E-BOLÍVIA
RIO (chocante) – A Bolívia já tem seu carro elétrico. A empresa Quantum, de Cochabamba, apresentou semana passada o modelinho para três pessoas (motorista no centro) que vai custar entre 5 e 6 mil dólares. O presidente Evo Morales curtiu. A Quantum pretende fazer 200 carros por mês. Foi o Eduardo Targat que mandou a notícia.
Quando vejo essas coisas, me pergunto o que teria sido da Gurgel se não tivesse quebrado — ou sido quebrada.
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O futuro é elétrico. Mas esse futuro talvez não vejamos. Talvez nossos netos vejam.
Foi assim com motores a vapor, motores a combustão, escravidão, comunicação à distância e menos gente imbecil no mundo (lembremos que em priscas eras ser imbecil, intolerante, egoísta, misógino e sem noção era a regra absoluta, não a exceção). Quando se vislumbrou progressos nessas áreas sempre houve quem duvidasse. Sempre houve quem não levasse fé, que nunca daria certo.
Pra quem há quinhentos anos ou menos só andávamos a pé, a cavalo, e qualquer coisa com rodas ou que navegasse precisava de vento, tração animal ou humana, hoje vivenciarmos a discussão se continuaremos com a combustão ou se migraremos para a eletricidade, ou se conviveremos com ambas as tecnologias, é um privilégio.
Pena não termos outro visionário (hoje seria chamado empreendedor de Startup) como o Gurgel. No momento.
Em breve termos um movimento desses no Brasil. Quando? Não sei. Não faço ideia se há alguém planejando isso que não seja um falastrão inidôneo tipo Eike Batista.
Mesmo que sejam parecidos com aqueles smarts, que chamo “carinhosamente” de “carrinhos de egoísta”. Mas haverá.
E pra quem acha o carro feio, estreito, movido a coca, comunista ou qualquer piadinha de gosto duvidoso, um breve exercício. Imaginemos um idoso ou um deficiente usando um carrinho desses. Sai de casa, entra com sua cadeira de rodas pela traseira do carro, dirige dez ou quinze minutos pro trabalho, para um médico, para um supermercado, para onde der na telha (tá, pegar estrada com ele deve ser osso, mas pra vida urbana, onde até estacionamento tem placa de velocidade máxima, serve), chega, sai pela mesma traseira, fecha o carro e vai resolver a vida. E olha a autonomia que ele ganhou. Não há preço que pague.
Ah, tem que ter menos carro na rua e vem o cara sugerir mais carrinho de “rotiuíls” por aí. Vai ser deficiente e depender de transporte público, táxi ou aplicativo. Eu não sou. Mas convivo com quem é e sinto as dificuldades na pele.
E a pessoa conseguiria comprar um carrinho desses por uns 25 mil talqueis. E com um pouco de boa vontade política (tá, sei que pedi demais agora… nem a tabela de Ir e de isenção é reajustada) ainda haveria um financiamento diferenciado a juros mais baixos. Que carro hoje você compra por esse preço, zero?
Gurgel com certeza faria. E bivolt, com tomada três pinos. E daria o adaptador pra tomada de dois pinos e padrão americano de grátis. E se chorasse com o vendedor, colocava mais duas tubaínas e trazia uma extensão de vinte metros junto com o jogo de tapetes. E ainda seria mais bonitinho que o Evomóvel.
Parabéns, Amaral! Ótimo texto!
Parece mais um brinquedinho de um menino rico. O Presidente Evo Morales vai guardar uns Dez em casa na sua cobrança de impostos.
Falando em Bolívia, tenho uma dúvida. O Brasil e a Argentina ainda são os únicos países da América do Sul que fabricam carros?
O Uruguay e a Venezuela já fabricam carros a um bom tempo……o Uruguay tem a marca Effa, e a Venezuela a Venirauto
Nos anos 70/80 eu só ouvia falar de duas coisas vindas da Bolívia: inflação vertiginosa e golpes de estado. O país era uma espécie de patinho feio da AL. Olha só a Bolívia, apresentando o seu primeiro carro elétrico… Um salve para Evo Morales! Um salve para o povo boliviano!
Apesar de ter chegado a ser 6° economia do mundo (agora 10° e descendo) nunca foi permitido ao Brasil ter uma fábrica de automóveis.
Mas, tinhamos a terceira fábrica de aviões do mundo! Avião de qualidade reconhecida mundialmente, com grande carteira de encomendas.
Graças a uma grande visão de futuro de bolçodórias, doamos a nossa humilde fabriqueta EMBRAER para a Boeing dos ‘ermãos do north’, esses merecedores ungidos a liderar o mundo silvicola e atrasado.
Este é um pais que vai para a phrente!
Não temos empresários capazes nem de fabricarem uma Tv genuinamente nacional, que dirá um carro ?
Além do twizy, esse eu também teria.
Antes de chegar ao último parágrafo do seu post, me fazia a mesma pergunta.
Poderia sem um pouquinho mais largo, né?
Melhoraria conforto e estética.
Será que há restrições de tamanho?
Como a atmosfera em Cochabamba, La Paz e Cuzco é mais rarefeitas os projetistas pensaram em dinamizar o fluxo de ar…
Tou brincando, o carro é meio estreito mesmo.
Deve ser assustador fazer curvas rápidas nesse negócio.
Estreito para andar naquelas estradas à beira do precipício.
Nesse valor eu teria um.
No primeiro vento lateral mais forte ele tomba.
esses bolivarianos!!!
Bacana o ar condicionado no teto…
Omelete sem ovo quebrado?
Se onde vem toda essa energia? Petróleo queimado?
O que o La Tercera não contou é que o “mandatário altiplânico” é dono do lítio do mundo!!
A Gurgel não foi quebrada, foi simplesmente “massacrada” pelas grandes montadoras na época!!
O Sr. Gurgel era uma gênio, teve a infelicidade de estar no mercado, no momento que as montadoras estavam chegando no Brasil, guardadas as devidas proporções, imagina hoje você querer montar um conglomerado de tecnologia, qual seria a sua chance?
Bom, mas ainda tenho uma esperança que nomes como CAOA, Souza Cruz, etc, um dia podem criar um carro, para deixar um legado, não custa sonhar.
Acho que você quis dizer Souza Ramos
Em Curitiba tem uma startup, Hitech eletricos, que importa da china a baixa custo, homologados pelo Detran, com preço de aproximadamente 50.000,00. Ainda tem o benefício da isenção do IPVA, porém de modo geral o preço dos elétricos no Brasil é muito alto, quem paga R$ 200.000,00 em um carro elétrico não poem na conta a isenção do IPVA no boleto. Estamos na contra mão de políticas para desenvolver esse mercado.
é um gurgel isso
O pior não foi o fim da Gurgel. O que desanima é que com o atual governo, nao existe incentivo ao desenvolvimento de tecnologia nacional, tanto que se disfizeram da Embraer como se fosse uma empresa qualquer. Enquanto os países desenvolvidos protegem suas empresas, aqui elas são desprezadas.
PQP que carrinho horroroso!
Ou o governo ter valorizado nossas pessoas capazes de fazer o mundo novamente!