A PREGUIÇA DA POLÍCIA

SÃO PAULO (dá no saco) – Vou reproduzir (na íntegra, os erros são por conta) trechinho de reportagem de hoje da “Folha de S.Paulo” sobre o show de Roger Waters no Morumbi. Falava sobre a ação daquilo que em SP, talvez no Brasil todo, é chamado de “flanelinha”. São os guardadores de carros. Os caras que roubam a gente sob o olhar bovino das autoridades.

A Polícia Militar explica que quem for coagido a pagar para estacionar na rua deve ligar para o telefone 190 e se dirigir a uma delegacia para registrar o caso. Para que o suspeito seja preso em flagrante, no entanto, é preciso prestar depoimento, o que, no caso de quem vai a um show, implica em perder a apresentação.

Pois bem. Então é assim. Você está chegando com seu carro ao Morumbi. Cheio de policial na rua. Cheio. PM, civil, Guarda Municipal. Giroflex a milhão, iluminando a noite nervosamente. A viatura ali, eu aqui. No caminho, o flanelinha. Para aqui, patrão. Ele guardou uma vaga com um cavalete, um cone, um paralelepípedo. A vaga fica na rua, que é pública, pela qual pago todos os dias com meus impostos. Eu paro o carro. O cara vem e diz: acerta agora, patrão. Acerta o quê? Jã não se usam mais eufemismos como “um café”, “uma cervejinha”. Acerta agora, patrão. Aí o cara diz quanto, e eu pago. Dependendo do evento, 50 reais. Até 100, em shows como esse. E o policial ali.

(Aqui, um parêntese, sem querer dar uma de mais macho do que sou. Muitas vezes me faço de idiota e bato de frente, mas é claro que depende da situação. Pergunto, sim, “acertar o quê”? Para, depois, disparar um chatíssimo discurso sobre lugares públicos, direito de ir e vir, de pagar só se quiser e quanto eu quiser. Isso, no entanto, não funciona em jogos de futebol e shows. Quando muito, em algum lugar de grande movimento e vagas raras, onde os flanelinhas são avulsos e meio avoados. Quando tenho de ficar cinco ou dez minutos num lugar, para comprar um negocinho ou deixar um documento. Eles desistem de me pedir dinheiro. Mas não sou otário. Em shows e jogos, acerto, sim. Mas estou prestes a colocar em prática um plano infalível, que é usar dinheiro falso nesses grandes eventos. De noite, o filho da puta nunca vai saber se uma nota de 50 é verdadeira, ou falsa. Estou comprando notas falsas de 50 para levar o projeto a cabo. Pago 5 reais por cada uma. Espero conseguir umas dez para usar até o fim do ano. Sugiro a todos que têm comércio e que recebem de vez em quando notas falsas, que guardem-nas para usá-las em shows e jogos de futebol. Só tomem cuidado para não serem denunciados pelos flanelinhas aos policiais. Pode dar flagrante.)

Voltando. Pela explicação da PM, se eu me dirigir ao policial quando estiver sendo achacado diante de seu nariz adunco, ele não pode fazer nada. A não ser que eu queira ir à delegacia levando pelo braço o cara que me chamou de patrão e me pediu para acertar. Perco o show e não acontece nada com o cara, óbvio.

É claro que o policial pode fazer qualquer coisa sem ir à delegacia. Ele está presenciando um crime. Uma contravenção. Ele tem a obrigação de agir. É para isso que eu pago seu salário, também. Pela lógica da PM paulista, se o cara me enfiar uma arma na cabeça, diante de um policial, ele nada poderá fazer. A não ser que eu, respeitosamente, peça ao criminoso para aguardar um pouco, que chamarei o policial para irmos todos à delegacia registrar o ocorrido. Se o meliante me matar, teremos de ir todos, ele, o policial e minha cabeça espatifada, à delegacia. Então ele será detido. Ou talvez não, sei lá. Porque estarei morto e não poderei prestar depoimento. Caso contrário, restarei no asfalto todo estropiado até que o rabecão venha remover meu corpo. Pela lógica da PM paulista, se um cidadão explodir um caixa eletrônico e um policial estiver passando diante do espetáculo pirotécnico, nada poderá fazer, a não ser que o dono do banco compareça ao local e vá à delegacia para prestar depoimento. Pela lógica da PM paulista, posso atropelar um transeunte na frente de um camburão da Rota que seus bravos soldados nada poderão fazer, porque a vítima estará com todos seus ossos quebrados, incapacitado de me denunciar e me acompanhar à delegacia para prestar queixa.

A explicação da PM para a liberdade concedida aos flanelinhas é uma desfaçatez. Um escárnio. Uma ofensa. Lotear as ruas e extorquir as pessoas é crime. Ninguém precisa denunciar. Ninguém precisa prestar depoimento. O policial tem, simplesmente, de deter o cidadão que está praticando um crime diante de seus olhos. Me parece muito lógico isso.

