Últimos instantes
SÃO PAULO (12 anos, já) – Este blog tem me apresentado a um público novo, e um deles é o Renato Bellote, que já colaborou com o Grande Prêmio. Renato me mandou um e-mail falando sobre Imola, 1994 – texto que escrevi, parece, há séculos. Muita gente não deve ter lido, por isso coloco o link aqui.
Junto, Renato mandou estes 39 segundos de Ayrton no cockpit momentos antes da largada daquela corrida.
É realmente impressionante.
Se alguém pudesse ter dito a ele;
“Cara, abandona essa corrida….”, é realmente impressionante o semblante dele.
Que saudades! No que ele pensava? Nunca saberemos, mas estava muito esquisito, cara de preocupado, triste, extremamente desmotivado. Creio que realmente não queria estar ali.
impressiona mesmo hoje
e a moleca nem faz ideia da dimensao que foi.
Ao
Rogerio Bh.
Gostei!!!
Saudações celestes.
Tava na cara que o Senna não estava a fim de estar ali. Mas tinha obrigações. Digamos que ele estava com a cara que a gente fica na segundona depois de um belo fim de semana na praia… rsrsrs… Mas a situação era complicada, acho que ele já até estava meio velho pra coisa, não parecia ter mais saco de aguentar as politicagens da F1. Penso que tudo o que ele queria era sentar naquela Williams e ganhar mais um ou dois campeonatos…
Lembro que estava assistindo a corrida, sempre colocava o relógio pra despertar, tinha 15 anos. Senna era o meu ídolo, como um cara de uma banda de rock ou coisa parecida. Quando ele bateu, automaticamente pensei no campeonato e que o Schumacher abriria mais vantagem que ele teria que descontar depois. Deu até vontade de parar de assistir a corrida, porque tinha ódio do alemão e daquela %!@$&@#daquela Williams, que os caras perderam a mão justamente no ano do Senna! Mas o cara não saía do carro e depois de uns 2 ou 3 minutos me vi ajoelhado no chão e berrando na frente da televisão: “Levanta daí, cara! Que %!@$&@#é essa!”. Minha família inteira veio ver o que tinha acontecido na tv. Ninguém acreditava. Minha vó já “começou uma novena” ali na hora! rsrsrs… Quando levantaram o cara pra levar pro hospital e eu vi aquela poça de sangue, já comecei a torcer pelo homem Senna, porque o piloto já tinha ido pro saco. Seria muito complicado ele se recuperar daquilo. Na hora as pessoas falavam que ele tinha chapado a cabeça no muro… Foi com certeza um dos piores dias da minha vida, mas com um final maravilhoso: o Maracanã lotado gritando “Olê, Sennaaaa!”
O cara mobilizou e ainda tem nome na F1 no mundo todo. Me contaram que recentemente o site do sapateiro fez uma pesquisa tipo: qual o melhor piloto de todos os tempos? Adivinhem quem ganhou????
E também acho que hoje em dia, com a falta de aderência dos pneus, poderemos ver acidentes graves, se os pilotos continuarem a pilotar como na Austrália.
Todo piloto se concentra. O Mika Hakkinen, nos seus tempos de Lotus, era assustador antes de fechar a viseira, ele fazia rituais de concentração, usando as mão junto.
O Senna também era assim. Se vocêw considerar que o cara tinha perdido um colega no dia anterior, e barrado no hospital para ver o Rubinho arrebentado, e além disso ouvir um não do patrão ao querer ficar de fora da corrida….
Qualquer um ficaria daquele jeito. Nada dessa história de premoção.
É verdade, concordo com o texto abaixo… O que dizer se as imagens já falam por si só completamente? ELE sempre foi um cara muito emotivo, onde seus sentimentos eram facilmente expressados no seu rosto… e daquela (e ultima vez), nao foi diferente…
Assim como 90% do pessoal que frequenta esse Blog, sempre releio o texto sobre Imolo/94. Acho que foi o melhor relato que um jornalista fez sobre todos os acontecidos… Inclusive com uma visão muito particular, o que o torna realmente especial…
É isso aí… esse Blog tem de tudo, momentos de diversão, discussões, debates… e momentos sublimes como esse… É um enorme prazer visitar essa página diariamente….
Abraços a todos!!
