Quanto vale?

SÃO PAULO (o tempo passa) – Estive no escritório do Reginaldo Leme sexta-feira. Sempre via esse pôster na parede da sala dele, e desta vez resolvi fotografar. É da primeira corrida de F-1 no Brasil, em 1972, que nem valeu pelo Mundial.

Nem o pôster, nem o Regi dão grandes sinais da passagem do tempo!

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Adriano Lima
Adriano Lima
17 anos atrás

Putz nem acredito que vc conhece o Regi, estou tentando lhe enviar uma mensagem faz tempo, mas não consigo nem pelo site do linha de chegada.
Vamos lá…se puder me ajudar segue abaixo o email que eu gostaria que chegasse as mãos dele.
Independente de qualquer resposta, muito obrigado pela força
Prezado Reginaldo Leme, Boa tarde!

Meu nome é Adriano Lima, tenho 25 anos de idade morador de São Paulo e tenho como minha segunda casa o autódromo de Interlagos, lugar que eu poderia considerar também como meu retiro espiritual.
Antes de mais nada gostaria de lhe dar os parabéns pelo Linha de chegada e aproveitar o mesmo para elogiar o nível de seus convidados e comentaristas sempre presentes como é o caso do Lito Cavalcanti.
Tenho uma paixão incondicional e irrestrita pelo assunto “automobilismo” desde criança, fase da vida na qual trocava a bola de futebol por carrinhos de brinquedo que com um pouco de criatividade(devo dizer que um pouco de tinta e alguns adesivos também ajudavam) transformavam-se em bólidos potentes e aerodinamicamente perfeitos(pelo menos em minha imaginação)e que permitiam me transformar em um ás no volante guiando por circuitos com retas infinitas nas quais poderia alcançar velocidades extremas.
Na adolescência como não tinha recursos para acompanhar meus colegas em suas idas a kartódromos, acabei apelando para dois ou três pedaços de madeira, uns pregos e algumas rolemãs(que pedia de oficina em oficina)velhas, e com a ajuda de pedaços de ferro que se transformavam em aerofólios e as velhas tintas e pincéis que me ajudavam a fixar com orgulho meu nome, tipo sanguíneo e numeral(que sempre foi o número 1) eu descia as ruas do meu bairro com a mesma imaginação que na infância me levava pelas retas inacabáveis retas dos meus perfeitos circuitos.(uma curiosidade é que eu fui bicampeão consecutivo de corridas de carrinho de rolemã nos campeonatos promovidos pelo Sesc no Museu do Ipiranga).
Durante todo este período alimentava um só sonho……Ser um piloto de fórmula 1 e disputar uma freada com o Ayrton(é claro que eu não iria levar a melhor)
Quando na idade adulta já sem meus carrinhos e com algumas responsabilidades como o estudo e trabalho(para ajudar em casa) só me sobrou a minha imaginação que em vários momentos como aqueles em que você fica parado no trânsito me levou a ensaiar mentalmente(e as vezes até verbalmente) discursos vitoriosos pós GP daqueles nos quais você agradece a equipe pelo carro maravilhoso, comenta detalhes da corrida tira as fotos para os grandes tablóides do mundo(o engraçado é que em um destes discursos cheguei a chorar de emoção e quando percebi estava dentro de um ônibus parado no trânsito na avenida Paulista e lágrimas de verdade caiam dos meus olhos).
Depois de muito imaginar, resolvi partir para a ação e me tornar um piloto, e munido de força e esperança fui até o autódromo de Interlagos numa prova de campeonato paulista e depois de muito tentar convencer o segurança consegui visitar os boxes, onde tive contato com mecânicos, pilotos e o pessoal de serviço(fiscais de pista, etc), numa destas conversas com um piloto chamado Pimenta o meu mundo e meus sonhos começaram a cair por terra.
Depois de ficar sabendo qual seria a “logística” e custos para sentar num cockpit de um carro de competição fiquei abismado e muito triste por se tratar de algo que estava completamente fora da minha realidade financeira.
Não achava justo somente aqueles mais providos de recursos poderem experimentar tal sensação e fazendo uma analise fria conclui que era mais fácil se tornar um astronauta do que um piloto de F1…….triste realidade.
Comecei a me conformar com o fato de não realizar o meu maior sonho(pelo menos nesta vida) e comecei a fazer de tudo para pelo menos ter contato com o automobilismo(mesmo que fossem Gol’s, ômegas e aldees spider’s e não com os tão sonhados bólidos da F1) e em uma destas visitas e conversas no autódromo conheci o Sr. Alberto Costa e Silva(ex-diretor de provas de F1) que por acaso tem uma equipe de resgate e sinalização que atua em provas regionais, e o mesmo me convidou para trabalhar em sua equipe, em dois anos dentro da ISR, reboquei carros, apaguei incêndios, engoli muito desaforo de pilotos de cabeça quente que acabavam descontando o fato da roda do carro ter caído e ele ter abandonado a prova em nós do resgate, após este período ganhei pelo meu esforço e dedicação às pistas um curso de pilotagem no Roberto Manzini( no qual tive e o prazer de ser aluno de figuras como Ricardo Mauricio, Giuliano Losacco(não tão conhecido na época) e Daniel Serra) curso no qual tive a oportunidade de sentar num carro de competição e me emocionar com gestos simples como vestir um macacão nomex, apertar um cinto de 4 pontos, colocar as luvas e acertar entre os dedos para não ficar folga, colocar um capacete(este em particular foi inesquecível), ligar o motor através de um botão, entre outras que nunca sairão da minha memória e apesar de se tratar de um Renault clio com 4 cilindros e alguns poucos cavalos de potência na minha cabeça aquele era o carro mais potente e perfeito já criado.
Depois das aulas teóricas fui para a pista e posso dizer com segurança que aquelas 25 voltas dentro do carro foram o ponto mais alto da minha vida e apesar de querer contar mais um pouco desta história pois lembro de todos os detalhes possíveis e imaginários sei que o seu tempo é corrido portanto vou pular para a próxima fase.
Após o término do curso fui convidado pelo Alberto a pilotar o Medical Car nas mesmas provas regionais e tive o prazer de largar atrás dos grids do paulista de automobilismo durante 1 ano até que tive um problema na família e infelizmente fui obrigado a abandonar as pistas.
De lá para cá, já tentei de tudo para conciliar meu trabalho com esta paixão como trabalhar na Sparco do Brasil como vendedor de acessórios para pilotos e após esta experiência fui trabalhar no 2º Salão de Tuning e a ter o imenso prazer de apertar as mãos do sócio do evento o ilustríssimo Emerson Fittipaldi, mas como se tratavam de empregos temporários acabei ficando na saudade e infelizmente não consegui voltar para a meio automobilístico desde então.
Assim como uma doença o automobilismo me levou a fase da negação na qual tentei de todas as maneiras me afastar das pistas e de me proibir a ligar a TV em uma manhã de grande prêmio ou numa noite de Linha de Chegada, mas foi tudo em vão e não consegui deixar de assistir nem ao menos uma corrida que fosse transmitida ou um programa seu.
E acabei me rendendo de vez a esse amor incondicional, a este esporte que muitas vezes chegou a ser ingrato comigo e com meus sonhos de infância.

