pergunto: como unir pilotos por uma causa se a maioria prefere e aceita as imposições?
Isso vale também pra vida.
O que voce prefere, na boa, sem sacanagem: calar e consentir ou encarar a briga e as consequencias?
Pra mim a hombridade está na humildade e na coragem de assumir um ponto de vista, seja qual for, e defendê-lo, doa a quem doer.

Valdemar
Valdemar
16 anos atrás

Excelente texto. Conciso, rápido, direto e objetivo. A coluna do Roberto Brilhante Brandão me fez refletir naquilo que você disse sobre o fim do controle de tração. Os carros estão mais perigosos, difíceis de controlar, a GPDA esvaziada… Boicotar um GP como faziam os grandes pilotos dos anos 70 hoje é absolutamente impensável. Só nos resta torcer para que ambulâncias não sejam necessárias…

zé clemente
zé clemente
16 anos atrás

62 páginas já é pagina que não acaba mais. Se forem letrinhas pequenas, então é uma bíblia. Ficaria mais simples fazer um contrato onde se diz apenas o que cara pode fazer. É o preço da grana. Se vai ganhar muito, vai se submeter tambem. Políticos fazem coisas bem piores.

Mas acho que falta uma coisa no texto. Quem patrocinava antigamente e quem patrocina hoje. No passado existiam patrocinios de empresas de cigarros e de bebidas, não apenas na F1. Para relembrar, a marca Martini patrocinou no mundial de marcas. Hoje os patrocínios são montadoras, empresas de tecnologia, telecomunicação, autopeças. Os patrocinios de hoje não têm uma relação direta com comportamento, mas apenas com consumo. As coisas precisam ficar mais evidentes que as pessoas. Acho que isso é a principal razão da mudança. Outro ponto difícil é que antigamente a F1 dava notícia. Hoje ela é a notícia. Empresas de comunicação disputam espaço para transmitir e pagam bem caro por isso. Os pilotos, sejam eles brilhantes ou não, se tornaram coadjuvantes. Antigamente muitos pensavam para falar e hoje são comunicados se falam ou não e o que. Não vai mudar. Não para melhor. Quanto mais grana mais manipulação.

vivi
vivi
16 anos atrás

o hamilton falar que não tem tempo pra participar da GPDA demonstra exatamente essa questão dos pilotos atuais….

Antonio
Antonio
16 anos atrás

Em que pese os sempre brilhantes textos do mestre Brandão, dessa vez ele deu uma pisadinha de bola. Ele cita que no GP da Espanha de 75 um piloto morreu e outro ficou cego. A corrida, a última feita pela F1 no circuito de Montjuic, uma colina nas redondezas de Barcelona, realmente teve mortes, mas de torcedores, atingidos por pedaços do Lola de Rolf Smomellen que bateu em um guard rail e voou sobre os espectadores. O alemão nada sofreu e até onde minha lembrança vai (escutei aquela corrida pelo radio) e sei, ninguém ficou cego também. Aquela corrida realmente foi boicotada pelos pilotos, pois a pista, montada num parque, semelhante ao que acontece hoje em Montreal e Melbourne, tinha os guard rails frouxos, o que causou a desistencia de alguns pilotos de participar, entre eles, os irmãos Fittipaldi. Esta corrida, encerrada prematuramente devido ao acidente com Stomellen (se não me engano, Pace que estava em segundo, também se envolveu no acidente) foi onde a oiloto Lella Lombardi marcou seu famoso 0,5 ponto, pois chegou em 6 lugar, mas a pontuação foi considerada apenas pela metade, pois a corrida não cumpriu 75% da distância prevista. Como todas estas informações estão sendo puxadas do que resta da minha memória, se estiver incorrendo em algum erro, por favor, corrijam-me.

Pedro Migão
Pedro Migão
16 anos atrás

Desculpem-me a ignorância… mas qual foi o piloto que ficou cego no GP da Espanha em 75, por causa dos pedriscos ?

Eric
Eric
16 anos atrás

Grande Brandão!!!!!!!!!!
Como sempre com textos claros e ótimos de ler.
Obrigado meu amigo!!!Espero o próximo já.

Renato Pastro
Renato Pastro
16 anos atrás

ótima história

como colaboração:

“No ano anterior, por falta de segurança no GP da Espanha, Emerson, presidente da GPDA, avisou e boicotou a corrida, que terminou de maneira trágica com a morte de um piloto (nenhum piloto morreu nesta prova mas sim 5 assistentes e ferindo perto de dez) e outro ficando cego, em razão dos pedriscos que estavam por toda a parte.(isto foi em 1972 com Helmuth Marko na França- Clermont Ferrand )

abraços a todos

Renato Pastro

Nick B.
Nick B.
16 anos atrás

Sensacional coluna!
O querido Roberto Brandão disse, com a precisão que lhe é peculiar, o que todos gostaríamos de dizer.
Hoje o piloto é só uma peça qualquer desse complicado quebra-cabeças chamado Fórmula 1.
Parabéns, Brandão.

Nick B.
(ouvindo Carrossel, Banda Black Rio. Ô som bom, sô! Tão bom quanto o texto do Mestre Brands).

Marcelo
Marcelo
16 anos atrás

Assino embaixo, hoje em dia o que manda no automobilismo é o dinheiro dos patrocinadores, os pilotos apenas desfilam seus carros adesivados, sem muita disputa roda a roda, pois o que interessa é só mesmo tentar fazer o carro andar mais rápido p/ ganhar posições em paradas de boxes(e não na pista), a não ser que um carro esteja muito mais veloz que o outro.

reginaldo Nat rock
reginaldo Nat rock
16 anos atrás

Pois é Brandão. Bons tempos onde o ‘peão’ tinha c.ulhões e fazia valer sua opinião.
Nesses tempos hodiernos, do politicamente correto e do lucro a qualquer preço, vão acabar vendendo até o cocô do piloto como survenier. (tá escrito certo?) e o pior é que vai ter neguinho comprando.
E depois nos chamam de saudosistas…