O texto eu li, e ali me convenci que vc era um doido p.o.r.r.a loca e que, portanto, merecia crédito. Quanto as imagens, que adjetivos usar além de impressionate? Parece-me, inclusive, inquestionável a possibilidade de filosofar sobre o olhar, o bufar, o mar, o…………
DUAS COISAS:
UM: Falar tanto de um cara que não curou ninguém, não fez nenhuma descoberta científica e não era um líder espiritual pode parecer estranho. Mas o Senna mobilizou todo mundo: japoneses, brasileiros, ingleses, franceses etc.. Que ele fosse apenas um esportista pode ser um sinal dos tempos, mas nesses tempos Senna foi disparado um grande cara.
DOIS: assisti o féretro do enterro de Senna da janela de onde trabalhava, na esquina da Av. Brasil com Av. Rebouças; havia uma multidão monumental, a cidade parou em reverência, eram quinze ou dezesseis helicópteros acompanhando, o mundo assistindo. Com certeza ele foi mais que um super piloto (e ele era mega piloto): foi um grande cara.
Nessa época eu nem assistia muito as corridas, só tinha 7 anos, mas quando aconteceu o acidente minha irmã chamou todo mudo pra sala.Foi chocante, mas eu não imaginava que o Senna iria morrer.Só que nesse domingo era aniversário da minha avó e fomos todos pra casa dela e lá ouvimos a notícia confirmando a morte do Ayrton. Quase todos choraram, era com se alguém que fizesse parte da nossa família tivesse morrido. Alguém que nos visitava nos domingos só com boas notícia.
Na segunda- feira na escola o diretor chamou TODOS os alunos para o pátio e fizemos um minuto de silêncio.
Bejim
Maximo, obrigado.
Flavio me enviou o link, quem sabe ele proprio não queira compartilhar com todos deste maravilhoso texto que falamos, de qualquer forma, irei, deliberadamente colocar o link aqui, mas ele, Flavio Gomes, deveria faze-lo. Conclamo-o
Link
http://ultimosegundo.ig.com.br/paginas/grandepremio/materias/317001-317500/317469/317469_1.html
concordo com o Fabio Edo… coloca o texto do dia do jogo da Lusa. acho q a coluna chama “César, o Grande”.
é o melhor texto seu…
mas esse é 9,5
O Brasil tava numa fase desgraçada, impeachment do primeiro presidente eleito após a trapalhona ditadura, inflação invencível e demasiadamente prolongada, parecia que o buraco não tinha fundo…
Mas uma coisa o Brasil tinha que dava certo (a única): Ayrton.
O orgulho nacional, tão esfolado e esculachado, encontrava nesse homem seu refúgio.
Na minha modesta opinião isso tudo fez a morte de Ayrton doer mais ainda: o orgulho nacional era quem morria ali.
Foi um dia daqueles…
Não me recordo de um final de semana mais trágico que aquele na F1. Nunca fui grande fã de Senna, embora ache que ele foi um excepcional piloto. Passados 12 anos, ainda tem gente que acha e tenta fazer dele um herói nacional. Que besteira. Foi somente um bom piloto de carros. Muito boa sua coluna sobre aquele final de semana.
Nesse dia, depois da corrida, eu fui pra uma corrida no autodromo Nelson Piquet em Brasilia. Não me lembro que prova que era (talvez alguem aqui se lembre). So sei que parecia q ninguem acreditava que o Senna tinha morrido… os herois não morrem… todo mundo esperava que a qualquer momento ia vir uma noticia dizendo que ele tava vivo e que ia ficar bem… a noticia veio… mas informava justamente o contrario. O pessoal fez até um minuto de silencio… foi sinistro.
abraço!
Ele tava realmente preocupado em correr… não acredito que ele sabia que ia morrer senão teria saído do carro e fôda-se o show, a grana e o escambal… ninguém quer morrer…
Mas tava sentido por tudo… a morte do ratzenberger, o rubinho se arrebentou inteiro.. essas coisas…
A pergunta é: será que o Senna foi o último ou podemos ver essas cenas nos dias hoje?
Eu acho que tratando-se de corridas de automóveis, pode ocorrer novas mortes sim… infelizmente.. é um esporte arriscado, não tem jeito…
Como diz o Emerson no seu livro… o piloto que tiver medo deve assistir a corrida na sua casa, pela tv.