Depois de acompanhar e conversar muito sobre automobilismo creio que tenha nascido na época errada, gostaria de ter nascido nos tempos em que era possível encostar o carro perto das arquibancadas do autódromo fazer um churrasco com os amigos e assistir uma corrida de perto sem ter a preocupação de que o pessoal da segurança te tire de lá, ou de poder chegar perto dos carros, olhar de perto, toca-los, sentir o motor e freios quentes depois de uma prova e imaginar o quanto aquele “conjunto” se esforçou para cruzar a linha de chegada.
Por tudo que ouvi, vi e li creio que naquela época seria mais fácil alimentar esta minha paixão platônica.
Quanto aquele sonho de criança de ser um piloto profissional……ele realmente se foi e atualmente tenho que me conformar em assistir e torcer por nossos grandes talentos como Sérgio Gimenez, Ricardo Mauricio, Lossaco, Cacá, Massa, Barrichelo, Carrapatoso e outros tantos existentes no Brasil e no mundo.
Apesar deste sonho ter ido embora eu ainda sonho com o dia no qual crianças e adolescentes de todas as classes terão a oportunidade de testar suas habilidades e mostrar seu valor atrás de um volante, assim como acontece com o futebol.
Por mais que eles não sigam a carreira pelo menos terão o direito de tentar fazer um punta-taco assim como as crianças de hoje tentam marcar um gol, e quem sabe não crescerão tão amarguradas e infelizes como eu.
Venho através deste humildemente pedir uma oportunidade a você que é uma pessoa muito influente no ramo de me ajudar a voltar para este meio, (mesmo que seja de lavador de pneus em uma equipe ou de simples platéia em seu programa), gostaria de deixar claro que aceito qualquer posição em qualquer lugar desde que me dê a oportunidade de ter contato com carros de competição e/ou pessoas que estejam neste meio.
Atualmente sou representante de vendas de uma empresa de alimentos e posso dizer categoricamente que não faço o que gosto e sim o que me sustenta.

