Pé embaixo na 1 e na 2

SÃO PAULO (Skol a 0,99 a lata) – Já que temos falado tanto de Interlagos antigo, que tal ler a coluna Retrovisor de hoje? Roberto Brandão, que é primo da Lecy Brandão, conta como Gilles Villeneuve fazia a 1 e a 2, num remoto teste de pneus em 1979…

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Marçal
Marçal
17 anos atrás

Não tive o prazer de ver esse cara correr. Mas estou tendo a opotunidade de ver o Schummy. A pergunta é: Será que existe alguma peripécia como essa do alemão pra se contar? Não tenho nada contra ele, mas realmente depois de ler uma história dessa, a única certeza que se pode ter é que apenas os números não falam muito. Acho que falta ao alemão essa magia. Talvez não que ele não tivesse feito se precisasse, mas o fato é que não fez. Na atual F1, essas “mágicas” são desnecessárias.

Marçal
Marçal
17 anos atrás

Não tive o prazer de ver esse cara correr. Mas estou tendo a opotunidade de ver o Schummy. A pergunta é: Será que existe alguma peripécia como essa do alemão pra se contar? Não tenho nada contra ele, mas realmente depois de ler uma história dessa, a única certeza que se pode ter é que apenas os números não falam muito. Acho que falta ao alemão essa magia. Talvez não que ele não tivesse feito se precisasse, mas o fato é que não fez. Na atual F1, essas “mágicas” são desnecessárias.

Lincoln
Lincoln
17 anos atrás

E o jacques se aposentando tao cedo…….quem diria que eles tem o mesmo dna. Realmente lamentável.
Nem sempre filho de peixe peixinho eh……

Cesar Costa
Cesar Costa
17 anos atrás

Não dá pra comparar os carros, mas em F1 o primeiro que vi fazer a um e a dois com o pá na lata, sem a aliviadinha no meio das duas, foi o Emerson com a Lotus 72, naquela primeira corrida, que não valia pelo Mundial. Me lembro que estava acampado na saída da um e me chamava anteção que o Emerson fazia as duas sem aliviar, enquanto o Wilsinho e a maioria dos mortais davam uma aliviadinha bem no meio das duas.

walter
walter
17 anos atrás

Esclarecido está!
Obrigado, Brandão.
Aliás, as curvas 1 e 2 realmente mereciam voltar, para separar os laranjas dos pilotos.

Roberto Brandão
Roberto Brandão
17 anos atrás

Ao Walter e tantos outros que levantaram a questão:
Para mim, quem primeiro fez a 1 de pé embaixo foi Ronnie Peterson em 1973, durante os treinos de Sábado, com a Lotus preta (foi companheiro de Émerson).
Depois veio o Jarier, em 1975 com a UOP Shadow, o Lafitte com a Ligier Gitanes e, com o advento do carro asa, quase todo mundo que tinha aquilo roxo.
Porém, em todos os casos, sempre teve uma quase imperceptível levantada de pé ou toquezinho no freio, de maneira a realinhar o carro para tomar a 2 com velocidade inicial que os faria fazer o retão voando.
Não falei, no texto, que Gilles tenha sido o primeiro. Seria contraditório, uma vez que a coluna Retrovisor de estréia “Gol em Interlagos”, que recomendo uma releitura, fala exatamente da proeza realizada pelo Peterson.
A este eu credito a primazia, apesar da leve levantada de pé. Pois é assim que reza a lenda e, quando alenda é mais forte do que a verdade, publique-se a lenda, já nos falava John Ford.
E também porque foi uma das maiores emoções que vivi como torcedor de arquibancada. Por semanas e meses, só se falava na 1 e 2 de pé embaixo do Peterson.
Si non é vero, é trovatto…

walter
walter
17 anos atrás

Sou fã chiita do Gilles Villeneuve. Mas acho que há uma injustiça na coluna do Brandão: não creio que o Gilles tenha estreado e nem mesmo feito a 1 de pé em baixo.
O que sempre soube é que Pironi com Ligier – asa, em 1980, seria o único a fazê – lo.
Quem fez? Tanta gente fez? Quem foi o primeiro?
Essa pergunta não me parece respondida pelo Brandão.