No exemplo dos flanelinhas de SP, entendo que o crime está liberado na cidade, no Estado, quiçá no país. Os policiais servem exclusivamente para conduzir suspeitos e reclamantes à delegacia. Crime só se configura na delegacia, é o que compreendo, desde que todos estejam de acordo. Com denúncia, suspeito, depoimento. Se o suspeito não quiser ir à delegacia, porque está com enxaqueca ou simplesmente entediado, ou para não perder a novela, ou porque decidiu tomar uma com os amigos, não vai e foda-se. Não vai e não há crime.

Como é que uma instituição como a Polícia Militar tem coragem de dizer o que disse à reportagem da “Folha”? Será que não tem vergonha de passar tamanho ridículo? Por que não diz, simplesmente, que tem preguiça de agir? Que dá trabalho, e que estão todos cansados? Que está pouco se fodendo para quem está sendo achacado e ameaçado na rua, a centímetros de seus olhos embaciados? Que está cagando para os cidadãos que querem apenas ir a um jogo ou a um show numa bosta de cidade que não oferece transporte público decente?

Nem é preciso dizer o que acontece com seu carro se você, patrão, não acerta com o flanelinha. Aliás, essa hipótese, hoje em dia, nem existe mais. Você tem de acertar, porque se não o fizer, nem estaciona o carro na vaga que ele loteou em logradouro público na cara do PM ou do guarda civil que o observa de braços cruzados sobre o colete à prova de balas. Ou nos estacionamentos irregulares em terrenos invadidos, que os corajosos policiais também não impedem que o sejam.

Quem vai a shows ou jogos de futebol já sabe o que fazem os policiais e guardas municipais, qual sua principal atividade. Eles gostam de acelerar suas motocicletas no meio da multidão, de dirigir como cachorros loucos, de ligar a sirene e jogar suas viaturas contra as pessoas que caminham pelas ruas, porque calçadas não há, batendo a mão espalmada na porta e jogando fachos de luz no rosto dos suspeitos.

Suspeitos, no caso, nós. Nós, suspeitos de não contribuirmos com a putaria da qual eles fazem parte com seus amigos flanelinhas. Bundões, é o que são.

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Robledo
Robledo
11 anos atrás

Fiquei sabendo de um policial que bateu no flanelinha no RS. Fez muito bem! E para abreviar, vou só copiar o que eu penso:
“Lotear as ruas e extorquir as pessoas é crime. Ninguém precisa denunciar. Ninguém precisa prestar depoimento. O policial tem, simplesmente, de deter o cidadão que está praticando um crime diante de seus olhos. Me parece muito lógico isso.”

Rodrigo
Rodrigo
12 anos atrás

Uma outra ideia. Dar R$100,00 em dinheiro falso e pegar R$50,00 de troco.
Esse troco você pode doar para uma instituição de caridade.
Assim, o flanelinha safado não ganhará um tostão e ainda vai perder um $$$.

Ronne Franks
Ronne Franks
12 anos atrás

Flanelinhas só existem pq não temos transporte decente e as construções são inadequados para os eventos.

Combater flanelinha é “lutar contra os galhos, sabendo que é lá no tronco que está o curinga do baralho”

Mataleone
12 anos atrás

Sou policial militar aqui no Rio, Sargento, 17 anos de serviço. Se eu estiver de serviço num lugar desses e alguem me parar pra falar que os FDP dos flanelinhas estao os coagindo, eu vou lá e prendo o flanelinha na hora, ou na pior das hipoteses lhe dou um esporro. Não paguem. As vezes dependendo do local e se o valor nao for absurdo, ate vale a pena o cara vigiar seu carro. Mas pague se quiser. Se eles obrigarem a pagar antes, nao paguem. Diga que vai chamar a PM e tal.

Renato Yoshikori Kimiky
Renato Yoshikori Kimiky
Reply to  Mataleone
12 anos atrás

E correr o risco de ter seu carro riscado?

Perneta
Perneta
12 anos atrás

Aqui funcionou! É só ligar para o número 153 e passar a descrição do bandido…

Novo Hamburgo (RS) cria lei que proíbe flanelinhas

Uma lei que proíbe flanelinhas nas ruas entra em vigor nesta segunda-feira (26) na cidade de Novo Hamburgo (RS). A lei determina que não será mais permitido a guarda de veículos em locais públicos.

Os suspeitos de serem guardadores de carros, pegos em flagrante pela polícia, deverão ser encaminhados para projetos sociais da prefeitura. A intenção é encaminhar a pessoa para um setor de busca de emprego. Caso o suspeito se recuse, ele deverá responder pelo crime de exploração indevida da atividade nas vias públicas.