Caro Reginaldo, se você leu meu relato até aqui já me dou por satisfeito, e apesar de saber que provavelmente terei uma resposta de e-mail automática daquelas do tipo “obrigado pela audiência e participação” fico feliz em poder compartilhar um pouco dos meus sentimentos pelas pistas e seus bólidos incríveis com uma pessoa que além de entender do assunto eu sei que no fundo acabou me entendendo também.

Creio que seja a hora da bandeira quadriculada para mim.

Muito obrigado pela atenção.

Abraços

Adriano Lima
Tel: 11 9310-5203
[email protected]

coelho
coelho
17 anos atrás

Grande ideia Mantovaneli! Seria uma dupla infernal!! Ainda tenho um VHS com o campeonato Italiano de Turismo narrado pelo Edgar. Mortal!!! Por falar nisso aonde anda o cara?
Disparado o melhor narrador, pq sabe tudo de dentro do cockpit e não da cabine.

1GT
1GT
17 anos atrás

Lamento dizer, mas o Malão Bueno renovou o contrato com a RG por mais dez anos…por módicos 100 milhões de pesetas reales…

Marçal, o blogueiro
Marçal, o blogueiro
17 anos atrás

tio supimpa, eu também queria muito isso. Mas o chatão Bueno assinou novo contrato de 10 anos com a Globo. Esse cara deve dar algum retorno…Não é possível…

Leandro Sanco
Leandro Sanco
17 anos atrás

A F1 era patrocinada pela YPF também no Brasil? Será que essa foto não seria em Buenos Aires? Independente se for ou não, não tira o brilho da foto e da história que ela tem pra contar…

Mantovanelli
Mantovanelli
17 anos atrás

Eu sonho em ver uma transmissão de F1 com o Edgard Mello Filho e o Reginaldo Leme…
Ia ser impagável !!

Marko
Marko
17 anos atrás

Putz, eu tinha este poster… Onde andará ?

Tio Supimpa
Tio Supimpa
17 anos atrás

Espero que o Reginaldo continue pro muitos anos comentando a F1, e que o GB pare logo de narra já que ele só fala besteira e atrapalha o Reginaldo. :/

Conde
Conde
17 anos atrás

Tb acho a Lotus 72D um absurdo de linda .
Vale a foto do poster e do Reginaldo.
Dois ícones .
Boa Semana a todos

Alexandre Reis
Alexandre Reis
17 anos atrás

Grande Reginaldo !!!!!!!!!!!!!
Bela foto em Gomes.

Marçal, o blogueiro
Marçal, o blogueiro
17 anos atrás

Detalhe interessante:
Só agora notei.
Quando o a foto do pôster foi tirada (não, a do Gomes…a do pôster), eu tinha algumas horas de vida. A data é a do meu nascimento

Marçal, o blogueiro
Marçal, o blogueiro
17 anos atrás

É verdade, o Regilnaldo não mudou nada. Gosto desse cara. Jornalista competente. Pessoa educada. Dá pra notar, nas transmissões da Globo, quando ele “engole alguns sapos ” pra não se indispor com o Chatão Bueno.

O Reginaldo, pra mim, é um ícone da F1. Os seus comentários com a aquela voz mansa, tranquila marcaram a F1. Até quando leio as suas colunas no “Grande Prêmio” é como se o estivesse ouvindo.

walter
walter
17 anos atrás

Do Reginaldo, digo pouco.
Do poster: que coisa linda.
Essa Lotus era linda de frente e de lado, então, nem se fala.
Belo poster, bela F1, Grande GP Brasil de 72, carimbado pela Argentina não só no poster (com o logo da YPF no numeral da Lotus), como pela vitória do Reuteman.
Manda fotos do Reuteman, Flavio.

Cláudio Orestes do N
Cláudio Orestes do N
17 anos atrás

Em 72 eu também estava lá sem saber da importância daquele momento histórico, andando livre e solto até decidir onde era o melhor ponto da pista para assistir a corrida. Que aventura…

Sir Stirling Moss
Sir Stirling Moss
17 anos atrás

Reginaldo é o cara ….

sérgio barros
sérgio barros
17 anos atrás

ver F1 sem o reginaldo não é a mesma coisa…. quando ele e o galvão brigaram, imagina que fazia falta….não só sabe tudo de esporte motor, como é um grande sujeito.

Leandro
Leandro
17 anos atrás

Meu Deus que quadro lindo…acho muito legal cartazes de corridas antigas usados como decoração…

Thiago
Thiago
17 anos atrás

É o cara!!

Mayara
Mayara
17 anos atrás

Gosto do Reginaldo.

Gustavo Castro
Gustavo Castro
17 anos atrás

Massa a foto do Regi, grande do automobilismo brasileiro