DO SACO DE MALDADES

SÃO PAULO (frio pacas) – Acho que já contei aqui que fiz uma visita à Ferrari anos atrás e me deixaram conhecer o casarão do velho Enzo. Na ocasião, reparei que na sala onde ele assistia às corridas, fazia reuniões e dava uma espiada pela janela nos carrinhos andando em Fiorano o único brasileiro que aparecia nas fotos espalhadas pelas paredes era José Carlos Pace.

Justamente nesse carro aí, quando o Moco defendeu Maranello no Mundial de Esporte-Protótipos. Os velhos blogueiros, que andam sumidos daqui, saberão contar boas histórias desse período.

A foto estava naquele lote que comprei no ano passado.

Photo0026

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Mario H Sanctos
Mario H Sanctos
14 anos atrás

Ferrari 312 PB ( Prototipo Barchetta) que o Môco correu em dupla com o Merzário, se não me falha a memória, em Le Mans.

Antonio Seabra
Antonio Seabra
14 anos atrás

Amigo Ceregatti,

Eu me lembro que no numero da 4 Rodas seguinte a morte do Moco, tem um texto muito legal, se eu não me engando assinado pelo Roberto Ferreira, em homenagem ao Moco.
Se voce tiver esta revista, no acervo que voce hoje guarda, sugiro e pelo que voce coloque o texto aqui, para que todos possam ler.

Antonio

Jonny'O
Reply to  Antonio Seabra
14 anos atrás

Oi Sabra , sobre o estilo do Pace pode até ser que esteja fazendo alguma confusão , até porque nem lembro direito do ano dessa entrevista ,acredito que seja a 4 Rodas mas tenho uma lembrança de que fiquei um pouco resignado quanto a preferencia do Pace ,mas como disse faz muito tempo que li essa materia ,coisa de 20 anos ,então…

lesk
lesk
14 anos atrás

Arturo merzario, cowboy italiano!
fracassou na f1! criou uma equipe e fracassou tbm!
botou brancatelli pra correr era mto lerdo!

Claudio cesario
Claudio cesario
14 anos atrás

E pensar que esta categoria já foi tão Famosa quanto a F1

Marcelo Sena
Marcelo Sena
14 anos atrás

Bela Foto !
Moco era muito querido.

Mauro José Santana Júnior
Mauro José Santana Júnior
14 anos atrás

Moco é o nosso campeão sem títulos, e esta Ferrari é fantástica!!!

E Ferrari é como um excelente vinho, pois quanto mais velha melhor!!!

Abraço!!

Neanderthal
Neanderthal
14 anos atrás

Que bela foto. A primeira vez que vejo um esporte-protótipo de porta aberta para o piloto entrar – tem cara de ser num teste, nem mesmo treino, e fico curioso por saber em que circuito é.
Que pena essa estória que a dupla com Merzario era incompatível. Será que teria sido uma boa ter feito com o Peterson?

Orlando Salomone
Orlando Salomone
14 anos atrás

Dividir o carro com o Merzario deveria ser problema. O apelido dele era Piccollo, não à toa. Fora os estilos de pilotagem. Tive o prazer de ver o Moco correndo uma única vez, no Templo, justamente em sua vitória. Inesquecível. Rapaz, graças a Deus temos histórias p’ra contar.

sérgio castro
sérgio castro
14 anos atrás

Que carro é esse? Pela altura do solo parece um JEEP.

Mauricio MV.
Mauricio MV.
14 anos atrás

Diz a lenda que foi Pace quem indicou Lauda a Enzo Ferrari após recusar um convite para pilotar seus F1.
Saudades daqueles tempos!

jovino
jovino
14 anos atrás

O Arturio Merzario era um piloto a la Vitório Branbilla. Correu aqui em Brsilia com um Willians na inauguração do autódromo Nelson Piquet numa prova extra campeonato de formula 1.
Este não é o carro que ele chegou em 2º nas 24 horas de le Mans?
Jovino

Caique Pereira
Caique Pereira
Reply to  jovino
14 anos atrás

Jovino,
esse é o carro, mas em Le Mans tinha uma Codalunga, ou seja, a traseira era esticada.

ricardo
ricardo
14 anos atrás

Grande Moco, que por honrar os compromissos assumidos, deixou de guiar pela Ferrari, onde seria eternizado não só aqui no Brasil, mas no mundo também.
Bons tempos aqueles em que as pessoas colocavam sua palavra acima de interesses financeiros. Belo exemplo.

Eric
Eric
14 anos atrás

Bluta foto!!!!

