Bebia. Mas em silêncio
SÃO PAULO (e como era macio) – Ver aquele Galaxie de pace-car nas Seis Horas de Interlagos me levou a uma busca veloz pela internet, até chegar a este comercial bacaninha, acho que ainda do final dos anos 60, pelo modelo do carro.
A Ford vendia conforto e silêncio. Ainda não tinha estourado a crise do petróleo, e o fato de o Galaxie ser um beberrão de marca maior só viria a incomodar anos depois.
Ao Cedar:
o 292 (até 1975), 3,8km/l na cidade e 7,8km/l na estrada; o 302, 3,5km/l e 7,5km/l; o 302 álcool, incríveis 3 km/l e 6,7km/l, todos com câmbio automático e ar condicionado. Todos dados reais dos meus carros. Não gasta tanto quanto se diz, pelo seu tamanho e espaço – não faço números tão melhores com meu Charger R/T.
O Galaxie foi meu segundo carro, o primeiro foi um Itamaraty 1967.
O Galaxie azul que tive era 1971, e foi comprado em 1975. Era o carro da família, e ficamos com ele até 1978… Bons tempos….
Coloquei um volante F1 nele, ficou lindo. Com o diametro menor e a direção hidráulica era uma delícia…
Bebia mais do que cunhado irresponsável: Perto de 5 Km/litro.
Em compensação, cabiam 4 pessoas na frente e 4 atrás, sem muito esforço. Era enorme, um exagero de grande e pesado.
Matávamos aulas na ETI Lauro Gomes de 15 em 15 dias, fazíamos uma “vaquinha” pra abastecer, e em 8 malucos descíamos a Serra… Pusta loucura…
A turma compensava a inclinação da carroceria fazendo pendulo, todo mundo para um lado e depois todo mundo para o outro…
Quando a descida era da Serra Velha então… Parecia que o carro era tão comprido (5,5 metros) que nem contornaria aqueles grampos…
Só alegria.
Fora o passeio no fim do expediente na praia, quando frequentávamos uma certa rua General Camara no início do seu expediente…
O banco de trás, como já disseram, não era para rapidinhas, comportava bem mais do que isso…
Na praia do Perequê, no Guarujá, era chamado de “Motel das Estrelas”, tamanho o movimento de pessoas e de carroceria subindo e descendo….
Melhor parar. Vou perder o emprego em casa…
Não precisa ser apenas o Veloz-HP, pode ser outra pessoa que tem ou já teve este carro. Nada de ouvi falar que faz tanto ou o amigo do irmão da namorada do meu primo disse. Tem que ser do proprio.
Diz a lenda que se este carro parasse para abastecer no posto de gasolina e o dono não desligasse o motor demorava quase o dia inteiro para encher o tanque …
Veloz-HP, você que já teve este carro diga qual era o real consumo dele, tenho curiosidade em saber.
Carro melhor não há. Tenho um azul, 1981 à álcool, 30 mil km. Saio com ele de vez em quando, após consultar a previsão do tempo. Quanto a conforto, as suspensões foram recalibradas ao longo do tempo. Tive um 72 que raspava as maçanetas nas curvas. O 81 é bem mais firme.
junto com cada carro devia vir uma carteirinha permanente para frequentar as reuniões dos Alcoolatras Anonimos. O problema é que os caras não saim do primeiro passo.
Como disse meu professor de vibrações, o balanço remete a colo de mãe…
Flavio, se não me engano esses comerciais estão todos naqueles dvds que eu te dei no sábado. Esses e muitos mais.
Abraço!
Prefiro morrer de conforto em um Galaxie a quase morrer de desconforto dentro de um Gol…
Ops! Substituisse
Só um detalhe.
Depois que o Landau saiu de linha aqui no Brasil, NUNCA mais houve um carro que o substituise com a mesma eficiencia.
Putz Veloz,
Landau com motor de Maveca 5000, depois de uns 150/160 km/h o bicho devia começar a pendular, afinal é muita potência para suspensão que parecia ser apoiada em travesserios de penas de ganso, realmente deviar ser divertido, os sustos que devia dar hehehe.
abraço
Eu era criança quando meu pai teve um igualzinho a este, até a cor. Realmente o som do silêncio. Acho que nunca mais vai existir um carro com aquele conforto. Nas ruas esburacadas, era com se estivesse andando no asfalto liso.
Em poucos dias vou experimentar um landau LTD 83, estou ansioso para ver como se comporta esse carro que é um mito em termos de conforto e elegância.
Meu pai quase teve um desse. Só não teve porque ele era dono de um Dojão Dart, e além de beber muito, o Dojão não coube na garagem de casa. Precisamos afastar o portão uns 30cm.
Com a crise do petróleo, ninguém queria comprar o carro. Ele foi rifado.
Ah, se eu tivesse 16 anos na época…
Devia ser ótimo para dormir, para conversar, mas e para dirigir?
Como é possível ficar 2 horas numa estrada com um desses sem dormir no volante?
Tem algum levantamento de quantos motoristas morreram pelo excesso de conforto?
E Veloz-HP acaba de descrever o paraíso… Galaxie na estrada, ar condicionado, uma bela mulher acompanhando e Jazz no stereo…
É, o paraíso deve ser assim mesmo.
Uau!!! Galaxie e Miles Davis? Bela combinação!
Uma delícia de carro.
Foi o último carro que tive na vida, após ficar cheio de viver parado em congestionamentos e decidir só andar de moto.
Tive 2 Galaxie LTD, um 79 todo branco e outro 76 branco com teto de vinil preto.
Esse 76 tinha apenas 48 mil km quando o comprei em 1986. o estepe nunca tinha sido usado, possuindo ainda aqueles “pelos” no pneu.
Ficou comigo até o fim da minha carreira automobilística em 1993.
O 79 foi um barato pois cheguei a instalar o motor do Maverick Turismo 5000 que eu corria e que no Galaxie ficou um atentado à segurança pública, pois não havia suspensão e nem freio para tudo aquilo e os pneus diagonais faixa branca simplesmente derretiam e deformavam a cada curva ou arrancada e o molejo não suportava a potência despejada nas saidas de curva tornando cada uma delas uma farra fenomenal.
Mas um deles inteiro e impecavel como era o meu 76, é o melhor carro que conheço para sair com a mulher amada e passear pela cidade ou estradas e curtir aqueles momentos e conversas que exigem silêncio conforto e bem estar, mesmo que esteja parado no congestionamento, mas com os vidros fechados, ar condicionado ligado, câmbio em D, e Miles Davis de fundo musical.
E aquele garotinho deve estar com seus 50 aninhos…
O melhor banco traseiro para uma rapidfinha. Se forçar, cabe até a banheira de hidromassagem.
Eita tempo bom ( lembrando que o Landau com o motor 302 andava MMUIIIOOTTO mais que o TS; veja os tempos de aceleração, era ótimo deixar a molecada comendo poeira)
Em 1978,meu pai foi na ford fazer uma revisão no GT dele(corcel) e tinha duas banheironas (Galaxie ou Landal ,não lembro) e o dono da agencia sentou na barca pra mostrar os detalhes do carro pro papi,eu sentei no banco de traz e logo dormi.
Acho que é a unica coisa descente que aquele tipo bizarro de carro pode proporcionar.
Meu irmão teve um 67 branco com teto de vinil preto que era bárbaro.
(Nossa teto de vinil e bárbaro. É duro ser antigo.)
O pai de uma amiga tinha um azul marinho (ou preto…) e sempre nos buscava no Palmella (uma sala de cinema, aonde hoje é o Bingo Pamplona) com ele. Achávamos o máximo…