Falar disso até hj incomoda, faz pensar, provoca dor, tantos acontecimentos negativos ecoaram nos momentos filmados deixando a sensação clara de que nao queria estar alí, pelo menos naquela hora,naquele dia. A inquietação, a feição triste, preocupada, questionadora ali presente. Se nada tivesse acontecido naquele dia 1/5, tdo voltaria ao normal alguns dias depois..pq o q nos choca é a proximidade , o fato de ter perdido alguém tão próximo, que nos proporcionou entre outras coisas o resgate da alegria de ser brasileiro, de alguém com quem aos nossos olhos e corações jamais recairia uma tragédia dessa magnitude. Aconteceu e o vazio persiste.
Flavio, disse e enviei um email a voce, este pode ser um excelente texto para a F1, mas não é seu texto Nota 10… para quem acompanha voce e neste blog, plural, voce deveria colocar o link, não acho na w-up, do texto do jogo em que seu filho entra com um jogador da Lusa…ESSE QUEM LEU NÃO ESQUECE.
Posso não ser muita coisa, mas sou criterioso quanto aos jornalistas que dizem alguma coisa que valha, e este texto que menciono credencio Flavio Gomes a ter minha atenção em qualquer midia que ele apareça.
O Texto é excelente .
Vira e mexe acesso ele para ler novamente .
O “cara” deixou sua marca aqui na Terra e depois foi morar em algum planeta .
Como eu já disse , ele não era deste mundo !!!
O que eu vi este cara fazer com a Toleman e depois Lotus e Mclaren não é coisa de qualquer terraqueo ….
Naquele domingo, não sei porque, acho que tinha chegado tarde da balada não acordei para ver a largada, foi quando minha mãe me chamou e disse que o senna tinha batido, achei que fosse mais uma da maré de azar que ele estava naquele ano, me levantei e fui assistir a corrida, quando vi me deparei com o improvável, ele saindo de helicóptero do autódromo e o galvão muito triste torcendo pela recuperação, realmente aquilo foi um baque, me senti culpado por não ter assistido aquela que iria ser a última corrida do cara que dava alegria a este país, que levantava a bandeira e era um silva, até hoje quando leio, vejo vídeos é muito difícil de acreditar, mas a vida segue e quem sabe algum dia teremos orgulho de alguém como tivemos dele. Quanto FG, o conheci quando vendi um notebook pra ele, gente finíssima, de lá pra cá, sempre acompanho o site dele e agora o blog, o texto do senna é uma das melhores narrativas que já li, sensacional e triste ao mesmo tempo, não acredito em premunição, acho que ele estava cansado de um fim de semana que ele quase não dormiu. Abraços ao FG e kd os textos dos diários de viagem kbou?
Impressionante!
uma data muito triste realmente…catastrófica…mas também acho que era muita coisa….Barrichello…Roland…dificuldades técnicas…..concentração…..
saudações celestes
Incrivel é como se ele soubesse o q iria acontecer…
abraços
Bela descrição abaixo. Também senti o mesmo. Na hora pensei: Acho que esse ano(94) ele não corre mais. Depois mudei: Tomara que volte à correr. E quando o helicóptero decolou falei em alto e bom som: o Brasil vai dentro desse helicóptero. Frase boba, sem sentido, eu estava só vendo aquilo. Mas é inesquecível e acredito que várias pessoas ainda lembram dos momentos vividos naquele dia. Parece que foi otem mesmo. E o pior foi assistir Mônaco… foi triste mas vi.
E quanto ao vídeo, acho que ele estava preocupado com o carro, a corrida, acidente do Rubens, a morte do Roland, o campeonato etc. Não acredito em premonição. E sempre disse: ninguém previu a morte dele, mas de Papa, político …
abraço
Parece mesmo que foi ontem.
Um domingo ensolarado, de corrida, normal e tranquilo. Minha mãe estava preparando o almoço, iria ser um almoço especial, não me lembro o porquê.
Me lembro sim, como era (e ainda é) costume, estar contando os minutos para o início do conturbado Grande Prêmio de San Marino. Costume também, Ayrton Senna largaria em 1º.
Ayrton enfrentava uma série de problemas com o seu Williams, carro que trazia a pesada carga de esperança de vitórias, não só do próprio Senna, mas de uma infinidade de torcedores. Estes torcedores (eu, inclusive), já não viam com bons olhos Schumacher. Michael disparava no campeonato, com uma Benetton pra lá de suspeita.