E não ando sumido não!!!

Raul Pasqualin
Raul Pasqualin
14 anos atrás

Em 1976 eu visitei a Scaglietti em Modena, e tinha exatamente uma 312 dessas sendo restaurada. Não deixaram eu tirar fotos…

Roberto Martinez
Roberto Martinez
14 anos atrás

Nessa época o moco também testou um carro da Can-Am com patrocínio da UOP .
ceregatti e Regi Nat Rock já disseram tudo.

Ele guiou dois dos F1 mais lindos : Brabham-Ford BT44 e Brabham Alfa BT45 . Preferia o BT-44 que venceu em Interlagos 1975.

Antonio Seabra
Antonio Seabra
Reply to  Roberto Martinez
14 anos atrás

Roberto,

Testou o UOP Shadow da CAn Am e andou muito com aquele “caminhão” em corrida, recebendo muitos eleogios dos americanos.
O Moco deixou de ganhar varias provas com estes caros que ele não deveria e não poderia ter deixado de vencer.
Com o BT44, em 74, ele fez uma corrida de espera na Austria (no velho traçado de Osterrreicheing, no qual ele era mestre, isto antes das modificações que tornaram o traçado “pasteurizado”), andando entre 5 e 6° lugar, o ultimo de uma fila de carros que disputavam a liderança. Já no final começou a impirmir um ritmo alucinante, fazendo ultrapassagens espetaculares sobre Peterson, Emerson, Lauda e Regazzoni, e começando a se aproximar rapidamente do lider, Reutemann, que fatalmente seria a proxima vitima. O Moco andava num ritmo alucinado, quando o motor da Brabham parou de funcionar. Tinha se soltado uma braçadeira da tubulação de combustivel e a gasolina vazara até a provocar a pane seca. Na Autoesporte da epoca tem uma foto que ilustra bem a decepção do Moco, a Brabham parada no fundo e ele chutando o chão. Foi uma vitoria certa perdida pro um item bobo. dizem qu eo Moco mandou cromar a braçadeira e colocu no centro do volante do seu Brabham, nas provas seguintes.
Com o belissimo BT45 (no inicio eu achava feio, com as duas tomadas de ar laterais, mais em 77, com as tomadas tipo NACA – “quase”, rs,rs – o carro ficou lindo !). pouca gente se lembra que o Moco deveria ter vencido na Argentina, em 1977 . O Moco ultrapassou o Watson no inicio abriu grande vantagem, liderando até o final. Não dava mais pra perder a corrida. Ai, no finzinho da prova, ele começou a a andar lento até ser ultrapassadopelo Scheckter, com a Wolf, a duas voltas do fim . Continuou lento e quase perdeu o segundo lugar em cima da linha de chegada, para o Reutemannn. Não foi para os boxes, parou em frente ao centro medico. Não havia nada errado com o carro, O Moco tinha sofrido uma desidratação por causa do calor, tinha perdido 5 quilos de peso, estava tonto e não tinha mais condição de andar rapido. Perdeu a prova para si mesmo !!!!
Era a corrida mais ganha do mundo, e escapara dele por causa de seu baixo condicionamento fisico !!!!!
Essa foi uma das vitorias que o Moco não merecia ter perdido. Ainda mais a luz do que viria a acontecer 2 meses mais tarde.

Antonio

Olavo
Olavo
14 anos atrás

É o 312 mas não conhecia com esta traseira!

[]s
Olavo

Regi Nat Rock
Regi Nat Rock
14 anos atrás

Não é que a gente anda sumido . Comentar em post politico não dá. Pra isso temos o sub blog onde falamos abobrinhas de todos os matizes, e todos chutam as canelas de todos com muita civilidade sem patrulhamento e nos divertimos com os nossos próprios comentários metendo o pau sem dó nem piedade em tudo e todos, sem patrulhamento. Tem quem não gosta…

Quanto ao Post, bela lembrança. O Pace por solidariedade inexplicável ao Surtis e sua (dele) cadeira eletrica, abriu mão de correr na Ferrari F1, abrindo espaço pro Nick Lauda. Nos protótipos o Jonny O, lembrou bem pois a incompatibilidade de estilos comprometia o carro que não ficava bom pra ninguém. O Comendador quando gostava de alguém misturava água e azeite e nunca dava certo. O Pace tinha uma facilidade sobrenatural de resolver problemas e identificar com precisão o que devia ser feito pra melhorar o carro.Gosto de lembrar dele, desse jeito. Um vencedor sem nunca ter sido campeão.