joaquim
joaquim
17 anos atrás

Ia esquecendo: elogios ao Mestre Brandão já se fazem desnecessários. Dêle, no mínimo, só esperamos o melhor. Grato, Mestre.

joaquim
joaquim
17 anos atrás

Taí uma das grandes discussões para iniciados, quem foi o primeiro? Voto em Jarrier, mas já vi gente jurando de pés juntos que seria o Regazzoni, outros o Peterson. Até em Mário Andretti já ouvi falar.
Capitão Virgulino, a questão de fazer a Um de pé embaixo é que a própria centrífuga já desequilibrava a frente do carro, forçando a aliviar um pentelhonésimo para equilibrar o carro novamente e embicar para a 2. Daí, o retão já estar comprometido. Claro, isso em carros d´antanho. Pude comprovar a teoria num Opala Div-1 (o Cerega também comprovou o fato), guardas as devidas e enormes proporções.

Xico
Xico
17 anos atrás

Grande Brandão. Bela missiva.
Eu gostava, claro, destes testes.
Acho que foi no ano seguinte que estive nesse evento (foram só 2), a Ferrari cancelou os testes de pneus em Interlagos (eram da Michelin, lembro bem) e só a Renault Turbo apareceu. Com Jabouille e Arnoux, motor com barulho diferente, rápido, foi tudo muito rápido.

VIRGO
VIRGO
17 anos atrás

Mestres Brandão e Joaquim,
Se não me engano, li aqui neste blog que o primeiro pilouco a fazer a curva 1 e 2 flat foi o Ronie Peterson, è Vero?

Lawrence Jorge RS
Lawrence Jorge RS
17 anos atrás

FG, quando o Veloz-HP vai estrear na Coluna Retrovisor???
(Aumenta a $$$!!!! kkkkk)
T+

Velocet
Velocet
17 anos atrás

Faltou comentar que o Pironi fez a 1 flat antes do Gilles. E sem toque no freio. Isso contado pessoalmente por um piloto profissional e testemunha ocular da história.
Bom lembrar também que, no fim dos anos 70 tínhamos os wing cars que facilitavam muito a tarefa, mas não diminíam o risco. Se o Jean-Pierre “pied-de-plombe” Jarier conseguiu a façanha em 75, é um espanto mesmo.

VELOZ-HP
VELOZ-HP
17 anos atrás

Parabéns Brandão, mais uma obra prima.
Como deve ser triste hoje e ser um jovem apaixonado por corridas de F1 como nós fomos a muito tempo atrás e ter de se contentar com o material humano existente e ainda ter de achar que o Michael é um gênio só por que tem 7 títulos…
Uma vitória do Gilles vale para mim uns 2 títulos desse cara e cenas como a que você narrou valem mais do que tudo o que os outros personagens atuais fazem ou já fizeram.
Moçada, acho que só resta a vocês pedirem ao Papai Noel esse ano uma Máquina do Tempo tipo aquele De Lorean em “De Volta para o Futuro” e voltar algumas décadas na história e sentar numa arquibancada e vêr ao vivo tudo o que o Brandão, eu e muitos outros já narramos por aqui.
Se isso acontecer, tenho certeza que vocês jogarão a chave fora na hora, e não irão querer voltar para hoje e também entenderão muito mais aquilo que agente fala por aqui.