A população poderá fazer denuncias pelo telefone 153.

Alexandre
Alexandre
12 anos atrás

Usar dinheiro falso é uma idéia realmente genial.

Wagner Ramon
12 anos atrás

É claro, que se o infeliz de sub-raça denominado flanelinha, cobra 50 reais por carro, com certeza 25 ou 30, vai para o PM que esta vendo ele fazer isso.
Como foi dito acima, o errado também é você, que paga para o ser inferior. Você esta ajudando o bosta. Paga mais caro, coloca no estacionamento, vai de taxi, orever, mas não pague porra de Flanelinha. Você é corrupto, fazendo isso. Não existe “meio-honesto” Ou é ou não. Você é daqueles que reclama da corrupção no Brasil, mas paga um café pro policial que pegou você no bafometro ou com o pneu careca na estrada. Faz um Gatinho na TV a cabo do prédio.
Para acabar com isso, todos temos que mudar. Temos que fazer a justiça. Mas para isso devemos estar limpos da corrupção.
QUer saber o que resolve? Junta 4 pessoas (não é muito) e da um coro no flanelinha. Espanca ele mesmo, lincha! Depois que passar no Jornal nacional:
3° flanelinha linchado em São Paulo bla, bla, bla. ai resolve. Ai é capaz que a policia fique em cima.

Romeo Nogueira
Romeo Nogueira
12 anos atrás

“Implica em” na Folha de S.Paulo é de matar!

Andre
Andre
12 anos atrás

Sou policial civil….

A PM não coibi flanelhinhas simplesmente porque não cabe flagrante… Cabe Termo Circunstanciado (por ser crime de menor potencial ofensivo)…

Se coubesse flagrante, eles ganhariam a folga….(sim, dependendo do batalhão, toda a vez que um PM apresenta um flagrante no distrito, eles ganham uma folga, banco de horas, etc)

Pra eles não vale a pena perder 5 horas em um distrito para ver o cara sair pela porta da frente com a maior cara lavada depois de assinar um papel. Eles se sentem desrespeitados. Por isso é melhor deixar os caras trabalharem e dependendo do tipo de PM, ainda ganhar um troco em cima do flanela, do que tirá-lo da rua.

Thiago Portnoy
Thiago Portnoy
12 anos atrás

Eu já vi vários shows lá no Morumbi, futebol é mais raro pois meu time não joga em qualquer estádio. O que eu faço é deixar o carro bem longe, em local seguro, um shopping por exemplo, e aí ando um trecho (grande) a pé. Ando bastante, mais vale mais a pena que dar dinheiro pra esses vagabundos.

Simão Jabur
Simão Jabur
12 anos atrás

Prezado Flávio,

Sim, são uns bundões. Assim como todos os que pagam para o flanelinha. Assim como todos os que pagam para o cambista. Assim como todos os que pagam seus impostos exorbitantes, e NADA fazem, nem sequer comentam com o padre no confessionário que isso não pode ser assim, etc. Mas o fato é que os policiais são como todo o resto, como os flanelinhas, como os cambistas, como os ladrões, como os políticos, como todo o povo brasileiro. No entanto, me assusta chegar à esta conclusão, me parece que TODOS são iguais. Por isso, simplesmente por isso, este é um país de TOLOS. O mais lúcido com alguma expressão que já pisou por aqui foi mesmo De Gaulle, quando disse que este não era um país para ser levado a sério. E lá se vão 50 anos…

Pedro Navalha
Pedro Navalha
Reply to  Simão Jabur
12 anos atrás

Simão Jabur,

Você também se inclui nessa lista de “TODOS são iguais”????

Espero que sim…

RMTA
RMTA
12 anos atrás

Isso não é só em São Paulo que acontece Flávio, na verdade está muito pior aqui em Brasília.

Como já dito por um colega, flanelinha aqui é legalizado. Tem crachá do Governo, colete verde. Verdadeira licença governamental para cometer delito.

Pra piorar, a PM do DF está em “Operação Tartaruga” há algumas semanas, reinvidicando aumento de salário, apesar de serem, de longe, a PM mais bem paga do país. A consequência? Um feriadão nefasto, com 12 homicídios (muito acima da média no DF), dezenas de roubos, sequestros-relâmpago, estupros a garotas de 16 anos voltando do colégio à luz do dia, entre outros crimes de “menor potencial ofensivo” como dizem por aí.