Celso BH
Celso BH
14 anos atrás

O Moco era demais ! O cara em Nurburgring era casca grossa e ainda por cima era o ”inferno verde”(Nordschleife) ,circuito qual separava homens de meninos.

Claudio Ceregatti
Claudio Ceregatti
14 anos atrás

Sumido por excesso de trabalho e falta de tempo diretamente proporcional.
Só a grana que é inversamente proporcional.
Mas falando de José Carlos Pace, o “Tio Moco” como bem dizem as irmãs Greco…
O paizão delas, o Trovão, chefaço de equipe a quem nem cabem mais adjetivos, tamanha obra, dizia ter visto apenas tres extraterrestres:
Um tal de Jim Clark, um certo Ayrton Senna e José Carlos Pace.
Tenho certeza – absoluta, completa e abalizada – que, lá de onde está, o cabra que batiza o lugar que chamamos de Templo fica muito contente e agradece ter seu nome e história lembradas por nós aqui, perto de 33 anos de sua ida junto do companheiro Marivaldo Fernandes.

Vi-o, bem na minha frente, viseira do capacete levantada, cumprimentar Emerson Fittipaldi lá no início do retão, quando esperou seu amigo em sua primeira e única vitória na F1.
Jamais esquecerei dessa prova, desse dia e desse momento culminante de sua carreira. Testemunhei boquiaberto e cheio de uma alegria insana, em meio de uma multidão de assistentes embasbacados com tudo que ocorria bem na nossa frente. Eu e a multidão devemos eternamente a ele uma das maiores alegrias – senão a maior – que Interlagos já viu.

Não tive o privilégio de conhece-lo, como muitos de nossos ídolos de quem hoje partilhamos a amizade.
Os que conviveram com ele não o esquecem, profissional e pessoalmente.
A multidão que testemunhou aquela prova e sua carreira tambem.
E os jovens de hoje, que através dos blogs – essa ferramente mágica que usamos habitual e naturalmente – dignificam seu nome, não deixando seu nome ser esquecido.
José Carlos Pace é imortal ao esporte, dá nome ao Templo, pelo Museu de Passo Fundo volita.
Por não ser esquecido, feliz está em mui buena companhia.
A todos agradece. Todos que dele lembram e dignificam.
E a ele agradeço.

Antonio Seabra
Antonio Seabra
Reply to  Claudio Ceregatti
14 anos atrás

Ceregatti e Lucca,

Eu também estava lá, e foi o dia mais feliz da minha vida, em termos de automobilismo. Não poderia imaginar que aquela seria a unica vitoria do Moco na F1, pois acreditava que finalmente o azar fora vencido (aifnal, apesar de ter andado muito, ele teve sorte com a quebra do “foguete” inalcançavel que o Jarier tiha nas mãos), achava que aqulea era a primeira vitoria de uma serie !
Assisti aos treinos de sabado, voltei de madrugada no dia da corrida, assiti ao warm up, vi o Moco indo por fora na 1 e na 2, ultrapassando as 2 Ferraris, fiquei alucinado ao ver a quebra do Shadow e o Brabham na liderança, e depois “TEMÇO” no finalzinho , com os amortecedores e os pneus do BT44 em final de vida e o Emerson tirando a diferença com o M23: “será que o Moco estaria só controlando a distancia, ou será que o famoso azar voltaria ?”, eu me perguntava. Não voltou e o Moco recebeu a bandierada. Só fiquei aliviado quando o vi aparecer na 1 e 2 com a luva vermelha no ar.
Dai foi extase, não havia mais cansaço, não havia mais sede, nem fome, nem nada, só o prazer de ter assistido o Moco finalmente vencer uma prova de F1, só agradecer aos ceus por ter estado ali e ter presenciado ao vivo um momento unico na Formula 1, a consagração popular de um grande idolo.

Antonio

Lucca Furquim
Lucca Furquim
14 anos atrás

José Carlos Pace era um Piloto das antigas, de palavra e de compromisso. Tinha um compromisso com a Brabham para o desenvolvimento do modelo BT45 com Motor Alfa Romeo, por isso resistiu ao assedio do Enzo.
Para nós um homem lucido, um piloto veloz e tecnico, um mito !!! Descanse em paz no céu dos Pilotos!!!! Meu irmão, amigo e companheiro Ceregatti, a bola esta contigo, você viu aquela ultrapassagem em Interlagos, você estava na museu do Amigo Trevisan naquela noite dias atrás, você recebeu um recado…..Luz verde, acelera!!!!