Depois da tumultuada largada, aconteceu o acidente. Forte e rápido. A primeira coisa que veio à cabeça é que “ninguém sai ileso de uma pancada na Tamburello” (vide Piquet, Patrese e Berger).
Imediatamente, notou-se que Senna não estava bem.
Muito sangue (depois soube-se que veio da traqueostomia feita em Senna, já que ele não apresentava mais respiração espontânea, além dos ferimentos em sua cabeça).
Apesar de toda torcida, tanto a do Galvão Bueno, como a de todos (sempre há um fio de esperança), o panorama era nublado.
Em 1994, não havia o dinâmismo, na circulação e renovação das informações, que encontramos atualmente.
Eu estava ficando louco, sem saber o que se passava, sem ter as informações em imediato.
Então, mais tarde, em edição extra, a Globo informa sobre a morte de Senna. Acredito na relutância deles em informar o que já era fatual.
Sai à rua, pasmo, sem acreditar em nada do que acontecia.
O sentimento era de que havia perdido um ente, pois Senna já era figura presente em boa parte do meu cotidiano, sempre ligado ao esporte.
Cara, eu li o seu texto… logo que comecei a acessar o GP… tudo o que te aconteceu naquele fim de semana… a correria… a cobrança de todos aqui do Brasil por notícias, a tristeza…
Sinceramente, eu não queria estar no seu lugar… e se tivesse, teria pedido demissão também!!!!!
Grande abraço…
É Flávio Gomes, e o Senna que disse que o capacete esconde coisas (emoções) incríveis… não foi?
Marcou a reportagem da Folha de S. Paulo, feita pelo FG, e também o texto dele sobre o fato, no livro Ayrton Senna, o herói da mídia. Uma grande reportagem, e um ótimo texto.
Quanto ao acidente, aconteceu porque deveria acontecer, todas as ocorrências daquele final de semana, em Ímola, foram imprevisíveis. Automobilismo é isso.
Ele não queria correr…
Já tinha visto este vídeo e um outro que ele fica em pé atrás do aerofólio de sua Willians meditando e bastante concentrado. Dá a impressão que ele sabia de seu destino naquela corrida e sabia o que ia acontecer.
Jovino
Flávio eu te mandei um e-mail um outro dia por causa das camisetas e te dei parabéns por este texto, como ja havia dito poucas vezes vi um texto tão sincero e emocionante, a primeira vez que o li acho que foiem 2003 ou em 2004 logo quendo comecei a entrar no blig, e até hoje eu o leio com a mesma atenção, é sempre bom lembrar do grande Ayrton, e ver que vc não tem aquela mania de muitos que falsamente diziam que conheciam Senna a fundo… parabéns!!!
CORREÇÃO:
Os
\\ %!@$&@#que %!@$&@#!!
%!@$&@#que %!@$&@#!!
%!@$&@#que %!@$&@#!!\\”
se referem a expressão autêntica e insubstituível usada pelo FG.
Vou tentar burlar a censura e repeti-la:
Ppuuttaa qquuee pparriiuu!!!
Ppuuttaa qquuee pparriiuu!!!
Ppuuttaa qquuee pparriiuu!!!
Se não deu certo, quem leu a excelente matéria entendeu.
Ao FG.
\ %!@$&@#que %!@$&@#!!
%!@$&@#que %!@$&@#!!
%!@$&@#que %!@$&@#!!”
A muito tempo não me emocionava tanto.
Te encho o saco constantemente mas jamais deixei de declarar e admirar seu indiscutível talento.
Obrigado.
ele tava sentindo pelo ratzemberger, isso é claro……ele não qria correr, como uma forma de protesto, mas não tinha como……money talks!
Po, esse teu texto sobre imola eu ja havia lido, muuuuuito %!@$&@#ele… muito bom mesmo
Abraço
Então eu acho que o cara já tava sentindo…que daquele dia num passaria… Mas já foi… agora é Rubinho na cabeça…rsrsrs Falow!
Não acredito muito em ‘destino’. Mas acredito na intuição que cada um pode ter. Acho que nessa hora ele devia estar muito preocupando e pensando ‘quem será o próximo?”, já que nos dois dias anteriores, o Barrichello se acidentou feio e foi parar no hospital. E o Ratzenberger, coitado, sequer teve a mesma sorte.
Muito melhor o vídeo do Ajax sobre o fair play. Impensável em certos campeonatos por aí.