A gota d´água foi o assassinato de um analista do Banco Central, em uma das ruas mais nobres de Brasília (estilo Haddock Lobo em SP, cheia de restaurantes chiques e etc.), na frente da filha de 5 meses, da esposa e de amigos, por um meliante que roubou o laptop e a bolsa de uma cliente de uma lanchonete. Na fuga, o meliante virou pra trás e atirou a esmo. Acertou o coração do servidor. Morreu na frente de todo mundo. Ligaram pra PM, pro 190, em desespero, e a viatura demorou 1 hora pra chegar. O sistema de GPS da viatura comprovou que, de onde eles estavam quando o chamado foi realizado, eles deveriam ter chegado em 3 minutos ao local do crime. Demoraram uma hora porque a PM está em operação tartaruga, demorando propositadamente para atender chamados, deixando de fazer patrulha ostensiva, o verdadeiro paraíso dos bandidos. O falecido faria 32 anos no dia seguinte… mais uma filha que vai crescer sem o pai, mais uma esposa que vai viver sem o marido…

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2012/04/06/interna_cidadesdf,296773/servidor-morre-baleado-em-assalto-em-lanchonete-na-413-norte.shtml

Pra piorar, o Correio Braziliense teve acesso a uma comunidade de PMs em uma rede social. Eles comemoravam o resultado do feriadão macabro no DF, no tom de “agora os paisanos estão amedrontados, agora eles vão ver que precisam da gente, hahahaha”. PM comemorando morte, assassinato, estupro, sequestro-relâmpago… era o que faltava mesmo. Se ainda havia alguma fé na humanidade em mim, ela morreu nesse feriadão. Aqui em Brasília os PMs não só são bundões: são ainda mais covardes e criminosos que os bandidos.

Mauricio
Mauricio
12 anos atrás

Flávio, não é de hoje que assistimos impassíveis a inversão de valores que toma conta de nossa sociedade.
Parece que hoje, desrespeitar a lei é que trás o respeito social aos seus pares.
Ser um cidadão está fora de moda, é perigoso.
Para ser in você precisa desrespeitar algum tipo de lei. Atropelar um ciclista, chutar um carro, roubar uma velhinha. Subir pela Av. dos Bandeirantes as 18:00 horas da tarde de sábado tirando racha com uma BMW e atravessar sem olhar todos os sinais vermelhos (pois é, eu vi isso acontecendo neste último sábado, duas BMW brancas subindo da Imigrantes para a marginal tirando o maior pega pelo meio do transito a mais de 120 por hora!)…

Está perigoso ser um cidadão normal hoje em dia.

Marcelo Furuuchi
Marcelo Furuuchi
12 anos atrás

Cara você deveria ter um horário nobre na TV pra falar tudo isso, é uma coisa que todos veêm politicos, policia, organizadores de eventos e ninguém faz nada….são uns bando de bundões…que devem lucar com essa porra toda!
Flavio Gomes a voz da REVOLTA!!!!

Fernando
Fernando
12 anos atrás

Na minha opinião e não generalisando, mas grande maioria são bandidos travestidos de policiais. Tenho mais medo dessa “RAÇA” do que bandido…….

Pedro Navalha
Pedro Navalha
12 anos atrás

Será que o Roger Waters sairia de sua casa, num sábado à noite, para ser achacado por um bando de vagabundos ao tentar estacionar seu carro numa rua escura e sem a mínima segurança dessa bosta de cidade???

Da minha parte, ele que vá cagar…

Acarloz
Acarloz
12 anos atrás

Aqui as leis protegem os vagabundos. Ponto.

Rafael Vefago
Rafael Vefago
12 anos atrás

Flavio, essa semana fui conhecer Buenos Aires. Praça Serrano. Um Sr, por sinal bem apessoado, tenta roubar uma carteira em cima da mesa. A garçonete vê e avisa ao dono do bar que, sem fazer muito alarde, segura o cara pelo pulso e pede pra garçonete chamar uma agente de trânsito que estava por perto. O dono pede educadamente se ela podería chamar alguém da polícia metropolitana pelo ocorrido. “Sin problemas, señor”. Em 10 minutos o assaltante estava dentro de uma viatura a caminho da delegacia, e o dono do bar e a garçonete voltaram ao trabalho. Ah, ontem também já eram bem poucos os guard rails do TC 2000 da semana passada. E aqeuele daquela esquina aí da Indy, já tiraram? Abraço e parabéns pelo blog, sempre ótimo.

Lucas
Lucas
12 anos atrás

Lembrei de Interlagos quando fui assistir ao GP Brasil de 2010.

Eu era um dos primeiros da fila, mas próximo da gente tinha uns 5 marmanjos que “fecharam” na fila uma distância de uns 10 metros, que para entrar alí e furar a fila de milhares de pessoas, tinham que pagar 50 reais. Pior que uns 30 sacanas e espertinhos pagaram e furaram a fila.