Zé Clemente
Zé Clemente
17 anos atrás

Texto sensacional do Brandão. Parabens.
E para mim veio a calhar. Fui assistir a Classic hj em Interlagos.
E fiquei no mesmo lugar que eu gostava de ficar ha 20 anos. Lá no comecinho da mureta do box onde os pilotos antigamente disputavam a freada da hum. O cara tinha que ter peito. E a sensação que nós sentíamos ali era incrivel, sem descirção.
Hoje pela manha no alinhamento da Classic vi que o Chiquinho Lameirão saiu na frente com um dkw branco (carro madrinha). E eu estava lá naquele mesmo lugar onde agora é o S.
Lembrei das disputas de antigamente e pensei: “Que diabo será que passa na cabeça de um cara como o Chiquinho ao entrar naquele S do Bernnie???”
Um dia vou perguntar isso a ele, mas vou arriscar a resposta. Decepção.
O fantástico Gilles deu aula de pilotagem na curva mais apropriada para isso e nós não a temos mais. E nem pilotos como ele.

Pedro Jungbluth
Pedro Jungbluth
17 anos atrás

Brandão, voce simplificou, o Gilles, mesmo que nunca tivesse uma vitória, teria sua estátua.

Mesmo assim não entendo porque aqui no Brasil não dão o respeito nescessário à um piloto que já alcançou nove vitórias, o que claramente não é para qualquer um.

jpena
jpena
17 anos atrás

Meus amigos,só uma pergunta me passa pela cabeça. Será que o balaio de de talentos foi evaziado ?
Ficaram todos, nos anos dourados?
Cadé os de hoje? O menos pior era o Alemão ,agora chegou um espanhol pra fazer companhia,afinal o primeira já estava entediado por ficar sozinho durante tanto tempo.O que me faz mal é que da a impressão que são pilotos burocratas. Não tem magia……

jonny'O
jonny'O
17 anos atrás

Ahh …Brandão!
Essa foi de estourar qualquer coração!
Que COLUMA!
MARAVILHA!!!!!!!!!

Vemag Envenenado
Vemag Envenenado
17 anos atrás

Sobre Gilles, equipamento e talento:

” Uma certa manhã, na redação da extinta revista Manchete, seu fundador, Adolpho Bloch, estava junto com sua equipe de fotógrafos, vendo umas imagens premiadas pelo mundo.
Um dos fotógrafos comentou:
– Mas também, o sr. tem que ver o equipamento deles! Só usam máquinas fotográficas de última geração, top de linha.

Adolph Bloch, então respondeu:
– Ah, é? Você então acha que a foto tá boa por causa do equipamento?

Foi quando pegando no bolso sua caneta Montblanc de ouro, ele disse:
– Toma! Me escreve então um best-seller!!”
*****
Gilles não tinha o melhor carro sempre. E, ainda assim, escreveu algumas das mais belas páginas do automobilismo de fórmula.

Alexandre Reis
Alexandre Reis
17 anos atrás

Estou sem palavras para comentar o texto. Parabens Brandão.
Ou melhor: MESTRE BRANDÃO

Lawrence Jorge RS
Lawrence Jorge RS
17 anos atrás

É sempre um prazer ler o retrovisor… Nem precisa comentar nada, o texto já diz tudo…
Agora sobre o Rubinho, nada pessoal né Brandão???? Tá arriscado até ganhar estátua, mas no segundo degrau do pódio para compor a estátua do Shummy em 1… Rs…
Mas sinceramente, tenho uma certa ponta de inveja, no bom sentido, do Rubinho… Eu aceitava até ser vigésimo faxineiro em Maranello, q dirá segundo piloto!
Abraços

Roberto Brandão
Roberto Brandão
17 anos atrás

Apenas para temperar o assunto : Barrichello possui mais vitórias do que Gilles, na F1, todas com Ferrari. Teoricamente, mais importante, portanto.
Será que ele ganha uma estátua em Maranello?

Renato de Portugal
Renato de Portugal
17 anos atrás

Como sempre um grande momento do Brandão. Suas vivências no autobilismo são fantásticas e ainda bem que são repassadas pra esses outros malucos. Obrigada Brandão

1GT
1GT
17 anos atrás

Belo texto!

