SUPERQUINTA (2)

Verstappen e Norris: amiguinhos desde 2013
SÃO PAULO (normal) – Essa foto aí em cima é de 23 de julho de 2013. Max Verstappen tinha 16 anos. Lando Norris, 20 cm mais baixinho, 13. Eles haviam acabado de conquistar os títulos europeus de kart em suas categorias — KF e KF Júnior. Foi em Ortona, na Itália.
Dois anos depois, Max estrearia na F-1, pela Toro Rosso. Em 2016, ganharia seu primeiro GP, já na Red Bull. Em 2019, Lando chegou à categoria, direto na McLaren. São contemporâneos: Verstappen nasceu em 30 de julho de 1997; Norris, em 13 de novembro de 1999. Dois anos e quatro meses de diferença, quase nada.
Domingo passado, na Áustria, os amigos se encontraram pela primeira vez numa corrida de F-1 disputando a liderança. Se tocaram, furaram os pneus, o inglês abandonou, o holandês terminou em quinto. Foi um bafafá danado. Nas redes sociais (Prost e Senna: felizes foram vocês de viverem aquela rivalidade quando não existia a internet), chiliques histéricos de fãs, “incluencers”, “instagramers”, “idioters”. No domingo mesmo, Lando disse que perderia o respeito por Max se ele não se desculpasse. O tricampeão mundial ponderou que era melhor esfriar a cabeça antes de falar qualquer coisa.
Pois bem. Segunda-feira bem cedinho, segundo o próprio, Verstappen telefonou para o amigo. Se falaram. Hoje, ambos estiveram em Silverstone — amanhã começam os treinos para o GP da Inglaterra. O piloto da Red Bull contou sobre a conversa. “Chegamos à conclusão de que gostamos da nossa disputa. Concordamos em 99% de tudo que falamos. Gostamos de jogar duro, fazemos isso até nas nossas corridas on-line. E temos de continuar assim porque é o que gostamos de fazer. Disse a ele que pode confiar em mim quando tiver de tentar me passar por dentro ou por fora de uma curva, que não estou lá para tirá-lo da pista.”
Depois, disse a frase mais relevante de toda essa história: “Para mim, a única coisa que importa é minha amizade com Lando”.
Max ganhou muitos pontos com este blogueiro. Muitos mesmo.
Já Norris, escalado para uma das entrevistas coletivas de hoje, falou que o amigo não tinha mesmo de se desculpar por nada. “É como ele corre: duro, no limite. E é o que eu amo. Eu realmente gostei da nossa batalha. Quanto mais penso no assunto, mais chego à conclusão de que é só corrida. E foi uma boa corrida, muito perto do limite, às vezes. Falamos sobre isso e ficaremos felizes se continuarmos disputando novamente. O que falei no domingo, no calor do momento, não é exatamente o que eu penso. Fiquei frustrado, claro, porque foi um toque bobo que teve grandes consequências.”
Assunto encerrado. Agradeço à dupla por dizer quase com as mesmas palavras o que escrevi aqui mesmo neste blog no domingo passado. E se vocês não lembram, é só ler o início do gigantesco relato da corrida.
Vamos às caixinhas? Porque a quinta-feira não foi só de Bearman na Haas, não…

VERMELHOU – Essa será a pintura da Red Bull na Inglaterra. Foi escolhida em concurso com fãs, usando uma ferramenta da Oracle para criar layouts. Um cara da Tailândia ganhou — dá-lhe Horner! Mas melhor do que a pintura em si é o vídeo que a equipe colocou no ar com uma brincadeira sobre o novo desenho. Está aqui, é curtinho, vale a pena ver.
ARGENTINA DE VOLTA – Pela primeira vez desde abril de 2001, quando Gastón Mazzacane disputou sua última corrida pela Prost, um argentino estará num carro de F-1 em sessão oficial num fim de semana de GP. Trata-se de Franco Colapinto, 21 anos, piloto da holandesa MP na F-2. Colapinto fará o primeiro treino livre de amanhã pela Williams, que o tem sob seu guarda-chuva de jovens talentos. Na F-3, ano passado, ele venceu em Silverstone — foi quarto colocado no campeonato. No momento, na F-2, ocupa a quinta colocação. E nas últimas quatro corridas conseguiu uma vitória e dois segundos lugares.