Fernando Rocco
12 anos atrás

Mais incrível é que, se não estão coibindo a ação de flanelinhas, cambistas etc. Pelo menos impedem arrastões na saída do show, inclusive usando bem suas armas, sem dispará-las em meio à multidão e, obviamente, não permitindo que meliantes as carreguem para cometer crimes. OH WAIT!

Mariana
Mariana
12 anos atrás

Sempre morei em São Paulo e fui assaltada uma única vez na vida, na porta de uma estação de metrô uns 4 anos atrás, por volta das 19h. Na porta, meio dentro – meio fora, ao lado de vários funcionários. Quando o meliante se foi com meu celular, entrei novamente na estação e caminhei uns 10 passos para falar com um policial que eu tinha visto instantes antes.
Pois ele me disse exatamente isso: que só poderia ter feito alguma coisa se eu tivesse me manifestado na hora em que o assalto ocorria (!!!), para que se pudesse levar o cara à delegacia. Ou seja, eu, simples mocinha de 20 anos, é que precisava ter prendido o sujeito, a parte da polícia era só com o serviço já feito.
Mandei também um email para o metrô e me responderam 6 meses depois que lamentavam muito mas era assim mesmo como o policial tinha explicado. Piada.

Mauricio
Mauricio
Reply to  Mariana
12 anos atrás

Minha esposa passou por algo similar, 10 horas da manhã na porta da estação São Bento. Detalhe, o guarda estava a menos de 3 metros, ou seja, o cara roubou o celular da minha esposa debaixo do nariz do PM que não fez nada a não ser dizer a mesma merda para ela.
Sei não, mas me parece que a PM esta com medo dos bandidos.

JP
JP
12 anos atrás

Aqui em SJCampos, assim como na maioria das cidades, há um problema sério de jovens que se reúnem em uma determinada rua (ou várias ruas) para ligar suas usinas de som e promover bailes funk, regados a álcool, sexo e barulho infernal. Rolaram umas reportagens sobre isso nos jornais locais e, de fato, algumas ações da policia. Mas na semana passada, vejo outra reportagem dizendo que a polícia está ministrado um curso para “mediadores de conflitos”. Trocando em miúdos: a polícia alega que gasta muito tempo e efetivo atrás dessas festas (onde tem bagunça tem crime) e quer que moradores otários cheguem nos boçais e peça “por favor” para abaixar o som.

É phoda…

Mauricio
Mauricio
Reply to  JP
12 anos atrás

Outro dia aqui em SP dei de cara com uma balburdia dessas em frente ao shopping onde minha esposa tem uma loja. Parei o carro para pegá-la e, é claro, tentar dar meia volta pois a rua estava tomada. Um carro da PM parou ao meu lado e de armas em punho exigiram que eu avançasse rua abaixo pelo meio da confusão pois eu estava perturbando a ordem. Acho que o sargento em pauta estava bêbado ou coisa parecida. Alem de me ameaçar socou o teto do meu carro como se eu fosse um dos vagabundos que estavam arrumando a maior confusão em pleno centro de Santo Amaro as 10 da noite, impedindo o trânsito em uma via publica importante.
Resultado da abordagem gentil:
– O teto do meu carro apresenta uma leve depressão provocada pelo gentil PM
– Quando forcei a passagem pelo tumulto, meu carro levou um gentil chute na tampa do porta-malas que arrancou parte do emblema do fabricante do carro e arranhou a pintura.

Resultado: Depois dessa a quem vou reclamar?

Zeno
Zeno
12 anos atrás

Sou caipira do interior e não tenho o “habito” de pagar flanelinha…, aqui não tem isso…, um dia numa cidade maior me neguei a pagar, oras pagar porque? disse eu; não paguei mas fiquei com o c.. na mão..; brilhante texto Patrão…

Carlos Carbonar
Carlos Carbonar
12 anos atrás

Flavio, Isso é uma pratica corriqueira no Brasil inteiro. Inclusive no Maranhão, que os flanelinhas estão em plena luz do dia, em frente aos predios do comando da PM do Maranhão, e de outros orgãos publicos do Estado. Acho sua idéia fantastica. Avisa aos seguidores de seu blog assim que testar.

roxxon valdez
roxxon valdez
12 anos atrás

caro Flávio. vc produziu um texto totalmente equivocado. A única função da polícia em todo Brasil não é conduzir o cidadão a delegacias…mas dar segurança aos ladrões.

Nei Arthuzo
Nei Arthuzo
12 anos atrás

Flavio, concordo plenamente com seu comentário. Na minha opnião a mesma preguiça está presente nas ações desses bandidos de torcidas organizadas espalhados por todo lugar, acrescentado aí além da polícia, o ministério público, os políticos e os clubes que não fazem nada de verdade para acabar com eles para permitir que o torcedor comum possa ir tranquilo ao estádio. Outro escárnio da mesma categoria são os cambistas, que estão em todos os estádios e fazem oque querem na cara da polícia.