Mig
Mig
17 anos atrás

Ao ler a emocionada coluna sobre o grande Gilles, também lembrei-me de Jarrier em 1975. Quando vim comentar, vi que o Romeu já registrou, com muita propriedade, o fato. Nessa data, Jarrier chegou a ser comparado a Ronnie Peterson, e pintava como o bicho-papão do ano. Fez duas belíssimas corridas no início do ano, mas no resto do campeonato sumiu no meio do pelotão.

Romeu
Romeu
17 anos atrás

Mestre Brandão, relembrando os velhos tempos dos testes de pneus e do grande Gilles, que ainda hoje nos emociona quando lembrado.
Mas não podemos esquecer que em 1975 Jean Pierre Jarrier, fez a pole position para o GP do Brasil, fazendo as curvas 1 e 2 do velho traçado de pé em baixo, sem aliviar.
Eu estava lá, ví e ouvi o Uop Shadow preto, fazendo as curvas *flat*.

VIRGO
VIRGO
17 anos atrás

Mestre Brandão fazendo jus ao apelido!
A emoção que permeia todo o texto dá bem uma idéia da paixão que se aninha no coração do escriba. E além disso, nos dá uma bruta inveja desses momentos vividos com pilotos de quem a maioria de nós só ouviram falar.
Outra consequência, talvez inesperada do seu texto, foi prover uma prova testemunhal para uma discussão minha com o Joaquim desde o primeiro farnel: O Joaquim acha que não havia vantagem em fazer as antigas curvas 1 e 2 de Interlagos flat, por causa da necessidade de corrigir a trajetória depois da curva 1 e a consequente perda de velocidade na entrada do retão(se me lembro bem). Mestre Joaquim, se o Villeneuve fazia, poucos poderiam imitá-lo, mas que é possível, é possível!

Bianchini
Bianchini
17 anos atrás

Brandão, como sempre, fez um texto maravilhoso. Vieram-me à cabeça lembranças como o GP da Holanda de 1979, quando após esvaziar o pneu na reta dos boxes provocando uma rodada na curva Tarzan, ele deu a volta inteira até os boxes em três rodas, a citada corrida de 81 no Canadá, no autódromo que posteriormente seria batizado com seu nome, o GP da França de 79, com uma fantástica disputa roda a roda com Arnoux pela 2ª posição, a corrida da Espanha de 81, aquela que seria sua última vitória, tantas e tantas lembranças de um acrobata das pistas, um piloto que guiava com o coração, com paixão, não esses borra-botas que pilotam pensando no saldo bancário de hoje em dia. A descrição do mestre do volante fazendo flat as curvas 1 e 2 do antigo traçado chegou a me trazer lágrimas aos olhos. Olhos que cresceram vendo Peterson, Gilles Villeneuve, Mansell, Alesi, tantos pilotos arrojados… e que hoje se entristecem ao assistir um desfile de parvos que apenas sabem ultrapassar nos boxes. Obrigado pelas boas memórias, Brandão!!!!

Ibá
Ibá
17 anos atrás

Tenho receio de fazer um comentário idiota… mas vá lá:
Gilles nos ensinou que mais do que vitórias e títulos, é a capacidade de fazer o coração do amante de corridas bater forte que torna um piloto imortal.

Guilherme Decanini
Guilherme Decanini
17 anos atrás

São estas coisas que separam os homens dos meninos….

Esta descrição apaixonada reflete todo o tesão que o automobilismo nos transmite…capacidade…competência…arrojo…..é gente, quem gosta da coisa fica até arrepiado só na leitura.

Grande Gilles!!!

Tohmé
Tohmé
17 anos atrás

1939???
Linda coluna, com a habilidade (do Brandão) de sempre.

mister mistério
mister mistério
17 anos atrás

Acabei de ler a coluna do Brandão ouvindo um dos clássicos do fusion – Alfhonse Mouzon, um dos melhores bateristas de Jazz dos anos 70, em parceria com o genial guitarrista Tommy Bolin – disco Mind Transplant de meados dos anos 70. Altamente recomendável. Unir boa música com lembranças do grande Gilles, é de causar euforia em qualquer um. Só faltou a cerva gelada.