RICCIARDO? – Falando em Williams, vamos às últimas do mercado. A equipe, aparentemente, se cansou de esperar por uma resposta de Carlos Sainz. Já está atrás de outro alguém para correr com Albon em 2025. Bottas está ciscando por ali. Mas, creiam, há uma chance para Daniel Ricciardo. Sim, ele mesmo. O australiano já sabe que dançou na Pega Lá a Maquininha Por Favor. Será substituído por Liam Lawson. Se bobear, neste ano mesmo, depois das férias. A Williams não está muito a fim de colocar crianças para correr — a não ser que a Mercedes lhe empurre Kimi Antonelli. Ricardão, embora não tenha feito nada de muito impressionante nos últimos anos, pode acabar ganhando uma sobrevida.
MERCEDES? – Sobre Sainz, agora, de quem dependem todos os outros que estão procurando vaga para o ano que vem. Descartada a Williams, sobrariam Sauber/Audi e Alpine. O espanhol está mais perto do time francês, que pode anunciar a qualquer momento que vai se tornar cliente da Mercedes em 2026, o que seria um vexame para a Renault — embora, na indústria, alguns modelos de rua compactos da Mercedes usem motores feitos pela montadora francesa, e ninguém se choca com isso. Acontece que Toto Wolff andou dando entrevistas para jornais espanhóis e não descartou Sainz, ainda. O piloto se animou com a possibilidade. O problema é o tempo. Carlos sabe que não pode esperar indefinidamente para decidir seu futuro, sob o risco de ficar na rua da amargura.
SE DER ERRADO… – Na Alpine, caso Sainz não feche, há um plano B e um plano C. O B é Jack Doohan. O C, Mick Schumacher. Ambos andaram testando carro de dois anos atrás em Paul Ricard, nos últimos dias.
Subtítulo da maravilha de foto de Max e Lando guris: “hay que endurecerse sin perder la ternura jamás”
Very good ! De que vale uma amizade se ela nunca for testada ?
Veremos se Norris e Verstapen conseguirão serem adversários sem terem que se tornar inimigos.
Será legal se conseguirem manter a amizade, Rosberg e Hamilton, por exemplo, não conseguiram.
Me surpreendeu esse lado “fofo ” do Verstapen.
Sobre o Plano C, da Alpine: Mick Schumacher.
Eu fico até com vergonha de digitar que a Alpine está vivendo em um universo paralelo, pois é um absurdo Mick Schumacher AINDA ser notícia em julho de 2024…
Eu não entendo certas coisas, o dinheiro de Ricciardo, Bottas ou Perez é tão fundamental, através de seus patrocinadores, que lhes garante essas vagas? Tem tanta gente jovem chegando, grandes talentos, que com certeza mostrariam serviço com dedicação. Acho que já falei isso aqui, caso eu decidisse alguma coisa já teria Tsunoda na Red Bull. Fila andando rapidamente.
segue la pelota,como diz o locutor!!!
nada a acrescentar ,e ,como disse no comentário da coluna,vi a mesma corrida que você viu…
Boa professor Flávio! Nosso guru formalunatico.
Cravou denovo!
Foto muito “ilustrativa” de Ver e Nor,
mostra um grande piloto e um piloto que pode crescer, Max deu um show ap falar pouco não polemizar não culpar não destratar , foi elegante sincero educado, um Príncipe, um Nobre e Lando abusou da Nobreza….o Holandes Voador é um cirurgião um maestro e saiu por cima, já Norris comfessou “.…..foi um truque bobo…”, sinal que perdeu muito mas ganhou uma boa lição para o futuro, formula1 também é um esporte de ‘contato’ e que bom que a amizade se mantém ou peloenos não virou uma inimizade ferrenha e eu diria, fora os prejuízos nos resultados de pontos vitorias etc e o financeiro, ninguém se feriu, só o ego do Lando foi de dilacerado, e querem saber, esse acidente deu uma agitada na categoria. Muito boas informações Flávio nos tras
Colapinto é um nome latino que pros brasileros fica estranho mas pra grande parte do mundo F1 nem vai entender .
E a dança das cadeiras, os flertes pilotos e equipe começou cedo esse ano e ainda tá movimentado. Vamos VER o que será, penso que 25 será mais disputas e altos e baixos.
Se no próximo comentário seu e-mail for falso ainda, não será publicado. OK assim?
Ricardinho tem a vantagem de não bater que nem louco. É ruim mas não bate. Seria bom pra Williams
Por mais legais que sejam os bromances da F1 atual, Max & Lando por exemplo, isto não combina nem um pouco com a tradição das disputas ferrenhas de campeonatos na F1. Max só andou muito zen nos ultimos tempos porque até agora não tinha concorrência. Esta não é a natureza dele. Mesmo. Pensem nas chances de encontrar Prost, Senna, Piquet e Mansell numa confraternização entre amigos. Ou então Schummi, Alonso (o original) e Montoya…
Este nível de disputa naturalmente não comporta amizades.
Como assim? É claro que Norris pode confiar no boca de tilápia, especialmente se vierem a disputar um título, pois ele é tão bonzinho e limpinho. Um santo, em resumo, a ser canonizado ainda em vida.
Quanto mais você torce contra, mais títulos ele fatura.
E nem durmo por conta disso, de tanta preocupação! Já você, pensei ser um sujeito inteligente e sensato, apesar de adorador do boca de tilápia. Infelizmente, percebi que me enganei, pelo menos em relação à sensatez. Vamos ver agora se eu não me enganei sobre a inteligência.