Felipe Goltz
Felipe Goltz
12 anos atrás

Flávio, genial a sua solução contra essa chinelagem endêmica, os flanelinhas, que toma conta de praticamente todas as vias públicas “estacionáveis” deste país. Acho que tem de ser assim mesmo, já que as autoridades policiais estão pouco se lixando para os cidadãos ditos “comuns”. Só espero que os flanelinhas não leiem o seu post, hehehe.

Rafael Chinini
Rafael Chinini
12 anos atrás

eu fui no show, parei longe, e peguei um táxi.
e tem essa agora também, o taxista RECLAMOU de ter que me levar até lá! e na saída, nenhum taxista queria pegar corrida, bando de vagabundo.

Vou experimentar andar armado, e matar o flanelinha da próxima vez pra ver se a polícia faz algo

Adebisi
Adebisi
12 anos atrás

Já andou com um pedaço de pau no carro justamente pra essa turma, a grande maioria desses flanelinhss quer “pagar de cabuloso”, mas quando vê o “Deus me livre” não faz nada.

anisio paulo gomes
anisio paulo gomes
12 anos atrás

Aqui na bela e Santa Catarina não é diferente, essa semana um delegado foi exonerado porque disse a um jornal que bandido que vier aqui explodir caixa eletronico vai ser morto, os caras acharam demais que ele não podia dizer isso, (explodir caixa pode).

Alex Sant'Anna
Alex Sant'Anna
12 anos atrás

Taí, gostei da idéia (sou antigo, escrevo com acento mesmo) das notas falsas… quem sabe elas não vão parar na mão de um PM e ele é pego em flagrante passando uma pra frente?
Sonho meu…

Vinicius
Vinicius
12 anos atrás

E outro dia, que o gambé (sim, gambé, ele não merece a dignidade de ser chamado pela profissão que deveria exercer) quis me encher o saco num congestionamento, e só porque respondi num tom de voz mais alto depois da quinta encheção, a biba de farda me mandou encostar, e ficou “ahá, olha aí, sua placa tá arranhada, multa”, “ahá, seu óculos tá torto, multa”, esperando a oferta do cafezinho. Estou recorrendo de todas as multas, e denunciei o bunda-mole pra Corregedoria (que não vai dar em nada, óbvio).
Por essas e outras, que não senti a mínima pena quando o PCC caçou-os feito os frouxos que são.

André Luís
André Luís
12 anos atrás

Ô Flávio!!
Se arrecadar mais do que precisa, me manda umas notinhas também, pois aqui no DF, os flanelinhas parecem filhos de coelhos… Se reproduzem numa como uma PG…

Mateus
Mateus
12 anos atrás

Já passei muitas vezes por isso. É realmente um absurdo sem tamanho, sermos coagidos a pagar 50 reais para um flanelinha para não termos o carro destruído, e a polícia não fazer nada. Uma única vez, quando ia pagar ao tal flanelinha, apareceu um policial da rota e deu uns tapas no meliante. Talvez precisamos mesmo da RRRROTA na RRRRRUA. Triste.

Enko
Enko
Reply to  Mateus
12 anos atrás

com as leis atuais, mateus, não dá
com rota ou sem rota, não adianta nada, o policial, (pelo menos os bons), tem que cumprir a lei que é ultrapassada e ridícula.
a propaganda do turco e seu partido, ilude as pessoas.

Rogerio
Rogerio
12 anos atrás

Experimente perguntar ao flanelinha quanto fica pra polícia. Eu faço isso toda vez e toda vez recebo a mesma resposta. Adivinha qual.

Gerson
Gerson
12 anos atrás

Ô Flavio, esse Luiz Morais é o “moderador” do seu blog???

Flávio
Flávio
Reply to  Gerson
12 anos atrás

Pior o cara responde mais comentários que o Flávio

Luciano Basso
Luciano Basso
12 anos atrás

Por 100 vale seguir a Angélica e ir de táxi. É só combinar antes onde pegar.