Caique Pereira
Caique Pereira
14 anos atrás

Uma época dourada. Um carro lindo, quase perfeito, só perdia para aquele que realmente era perfeito e cuja equipe havia chamado o Moco para ser piloto lá, mas ele já tinha fechado com a Ferrari, o que foi uma pena.

Eder Casagrande
Eder Casagrande
Reply to  Caique Pereira
14 anos atrás

Desculpe a ignorância…. mas fiquei curioso pra saber a história por completo…
Qual carro e qual equipe você se refere?

Caique Pereira
Caique Pereira
Reply to  Caique Pereira
14 anos atrás

Eder,

O Moco foi convidado pela MATRA para correr o Mundial de 73, mas já tinha acertado com o Comendatore, o que foi triste pra mim, que sou fã da MATRA.

Dú
14 anos atrás

O Próprio Enzo quem contratou o Pace.
E nada melhor de que lembranças do Luizinho que estava com o Elisio Casado, Anisio, Tite participando na Áustria, 1ª prova do Moco na Ferrari.
Tem pôster c/ esta foto http://shop-luizinho.blogspot.com/2010/02/mundial-de-marcas.html

E uma história do Pace e a turma da Ferrari:http://luizpereirabueno.blogspot.com/2009/02/tite-catapani.html

ags
ags
14 anos atrás

viva Moco………………………………………………………………………………………………………………………………

Jonny'O
14 anos atrás

Lembro de um entrevista do Pace para uma revista onde o piloto dizia que seu maior problema na Ferrari era ter que correr com o Merzario como companheiro .

Pace explicava que seus estilos de pilotagem eram imcompativeis , enquanto o brasileiro gostava de um carro mais neutro com leve tendencia de sair de frente ,Merzario gostava de uma regulagem bastante traseira ,o italiano era chegado em derrapagens diabolicas .

Com isso ,um ou outro nunca ficava totalmente a vontade no carro , mas esse erro estrategico era comum na Ferrari do inicio dos anos 70 .

Antonio Seabra
Antonio Seabra
Reply to  Jonny'O
14 anos atrás

Jonny, eu ssabia da imcompatibilidade entre os 2, desde o tamanho fisico até nos estilos de regulagem do carro, passndo pela desobediencia do Merzario as estrategias combinadas. Mas não acrdito que o Moco preferisse o carro mais dianteiro, Sua maior reclamação no inicio da Brabham, com o BT-44, era que o carro era construido e regulado para o estilo do Reutemann, que o preferia substerçante (muito), e o Moco preferia sobreesterçante. A tocada do Moco tendia sempre a andar escorregando de traseira.
Moco era sempre um dos pilotos mais rapidos com este caro, numa equipe que teve Peterson, Andretti, Ickx, Redmann, Reutemann, todos muito vezozes, além do Merzario, Marko e Schenken. MErzario era raído e alguns circuitos especificos, e era muito experiente em provas longas, além de ser italiano, e por estes motivos tinha grandes prerrogativas dentro da equipe. O Moco nunca conseguia regular o caro como ele gostaria.
Lamentável que o Moco nunca tenha vencido com este carro, esteve bem perto disso varias vezes, mas talvez até não aconteceu por estrategia da propria equipe.
Em Nurburgring o Ickx deu as dicas de como andar lá para o Moco, e depois o Moco deu algumas voltas seguindo ele, os dois com estes carros. E foi a partir dai que o Moco se tornou um dos pilotos mais rapidos no Inferno Verde (inclusive na F1). Eram talvez os 2 mais velozes naquele circuito fantastico, que além de grande habilidade e conhecimento da pista, exigia muita ousadia pra “vir” tempo.
Pra mim o Moco foi um dos pilotos mais “underrated” da F1, comparavel em velocidade aos melhoreres (Peterson, Rindt e cia ltada.) e em azar foi o que chegou mais perto do Chris Amon !!!!
Gostaria muito que o Moco tivesse tido mais tempo entre nós, certamente veriamos muito sucesso dele nas pistas do mundo.

Cassio
Cassio
14 anos atrás

Quando criança eu tinha um poster do Moco andando de Brabham no meu quarto… Sumiu… Queria ele de volta…

Antonio Seabra
Antonio Seabra
Reply to  Cassio
14 anos atrás

Quando eu era universitário (20-25). também tinha um no meu quarto de estudo. Também perdi, mas vou ter outro, desenhado pelo Mauricio Morais. Questão de tempo.

Antonio