Kleber
Kleber
12 anos atrás

Bom, depois que meu carro foi roubado na porta de casa, a mão armada, liguei pra policia e nenhum policial passou na minha rua em 2hs.
Depois disso, o lixeiro que achou o carro (sim, avisei ele sobre o roubo e ele falou que iria ajudar já que passava em varias ruas por aqui), todo destruído a uns 1500m de casa, chegamos no local, ligamos pra polícia, passou 5 (CINCO) viaturas no local da batida e nenhuma parou, mesmo após 3 ligações pro 190 avisando do ocorrido, e o primeiro contato com polícia que eu tive depois de tudo isso foi quando a seguradora levou meu carro até a delegacia pra fazer B.O., não acredito mais nessa instituição.

wilson carpini
wilson carpini
12 anos atrás

bela idéia a sua Flávio… bela idéia mesmo…. gostaria de fazer o mesmo….
na minha cidade, de 110 mil habitantes, não tenho sossego para ir a uma sorveteria, num domingo a tarde, sem cruzar com um flanelinha….
a única facilidade que eu tenho com os paullistanos é que eu pago sempre na volta e as vezes consigo fugir do ser….
em janeiro de 2011, quando meu filho nasceu, em piracicaba, o estacionamento da santa casa já era um absurdo, então achei uma vaga na av independencia e tinham vários deles lá…. disse que voltaria rápido e pagaria na volta…. saí de lá mais de 18H00, pois estava junto da minha esposa e do meu filho recém nascido… me pergunte quantos calhordas estavam lá para receber a hora que eu voltei… não tinha nenhum carro, apenas o meu, ali, solitário, abandonado, esquecido numa dessas avenidas desertas desse mundo cruel e hostil….

Alexandre Lannes
Alexandre Lannes
12 anos atrás

A PM, pelo menos a do RJ, tem o “arrego” com os flanelinhas. Eles pagam para os responsáveis pelo patrulhamento local liberar o “trabalho”. Todo mundo sabe disso.

Já tive que recorrer a força contra flanelinha. Pq eles te ameaçam, se juntam e etc.

Mas realmente é uma complicação e não é a solução partir para a briga. Até pq pode ser muito arriscado.

Normalmente, paro o carro mais longe que o normal. Como faço hj em dia qd vou ao Engenhão ver os jogos do Fluminense!

roberto
roberto
12 anos atrás

Flavio,
Moro ao lado do Morumbi e compartilho de sua revolta contra este cancer chamado flanelinha. mas pra mim, ele é infelizmente o personagem que melhor define o nosso país atualmente:
1) mostra como tem vagabundo/malandro por aí querendo ganhar dinheiro facil
2) mostra a nossa patética submissão e fraqueza como cidadãos
3) expõe a burocracia institucionalizada deste país
4) expõe como os nossos governantes nunca resolvem um problema quando esta no começo ( quando era um simples cafezinho pro tiozinho que sempre estava junto ao seu carro quando voce voltava)
5) expõe a violência (experimente não pagar os $50 reais..)
6) expõe a impunidade
7) expõe a exploração dos bens publicos (camelôs, flanelinhas…)
8) deturpa a nossa visão do que é correto (tem gente que acredita que isto é um trabalho legitimo- se eu nao me engano deve existir até sindicato de flanelinha…)
9) mostra a passividade de nós cidadãos
enfim, eu poderia continuar esta lista até amanha…mas confesso que esta sua ideia é barbara…

Junior-sp
Junior-sp
12 anos atrás

Mais um detalhe, o Banana Joe e Carlos Cunha também mandaram muito bem….prender os flanelinhas não gera arrecadação e sim despesa, então melhor não prender….
lamentável mas é real…segurança aqui é ridícula….imagino lá nos cafundós de Itapipoca-CE, Altamira do Pará, etc…só Deus mesmo!!!

Junior-sp
Junior-sp
12 anos atrás

Flavio mais uma vez parabéns, realmente estamos numa fase absurda de extorsões por todos os lados, os políticos seja Federal(Sra. Dilma), Estadual(Sr. Alckmin) e Municipal(Sr.Kassab) zombam da cara do povo, pois não é possível que a Folha não tenha feito um contato p/ se pronunciarem, eles simplesmente somem(não é Sr. Alckmin??) qdo o assunto é dar satisfação, acho que é até melhor não pois iriam falar baboseiras de sempre que estão atuando, etc…ridículo. AGIR isso não fazem e nem sabem, aliás acho que nem tem esta palavra no dicionário deles, ainda querem eventos e mais eventos no Brasil, copa, olimpíadas, shows, etc e o consumidor sendo tratado com “casca e tudo”, mas temos culpa pois teríamos que não frequentar tais eventos, lá fora em um país decente somos tratados como consumidor onde eles necessitam destes clientes, se vc sair insatisfeito e reclamar c/ certeza verificarão a qquer custo p/ consertar o erro e não perdê-lo como cliente. Eu em qquer comércio que frequento como um barzinho, restaurante, etc, que não gostar ou não for bem atendido não volto mais, me perdeu como cliente, assim futebol e shows já era, melhor comprar uma picanha e breja e ver em casa tranquilo. O Brasil tá cheio de espertalhões, precisa muito tempo e boa vontade política p/ acabar c/ isso, talvez se o governo investisse em EDUCAÇÃO, mas sai caro e leva muito tempo, melhor dar um Migué no povo, tá bom o MKT fantasma dos políticos pois ninguém reclama, não somo mais um país emergentes, já somos uma Suiça da Am. do Sul…tá igualzinho….

Newton
Newton
12 anos atrás

E o pior é que se sobrar um dinheirinho levam no arrastão da Giovani Gronchi.
Estamos fodidos.

tito reclama de tudo
tito reclama de tudo
12 anos atrás

POR ISSO CADA DIA MAis ASSISTO AOS FILmes COM O MICHAEL DOUGLAS(UM DIA DE FURIA) E TODOS DO MESTRE CHARLES BRONSON E DO STEVAN SEAGAL…uma hora crio coragem e prego a mao na cara de um deles… e bate num safado desses flanelinhas pra ver se vc nao vai preso e o caralho a 4 de cesta basica,o datena falando mal de vc, psicologos de plantao no programa da sonia abrao dizendo que seu carro é um bem material e o flanelinha fdp é um ser humano… e TOME aporrinhaçao…naa adianta: ou nao vai de carro e pega um taxi/onibus, etc,, gostei da ideia do $$$ falso… mas a minha é a seguinte: juntar um grupo de amigos que querem ir em seus carros e contratar uns pitboys de academia suburbana, daquelas em que os caras levantam peso em lata de tinta com concreto duro dentro, que vao cobrar ninharia so pra ter o prazer de serm desafiados por esses malandros de ocasiao e sentar-lhes a raquete na fuça……. to doido pra ver isso, doido!!!!!!!

sérgio castro
sérgio castro
12 anos atrás

Essa polícia é uma polícia de merda, muito tbém por pressão dos idiotas dos direitos humanos e demagogos de plantão. Dias atrás estacionei meu simplório santanão 93 mod 94 em uma transversal da Santa Efigênia e sai para comprar alguns badulaques, e ao voltar vi meu carro arrombado e sem uma pasta que estava sob o banco, e pertences do porta-luvas, e tudo isso ao lado do filho da puta do flanelinha e dos filhos das puta dos nóias que estavam tbém grudados no carro. Tentei comprar a caguetagem de alguns deles, mas não deu certo. Assim fui falar com outro filho da puta de um policial que estava com mais dois há poucos metros dali, pedindo ajuda e se era possível dar uma “prensa” nos maloqueiros ladrões, e por incrível que pareça, além de não tomarem o menor conhecimento, ainda chamaram minha atenção, dizendo que não poderiam fazer nada e que prensa não existe. Puta raiva, virei as costas, sai, mas antes disse que iria pessoalmente tentar localizar minha pasta e se possível faria um patê de filho da puta, passando com o carro por cima do cabra…..Só pra pelo menos de uma certa maneira, desafiar os ratos de farda…..

Alan Lopes
Alan Lopes
12 anos atrás

Não é só em SP não meu amigo, isso acontece em todo lugar. Aqui em Maringá onde moro é a mesma situação, esses flanelinhas nos coagem e a polícia diz que pra fazer algo temos que registrar queixa na delegacia, e pra registrar queixa temos q ter testemunhas do fato, pode?

Chame o ladrão
Chame o ladrão
12 anos atrás

É o caso de a gente pagar, liberar o flanelinha, e dar voz de prisão ao PM por prevaricação, em flagrante.

Alexandre - BH
Alexandre - BH
12 anos atrás

Flavio,
Quer saber como ter essa gente preguiçosa e omissa sempre por perto – atuante, atenciosa e agindo de boa vontade? Abra uma lanchonete, uma pizzaria ou uma churrascaria. Guarnições estarão sempre “empenhadas” na porta do seu comércio aguardando as guarnições (as de comer).

Paulo "McCoy" Lava
Paulo "McCoy" Lava
12 anos atrás

Estimado Flávio,

Boa tarde ou boa noite. Em que pese estar residindo distante de P. Alegre desde 2005, vez que outra, compareço à capital visando assistir shows musicais. Em duas ocasiões (apresentações de Burt Bacharach e Dionne Warwick, 2007 e 2008, respectivamente), fiquei sabendo que um conhecido posto de combustível (não sei se posso citar o nome…), além de possuir ampla garagem (cerca de 200 ou 230 carros em cinco andares), disponibiliza serviço de táxi para interessados em assistir espetáculos na casa noturna, situada à mais ou menos nove quadras. A jogada é simples: o cidadão paga R$ 10,00 pelo estacionamento no posto, mais R$ 20,00 pelo serviço de rádio-táxi que pertence ao posto. Em resumo: você deixa seu carro guardado e, a mesma companhia de táxi que deixa você na porta do anfiteatro, fica à sua espera ao final do show (evidente, questão de agendar hora e acertar com o motorista e/ou empresa). Para mim – e outros espectadores –, funcionou à contento na ocasião.